– Victor! Por favor, diga alguma coisa. Você sempre quis ser o CEO da holding. – Você disse certo primo, eu quis, agora não quero mais. As coisas mudaram, tenho novos projetos em mente.– Eu… não posso ser o CEO… não estou preparado para isso. Meu pai, percebendo a hesitação do meu irmão, inclinou-se para frente, sua expressão era cheia de encorajamento.– Você tem capacidade para assumir este cargo, Pablo. Nesses quase dois anos que você está trabalhando na empresa, tem provado sua capacidade para isso. Você não estará sozinho nessa. Poderá contar com o Victor, sua tia e a Maria Vitória que sempre foi uma assistente extremamente competente. Estarei aqui para te apoiar, dando conselhos sempre que você precisar. Eu acredito em você.Eu observava toda a cena e sentia um misto de orgulho e preocupação com o meu irmão. Sabia que a responsabilidade estava prestes a se tornar um peso, mas também via uma nova oportunidade, se formar diante do Pablo. Um silêncio pairou sobre a mesa. Maria Vi
Renê Na área da piscina na mansão Castelli, eu observava a Celine enquanto ela descansava em uma espreguiçadeira. Eu não conseguia desviar os olhos da beleza radiante da minha mulher. A gravidez havia realçado ainda mais a beleza do seu corpo. Ela usava um biquíni vermelho que contrastava de uma maneira deslumbrante com a sua pele morena. Seus cabelos cacheados estavam presos em um coque frouxo, deixando seu pescoço à mostra, algo que eu sempre adorei. Com um sorriso no rosto, me agachei próximo a ela dando beijinhos suaves e cheirando seu pescoço, aproveitando a proximidade e a intimidade do momento. Mas de repente fomos interrompidos pelo toque do meu celular. Era Vincent quem me ligava. Sua voz era cheia de energia. Ele me contou que estava com os meus pais, se reuniram e tomaram um chá. Aproveitei a oportunidade e mandei um abraço para eles. Apesar de ter conversado com meus pais no dia anterior, eu já sentia saudades das nossas conversas.– Eu tenho ótimas novidades sobre as i
O policial ao meu lado que me segurava pelo braço com insistência, como se eu pudesse fugir a qualquer momento começou a falar.– Aquele ali é o Marquinhos. Ele vive pela região e é inofensivo. Ele só busca alimento e abrigo. É comum vê-lo por aqui, e às vezes é ajudado pelos policiais. Disse o agente, tentando manter a situação sob controle.– Inofensivo? Ele me roubou e me agrediu! Eu gritei apontando acusadoramente para o tal Marquinhos. – Agora estou aqui por sua culpa! O mendigo, nem de longe se sentiu intimidado. Ele apenas sorriu amplamente como se estivesse saboreando o momento da minha derrota.– Se você tivesse o mínimo de educação, nada disso teria acontecido. Ele me respondeu com um tom provocativo. – Você me agrediu, eu só me defendi.Por um impulso joguei meu corpo na direção dele, tentando alcançá-lo. Isso não podia ficar assim.– Emily, por favor, controle-se. Marquinhos, você precisa sair agora. Precisamos levar Emily para prestar depoimento. Um dos policiais disse, t
– Me admira como ela conseguiu a vaga no hospital, que sempre foi tão seletivo com a escolha dos profissionais. – Provavelmente por influência do pai dela, Renê. Um médico de carreira que possui vários contatos.**** Empurrei a porta da sala de depoimentos, sentindo o ambiente frio e opressivo que me aguardava. Ao entrar, meus olhos fixaram imediatamente em Emily, que estava algemada e sentada atrás de uma mesa, uma sombra da mulher que eu conheci. Um policial permaneceu em pé no canto nos observando em silêncio, como se soubesse que a conversa ali seria tensa. Me aproximei lentamente. Emily estava com o cabelo desgrenhado e os olhos avermelhados. Uma mulher totalmente estranha para mim, que em nada se lembrava da antiga colega de trabalho. Uma mulher estranha, presa em um ciclo de comportamentos agressivos e autodestrutivos que a levaram até ali.– Renê… que bom te ver aqui… suas lágrimas caiam com um sinal de desespero. – Eu não queria, eu juro que não queria… eu me arrependo de
