Álvaro Castelli Eu estava em pé em frente a grande janela do meu escritório no grupo Castelli. Enquanto observava a vista panorâmica da cidade eu refletia sobre a batalha de vontades entre mim e minha filha. Cada palavra que a Celine proferiu para mim nos últimos dias, era como uma punhalada. Minha filha realmente havia mudado e isso era inegável. Sempre desafiando a minha autoridade e os planos que eu havia elaborado meticulosamente. Cada vez que ela pronunciava o nome do tal médico, a minha frustração aumentava. Eu não podia suportar a ideia de que minha filha tinha a ousadia de se opor a mim, e apoiada por ele. A ameaça de Celine em exigir a herança de sua mãe foi a gota d’água. Quando ela me lançou essa ameaça, uma grande sensação de desagrado tomou conta de mim. A herança da minha falecida esposa, é mais do que um conjunto de bens. Faz parte de um símbolo de poder e domínio, algo que eu me esforcei para manter sob o meu controle absoluto. A ideia de que minha própria filha
Vincent Convidei Pablo para irmos beber. O bar estava animado com risadas ecoando por todos os cantos. Luzes baixas e uma jukebox tocando músicas variadas que criava um ambiente descontraído. Após todo o clima de tensão na mansão, nós precisávamos de uma comemoração. Nos sentamos em uma mesa no canto, com copos de cerveja gelada à nossa frente, brindando com sorrisos largos no rosto.– A vitória! Você realmente arrasou Vincent! Eu não consigo acreditar que você teve coragem de encarar meu pai assim. Aquilo foi muito tenso. Pablo levantou o copo para um brinde.– Eu sabia que precisava fazer algo drástico. Homens como o seu pai precisam de um tratamento de choque. Sorri com um brilho nos olhos.– Ele ficou furioso, perdeu as palavras. E você fez isso com tanta classe! Eu no seu lugar teria ficado nervoso, mas você foi ótimo.– Seu pai ficou em choque Pablo. A expressão no rosto dele foi impagável! Foi como se eu tivesse jogado um balde de água fria nele! Ele percebeu que a Celine nã
Renê Despertei lentamente no quarto do hotel, enquanto observava a Celine adormecida com seu semblante tranquilo. Nossos corpos estavam envolvidos nos lençois brancos e macios. Aproximei o copo da minha princesa do meu cheirando seu pescoço enquanto a abraçava. Ela despertou enquanto eu fazia carinho em seus cabelos. Trocamos olhares cúmplices repletos de lembranças da noite anterior. Celine deitou sobre o meu peito enquanto sua pequena mão delicada tocava o meu rosto. Enquanto ela olhava nos meus olhos abriu um sorriso suave.– Sabe, Renê, eu sempre admirei a cor dos seus olhos. Eles são tão intensos e cheios de vida. É como se eu pudesse ver um mundo inteiro ali.– Você realmente acha isso? Sorri olhando para ela. – Eu só vejo um reflexo do que sinto quando estou com você.– A primeira vez que te vi, seu olhar apesar de cansado foi o que mais me chamou a atenção. Mas o seu jeito de me olhar me intimidava. Parece que você conseguia ver até a minha alma.– É porque desde a primeir
Celine Eu estava na sacada do flat apreciando a visão da cidade, enquanto uma brisa suave acariciava meu rosto. O horizonte se estendia diante de mim, como uma tapeçaria vibrante de vida e movimento, mas minha mente estava distante mergulhada nas memórias do pedido de casamento do Renê. Eu fechei os olhos por um instante permitindo que a lembrança me envolvesse. A emoção daquele momento ainda pulsava em meu coração, uma mistura de alegria com o toque de ansiedade. Olhei para a minha mão observando o lindo anel que brilhava no meu dedo, junto ao primeiro anel que marcou o nosso namoro. Ele sempre terá um valor inestimável para mim. Lembrei da separação forçada que vivemos, e da dor que eu senti quando nos afastamos. Era como se um pedaço de minha alma tivesse sido arrancado. O pensamento de retornar para casa juntos, e de construir uma vida lado a lado, preenchia o meu coração com um calor reconfortante. Eu havia terminado de arrumar nossas malas horas atrás e aguardava com ansieda
