Naquele momento, o telefone interno tocou, ecoando pelo escritório.Bruno delicadamente colocou Michel no chão e foi atender a ligação. Ele caminhou com passos firmes, enquanto Michel observava com olhos curiosos.Pouco depois, Bruno voltou com um sorriso e disse a Michel: - Michel, sua mãe veio te buscar. - Mamãe chegou! - Exclamou Michel, com os olhos brilhando de alegria. Ele rapidamente enfiou o vestidinho de volta na sacola e começou a procurar suas calças molhadas. Depois de procurar por um momento, ele olhou para Bruno e perguntou. - Tio, onde estão minhas calças? - Aquela calça está na máquina de lavar porque estava molhada. - Respondeu João, que estava observando a cena com um leve sorriso.Michel ficou em silêncio por um momento, processando a informação. Determinado, pegou a grande sacola de roupas e tentou carregá-la sozinho para fora da sala. Seus pequenos braços mal conseguiam levantar a sacola, mas ele não desistia. Após alguns passos vacilantes, ele olhou para Bruno
Madalena se abaixou até a altura do filho, olhando nos olhos dele com um sorriso suave, e perguntou: - Michel, você foi bonzinho? Não incomodou seu tio, né? Michel, com as bochechas coradas de vergonha, respondeu: - Eu fui bonzinho... Mas, mamãe, eu molhei minhas calças.- Você molhou onde, querido? - Madalena perguntou, tentando esconder a preocupação em sua voz.- No colchão do tio. - Michel respondeu, ainda mais envergonhado, seus olhos fixos no chão.Madalena ficou sem palavras por um momento, processando a informação.- Mas o Sr. João me comprou muitas roupas novas, inclusive um vestido. Eu vou guardar o vestido para a priminha que minha tia vai ter. - Continuou Michel, sua voz misturando a inocência e a animação.Madalena ficou surpresa, mas não conseguiu evitar uma risada interna ao imaginar João comprando um vestido para um menino. “Que tipo de distração é necessária para comprar um vestido para um menino?”, pensou ela, ainda sorrindo.João, por sua vez, não mostrava nenhum
Aurora acordou com a sensação de fome. Sentindo-se grogue, estendeu a mão ao lado na cama, mas não encontrou Bruno. Olhou ao redor, notando que o travesseiro ao lado estava vazio e a cama estava fria. Bruno já tinha levantado há muito tempo. Aurora pensou que ainda era cedo, mas quando pegou o celular e viu a hora, arregalou os olhos. Já eram quase doze horas!Não era de se admirar que ela estivesse com fome. Dormir até essa hora não era comum para ela.- Bruno nem me acordou. - Murmurou ela para si mesma, sentindo uma mistura de surpresa e leve irritação. Rapidamente, ela pegou uma roupa do armário e correu para o banheiro, onde se vestiu e escovou às pressas os dentes. Sem se preocupar com maquiagem, desceu as escadas com o celular na mão, ainda tentando ajustar os sapatos.Enquanto descia, seu celular tocou. Era Bruno.- Bruno. - Atendeu ela, parando no meio da escada e reclaman do baixinho. - Você se levantou e nem me chamou. Dormi até agora e já são doze horas.Bruno riu do outro
Vasco se aproximou de Aurora e parou à sua frente, lhe entregando um pequeno saco transparente contendo várias mechas de cabelo. - Sra. Alves, esta é a tarefa que o Sr. Bruno me pediu para realizar esta manhã. Está concluída.Aurora pegou o saco, seus olhos examinando atentamente o conteúdo. - Este é... O cabelo do meu avô?Na noite anterior, ela e Bruno haviam decidido que usariam Ronaldo para obter algumas amostras de cabelo do velho Sr. Garcia para fazer um teste de DNA e confirmar a relação de parentesco. A ansiedade que sentia agora era palpável, como se o saco contivesse não apenas cabelos, mas a chave para um mistério familiar há muito enterrado.- Sim, é isso mesmo. - Confirmou Vasco, sua expressão séria.Aurora sorriu para ele, expressando sua gratidão. - Ronaldo cooperou?- Ele tem medo de você, Sra. Alves. Quando mencionei seu nome e ameacei ele um pouco, ele foi bem obediente e conseguiu as mechas do cabelo de seu avô.Quanto ao modo como Ronaldo conseguiu convencer o ve
