×Albert×
Sentei-me no sofá para esperar Alícia voltar. Fiquei observando Emilly brincar com uma boneca estranha que Alícia tinha comprado pra ela.
_Você quer brincar com a sorvetinho?_Ela estende a boneca em minha direção.
_O nome dela é sorvetinho?_Pergunto fazendo careta.
_Isso, sorvetinho!_Ela sorri e abraça a boneca._Linda, não é?
_Ô..._Falo irônico._Maravilhosa!
A risada do tio Inácio me fez lembrar que ele observava essa conversa. Olhei sem graça para ele.
_Você daria um bom pai, Albert._Ele diz ainda sorrindo._Você já está na idade de pensar em matrimônio com alguma vampira. Conheço várias famílias que querem se aliar com a nossa.
Casar?
_Ainda não penso em casamento._Engulo seco._Acho que combater a Resistência me trará mais alegrias do que casar.
Ele riu ainda mais e Alíci
×Samyra×Depois que minha mãe retocou o batom, saímos às compras. Pegamos um táxi e nos direcionamos para um dos maiores supermercados da cidade. Passei o caminho inteiro ouvindo o quanto fazia tempo que minha mãe não tomava um bom vinho e o quanto tempo fazia que meu pai não comia azeitonas.O táxi para na frente do supermercado e depois de pagar, descemos. O lugar não estava muito cheio pois fazer compras não era um ato corriqueiro para todas as famílias de Nesh. Fomos pegar um carrinho e eu senti um arrepio repentino como se alguém me observasse. Olhei para fora do lugar, mas não vi nada. Eu sempre tive essas paranóias de estar sendo seguida ou observada.Empurrei o carrinho para a seção de vinhos pois se minha mãe não levasse uma garrafa, ela morreria. Passamos praticamente a manhã inteira dentro daquele lugar e eu já estava exausta. Por um lado eu estava muito feliz em estar fazendo compras novamente. Nã
×Samyra×Fiquei observando a doce Emi dormindo agarrada a uma boneca meio esquisita. Nunca fui uma garota de gostar de bonecas. Achava ridículo essa história de brincar de dona de casa. Sinto alguém se aproximando de mim e viro de repente._Assustada?_Era Sabrinne e ela estava perto demais._Não, senhora._Digo sentindo um leve tremor interno._O Senhor Albert foi no quarto da sua irmã e já volta._Eu não perguntei do Albert._Ela rebate._Mas obrigada por me informar.Ela olha por trás de mim diretamente para a garotinha._Vai ficar com você?_Ela aponta pra garota._Sim. Irei cuidar dela a pedido do Senhor Albert._Respondo em um tom de voz suave._Certo._Ela olha para as unhas._Você está bem?Estranhei a pergunta._Sim. Obrigada por perguntar._Hm...Ela vira-se e va
×Albert×Depois de ter pego as coisas da Emilly, volto pro quarto rapidamente._Aqui estão as coisas dela._Entro no quarto com as malas e olho para ela._Aconteceu alguma coisa?Samyra parece tensa, estranha. E isso não é normal._Na-Não._Ela gagueja._Vou levá-la no braço e depois venho buscar tudo isso._Mande alguém vir buscar. É melhor pra você. Tem certeza que você está bem?Sua resposta anterior não me convenceu._Eu gostaria de saber os poderes de cada um de vocês._Ela diz de uma vez._Se não for lhe incomodar, claro._Amanhã pela manhã, depois do café, podemos conversar._Coloco as mãos nos bolsos._Não sabia que era tão curiosa.Ela ajeita Emilly em seus b
×Albert×Nós dois olhamos ao mesmo tempo para o pequeno ser que entrou no quarto de repente._Desculpa, Albert..._Alícia aparece logo atrás de Emilly._Vamos passear, tia Samy?_Emilly abraça Samyra com força._Podem ir._Levanto da poltrona._Terminamos essa conversa depois, Samyra.Ela, de muito contragosto, levanta-se e sai de mão dada com a menina. Alícia se joga na poltrona que antes estava Samyra._O que vocês estavam conversando?_Vejo um sorriso sarcástico no rosto de Alícia._Não me diga que eu atrapa..._Não._Digo rapidamente._Claro que não atrapalhou nada demais. Eu estava conversando com ela sobre coisas banais. Coisas da Emilly, do dinheiro que ela recebe e etc._Hm... Sei..._Ela joga a almofada em mim._Bem vocês estavam se beijando.Ela solta uma gargalhada alta e eu não evito sorrir. Essa Alícia está tão
