“Manuela”Depois da visita da Sabrina a minha sala de aula eu fiquei inquieta. Eu tinha quase certeza de que o Flávio ia me esconder que ela o procurou. Mas aí surgiu a dúvida, será que ela o procurou mesmo? E pronto! Eu já estava sendo corroída pelas dúvidas. O que pareceu ser uma visitinha sem propósito da Sabrina se tornou um monstro em minha cabeça. E quanto mais eu pensava, mais me parecia que os ponteiros do relógio não saiam do lugar.Ao terminar a aula finalmente eu já estava praticamente de pé. Saí da sala correndo e encontrei o PH e a Lisa caminhando pelo corredor.- Manu, você deveria estar nos esperando dentro da sala. – PH reclamou por eu não ter esperado.- Eu sei, eu sei, mas eu estou cansada, quero ir pra casa logo. – Tentei disfarçar minha impaciência.- Cansada? É, você deve estar cansada mesmo, você e meu irmão praticamente não dormem e não me deixam dormir. As paredes daquele apartamento são bem finas, sabia?! – Lisandra riu, mandando indireta sobre as minhas ativi
“Lisandra”Eu estava ansiosa pelo meu primeiro dia de trabalho. Ser assessora do Patrício não me empolgava, pois eu sabia que na primeira oportunidade ele me demitiria, eu sabia que ele apenas me suportava por causa do meu irmão. Mas eu estava ansiosa por voltar a vê-lo, fazia tanto tempo desde que o vi pela última vez, eu não era mais do que uma adolescente. Eu passei a noite em claro pensando nisso.- Lisandra! – Escutei o meu irmão me chamar. – Está no mundo da lua?- Desculpe, só um pouco distraída. O que você disse? – Eu realmente não tinha ouvido nada do que ele disse.- Que eu vou levar e buscar vocês e nem adianta reclamar. – Flávio era como um pai dando ordens a sua filha adolescente, era até engraçado.- Ah, tanto faz... – respondi voltando para os meus pensamentos, nem me dando conta do tempo e andando no automático até que chegamos ao escritório.- Lisa, você está distraída hoje. Está tudo bem? – Manu colocou a mão em meu ombro e me examinou na porta do elevador da empresa
“Flávio”Eu estava olhando para o calendário. Só faltava uma semana para que tivéssemos o resultado do teste de DNA da Manu. Eu estava ansioso com isso e torcendo muito para que a suspeita do Camilo fosse confirmada, a Manu não merecia ter aquela mulher como mãe.- Posso entrar, delegado? – Levantei os olhos e vi justamente o Breno parado à minha porta. Ele era o policial que estava me ajudando a investigar o que havia acontecido com a mãe do Camilo no dia em que ela morreu.- Grande Breno! Sinta-se em casa, meu amigo. – Me levantei para cumprimentá-lo. Nós nos conhecemos há muito tempo, havíamos trabalhado juntos logo que ele entrou para a polícia. – Sua visita é uma grande surpresa pra mim.- Pois é, mas minha visita tem uma razão. Eu achei melhor vir te contar pessoalmente o que descobri até agora sobre aquele caso que você me pediu. – Breno se sentou em minha frente.- Deve ser algo importante para fazer você vir até aqui. – Breno balançou a cabeça confirmando minha suspeita.- Si
“Flávio”O telefone da minha mesa estava tocando, atendi e a secretária me informou que tinha uma mulher querendo falar comigo, mas ela não se identificou. Ela passou a ligação e logo que atendi ouvi a voz da Sabrina.- Flávio, eu preciso de você... – Ela parecia chorar e parecia estar ansiosa, quase descontrolada.- Ah, Sabrina, qual é? Vai começar de novo? Dessa vez não vai dar certo. Não me liga de novo. – Eu estava pronto para desligar, mas ela me impediu.- NÃO DESLIGA, FLÁVIO. – Ela gritou. – Se você não vier aqui eu vou me matar, eu pulo da janela.- Então pula, Sabrina! – Desliguei o telefone, eu não cairia nessa chantagem.Logo recebi uma mensagem no celular. Uma foto da Sabrina descabelada, com a maquiagem borrada, sentada no parapeito da janela, com os pés para o lado de fora, olhando pra baixo. Logo abaixo da foto a mensagem “se você não vier eu pulo. Estou no Savanah”.- Mas que droga! – Eu queria muito ignorar aquilo, mas a Sabrina já havia tentado se matar uma vez, foi