Aurora ponderou sobre o assunto por um tempo antes de responder: - A sua família não tem tido filhas há gerações. Deve ser um problema com a configuração energética da casa. Pode ser que a energia da sua família favoreça a prosperidade dos descendentes masculinos.Bruno ficou pensativo por um momento antes de responder: - Pode ser. Houve uma filha na família há muitas gerações, mas ela não sobreviveu. Depois que aquela menina morreu, nunca mais tivemos outra filha. Lembro que minha tia fez de tudo antes de engravidar do Antônio, seguindo dietas ácidas na esperança de ter uma menina. Durante a gravidez, ela parecia diferente das duas anteriores, então todos achavam que dessa vez seria uma menina. Quando o bebê estava mais desenvolvido, um conhecido disse que era uma menina. Todos ficaram empolgados.Enquanto Bruno relembrava, seus olhos brilhavam com a intensidade da memória, acrescentando:- Naquela época, eu já tinha uns dezessete anos, então me lembro bem. Quando disseram que minha
A avó dele mencionou que o monge que ajudou a prever o futuro de Bruno e Aurora também poderia entender de cartomancia.Talvez ele entendesse um pouco, mas alguém que sabia apenas o básico provavelmente não seria capaz de resolver o problema da família Alves.Enquanto o casal conversava sobre ter uma filha, sem perceber, eles voltaram para a frente da Escola Secundária da Cidade G, onde o movimento de estudantes preenchia o ar com risadas e conversas animadas. Os jovens, em uniformes variados, formavam grupos coloridos, adicionando vida à paisagem urbana. Bruno acompanhou Aurora até a livraria. Ele tinha que voltar para o escritório, onde o ritmo frenético dos negócios o esperava, então não ficou muito tempo na livraria antes de sair. Aurora não pôde deixar de rir ao perceber que passaram todo o tempo conversando sobre ter uma filha. Ela entrou na livraria, onde o aroma convidativo de café flutuava pelo ar, misturado com o perfume sutil dos livros novos e antigos, completava a cena t
Paulo era conhecido por criar momentos românticos para Stella com frequência, então ela já se acostumava com suas surpresas encantadoras. Cada gesto era pensado com cuidado, desde jantares à luz de velas até escapadas de fim de semana para destinos pitorescos. Ele sempre sabia como acender uma faísca de alegria no coração de Stella, transformando momentos comuns em memórias inesquecíveis.Paulo era um homem com inteligência emocional e intelectual. Sabia quando escutar e quando oferecer conselhos. Bruno, por outro lado, era altamente inteligente, mas tinha uma inteligência emocional mais baixa. Muitas vezes, sua seriedade e dedicação ao trabalho o faziam parecer distante. Quando Paulo atuava como conselheiro amoroso de Bruno, não perdia a oportunidade de criticar a falta de sensibilidade emocional dele.O fato de Bruno conseguir fazer tanto por Aurora era realmente impressionante, e não era de se admirar que Aurora estivesse tão emocionada a ponto de dormir boa parte do dia seguinte.
Stella terminou de saborear os doces que Paulo tinha trazido e, com um sorriso satisfeito, pegou o celular para lhe enviar uma mensagem。 Stella: [Paulo, os doces que você trouxe estavam deliciosos, eu adorei, te amo!] Paulo respondeu rapidamente. Paulo: [Que bom que você gostou. Amanhã eu trago mais duas caixas para você.]Para Paulo, agradar Stella, uma verdadeira apaixonada por comida, era a coisa mais simples do mundo. Bastava saber o que ela gostava e oferecer isso a ela. Ele sentia prazer em vê-la feliz com as pequenas coisas, e isso o fazia se sentir mais próximo dela.- Letícia não veio hoje. - Comentou Stella de repente.Aurora, que estava por perto, respondeu prontamente: - A melhor amiga dela terminou um namoro e Letícia foi consolar ela.Na verdade, Letícia não estava consolando sua amiga de coração partido. Ela estava explorando a casa de seu novo vizinho, curiosa com o que poderia encontrar.Letícia tinha planejado sair naquela tarde ensolarada e, ao passar de carro pe