Nos próximos dias as coisas não se tornaram mais fáceis para Malika. Na universidade as outras colegas tinham as caras feias na sua direção, parecia até maior que antes.Ela era apontada e de alguma forma vista com respeito. As coisas haviam mudado por causa da sua falta de condição no início, agora acontecia o mesmo, porém, por ter um marido rico. “Tudo pelo dinheiro de Ahmed.” pensava enquanto andava tranquilamente pelos corredores da universidade. “Algumas pessoas são tão superficiais.” suspirou, logo dando de cara com o diretor. — Senhora Al-Haroon! — ele cumprimentou com um aceno longo. — Senhor Nair, que a paz esteja com o senhor! — acenou de volta.O homem deu-lhe um sorriso convencido. Então foi direto ao assunto: — Se for possível, poderia falar com seu marido? — Bem, eu posso… Mas do que se trata? – perguntou desconfiada, fazia alguns dias que o ruivo não passava pela universidade, afinal, não poderia mais exercer duas funções depois de revelar ao mundo o tamanho de s
— Quê? Está louco? — disparou horrorizada. — Poderia ser meu. — diz sem abalo.Malika faz de tudo para se afastar, enquanto Zyan não se movia. — Não é seu. Como pode dizer algo assim? — ainda sentia os dedos dele ao redor do seu joelho.Não conseguia sequer imaginar-se com ele. “Como poderia ser mulher dele?” O pensamento a deixou enjoada. Até aquele momento, o homem não era alguém repugnante, mas não era sua escolha ficar com ele antes, e não seria agora. — Você pode viver comigo se divorciar dele. Eu a amarei, eu amarei seu filho como se fosse meu. “Como pode pensar assim?” — Não. Eu não farei isso! — franzia o cenho, mantendo na face a expressão assustada. “Por Allah, acabe logo com essa loucura!” — Você não tem nada a perder. Eu não tenho nada a perder. Posso muito bem sustentar você e sua irmã. — Malika não acreditava na insistência do assunto. — Eu amo Ahmed! — Mal fechou os lábios, já teve os dedos dele apertando a barra o pano que cobria seu rosto, puxando para ba
Agora temia ainda mais o envolvimento do marido em qualquer coisa que se relacionasse a Zyan. Assim que chegaram na mansão, o ruivo lhe perguntou, enquanto subia as escadas atrás dela. — Está preocupada com o bem-estar dele? Malika parou na metade dos degraus, com ele se aproximando até chegar a tocar o peitoral à suas costas, enquanto se reclinou na direção dela. — É isso? — Eu que o pergunto. É isso que pensa sobre mim? — olhou por cima do ombro, os braços dele seguravam os corrimões a impedindo de retornar, se assim preferisse.O rosto ficou perto do seu. A respiração dele soprando em sua pele, enquanto ele respondia em um sussurro rouco. — Diga-me como devo pensar, se assistir ele se aproximar demais de você. Se colocou a mão sobre você. — Eu não permiti. Muito menos coloquei a mão dele ali. — reclamou a jovem, seguindo novamente seu caminho.Ahmed soltou uma risada irônica. Ainda tinha na mente gravado os acontecimentos anteriores, assim como os antecessores enquanto segu
Novamente passou pela porta um Zyan enraivecido, com o rosto meio inchado. Desta vez, encontrou a esposa da mesma forma, o esperando com uma carranca. — Não consigo entender onde quer chegar com essas atitudes. — ela tinha os braços cruzados. — Inês, apenas me deixe em paz! — falou entre dentes. — Eu não posso, não quando casou-se comigo apenas para me expor ao ridículo. Fazendo isso desde as primeiras horas do nosso casamento. — relembrou a vergonha passada quando descobriu junto de todos sobre sua usurpação.O homem se aproximou dela com sangue nos olhos. — E você em? Por quê casou comigo? Oras, ambição. — jogou-lhe na cara. — Você não tem o poder que dizia ter. — não se rebaixou ou intimidou-se com a aproximação do marido. — Você é suja, Inês. — viu a jovem apertar os lábios e as mãos, machucando as palmas com suas unhas. — Você armou para sua irmã apenas para ter o que não poderia, para me amaldiçoar a viver contigo. — Amaldiçoar? Preferia viver com alguém que não te valo
