– Me admira como ela conseguiu a vaga no hospital, que sempre foi tão seletivo com a escolha dos profissionais. – Provavelmente por influência do pai dela, Renê. Um médico de carreira que possui vários contatos.**** Empurrei a porta da sala de depoimentos, sentindo o ambiente frio e opressivo que me aguardava. Ao entrar, meus olhos fixaram imediatamente em Emily, que estava algemada e sentada atrás de uma mesa, uma sombra da mulher que eu conheci. Um policial permaneceu em pé no canto nos observando em silêncio, como se soubesse que a conversa ali seria tensa. Me aproximei lentamente. Emily estava com o cabelo desgrenhado e os olhos avermelhados. Uma mulher totalmente estranha para mim, que em nada se lembrava da antiga colega de trabalho. Uma mulher estranha, presa em um ciclo de comportamentos agressivos e autodestrutivos que a levaram até ali.– Renê… que bom te ver aqui… suas lágrimas caiam com um sinal de desespero. – Eu não queria, eu juro que não queria… eu me arrependo de
Dora Minha amiga olhou para mim com um sorriso genuíno enquanto organizava algumas peças de roupa na loja. – Sabe, eu percebi o quanto você está feliz desde que voltou com o Victor. É como se uma luz tivesse voltado a brilhar em você.– É verdade, Tati. Ele e eu nos amamos de verdade. Estou vivendo um dos melhores momentos da minha vida. Nunca pensei que poderia ser tão feliz assim.– E quanto ao Carlos? Você o viu desde aquela vez que ele tentou te forçar?– Não, graças a Deus. Desde aquele dia, não tive mais notícias dele. Estou realmente agradecida por isso.– Se ele aparecer na loja, pode deixar que eu mesma chamo a polícia. Não vou deixar que ele tente fazer nada com você. A loja estava tranquila e com pouco movimento. Tatiana se afastou para atender uma cliente que acabara de entrar. Eu aproveitei a oportunidade para mergulhar em meus pensamentos. Olhei pelas janelas, observando o movimento da rua, a sensação de leveza que sentia agora, longe das sombras do passado. Respi
Celine Eu estava deitada em nossa cama com a cabeça apoiada no ombro do Renê. Sentia o calor da sua pele e o ritmo da sua respiração. Ficamos longe por um dia e uma noite, mas para mim parecia uma eternidade. Ele acariciava delicadamente a minha barriga sentido a presença do nosso bebê que crescia ali.– O papai estava com saudades filho. Sua voz era suave enquanto conversava com a minha barriga. Eu sorria com afeto observando a cena.Eu me senti aliviada quando soube que a Emily havia sido transferida para uma penitenciária e o Vincent faria de tudo para acelerar o julgamento.– O que foi meu amor, você parece pensativo?– Conversei com o meu pai Celine, e ainda não decidi se voltarei para o hospital.– Você conseguiu seu trabalho de volta? Meu pai não me disse nada.– O diretor do hospital entrou em contato com o meu pai e fez uma retratação. Sei que ele fez tudo por pressão, mas devido aos anos que conhece o meu pai, optou por falar com ele antes de mim. Mas a questão agora é que
Álvaro Eu estava acomodado em meu jatinho, observando as nuvens espalhadas como algodão pelo céu. Seria longas horas de viagem até o meu destino final, a Itália. Enquanto isso, minha mente estava longe dali, mergulhada nas memórias da minha despedida. O olhar da minha filha era triste, mas esperançoso, enquanto me abraçava com força, como se quisesse guardar qualquer momento. A sensação de culpa apertava o meu coração, um peso que eu não conseguia deixar para trás. A conversa que tive com Renê no escritório ainda ecoava em meus pensamentos. Me recordei quando ouvi duas batidas leves na porta, meu genro entrou com um olhar decidido, e eu já sabia do motivo daquela visita. – Como você está Álvaro? Podemos conversar por um momento?– Sim, sente-se por favor, eu já o aguardava para termos essa conversa. Respondi acenando para a cadeira a minha frente.– Meu pai recebeu uma ligação do diretor do hospital com a proposta de que eu retorne ao meu posto de médico. Ele detalhou que você fa
