“Samantha”Eu realmente amo a Clara e o Enzo. Quando a Hebe comentou comigo que estava com vontade de viajar com o Edu eu de imediato falei pra ela surpreender o marido e marcar a viagem que Heitor e eu ficaríamos com os garotos. Ela ficou mais do que feliz em aceitar a minha oferta.Foi por isso que eu pressionei a loja para entregar os móveis antes do previsto e paguei um extra por isso, mas valeu cada centavo. Também pedi ao Alessandro uns dias de folga que ele nem pestanejou em me dar. Nós nos divertiríamos muito, eu precisava dessa paz e alegria e eu queria ver o Heitor com os sobrinhos, afinal nós estávamos começando uma vida juntos.E a coisa só melhorou, quando ele percebeu que os garotos ficariam com a gente ele não sabia se ria ou chorava, resolvi ir dando as notícias aos poucos, assim eu me divertiria mais com as caras que ele ia fazendo e eu estava tirando fotos de cada momento até sem ele perceber.Eu quase precisei sentar para rir dele subindo as escadas apavorado porque
“Heitor”Estávamos sentados na sala combinando um passeio e minha irmã fez uma chamada de vídeo para os filhos.- Oi, mamãe! Onde vocês estão agora? – Clara atendeu com olhos brilhantes e inocentes, mas eu já não acreditava em tanta inocência.- Oi, querida! Estamos em Madri, esperando a conexão. Vocês estão se comportando bem? – Hebe tinha uma expressão leve e relaxada.- Eu sempre me comporto bem, mamãe. Já o Enzo, você sabe, é um garoto adolescente, não dá para esperar muito dele. – Clara falou com desdém, me fazendo sorrir.- Deixa de ser ridícula, Clara. Eu sou um jovem educado, mãe. Sempre me comporto como um cavalheiro. – Enzo protestou.- Ótimo, continuem assim para que a mamãe possa viajar mais vezes. – Meus olhos se arregalaram, ela mal tinha ido e já tinha planos de ir de novo. – Deixem eu falar com seus tios.Sam e eu pegamos o tablet e conversamos um pouco com a Hebe e o Edu, mas eu senti um cutucão insistente nas minhas costelas, a Clara estava indócil, resolvi por fim l
“Heitor”Chegamos ao abrigo e eram muitos animais. Clara ficou emocionada e até um pouco triste o que me comoveu. Ela ia passando entre os canis e brincando com os cachorrinhos que chegavam próximos a grade.No último canil ela viu um cachorro de porte grande deitado no fundo, ele tinha olhos redondinhos e tristes, orelhinhas caídas, pelo baixo e era preto, com uma manchinha branca que descia entre os olhos até o focinho e uma patinha branca. Ele estava sozinho nesse canil.Clara se abaixou e pediu para o responsável abrir a portinha, quando foi aberta, Clara engatinhou até o fundo e passou a mão no cachorro, que olhou pra ela com a cabeça de lado. Ela falou alguma coisa bem baixinho na orelha dele e ele a cheirou e se levantou, ela saiu e ele saiu com ela.- Pronto, tio, é esse! – Ela abraçou o cachorro pelo pescoço, ele era quase do tamanho dela, batia acima da cintura, e ele lambeu o rostinho dela a fazendo rir. – Qual o nome dele, moço?- Esse é o Trufa. Ele é um cachorro adulto, m
“Samantha”Eu tinha três cachorros em casa correndo de um lado para o outro, uma garotinha atrás deles, um adolescente falante, um namorado com a mão boba e um almoço de domingo para preparar. Administrar tudo isso era bem complicado.Convidamos nossos amigos para um domingo de churrasco e piscina e eu disse ao Enzo para chamar a Luna e a irmã dela. Aproveitei e chamei o Vini que estava de folga. Seria um dia muito divertido.Logo chegaram o Patrício e a Virgínia e a Catarina e o Alessandro com o Pedro e o quarteto fantástico. A bagunça já foi crescendo, porque o Pedro se encantou com os cachorros e já estava rolando pela grama com eles e a Clara.- Sam, três cachorros? – Catarina me olhou impressionada.- Amiga, uns tem bebês, outros tem cachorros. – Gargalhamos juntas. – Mas só o Canela é meu, os outros são do Enzo e da Clara.- E a Hebe está sabendo disso? – Melissa perguntou chegando atrás de nós.- Ela sabe que teria um cachorro pequeno, mas a Clara e o Enzo arrancam tudo que que
