Daniela apertou a palma da mão dormente, virou-se furiosa e entrou no carro, saindo sem olhar para trás. Sophia, ainda no lugar, pisoteava o chão com raiva. — Vadia, vadia, vadia!De repente, o céu ficou nublado. Nuvens escuras se formaram e giravam, como se tinta preta tivesse sido derramada no mar de nuvens. Ia chover. Sophia tremeu da cabeça aos pés e entrou rapidamente no carro, dirigindo de volta para casa. Ela queria que seus pais vissem o quanto era competente! José voltou à Mansão Imperial à tarde. Ele trocou de roupa. Além do cheiro amadeirado do perfume masculino, nada mais havia nele.Carregava três caixas de tangerinas e disse: — Um parceiro de negócios me deu de presente. São aquelas tangerinas macias que você adora. Uma caixa é para você, outra para a vovó e a terceira para sua mãe. Vamos visitar sua mãe primeiro.Embora Larissa estivesse louca, Daniela não tinha coragem de mandá-la para um hospital psiquiátrico.Seguindo a sugestão de José na época, gastaram
Ele caminhava enquanto atendia: — O que aconteceu?Do outro lado da linha, não se ouvia a voz de Giovana, mas sim os sons de uma briga: os gritos de um homem e os gemidos desesperados de uma mulher, acompanhados pelo trovão que ressoava lá fora, criando uma atmosfera aterradora e sem esperança. Entre lágrimas, Giovana suplicava: — Por favor, não bata mais! Estou morrendo, uuh, Zé, socorro, uuh… ah...O homem tornava-se cada vez mais arrogante, xingando com raiva: — Vadia, você o ama tanto que se casou longe por causa dele, e agora está quase morta. Ele ainda está com a esposa dele? Ele nunca te levou a sério! Me fez te trair, eu vou te matar!José já estava na porta do quarto. Estava a apenas um passo do quarto. Se apenas abrisse a porta, veria sua avó caída no chão. Mas ele… Hesitou. Pensou que, com Daniela lá, sua avó não estaria em perigo. Mas se ele não fosse, alguém certamente morreria naquela noite. Ele e Daniela já haviam traído Giovana, e se ela morresse ali,
Roberto se levantou.Ele pegou um copo descartável e se serviu de água.Com o copo na mão, esse privilegiado, alguém que poderia causar grandes mudanças, estava sentindo, pela primeira vez, a impotência.Se despejasse água diretamente na boca de Daniela, provavelmente ela não mataria a sede, mas se engasgaria.Com os olhos escuros, Roberto se aproximou e puxou Daniela para fora da cama.Quem diria que ela estava tão mole, parecendo um polvo sem ossos.Ela balançava de um lado para o outro, quase batendo a testa na mesa de cabeceira.A cada instante, Roberto se sentia mais irritado. Ele deveria ter chamado Rubens para cuidar de Daniela.Soltou um suspiro.Roberto se sentou na beirada da cama, puxando Daniela para se encostar nele.A pessoa que estava fora de si não tinha medo da morte e se acomodou diretamente em seus braços.Encostada em seu peito, como se estivesse em seus braços, se sentia muito mais confortável do que apenas se apoiando em seu lado.Roberto olhou para Daniela com um
José achava que tinha problemas nos seus ouvidos. Com certeza, havia escutado errado. Após um momento de perplexidade, sorriu repentinamente e disse: — Dani, vamos para casa. Conversamos lá.Estendeu a mão em direção a Daniela, mas ela se virou, e seus dedos tocaram o vazio. José ficou parado, olhando para baixo, com uma expressão quebrada e aturdida: — Dani, você vai negar nossos seis anos de relacionamento por causa de uma bobagem dessas?Daniela, com um olhar cheio de sarcasmo e ódio começando a surgir, respondeu: — Você acha que isso é uma bobagem?Ele percebeu que havia falado demais e apressadamente balançou a cabeça: — Não era essa a minha intenção.Daniela sorriu e enxugou uma lágrima do canto do olho: — Eu não quero a sua propriedade, só quero metade da conta conjunta.José desviou o olhar, como se estivesse fugindo de algo que não conseguia encarar.Daniela percebeu a emoção dele e perguntou: — E o que tem a ver com os depósitos?José suspirou e adotou um tom suave:
