“Heitor”Chegamos ao abrigo e eram muitos animais. Clara ficou emocionada e até um pouco triste o que me comoveu. Ela ia passando entre os canis e brincando com os cachorrinhos que chegavam próximos a grade.No último canil ela viu um cachorro de porte grande deitado no fundo, ele tinha olhos redondinhos e tristes, orelhinhas caídas, pelo baixo e era preto, com uma manchinha branca que descia entre os olhos até o focinho e uma patinha branca. Ele estava sozinho nesse canil.Clara se abaixou e pediu para o responsável abrir a portinha, quando foi aberta, Clara engatinhou até o fundo e passou a mão no cachorro, que olhou pra ela com a cabeça de lado. Ela falou alguma coisa bem baixinho na orelha dele e ele a cheirou e se levantou, ela saiu e ele saiu com ela.- Pronto, tio, é esse! – Ela abraçou o cachorro pelo pescoço, ele era quase do tamanho dela, batia acima da cintura, e ele lambeu o rostinho dela a fazendo rir. – Qual o nome dele, moço?- Esse é o Trufa. Ele é um cachorro adulto, m
“Samantha”Eu tinha três cachorros em casa correndo de um lado para o outro, uma garotinha atrás deles, um adolescente falante, um namorado com a mão boba e um almoço de domingo para preparar. Administrar tudo isso era bem complicado.Convidamos nossos amigos para um domingo de churrasco e piscina e eu disse ao Enzo para chamar a Luna e a irmã dela. Aproveitei e chamei o Vini que estava de folga. Seria um dia muito divertido.Logo chegaram o Patrício e a Virgínia e a Catarina e o Alessandro com o Pedro e o quarteto fantástico. A bagunça já foi crescendo, porque o Pedro se encantou com os cachorros e já estava rolando pela grama com eles e a Clara.- Sam, três cachorros? – Catarina me olhou impressionada.- Amiga, uns tem bebês, outros tem cachorros. – Gargalhamos juntas. – Mas só o Canela é meu, os outros são do Enzo e da Clara.- E a Hebe está sabendo disso? – Melissa perguntou chegando atrás de nós.- Ela sabe que teria um cachorro pequeno, mas a Clara e o Enzo arrancam tudo que que
“Heitor”- Bom dia, família! – Entrei na cozinha bastante animado na segunda pela manhã e recebi em resposta um bom dia coletivo cheio de risos.- Crianças, escovem os dentes depressa e vão, para não se atrasarem para a escola. – Samantha impôs marcha a Clara e ao Enzo.- Vou esperar lá fora, crianças. – O Sr. Afonso colocou sua xícara na pia e saiu me dando um sorriso, acompanhado pela Maria.- Bom dia, Rouxinol! – Abracei a Samantha e lhe dei um beijo lento.- Bom dia, meu lindo! – Ela respondeu com os braços entrelaçados em meu pescoço e depois falou em meu ouvido:- A casa é só nossa essa manhã.- Vou colocar esses garotos pra fora depressa. – Me animei, mas ela me puxou para a mesa dizendo que me esperava para o café.As crianças saíram às pressas e gritando despedidas ininteligíveis. Eu estava achando tudo isso bom demais, mas eu estava ansioso para ficar um pouco sozinho com a minha deusa.Samantha e eu nos sentamos na sala e estávamos fazendo planos para a semana com as crianç
“Heitor”Mal percebi o carro da Melissa estacionando e as garotas descendo e vindo em nossa direção. Melissa era a mais entusiasmada de todas e já chegou batendo palmas.- Isso aí, Sam! Mostra pra essa vadia que ela mexeu com o homem errado. – Melissa dava apoio a Samantha.- Melissa, me ajuda a separar as duas. – Pedi sem saber o que fazer.- Não separa não, Martinez! Deixa a Sam tirar as mágoas do coração. – Melissa alertou. – Sam, passa a cara dessa folgada no asfalto!- Melissa! – A repreendi, isso poderia acabar muito mal, mas era tarde.Samantha já estava com a Isabella deitada com a cara no asfalto, agarrada em seus cabelos e com o joelho no meio das costas dela. Isabella estava totalmente imobilizada e gritava por socorro. Mas Samantha tinha fogo nos olhos e esfregava o rosto da Isabella no chão.- Escuta bem, puta do inferno, nunca mais, nunca mais, chegue perto do Heitor. – Samantha falava alto no ouvido da Isabella.- Me larga, me larga, sua estúpida, está me machucando. – I