×Samyra×Quando eu estava prestes a descobrir qual o poder da pessoa que mais estava me intimidando, Emilly aparece pedindo para passear. Nossa! O Albert me autorizou passear com ela prometendo depois terminar essa conversa. E eu irei cobrar!Levei a garotinha para o jardim onde ela pode correr e brincar à vontade. Ela não parava de correr até que caiu de cara no chão. Corri até ela pensando que ela iria chorar, mas ela não chorou. Levantou-se vagarosamente e limpou os cantos do corpo que estavam sujos._Doeu não, tia Samy._Ela sorri pra mim._Posso correr mais?_Você não vai parar depois dessa queda?_Pergunto de cenho franzido._Se eu for parar cada vez que eu cair, eu não vou brincar nunca.Assenti sorrindo e ela voltou a correr. O que ela falou tem até muito sentindo. Se eu for dar crédito a cada vez que eu cair, eu nunca vou continuar a prosseguir. Garotinha esperta!A
×Samyra×Ela me olha confusa e com um olhar bastante perdido._Vem, vamos tomar um banho.Pego-a no braço e levo até o banheiro. Depois de despida, deixo a água molhar seu corpinho. Lavo bem seu cabelo e os vestígios de sangue em seu rosto. Visto algo leve e coloco-a novamente na cama._Quero te perguntar uma coisa, Emi._Olho pro seu rosto._Você promete pra tia Samy que vai responder?_Prometo, tia Samy.Ela tem algo de muito diferente no olhar. Não sei ao certo o que é._O que você é?_Essa pergunta até pareceu meio estranha, mas eu precisava perguntar._Eu sou a Emi, tia Samy._Ela sorri._Não me conhece mais?_Emilly, você ficou toda estranha no jardim. Ficou meio que meditando e depois apagou._Ela arregala seus olhos._Fica com febre e nada te acorda. E quando você entrou em contato com meu sangue, acordou. Eu sei
×Albert×Durante o almoço eu estava inquieto, sedento. Infelizmente acabei sugando demais da Samyra. Eu não poderia pedir desculpas no momento, então apenas a olhei com todo arrependimento que eu estava sentindo antes dela ir embora. Eu não sei o que está acontecendo comigo e nem com meu corpo. Depois que todos os doadores saíram, o almoço continuou._Soube pelo meu marido que os resistentes que existem aqui em Nesh são poucos._Saraya diz bebericando um suco qualquer._Será fácil de vencê-los com sua ajuda, Bruna. Já que os sobrinhos do meu marido não ajudaram muito...Dito isso, ela olha pra nós como se nos desafiasse. Seguro firme na mão de Alícia para que ela não se descontrole._Sei que o Albert e a Alícia estão sendo de grande importância aqui em Neshville._Bruna rompe o silêncio._E com a minha ajuda seremos mais fortes.O clima suavizou por um tempo e terminamos de almoçar
×Albert×Com todos já reunidos à mesa, deu-se início ao jantar. À pedido do tio Inácio, a mesa estava farta de diversas coisas em homenagem a nossa nova hóspede. Não que a mesa nunca estivesse assim, mas ele pediu mais capricho. Bruna não tirava os olhos de mim e isso de alguma forma me incomodava. De repente senti um calafrio e uma vontade incontrolável de tomar o sangue da Samyra. Minha perna balançava compulsivamente aguardando a hora dela entrar. Soraya puxava um papo chato com Bruna a todo instante._Você está bem?_Alícia toca na minha mão e sussurra._Acho que não, sei lá._Sussurro de volta._Falta muito para os doadores chegarem?Não dá tempo dela responder pois o doador de Inácio aparece sendo seguido por todos os outros. Vi Samyra com uma face cansada e ao mesmo tempo confusa. Do pouco que a conheço, algo está incomodando-a. Como de costume, todos se posicionam aos seus lugares.