Rebeca tentou enxugar as lágrimas rapidamente quando viu que eu estava me aproximando. É provável que ela queria um momento apenas para ela, mas Rebeca foi tão gentil comigo quando nos conhecemos. Se caso eu pudesse ajudar ela em alguma coisa, não iria me recusar.– Quer conversar? – Eu vou direto ao assunto. – Não precisa contar todos os detalhes, mas desabafar às vezes ajuda.Eu não vou ficar enrolando, tentando distrair ela. Rebeca dá um meio sorriso.– Apenas uns probleminhas familiares. Você deve me entender. – Ela falou.– Em questão de problema com família… é, eu entendo.Nunca foi um posto de confusão na minha família, mas saber o que o meu pai fez e o que ele poderia ter feito para salvar minha mãe. Superou tudo. O jeito que eu comecei até a minha família e cinco anos depois estou de volta.– Charles, também é aquele tipo de homem que só pensa em trabalho?Oh, esse problema. Será que o marido dela não está querendo aproveitar em família e está trabalhando mesmo estando aqui?
P.V. CHARLES GRANTEu preciso me desapegar completamente da versão da Aline do passado. Aquela mulher forte, mas que tinha uma imagem meiga e delicada. Aline voltou em uma versão completamente diferente. A sua força não só aumentou, mas agora toda sua aparência acompanha sua determinação. Ela deixou de lado completamente o cabelo longo, que dava aquela imagem de inocente a ela.Óbvio que eu amei a nova versão. Apenas preciso me desprender um pouco do passado e ver que o futuro é agora, conhecemos o temperamento do outro e estamos saindo lidar melhor um com o outro. Temos uma base. Joe é a prova disso. Temos que conhecer a versão de agora e criar uma nova história, sem esquecer do passado.Vamos ter muita dor de cabeça quando voltar para Nova York e voltar para nossa rotina. As dores de cabeça vão começar, quero que Aline e Joe aproveitem o máximo possível. Quero novas viagens e novos momentos com eles, mas infelizmente esse tempo na ilha será o máximo que poderemos ter por um tempo. V
P.V. ALINE CARTER– Papai, mamãe. – Ouvimos Joe nos chamar.Sorrir ouvindo a sua voz, mas sem um pingo de vontade de sair da cama. Que horas deve ser? Estou com fome. Mas meu sono é maior. Estou deitada com a cabeça no peito do Charles, abraçando ele pela cintura. Sabemos que Joe poderia acordar a qualquer momento, então quando terminamos fomos para o banheiro, tomamos um banho e colocamos nossas roupas. – Oi? Vem aqui. – Charles falou e esticou o braço, ajudando Joe a subir.Joe deitou do mesmo jeito que eu só que no lado direito. Sorrimos um para o outro.– Oi. – Ele falou.– Oi, meu amor. Dormiu bem?– Sim, mas estou com fome agora.– Somos dois.Apoiei meu queixo no peito do Charles olhando para ele e fiz bico. Joe fez a mesma coisa que eu.– Ah, agora são dois contra mim?– Sim e precisamos que você nos alimente. – Falei tentando fazer a cara mais fofa possível.Charles deu um jeito de se encantar para frente e roubar um beijo meu, Joe comemorou, acabei ficando sem graça.– O qu
P.V. ALINE CARTER Bárbara me olhou nervosa, mas a minha atenção não estava nela. Ainda mais por ela estar nua. Olhei ao redor, procurando alguma coisa que me fosse útil para me ajudar no que eu queria fazer. Vou até um canto da sala pegando a tesoura em cima da mesa nesse momento a Bárbara tenta passar por mim, mas segurei em seu cabelo sem fazer nenhum esforço puxando para baixo. Ela grita, caindo no chão.O seu roupão está aberto mostrando todo seu corpo. As intenções dela era se trancar na sala com Charles para seduzi-lo, um sexo louco dentro dessa sala. Parece que o tiro saiu pela culatra não é querida? Arrastei ela para o fundo da sala que não era tão grande mas teria um espaço maior dela até a porta.– Me solta sua louca! Me solta agora! – Bárbara gritava.– Ah, o que foi? Você quer ir tão cedo. – Segurei seu cabelo com mais força. – Agora que eu cheguei. Também quero participar da festa.– Aline, por favor. – Ela implorou. – Me solta!– Não estou entendendo todo esse seu medo.