“Heitor”- Bom dia, família! – Entrei na cozinha bastante animado na segunda pela manhã e recebi em resposta um bom dia coletivo cheio de risos.- Crianças, escovem os dentes depressa e vão, para não se atrasarem para a escola. – Samantha impôs marcha a Clara e ao Enzo.- Vou esperar lá fora, crianças. – O Sr. Afonso colocou sua xícara na pia e saiu me dando um sorriso, acompanhado pela Maria.- Bom dia, Rouxinol! – Abracei a Samantha e lhe dei um beijo lento.- Bom dia, meu lindo! – Ela respondeu com os braços entrelaçados em meu pescoço e depois falou em meu ouvido:- A casa é só nossa essa manhã.- Vou colocar esses garotos pra fora depressa. – Me animei, mas ela me puxou para a mesa dizendo que me esperava para o café.As crianças saíram às pressas e gritando despedidas ininteligíveis. Eu estava achando tudo isso bom demais, mas eu estava ansioso para ficar um pouco sozinho com a minha deusa.Samantha e eu nos sentamos na sala e estávamos fazendo planos para a semana com as crianç
“Heitor”Mal percebi o carro da Melissa estacionando e as garotas descendo e vindo em nossa direção. Melissa era a mais entusiasmada de todas e já chegou batendo palmas.- Isso aí, Sam! Mostra pra essa vadia que ela mexeu com o homem errado. – Melissa dava apoio a Samantha.- Melissa, me ajuda a separar as duas. – Pedi sem saber o que fazer.- Não separa não, Martinez! Deixa a Sam tirar as mágoas do coração. – Melissa alertou. – Sam, passa a cara dessa folgada no asfalto!- Melissa! – A repreendi, isso poderia acabar muito mal, mas era tarde.Samantha já estava com a Isabella deitada com a cara no asfalto, agarrada em seus cabelos e com o joelho no meio das costas dela. Isabella estava totalmente imobilizada e gritava por socorro. Mas Samantha tinha fogo nos olhos e esfregava o rosto da Isabella no chão.- Escuta bem, puta do inferno, nunca mais, nunca mais, chegue perto do Heitor. – Samantha falava alto no ouvido da Isabella.- Me larga, me larga, sua estúpida, está me machucando. – I
“Samantha”Nós mal havíamos começado a jogar e o Flávio recebeu uma ligação estranha e teve que sair, disse que era trabalho, mas que voltaria logo. Manu só observou. Continuamos jogando e tudo ia muito bem até a Maria me chamar.- Sam, sua mudança chegou. Eu vou colocar tudo em ordem, você tem alguma recomendação? – Maria me perguntou e eu fiquei feliz por não precisar ir ao apartamento, desde a última carta eu estava receosa.- Não, Maria. São roupas e itens pessoais é só deixar tudo lá no closet. Obrigada. – Respondi grata por ela me ajudar com isso.- Ah, outra coisa. O Sr. Vinícius pediu que lhe entregasse isso. - Maria me estendeu um envelope e eu comecei a tremer.Outra carta. Mas duas cartas num intervalo tão curto? Não é possível. Eu estava paralisada olhando para o envelope. Senti uma mão no meu ombro e vi a carta ser tirada das minhas mãos.- Deixa isso comigo, Rouxinol. – Heitor estava atrás de mim. – Não deixe que isso estrague o seu dia.Mas já era tarde demais, aquilo j
“Rômulo”Já tem muito tempo que eu estou aqui, quase um ano, tudo porque o juiz resolveu me condenar por cárcere privado depois que eu invadi a casa da Samantha. Uma bobagem daquela e eu perdi meu réu primário. Meu advogado disse que o advogado da Samantha era muito bom e que trabalhou muito com o promotor pela minha condenação.E continuava trabalhando para me atrapalhar usando as cartas que eu mandava pra ela. Mandar as cartas estava me prejudicando muito, eu precisava dar um jeito de conseguir um telefone aqui. Mas isso custava muito caro. Mesmo assim, eu vou falar com a Nick, ela vai me ajudar, tem me ajudado em tudo desde que a conheci.Logo que fui preso conheci um cara, o Sandro, nos demos bem de início e ele me disse que eu precisava de uma visita que resolvesse as coisas pra mim na rua. Ele estava certo, mas eu não tinha ninguém pra isso, aí ele acabou me apresentando a Nick, que é irmã dele. A mina é top, de responsa. Corre atrás de tudo que eu mando e não perde uma visita.