Daniela não se importava com os sonhos que ele desenhava, no entanto, ela compreendeu a gravidade da situação.Se se divorciasse agora, não apenas não receberia um centavo, como também acabaria com uma enorme dívida. As pupilas de Daniela se contraíram, seus lábios se fecharam e os dentes se apertaram, enquanto a linha do queixo se tornava tensa e as bochechas ruborizavam de raiva. José, com um tom persuasivo, disse a Daniela: — Seis meses, apenas seis meses de oportunidade, e nosso patrimônio pode quintuplicar. Ao mesmo tempo, usarei esse tempo para redimir meus erros. Dani, promete que vai me ajudar?Daniela respirou fundo, o peito ardendo de angústia. Após um momento de reflexão, olhou para o perfil de José: — A receita da empresa não é suficiente para você se esbanjar? Por que usou o dinheiro da conta conjunta sem me consultar?José respondeu impotente: — Temia que você não concordasse. A razão pela qual a família Silva sempre me trata mal é que sou o neto que menos se destac
José contraiu levemente o canto da boca. Ele também percebeu que sua reação foi exagerada. Parece que… Parece que ele se entregou sem querer. Ele se culpava em silêncio por não conseguir se conter. José levantou a mão e esfregou as têmporas, dizendo suavemente: — Eu só estava preocupado que você me entendesse mal, sabe? Se quiser dormir no quarto de hóspedes, fique à vontade. Quando você estiver recuperada, podemos ficar juntos. Dani, nós temos muito tempo pela frente.Eles tinham uma vida inteira. Pelo menos mais cinquenta anos. Ele não estava com a menor pressa. Observando Daniela sair segurando o travesseiro, José sentiu um misto de preocupação e carinho. Quinze minutos depois, ele recebeu uma ligação de Giovana. — Zé, a culpa foi toda minha. A sua esposa já se acalmou? Acabava de lidar com Daniela. José estava um pouco ressentido com Giovana, mas ao ouvir sua voz quase chorosa e cheia de culpa, não conseguiu ser duro com ela. Suspirou. — Não foi culpa s
Apesar de não dizer nada, Daniela admirava o estado de espírito de Melissa. Aquela garota... Praticamente se animava sozinha. Na hora do almoço, Daniela saiu da empresa junto com Michel Pires, o gerente do departamento financeiro. Michel foi direto para o hospital. Daniela o seguiu discretamente e, com seus próprios olhos, viu Michel entrar na ala de obstetrícia. O semblante de Daniela mudou ligeiramente. Michel tinha por volta de quarenta anos, era casado e tinha duas filhas gêmeas. Ela nunca tinha ouvido falar de uma segunda gravidez da esposa dele. Então... Um pensamento surgiu na cabeça de Daniela. Ela se aproximou cautelosamente do quarto. A porta do quarto estava bem isolada acusticamente. Ela não conseguiu ouvir nada.Daniela decidiu ir diretamente até o balcão de enfermagem: — Olá, o parceiro de negócios do meu chefe acabou de ter um filho, e meu chefe me pediu para vir dar os parabéns. Mas eu não sei o nome da esposa dele, só sei que ele se chama Mich
— Você é incrível! Daniela, como teve coragem de contratar um detetive particular para me seguir? Como você se atreve!?Daniela soltou um suspiro involuntário. O envelope de documentos foi rasgado, e algumas fotos surgiram diante dela. Ela baixou os olhos e espiou rapidamente. Eram imagens de José e Giovana entrando e saindo do apartamento. Não havia nada comprometedores, mas Daniela não sabia se isso se devia ao fato de que os dois eram bons em disfarçar ou se o detetive Ivan não havia se esforçado o suficiente.— Daniela! Responda-me! Você precisa me dar uma explicaçãoJosé estava extremamente irritado, pressionando o ombro de Daniela com força, fazendo-a sentir dor e mudar a expressão. Os olhos da Daniela ficaram vermelhos.Ela empurrou José com força e gritou: — José, fui eu quem fez isso! Fui eu quem contratou o detetive para investigar vocês! E daí? O que eu fiz de errado? Você é meu marido! Você sai com outra mulher e não posso sentir ciúmes?José ficou momentaneamente ato