Victor Alguns dias se passaram desde a viagem do meu tio. A rotina da casa havia mudado. Minha mãe se desdobrava entre suas obrigações com a empresa e em auxiliar a minha prima com os preparativos do casamento. Meu tio deu carta branca para as despesas. Uma cerimônia grandiosa estava sendo organizada. Saí do meu quarto mais cedo do que meu horário habitual. Antes de sair, olhei para trás mais uma vez observando a Dora adormecida na nossa cama. Ela estava nua, com seu corpo envolvido nos lençois. A lembrança da noite intensa que compartilhamos me fez sorrir. Dei um sorriso malicioso imaginando que ela devia estar completamente exausta. Eu estava cansado, mas minhas obrigações não me permitiam ficar e dormir mais um pouco. Caminhei com passos suaves pelo corredor da mansão, tentando não fazer barulho. Enquanto eu caminhava pelo longo corredor, avistei a minha prima que caminhava distraída em direção ao quarto do meu tio. Ela parecia distante, e com o semblante triste. Optei por não i
Dora Eu estava radiante enquanto caminhava pelo hotel vinícola, a beleza ao meu redor era incrível. Nem em meus melhores sonhos eu me imaginei um dia, visitando um lugar lindo como esse. Cada detalhe rústico do lugar me encantava, desde as paredes de pedra expostas, até as madeiras envelhecidas. As grandes janelas de vidro do hotel, proporcionaram uma visão panorâmica das parreiras ao nosso redor. Após nos acomodarmos em nosso quarto, saímos em direção a uma degustação de vinhos. Havia uma variedade de vinhos tintos e brancos. Eu me deixava levar pela riqueza dos aromas e sabores. Victor me observava com um sorriso no rosto, me mostrando vários detalhes do local, não era a primeira vez que ele estava ali. Fomos apresentados a um enólogo, que Victor me explicou ser o profissional responsável em supervisionar todo o processo da produção dos vinhos. Enquanto ele nos apresentava o processo de produção e compartilhava a história do vinhedo, Victor traduzia todas as explicações, com seu
Celine Eu me sentia deslumbrante em meu vestido de noiva estilo princesa, que parecia ter saído de um conto de fadas. O vestido, todo confeccionado em renda fina, era uma verdadeira obra-prima, com bordados meticulosamente feitos à mão que se entrelaçavam em padrões florais elegantes. Os cristais Swarovski, delicadamente aplicados, brilhavam sob a luz suave do ateliê, adicionando um toque de glamour e sofisticação ao visual. A silhueta do vestido era clássica, com um corpete que acentuava com leveza a minha cintura. Apesar de estar na décima sexta semana de gestação, minha barriga não era muito volumosa, mas eu não me importaria nenhum pouco se ela aparecesse, pois era o fruto do meu amor com o Renê. As costureiras se moviam habilidosamente ao meu redor, fazendo os últimos ajustes no meu vestido. Era impressionante observar a saia volumosa que flutuava ao meu redor. A cauda, com impressionantes 3 metros de comprimento, arrastava-se graciosamente atrás de mim, fazendo com que ca
Celine Acordei antes do sol nascer. Com delicadeza me levantei da cama, tomando cuidado para não fazer barulho e acordar o Renê que dormia profundamente. O corredor estava silencioso enquanto eu caminhava em direção ao quarto do meu pai. Ao abrir a porta, senti uma onda de nostalgia. O ambiente era carregado de memórias. Fui para o closet observando as roupas e os acessórios do meu pai, como se ele estivesse a um passo de voltar. O cheiro do seu perfume pairava pelo ambiente. Suspirei profundamente e caminhei em direção a cama. Me deitei sobre ela envolta ao cheiro familiar que me confortava e me fazia sentir mais próxima a ele, mesmo com sua ausência. Tirei um breve cochilo e me levantei assustada. Ao adentrar o meu quarto, Renê ainda estava deitado em nossa cama, mas estava acordado. Com um sorriso de compreensão no rosto ele estendeu seus braços para mim. Me deitei novamente abraçada ao seu corpo. – Estava novamente no quarto do seu pai? Confirmei com um aceno de cabeça. –