Dora Desde a noite da discussão tenho tentado me manter afastada do Victor. Apesar de estar vivendo em sua casa, eu preciso desse distanciamento para que eu não saia ainda mais ferida nessa história. Seria cômico se não fosse trágico. Eu que sempre achei que o dinheiro seria a solução de todos os meus problemas me encontro nesse dilema. Meu acordo com o Victor foi financeiramente vantajoso para mim, mas eu não contava com o que o destino havia me reservado. Me apaixonar por ele foi o meu maior erro. Eu que sempre fui uma mulher prática e extremamente racional me encontro nessa situação. Estou na dúvida se faço minhas malas e vou de vez ou se continuo nessa casa pelo menos por um pouco mais de tempo. Depois da visita surpresa do advogado primo do Renê, as coisas ficaram bem tensas nessa casa. Tratei de passar despercebida em meio a essa confusão familiar e me recolhi para o meu quarto, aliás, o quarto de hóspedes. O Victor foi quem levou a pior, pois o Álvaro despejou sobre ele
Renê Eu estava imerso em uma mistura de emoções ao estar novamente ao lado de Celine, agora na nossa nova casa. O calor da presença dela me envolvia como um manto familiar, trazendo à tona sentimentos de amor e desejo. Ao buscá-la no closet, eu senti um impulso irresistível, uma necessidade de tocá-la e sentir sua pele contra a minha. A forma como ela sempre me olha, como seu corpo reage ao meu me deixa cada dia mais apaixonado. Deixei que ela analisasse todo o meu corpo, e de surpresa a puxei para os meus braços tomando seus lábios de forma intensa. Sentir o seu cheiro suave e o calor do seu corpo é quase um vício. Minhas mãos acariciaram suas curvas por baixo do vestido, enquanto eu apreciava a textura de sua pele. Interrompi o beijo e acariciei seu rosto delicado. A puxei pela mão enquanto caminhamos em direção ao banheiro do nosso quarto. A palavra nosso para mim tem um novo sentido, pois eu a tenho comigo. Fiz questão de tirar seu vestido enquanto beijava cada parte do se
Celine Eu respirei fundo sentindo um peso sair dos meus ombros, enquanto caminhava pelo jardim ensolarado. A brisa suave me trazia um sorriso de alívio. Passaram vários dias desde o nosso retorno. Por vezes eu sentia um certo receio quando me recordava do meu pai. A ameaça de Vincent em levar o caso a um tribunal surtiu efeito. Essa trégua, mesmo que temporária, foi um passo significativo. Eu sabia que ainda havia um longo caminho a percorrer, mas pela primeira vez em vários dias eu sentia que estava no controle do meu destino. Entrei no carro com Renê sentindo um misto de curiosidade e alegria, enquanto o carro percorria as ruas da cidade. Eu estava ansiosa para que ele me revelasse qual era a surpresa que havia preparado. O sol começava a se pôr, lançando uma luz dourada pela cidade. O carro finalmente parou em frente a uma bela e elegante casa de eventos. Renê com um sorriso no rosto, segurava minha mão com ternura enquanto adentramos o interior elegante do local, o que faz
Renê Celine estava sentada à mesa, tinha o rosto pálido e os olhos levemente fechados, tentando controlar o enjoo que a assolava. Ela apoiava a cabeça nas mãos enquanto eu a observava e preparava um chá com destreza. Eu a olhava de relance com uma mistura de preocupação e carinho no olhar, mas algo se fazia presente em minha mente. Como médico, meu instinto clínico começou a funcionar e suspeitei de imediato que a causa do enjoo seria uma gravidez. A examinei mantendo uma expressão neutra. A incerteza sobre uma possível gravidez pairava em meus pensamentos, mas eu optei em não dizer nada enquanto meu coração pulsava com a expectativa. Por dentro, no entanto, eu estava radiante com a possibilidade de Celine estar grávida. A ideia de me tornar pai, me enchia de alegria e expectativa. Eu imaginei o futuro com um bebê em meus braços. Senti um amor e uma responsabilidade ainda maiores por Celina e pela vida que construiremos juntos. Minhas mãos acariciavam sua cintura enquanto eu im