Viviane ignorou o olhar de Gustavo e esboçou um sorriso sutil:- Sr. Gustavo, sua memória está falhando. Nos anos anteriores, meu avô sempre me reservava um lugar à mesa principal.A simples menção de "Sr. Gustavo" esticava silenciosamente o espaço entre eles. Gustavo pressionou as têmporas, descontente com o tratamento formal. Ele lembrava que Viviane costumava chamá-lo apenas de Gustavo.Débora pigarreou duas vezes, atraindo imediatamente o olhar de Gustavo para si.- Está se sentindo mal? Quer que eu te leve para casa?Débora sacudiu a cabeça com dificuldade, mas seus olhos brilhavam com um traço de mesquinharia. Ostensivamente, ela exibia o quanto Gustavo se importava com ela para Viviane.Viviane estava imune a essas trivialidades. Ela estava prestes a sair quando ouviu Débora dizer:- Hoje é o aniversário do nosso avô. Eu gostaria de ficar. Você não vai me expulsar, vai?Antes que Viviane pudesse responder, o avô interveio:- Eu não a convidei.Débora ficou pálida e olhou para Gu
Débora tremeu por inteiro, olhando para Gustavo em busca de ajuda, mas encontrou o olhar gélido do avô. Seu coração esfriou instantaneamente. - Então você realmente quer ficar com seu cunhado? O velho franzia a testa e o sorriso em seu rosto desaparecia visivelmente. A respiração de Débora tornou-se abruptamente ofegante e ela rapidamente tentou se justificar: - Não, vovô, eu não... - Se não, então não tem nada a temer em jurar. Débora mordeu o lábio com força e, sob o olhar insistente de todos, declarou pausadamente:- Sim, eu, Débora, juro que se eu me casar com meu cunhado no futuro, serei atropelada por um carro ao sair de casa. Terminando, ela levantou a cabeça, seus olhos repletos de rancor fixados em Viviane. Viviane sorriu levemente. Se Débora queria que ela morresse, então faria com que Débora nunca pudesse se casar com Gustavo em toda sua vida. Mesmo se casasse, seria assombrada pelo juramento, vivendo em constante inquietação.- Com este juramento te prendendo, ac
Ricardo engoliu em seco:- Como assim?Gustavo coçou a cabeça, cada vez mais achando o rosto familiar, mas não conseguindo se lembrar naquele momento. Ele simplesmente sentou ao lado e disse:- Deve ser coisa de outra pessoa.A rigidez nos ombros de Ricardo se dissolveu, e ele respondeu displicentemente.Gustavo tomou mais um gole de cerveja gelada, acalmando-se.- E então, tio, vai sair?Ricardo lançou um olhar para Viviane na tela e pressionou a testa:- Não, é mais interessante observar das sombras.Gustavo acenou com a cabeça em concordância:- Então eu vou sair primeiro.Só de pensar em jantar à mesma mesa que Viviane, suas têmporas começaram a pulsar violentamente....No salão de festas, Viviane estava conversando com o velho senhor. Vendo os dois tão íntimos, como se fossem mais próximos que parentes de sangue, os outros membros da família Barros logo fizeram elogios:- Srta. Viviane, você realmente sabe como alegrar nosso patriarca. Normalmente ele tem uma cara fechada perto d
"Desprezível! Ousar seduzir Gustavozito em frente a tantas pessoas, que falta de vergonha!" Débora pensou. Seus seios subiam e desciam em agitação, antes de finalmente se acalmarem ao pensar que Viviane logo estaria morta na mesa de operação.Na mesa principal, Viviane recuou o olhar e inclinou ligeiramente o corpo para trás:- Se o Sr. Gustavo não quer falar, tudo bem. Ela pensou em perguntar aos funcionários. Alguém certamente saberia onde estava seu tio.O desdém de Viviane incomodava profundamente Gustavo.Ela poderia agradar a todos, mas por que não a ele? Gustavo estava prestes a perder a paciência quando viu Iara se aproximar com uma taça de vinho tinto.Iara lançou um sorriso para Gustavo e logo focou seus olhos em Viviane.Tendo sido ofuscada por Viviane na porta, ela estava determinada a recuperar sua honra. Soube que o presente de Viviane era uma "caligrafia" de mais de um milhão.Um plano para humilhar Viviane lhe veio à mente imediatamente.Viviane se sentiu desconfortáv
