Viviane parecia ter perdido sua alma, andando sem rumo pelas ruas. Nos últimos tempos, seus pais disseram muitas coisas cruéis e, a cada vez, ela podia sentir uma dor que cortava até o osso. Mas desta vez, surpreendentemente, ela não sentia dor. Até estava um pouco entorpecida. Parecia que essa era a verdadeira face de seus pais. O carinho anterior era apenas porque ela era a futura Sra. Barros; era uma afeição e indulgência ancoradas apenas nesse título, não por causa de laços familiares de sangue.

Júlio, subitamente se voltando para Ricardo, que estava meditando no banco de trás, disse:

- Aquela não é a sua esposa?

Ricardo imediatamente abriu os olhos e olhou para fora da janela. Lá fora, a jovem desolada caminhava sozinha, parecendo ao mesmo tempo patética e desamparada.

- Pare o carro.

Júlio suprimiu um sorriso e parou o veículo.

- Senhorita Viviane!

Viviane levantou a cabeça como se estivesse em um transe e imediatamente viu Ricardo no banco de trás. Seu corpo gelado parecia tocar