A noite estava fria, a chuva batia na janela com a maior destreza possível, levando Malika a se aconchegar debaixo dos lençóis macios. Naquela noite, como muitas outras, seu marido estava ocupado na empresa, portanto, não fazia ideia de quando o teria de volta em casa.A relação entre eles havia mudado aos olhos da jovem, tudo por causa da declaração indireta do marido.Por isso, estava indo dormir com o coração quentinho, muito calmo. A promessa de dias melhores mostrava-se real desta vez. “Espero que nada mude. Que não venhamos a nos afastar novamente.” tinha esperança suficiente para se apegar à ideia.Fechando os olhos enquanto sentia o conforto do vestido curto e meio transparente que trajava, ela suspirou se aconchegando na cama.Minutos depois, sentiu um leve acariciar em sua pele, o que começou a despertá-la, por esse motivo se moveu um pouco, sem muita preocupação.Então o acariciar foi apontado como o lençol abandonando seu corpo. Aquilo despertou de vez a jovem, confusa se
Inês teve o sorriso um pouco abalado por um momento. — Oh! Olá! — o homem soltou sua voz grossa um tanto interessado.A jovem quase tremeu quando a ouviu. O homem depois da janela era claramente um turista. “Um estrangeiro.” ficou um pouco preocupada. — Olá! — hesitou um pouco. — O que alguém como você faz por aqui? — ele perguntou, a pegando de surpresa. — Alguém, alguém como eu? O homem soltou uma sonora risada. Parecia ter um pouco mais de vinte e oito anos. Cabelos loiros brilhantes penteados em um topete bem feito, pele clara, lábios rosados naturalmente, com certo volume, nariz meio arrebitado. Ele parecia ter os olhos claros, por baixo daquele óculos de sol. — Você claramente não é uma mulher da vida. — Inês ficou impressionada. — O que me delatou? — Mexeu nervosamente no cabelo. — Além da aliança? — fez a jovem olhar rapidamente para seu próprio dedo anelar.Inês suspirou imediatamente. “Droga! Minhas chances estão arruinadas pela sombra daquele cretino!” estava i
— Podemos falar disso em outro momento? — O homem foi cauteloso. — Mas como vou saber se é confiável? — Inês ficou receosa. — Confiando, como confiou em algum momento quando entrou nesse carro. — ligou o motor novamente, saindo do acostamento. No rosto da jovem estampava-se a desconfiança em relação ao estrangeiro, fazendo-o falar novamente, mesmo sem olhar na direção dela. — Já estamos juntos dentro desse carro há alguns minutos, tudo que pode fazer de agora em diante é confiar nesse estranho. Só não me julgue por não ser um cidadão desse país! — ele pediu com um sorriso tímido.Inês apertou os lábios, evitando falar bobagens. Algumas passaram por sua mente, mas se as pronunciasse, poderia muito bem o insultá-lo. — Então isso significa que , por hora, devo agradecê-lo. — ela tentou transmitir mais calma e segurança. — Isso não é o que espero, mas se for o que deseja… Não sou alguém que recusa algo. “Não seria prudente perguntar sobre isso.” pensou com um certo rubor ganhand
— Uma esposa? — Inês se vê um tanto confusa. — Isso! — o homem tira os óculos escuros da frente dos olhos, revelando hipnotizantes olhos verdes. “Ual! Lembram um pouco os olhos de Malika.” Quando acabou de pensar naquilo, se viu atônita, não sentia mais raiva alguma da irmã.A diferença entre elas poderia ter começado assim que Inês acreditou ser a excluída entre a relação mãe e filha. No entanto, quando a morte a separou, Malika quis se aproximar da irmã, ser seu porto seguro. Mas Inês estava tão machucada pela partida repentina da mãe que não conseguia superar o tempo que não teve ao seu lado. Descontou todas as suas frustrações de anos na outra, levando o próprio pai a acreditar que não deveria confiar na mais velha.Recordou as exatas palavras faladas para o pai:“Agora que nossa mãe não está mais aqui, Malika ficará insuportável. Ninguém mais irá domá-la.” Na época, o pai acreditou minutos depois, quando um estranho apareceu na casa deles à procura de Malika…Dentro daquele e