- Então traga-o aqui para todos verem.Iara falou diretamente com o membro da equipe.O funcionário hesitou, olhando para o ancião.O velho fez um gesto com a mão:- Vá, eu também quero ver o presente que Viviane me enviou.Só então o funcionário foi pegar e, rapidamente, retornou segurando um pergaminho.Ao desenrolar, viu-se que era uma obra de caligrafia de Theo.Ele não tinha nenhuma notoriedade no campo. Se não fosse por Iara ter arrematado a obra de Theo em um impulso, ela nem mesmo saberia da existência dessa pessoa.Ao ver a obra agora, ela curvou os lábios em um sorriso irônico e tocou a superfície do papel com desdém:- Viviane, este é o presente que você está dando? Você acha que essas palavras são dignas da estatura do ancião? Que elas retribuem o amor que ele lhe deu?As outras pessoas também começaram a murmurar entre si.- Realmente um desperdício que o velho seja tão indulgente com ela, só para receber uma obra de caligrafia de um nobre desconhecido.- Não é à toa que S
O mordomo se aproximou silenciosamente de Viviane:- Senhor, esse vaso tão precioso, não seria melhor mandá-lo para casa imediatamente para guardá-lo devidamente?Ao ouvir, David concordou prontamente:- Faça isso agora mesmo. Mande alguém levá-lo para casa.O velho senhor não insistiu em fazer mais perguntas. Viviane finalmente pôde respirar aliviada, lançando um olhar grato ao mordomo.O mordomo lhe retribuiu com um aceno discreto de cabeça e se retirou para providenciar o que foi pedido.Os demais convidados, observando a situação, começaram a levantar suas taças para brindar com David.- Senhor, parabéns por receber um presente tão valioso. É realmente motivo de celebração.- A Srta. Viviane é mesmo muito dedicada.- Sim, sim, ela ainda nem se casou com a família e já é tão generosa e atenciosa com o velho senhor. Você é um homem de sorte....David estava tão feliz que não conseguia esconder o sorriso.Quanto a Iara, ela foi empurrada para o lado pelos convidados que vinham fazer
Ela apertou nervosamente a gola da camisa de Ricardo, seus olhos embaçados por uma névoa. Ricardo hesitou, reprimindo sua irritação. Ele se levantou, alisou sua roupa e saiu. Lá fora, não era claro o que ele tinha falado com Gustavo, mas em menos de meio minuto, os sons de passos recuando podiam ser ouvidos. Viviane entendeu imediatamente. Ricardo tinha conseguido tempo para ela sair. Ela rapidamente se vestiu, abriu cautelosamente a porta e, certificando-se de que o corredor estava vazio, caminhou apressadamente para o banheiro. Entrando na cabine, Viviane pegou um pequeno espelho para retocar a maquiagem. No reflexo, viu os olhos seus borrados e as bochechas coradas, como uma rosa imersa nas cores da primavera, florescendo sedutoramente. Seu rosto começou a esquentar e parecia que o aroma de Ricardo ainda pairava perto de suas orelhas. Respirando fundo, estava prestes a se levantar e verificar como Ricardo estava, quando a voz de Sofia soou de fora. - Débora, nós devemos isso
Com olhos avermelhados, ela encarava Débora com uma fúria palpável. Débora tremeu da cabeça aos pés, como se aquele olhar pudesse devorá-la viva.Era a primeira vez que ela sentia uma aura tão ameaçadora vinda de uma dama da alta sociedade.- Viviane, o que você está pensando em fazer?Com um sorriso frio, Viviane lentamente soltou os cabelos de Débora.- Ah, você não estava tão ansiosa para que eu me casasse com Gustavo? Pois bem, vou anunciar agora mesmo. E eu quero que você seja minha madrinha, te quero lá desde a escolha do anel até o casamento, testemunhando a felicidade da Sra. Barros. Uma felicidade que você nunca terá. Você já jurou na frente de todos, se casar com Gustavo, meu pai será o primeiro a discordar.O rosto pálido de Débora ficou ainda mais branco. Ela arranhava o piso liso com os dedos, tentando segurar o tornozelo de Viviane.- Viviane, sua bruxa!Viviane a ignorou e saiu marchando.Ao deixar o banheiro, atravessou rapidamente o corredor até um lugar mais isolado.