Algum tempo depoisCARMINEÉ isso. O último dia de aula chegou e passou sem que eu veja Nick ou Raoul. Eles não voltaram.Nas vezes em que fui ao castelo falar com as personalidades de Florian, ele estava no quarto, era o que me dizia os empregados quando eu deixava o orgulho de lado e perguntava.Até pensei em bater na porta até ele abrir e exigir que me escutasse. Queria gritar com ele, socar seu peito musculoso, beijar sua boca e acabar na sua cama... mas não fiz nada disso. Dói. Porque não existe chance que ele não saiba das minhas visitas.Amaymon me contou que ele resolveu a questão dos vídeos. Não sei como, decidi não perguntar. Quando Raoul quiser ele me conta. Quando quiser ele me procura. Estarei esperando.E sobre Kaio, está em todos os jornais e emissoras que o filho mais velho da família Peres está foragido. Ele fugiu quando a polícia informou sobre o mandado de prisão. Seja lá qual foi o trato que a família fez com os Seven já era.E quanto ao meu namoro ou minha amiza
Lembra do primeiro dia de aula?É exatamente assim que me sinto entrando na quadra onde o baile foi montado. Esse povo não tem mais o que fazer do que olhar cada passo meu entrando sozinha nesse lugar, só pode. A diversão deles é me ver mal. Bando de idiotas!Vou para um canto perto das bebidas e pego uma água. Eu não bebo mais. Depois do que passei na fraternidade e depois de ver meu pai biológico daquele jeito, quero é distância de qualquer droga, licita ou ilícita.Começa uma música e os casais se juntam no meio do salão. Eu não sou a única pessoa sozinha, mas de repente sinto que o mundo todo ama e é correspondido, apenas eu sou a excluída.Se Raoul nunca me der uma chance, sinto que sufocarei até a morte nas malditas lembranças dos momentos que passamos juntos. Ele não devia ter me dado tanto para depois me deixar de lado assim.Maldito.As pessoas se afastam de mim, como se eu fosse contagiosa. Eu sei. Ainda temem o mesmo destino de Kaio, aposto que me culpam até por ele ser um
RAOUL— Onde vai vestido assim? — Meu pai pergunta depois de entrar no quarto sem bater.— Ao baile de formatura.Ele se aproxima.— Achei que não participaria.— Carmine vai. Chegou a hora de tirá-la do castigo. Ela deve estar puta e subindo pelas paredes.Através do espelho o vejo negar com um gesto da cabeça.— Filho, você é muito manipulador, sabia?Dou de ombros.— Sabia.Ele vem e se coloca na minha frente para ajeitar o terno.— Aposto que ela não foi a única castigada.— Não. Mas eu posso suportar pra alcançar o objetivo.— Que seria?— Ela vai pensar várias vezes antes de sequer cogitar pensar em mentir, seja qual for o motivo. Ainda tenho pesadelos com o termino.— Ela pergunta por você todos os dias que vem ver o Florian.— E eu quase derrubei minha própria porta para ir até ela. Foi difícil.— Cuida bem dela, meu filho. Sua namorada é uma pessoa especial. Graças a ela voce se tornou o homem que eu sempre quis que fosse. E aquele anjo ainda fez uma revolução na vida do seu
RAOUL— Fique aqui. Vou ver o que está havendo — digo colocando Carmine no chão.— Não. — Ela agarra meu braço. — Não faremos mais nada sozinhos, você prometeu quando me pediu em casamento.Não me lembro disso implícito no pedido.— Pelo menos fique atrás de mim.Carmine acena e abro a porta do banheiro devagar. É quando um bando de alunos entra correndo e gritando em completo desespero. Alguns estão sangrando.— O que houve? — Ouço Carmine perguntar segurando o braço de um cara.— O Kaio entrou no baile armado. Está atirando em todo mundo. — O cara responde com voz tremida.“Ele ficou louco.”“Eu vi nas redes sociais dele uma carta suicida.”“Tranca a porta. Ele vai nos achar.”Várias pessoas falam ao mesmo tempo. Carmine está assustada, segurando o meu braço com força. Nem parece que minutos atrás eu a estava fodendo gostoso nesse mesmo lugar, que a pedi em casamento do jeito mais inusitado. O caos agora é outro.— Eu tenho que ir lá — falo.— Você não é a prova de balas, babaca.—