Dora Minha amiga olhou para mim com um sorriso genuíno enquanto organizava algumas peças de roupa na loja. – Sabe, eu percebi o quanto você está feliz desde que voltou com o Victor. É como se uma luz tivesse voltado a brilhar em você.– É verdade, Tati. Ele e eu nos amamos de verdade. Estou vivendo um dos melhores momentos da minha vida. Nunca pensei que poderia ser tão feliz assim.– E quanto ao Carlos? Você o viu desde aquela vez que ele tentou te forçar?– Não, graças a Deus. Desde aquele dia, não tive mais notícias dele. Estou realmente agradecida por isso.– Se ele aparecer na loja, pode deixar que eu mesma chamo a polícia. Não vou deixar que ele tente fazer nada com você. A loja estava tranquila e com pouco movimento. Tatiana se afastou para atender uma cliente que acabara de entrar. Eu aproveitei a oportunidade para mergulhar em meus pensamentos. Olhei pelas janelas, observando o movimento da rua, a sensação de leveza que sentia agora, longe das sombras do passado. Respi
Celine Eu estava deitada em nossa cama com a cabeça apoiada no ombro do Renê. Sentia o calor da sua pele e o ritmo da sua respiração. Ficamos longe por um dia e uma noite, mas para mim parecia uma eternidade. Ele acariciava delicadamente a minha barriga sentido a presença do nosso bebê que crescia ali.– O papai estava com saudades filho. Sua voz era suave enquanto conversava com a minha barriga. Eu sorria com afeto observando a cena.Eu me senti aliviada quando soube que a Emily havia sido transferida para uma penitenciária e o Vincent faria de tudo para acelerar o julgamento.– O que foi meu amor, você parece pensativo?– Conversei com o meu pai Celine, e ainda não decidi se voltarei para o hospital.– Você conseguiu seu trabalho de volta? Meu pai não me disse nada.– O diretor do hospital entrou em contato com o meu pai e fez uma retratação. Sei que ele fez tudo por pressão, mas devido aos anos que conhece o meu pai, optou por falar com ele antes de mim. Mas a questão agora é que
Álvaro Eu estava acomodado em meu jatinho, observando as nuvens espalhadas como algodão pelo céu. Seria longas horas de viagem até o meu destino final, a Itália. Enquanto isso, minha mente estava longe dali, mergulhada nas memórias da minha despedida. O olhar da minha filha era triste, mas esperançoso, enquanto me abraçava com força, como se quisesse guardar qualquer momento. A sensação de culpa apertava o meu coração, um peso que eu não conseguia deixar para trás. A conversa que tive com Renê no escritório ainda ecoava em meus pensamentos. Me recordei quando ouvi duas batidas leves na porta, meu genro entrou com um olhar decidido, e eu já sabia do motivo daquela visita. – Como você está Álvaro? Podemos conversar por um momento?– Sim, sente-se por favor, eu já o aguardava para termos essa conversa. Respondi acenando para a cadeira a minha frente.– Meu pai recebeu uma ligação do diretor do hospital com a proposta de que eu retorne ao meu posto de médico. Ele detalhou que você fa
Victor Alguns dias se passaram desde a viagem do meu tio. A rotina da casa havia mudado. Minha mãe se desdobrava entre suas obrigações com a empresa e em auxiliar a minha prima com os preparativos do casamento. Meu tio deu carta branca para as despesas. Uma cerimônia grandiosa estava sendo organizada. Saí do meu quarto mais cedo do que meu horário habitual. Antes de sair, olhei para trás mais uma vez observando a Dora adormecida na nossa cama. Ela estava nua, com seu corpo envolvido nos lençois. A lembrança da noite intensa que compartilhamos me fez sorrir. Dei um sorriso malicioso imaginando que ela devia estar completamente exausta. Eu estava cansado, mas minhas obrigações não me permitiam ficar e dormir mais um pouco. Caminhei com passos suaves pelo corredor da mansão, tentando não fazer barulho. Enquanto eu caminhava pelo longo corredor, avistei a minha prima que caminhava distraída em direção ao quarto do meu tio. Ela parecia distante, e com o semblante triste. Optei por não i