“Flávio”Cheguei no trabalho das garotas o mais rápido que pude, minha baixinha ficou surpresa ao me ver por ali tão cedo.- Delegado, ainda falta mais de uma hora para dar o meu horário aqui. – Ela se levantou e me abraçou, mas logo se afastou.- Eu conheço esse perfume, Flávio, e não é seu. – A baixinha me olhou parecendo ficar chateada.- É, você conhece, por isso estou aqui tão cedo. – Eu já estava preocupado antes, agora vendo a carinha da Manu eu estava começando a ficar em pânico. – Eu estive com a Sabrina. Mas, por favor, me escuta.- Claro que eu vou te escutar. Mas eu quero saber bem direitinho por que o perfume dela está impregnado em você. – A baixinha falou e se sentou em sua cadeira me encarando.- É que... – Eu estava prestes a começar a falar quando o Patrício saiu da sala parecendo distraído. – Não cumprimenta mais os amigos, Patrício?- Ah, oi, Moreno. Desculpa, estou andando muito distraído. – Patrício me estendeu a mão.- É, estou sabendo. Algo em que eu possa ajud
“Manuela”É claro que eu acreditava no Flávio e eu sabia bem que a Sabrina aprontaria muito para tentar seduzi-lo, mas eu estava preparada para as armadilhas dela e, para cada uma que ela aprontasse, eu a mostraria que mexer comigo ou com o meu namorado não era uma boa opção. Eu não era mais a Manu inocente e bobinha que eu era quando cheguei aqui.- Manu, você acreditou nele, né? – Lisandra perguntou preocupada.- Claro que acreditei, Lisa. Eu confio no seu irmão e a cara de desespero dele deixou bem claro que ele estava dizendo a verdade. – Respondi.- Coitado, Manu, e você deixou ele sair daqui sem saber disso? – Rick me reprovou.- É que eu vou ensinar uma coisinha ou duas pra ele hoje, pra ele ficar mais esperto com as armações dessazinha. – Respondi com um sorriso.- Ih, olha aí eu ficando sem dormir essa noite. – Lisa brincou.- Vai lá pra casa, já te falei, tem quarto vago, a gente pode jantar juntos, bater um papo. Vai ser bom pra mim ter companhia. – Rick a convidou, ele and
“Manuela”Entrei no quarto e vi o Flávio sentado na poltrona lendo um livro, ele estava usando uma calça leve e uma camisa de malha. Ele suspendeu os olhos e me viu passar direto por ele e ir para o banheiro sem dar uma palavra. Fechei a porta para que ele não entrasse atrás de mim, eu tinha um plano.Depois do banho vesti uma lingerie rosa, de renda transparente, peguei uma echarpe no closet e fui até o quarto, deixei a echarpe sobre o criado mudo, ciente dos seus olhos sobre mim, e me virei para ele. Ele havia deixado o livro de lado e estava me observando, quando me virei ele abriu um meio sorriso. Fui até ele e me abaixei, deixando meus olhos na altura dos dele.- Agora, me explica, delegado, você chegou no quarto daquela vaca e ela estava só de calcinha e sutiã. – Ele suspirou, desfazendo o sorriso e confirmou o que eu disse com um aceno de cabeça. – E o que aconteceu depois?- Manu... – Ele não queria voltar ao assunto, mas eu tinha um plano e ele não o estragaria.- O que acont
“Manuela”Bocejei mais uma vez, sentada em minha mesa no trabalho. Eu não havia dormido e cada parte do meu corpo estava cansada pelas atividades noturnas com meu namorado.- Minha nossa, desse jeito o meu irmão vai acabar com você! – Lisandra colocou uma caneca de café sobre a minha mesa.- A maquiagem mal consegue esconder suas olheiras, Chaveirinho. – Rick riu.Eu sorri para os dois, peguei a caneca de café, me recostei na cadeira e tomei um gole.- Igual a essa noite, seu irmão pode acabar comigo o quanto quiser. – Sorri pra Lisandra que arregalou os olhos e alargou o sorriso.- Acho que vou me mudar para a sua casa, Rick. – Lisandra e Rick riram de mim.- Você está roubando o meu amigo e ainda vai me abandonar? – Fingi que estava magoada e os dois riram.- Ah, Chaveirinho, você tem o delegado pra te consolar, já a Lisa e eu estamos sozinhos no mundo. – Rick estava fazendo piada comigo.- Só porque querem, com toda certeza. Como foi a noite de vocês? – Perguntei.- Dormi como um b