CARMINEÉ difícil carregar Monica. Ela parece ter perdido as forças das pernas.Quando finalmente consigo que ela sente em uma cadeira no corredor, desabo na do seu lado, exausta.— Me desculpe. — Ela fala de repente. Não pergunto o porquê do pedido, pois sinto que irá dizer. — Eu tinha inveja de você. Queria que alguém me amasse e me protegesse da mesma forma que ele fazia.Sei que se refere a Raoul e a todas as vezes que implicou comigo por causa dele.— Ainda vai conhecer essa pessoa — digo simplesmente.Nesse momento não cabe fingir que nosso passado foi de flores.Ela sorri se humor.— Duvido.— Nunca duvide de Carmine Rocha.Ela ri. E lágrimas voltam a rolar pelo seu rosto, destruindo a maquiagem de quem até poucos minutos estava deslumbrante dançando com um vestido dourado.— Eu não sou uma boa pessoa. Sou uma covarde que esperou alguém denunciar ele. E deixei a magoa me transformar em uma vadia.— Mas é uma vadia legal. Pelo menos quando não está arrancando meu cabelo. Eu semp
RAOULNão. Eu não tenho plano algum.Estacionamos na frente da casa. E eu desço.Já avisamos meu pai. Espero que ele tenha um plano. Ou que pague esses idiotas que não entendem que serão caçados não importa o desenrolar dessa história.Pelo que a mãe de Carmine me explicou, o cara é um noia. Esse tipo de gente não tem mais cérebro.Quando chego na casa, vejo que o homem não está sozinho. São cinco caras do tipo mais maltratado pelas drogas. E ele realmente está com uma faixa suja no lugar onde deveria estar a mão esquerda.Se isso me faz refletir sobre a minha família? Não. Duvido que qualquer um deles tenha grana pra chegar perto do que os Seven fabricam. E os Seven deixando de vender não significa que eles deixarão de usar.— Senhora Rocha, está bem? — pergunto andando até ela.— Nada bem. Espero que tenha vindo matar esses manés.Ela está com um corte no braço. Apesar do seu jeito agressivo, posso ver que está com medo.— Senta ai. — Um deles aponta uma faca para mim.O pior de tud
RAOULDepois do que aconteceu no baile de formatura e na casa da vó de Carmine, seus pais estão insuportáveis, me tratando como alguém que precisa ficar em um pedestal. Estão tão agradecidos que às vezes fujo dos seus mimos.Nem quando eu disse que me casaria com a filha deles em pouco tempo eles se aborreceram.Eles acabaram de sair do castelo depois de um jantar em família.De uns tempos para cá essa família anda crescendo muito e bem rápido.— Não vai parir nunca, cunhada? — provoco a minha segunda melhor amiga imensa.— Falta pouco. — Ela responde sentando perto do marido que não perde tempo em colocar a mão na barriga dela.— Sabe o que eu ouvi do Adam mais cedo? — Henry me olha como se estivesse prestes a aprontar. — O verdadeiro significado do apelido Lobo Vermelho, que foi ele que colocou. E todos achando que é por você ser um sociopata.— Meu noivo não é sociopata. — Carmine me defende.Sorrio negando com a cabeça e entrelaço meus dedos aos de Carmine. Sei o que ele vai dizer
Dias depois do Natal, outra festa ocorre nesse castelo. O primeiro casamento desde que Felipe e Aurora tiveram seu evento. O meu casamento. Ainda me lembro de Henry falando para que nosso pai esperasse alguns meses que logo eu subiria no altar com Carmine, o babaca estava tão certo.Carmine e eu mudamos de ideia sobre viajar e decidimos começar nossos estudos em New York, porém casados. E vamos aproveitar o período antes das aulas em lua de mel na ilha do Henry. Sim. Vamos nos casar no último dia do ano. Porque eu quero todo mundo de branco, menos a minha Chapeuzinho.Nunca vi nada mais belo que a noiva de vermelho andando em minha direção. Não sei o que é mais perfeito Seria suas curvas perigosas por onde deslizo? Sua pele perfeita que adoro beijar? Ou seus cachos moldando o sorriso mais lindo?— Raoul? — A voz do pai da Chapeuzinho me tira do transe quando a entrega para mim. — Está em condições de casar?Percebo seu riso discreto.— Não perderia isso por nada.Seguro a mão da mulhe