As batidas na porta fazem a minha cabeça doer. Quem seria a essa hora da manhã, a pessoa não tem nada mais para fazer? A cortina estava aberta e dava para ver que ainda estava clareando. Tem que ser um motivo muito sério para estarem batendo a essa hora. Virei para o outro lado sentindo o Charles e abracei o braço dele, voltando a dormir. Infelizmente as batidas continuaram. Oh, pessoa insistente.– Quem será que é ? - Resmunguei.Não quero levantar. Será que é alguma emergência? Não é possível.– Bárbara com a polícia? – Charles falou e é outro que parecia não fazer questão nenhuma de levantar.Eu queria sorrir lembrando do que fiz ontem, mas estou com muito sono. Não dormi tão tarde assim ontem, mas o sono me pegou.– Se ela acordar o meu filho com essas batidas na porta vai ser pior para ela. – falei com raiva.Charles levantou da cama antes mesmo que eu terminasse de falar.– Enquanto essa história continuar aqui na ilha, vai dar para abafar. Se sair daqui indo direto para cadeia
– Papai, mamãe? – Joe nos chamou saindo do quarto dele.Charles fechou os olhos por alguns segundos, mas logo se virou para atender o nosso filho. Eu poderia dizer que acabei de ser salva pelo gongo. Charles acabou de dizer que me ama e me deixou completamente sem reação, eu não falei nada disso então e chegou Joe. Talvez me salvando… não, não tem do que ele me salvar. Eu só não estava esperando que Charles dissesse que me amava.– Já está acordado? – Charles ajudou de eu ir a subir na cama. – Deveria estar dormindo.– Eu escutei algumas vozes. – Ele passou a mão nos olhos e bocejou. – Posso dormir aqui com vocês?– Já posso considerar acordar o meu filho mais um motivo para acabar com a Barbara? Charles olhou para mim rapidamente.– Não! O que você teve que fazer já foi feito. Chega de confusão.Revirei os olhos. Eu só tinha falado isso apenas para provocar ele.– Vem, Joe. – Estendi as mãos para ele.Joe sorriu e veio me abraçar. Olhei para Charles e ele estava nos olhando, sorrind
Os dois últimos dias foram simplesmente perfeitos. Não tivemos mais dor de cabeça com ninguém, a família Roy foi embora no no mesmo dia que ficou batendo na porta de manhã cedo. Agradeci mentalmente por isso, sem chance de ter mais alguma confusão. Ao contrário dos primeiros dias, esses dois últimos foram em completa paz. Ontem peguei o último horário e fui ao salão fazer o meu cabelo hoje na hora do almoço estamos voltando para Nova York. Almoçamos durante o voo. Nessa última noite Joe teve mais dificuldade para dormir.Ele não queria ir embora.Coloquei ele deitado no quarto e deixei a porta encostada. Da poltrona onde eu estava dava para ver ele.– Você vai para seu apartamento ou lá para casa? – Charles perguntou enquanto digitava alguma coisa no celular. – Deixo claro que eu prefiro a segunda opção.Sorri e neguei com a cabeça mesmo que ele não estivesse me olhando.– Eu vou para o meu apartamento. Tenho que ver se a Shari está viva. Shari dificilmente me mandou mensagem enquant
Estou ficando agoniada com isso, ele sempre tinha alguma coisa para falar. Filipe me olhou e sentou no braço do outro sofá.– Eu imagino que você tenha entendido muitas pessoas ainda mais quando escolheu a área da pediatria. – Era estranho ver essa nova versão do Filipe. – Por que essa menina? Por que eles vão usar outra criança?Não consegui manter o olhar e desliguei vendo a imagem da Lua na minha cabeça. Ela era uma garota espetacular. Ela com certeza seria um motivo para sempre voltar à Inglaterra.– Seus pais procuraram um hospital tarde demais. Lua estava com sepse, é mais conhecida como infecção generalizada. Essa infecção estava muito avançada. – Lembrei de quando ela foi levada para o hospital reclamando de muita dor a ponto de chorar. – Conseguiu ficar com a gente durante alguns meses, mas nunca consegui ir embora para casa.– Você cuidava diretamente dela. – Não foi uma pergunta.Olhei para Filipe e concordei.– Eu era médica responsável da Lua e poucas pessoas poderiam ter