“Samantha”Nós mal havíamos começado a jogar e o Flávio recebeu uma ligação estranha e teve que sair, disse que era trabalho, mas que voltaria logo. Manu só observou. Continuamos jogando e tudo ia muito bem até a Maria me chamar.- Sam, sua mudança chegou. Eu vou colocar tudo em ordem, você tem alguma recomendação? – Maria me perguntou e eu fiquei feliz por não precisar ir ao apartamento, desde a última carta eu estava receosa.- Não, Maria. São roupas e itens pessoais é só deixar tudo lá no closet. Obrigada. – Respondi grata por ela me ajudar com isso.- Ah, outra coisa. O Sr. Vinícius pediu que lhe entregasse isso. - Maria me estendeu um envelope e eu comecei a tremer.Outra carta. Mas duas cartas num intervalo tão curto? Não é possível. Eu estava paralisada olhando para o envelope. Senti uma mão no meu ombro e vi a carta ser tirada das minhas mãos.- Deixa isso comigo, Rouxinol. – Heitor estava atrás de mim. – Não deixe que isso estrague o seu dia.Mas já era tarde demais, aquilo j
“Rômulo”Já tem muito tempo que eu estou aqui, quase um ano, tudo porque o juiz resolveu me condenar por cárcere privado depois que eu invadi a casa da Samantha. Uma bobagem daquela e eu perdi meu réu primário. Meu advogado disse que o advogado da Samantha era muito bom e que trabalhou muito com o promotor pela minha condenação.E continuava trabalhando para me atrapalhar usando as cartas que eu mandava pra ela. Mandar as cartas estava me prejudicando muito, eu precisava dar um jeito de conseguir um telefone aqui. Mas isso custava muito caro. Mesmo assim, eu vou falar com a Nick, ela vai me ajudar, tem me ajudado em tudo desde que a conheci.Logo que fui preso conheci um cara, o Sandro, nos demos bem de início e ele me disse que eu precisava de uma visita que resolvesse as coisas pra mim na rua. Ele estava certo, mas eu não tinha ninguém pra isso, aí ele acabou me apresentando a Nick, que é irmã dele. A mina é top, de responsa. Corre atrás de tudo que eu mando e não perde uma visita.
“Heitor”Marquei com o Patrício no clube hoje para uma partida de tênis. Tem tempos que não jogamos. Acabei chegando um pouco mais cedo e me sentei próximo a piscina, aproveitando um pouco do calor da manhã.Estava observando um garotinho todo animado brincando com o pai na piscina. Eu estava há dias com um pensamento rondando a minha cabeça e ver aquela cena me fez desejar algo que eu nunca havia querido antes. Mas eu não sabia como falar sobre isso com a Samantha.Estava perdido nos meus pensamentos, quando fui chamado e vi uma mulher de pé ao meu lado.- Heitor Martinez! Há quanto tempo.Olhei para a mulher parada ao meu lado, alta e esguia, de pele e clara e com peitos siliconados. Eu não a via há muitos anos, parecia até ter sido em outra vida. E eu não tinha nenhuma vontade de voltar a vê-la.- Nicole! Já faz muito tempo. – Respondi, mas sequer movi um músculo para cumprimentá-la.- E eu não mereço nem um abraço? Nem um beijo? – Nicole sorria pra mim como se fossemos velhos amig
“Samantha”- Tia Sam? – Escutei o Enzo me chamar de dentro da casa.- Aqui na varanda, Enzo. – Respondi, sem ânimo para me levantar e ir até ele.Ele apareceu e me viu deitada no chaise, me olhando com uma carinha desconfiada.- Está tudo bem, tia?- Está sim, querido, só estou um pouco desanimada hoje.- Hum. Precisa de alguma coisa? – Ele era muito prestativo, pensei por um momento e sorri.- Um pedaço daquele bolo de chocolate que está na cozinha com bastante cobertura! – Sorri pra ele, que me devolveu um grande sorriso.- Acho que vou trazer dois pedaços. – Ele piscou pra mim.- Então chama a Clara e trás três.Nos sentamos os três ali e eu devorei o meu pedaço de bolo e ainda roubei umas garfadas do Enzo.- Quer mais, tia? – Ele riu, me estendendo o prato.- Melhor não.- Bolo de chocolate antes do almoço? – Heitor chegou e tinha um sorriso lindo.- Um pequeno pecado, meu lindo. – Sorri pra ele. – Você quer?- Não, Rouxinol, obrigada. – Ele deu um beijo no meu rosto quando sentou