Ricardo engoliu em seco:- Como assim?Gustavo coçou a cabeça, cada vez mais achando o rosto familiar, mas não conseguindo se lembrar naquele momento. Ele simplesmente sentou ao lado e disse:- Deve ser coisa de outra pessoa.A rigidez nos ombros de Ricardo se dissolveu, e ele respondeu displicentemente.Gustavo tomou mais um gole de cerveja gelada, acalmando-se.- E então, tio, vai sair?Ricardo lançou um olhar para Viviane na tela e pressionou a testa:- Não, é mais interessante observar das sombras.Gustavo acenou com a cabeça em concordância:- Então eu vou sair primeiro.Só de pensar em jantar à mesma mesa que Viviane, suas têmporas começaram a pulsar violentamente....No salão de festas, Viviane estava conversando com o velho senhor. Vendo os dois tão íntimos, como se fossem mais próximos que parentes de sangue, os outros membros da família Barros logo fizeram elogios:- Srta. Viviane, você realmente sabe como alegrar nosso patriarca. Normalmente ele tem uma cara fechada perto d
"Desprezível! Ousar seduzir Gustavozito em frente a tantas pessoas, que falta de vergonha!" Débora pensou. Seus seios subiam e desciam em agitação, antes de finalmente se acalmarem ao pensar que Viviane logo estaria morta na mesa de operação.Na mesa principal, Viviane recuou o olhar e inclinou ligeiramente o corpo para trás:- Se o Sr. Gustavo não quer falar, tudo bem. Ela pensou em perguntar aos funcionários. Alguém certamente saberia onde estava seu tio.O desdém de Viviane incomodava profundamente Gustavo.Ela poderia agradar a todos, mas por que não a ele? Gustavo estava prestes a perder a paciência quando viu Iara se aproximar com uma taça de vinho tinto.Iara lançou um sorriso para Gustavo e logo focou seus olhos em Viviane.Tendo sido ofuscada por Viviane na porta, ela estava determinada a recuperar sua honra. Soube que o presente de Viviane era uma "caligrafia" de mais de um milhão.Um plano para humilhar Viviane lhe veio à mente imediatamente.Viviane se sentiu desconfortáv
- Então traga-o aqui para todos verem.Iara falou diretamente com o membro da equipe.O funcionário hesitou, olhando para o ancião.O velho fez um gesto com a mão:- Vá, eu também quero ver o presente que Viviane me enviou.Só então o funcionário foi pegar e, rapidamente, retornou segurando um pergaminho.Ao desenrolar, viu-se que era uma obra de caligrafia de Theo.Ele não tinha nenhuma notoriedade no campo. Se não fosse por Iara ter arrematado a obra de Theo em um impulso, ela nem mesmo saberia da existência dessa pessoa.Ao ver a obra agora, ela curvou os lábios em um sorriso irônico e tocou a superfície do papel com desdém:- Viviane, este é o presente que você está dando? Você acha que essas palavras são dignas da estatura do ancião? Que elas retribuem o amor que ele lhe deu?As outras pessoas também começaram a murmurar entre si.- Realmente um desperdício que o velho seja tão indulgente com ela, só para receber uma obra de caligrafia de um nobre desconhecido.- Não é à toa que S
O mordomo se aproximou silenciosamente de Viviane:- Senhor, esse vaso tão precioso, não seria melhor mandá-lo para casa imediatamente para guardá-lo devidamente?Ao ouvir, David concordou prontamente:- Faça isso agora mesmo. Mande alguém levá-lo para casa.O velho senhor não insistiu em fazer mais perguntas. Viviane finalmente pôde respirar aliviada, lançando um olhar grato ao mordomo.O mordomo lhe retribuiu com um aceno discreto de cabeça e se retirou para providenciar o que foi pedido.Os demais convidados, observando a situação, começaram a levantar suas taças para brindar com David.- Senhor, parabéns por receber um presente tão valioso. É realmente motivo de celebração.- A Srta. Viviane é mesmo muito dedicada.- Sim, sim, ela ainda nem se casou com a família e já é tão generosa e atenciosa com o velho senhor. Você é um homem de sorte....David estava tão feliz que não conseguia esconder o sorriso.Quanto a Iara, ela foi empurrada para o lado pelos convidados que vinham fazer
Ela apertou nervosamente a gola da camisa de Ricardo, seus olhos embaçados por uma névoa. Ricardo hesitou, reprimindo sua irritação. Ele se levantou, alisou sua roupa e saiu. Lá fora, não era claro o que ele tinha falado com Gustavo, mas em menos de meio minuto, os sons de passos recuando podiam ser ouvidos. Viviane entendeu imediatamente. Ricardo tinha conseguido tempo para ela sair. Ela rapidamente se vestiu, abriu cautelosamente a porta e, certificando-se de que o corredor estava vazio, caminhou apressadamente para o banheiro. Entrando na cabine, Viviane pegou um pequeno espelho para retocar a maquiagem. No reflexo, viu os olhos seus borrados e as bochechas coradas, como uma rosa imersa nas cores da primavera, florescendo sedutoramente. Seu rosto começou a esquentar e parecia que o aroma de Ricardo ainda pairava perto de suas orelhas. Respirando fundo, estava prestes a se levantar e verificar como Ricardo estava, quando a voz de Sofia soou de fora. - Débora, nós devemos isso
Com olhos avermelhados, ela encarava Débora com uma fúria palpável. Débora tremeu da cabeça aos pés, como se aquele olhar pudesse devorá-la viva.Era a primeira vez que ela sentia uma aura tão ameaçadora vinda de uma dama da alta sociedade.- Viviane, o que você está pensando em fazer?Com um sorriso frio, Viviane lentamente soltou os cabelos de Débora.- Ah, você não estava tão ansiosa para que eu me casasse com Gustavo? Pois bem, vou anunciar agora mesmo. E eu quero que você seja minha madrinha, te quero lá desde a escolha do anel até o casamento, testemunhando a felicidade da Sra. Barros. Uma felicidade que você nunca terá. Você já jurou na frente de todos, se casar com Gustavo, meu pai será o primeiro a discordar.O rosto pálido de Débora ficou ainda mais branco. Ela arranhava o piso liso com os dedos, tentando segurar o tornozelo de Viviane.- Viviane, sua bruxa!Viviane a ignorou e saiu marchando.Ao deixar o banheiro, atravessou rapidamente o corredor até um lugar mais isolado.
Viviane foi contagiada por ele, abriu a bolsa e, em um instante, um certificado de propriedade vermelho apareceu diante dela. Ela folheou a primeira página, e seu nome estava claramente escrito como a proprietária. Impaciente, ela continuou lendo.Distrito da Mansão Nove Riachos e Dezoito Ilhas, Bloco B, 103.O Distrito da Mansão Nove Riachos e Dezoito Ilhas era exatamente a área da Mansão onde os pais de Viviane viviam! E essa unidade B103 era a Mansão que eles tinham visitado naquele dia.- Você ficou louco?! - Viviane se levantou. - Você realmente comprou? Quanto gastou? De onde tirou tanto dinheiro?Ricardo meio que fechou os olhos, roçando as costas da mão de Viviane com as pontas dos dedos:- Você não gostou?Ele parecia bastante seguro de si. Viviane ficou sem fôlego, seu tom também amoleceu um pouco:- Mesmo que eu tenha gostado, você não pode gastar dinheiro à toa. Casar e viver juntos envolve gastos, não é?Ricardo sorriu:- Você está vivendo comigo?Essas palavras soaram ag
"Não posso!"Uma voz clamava em seu coração. Estava prestes a anunciar seu casamento com Gustavo e não podia aceitar um presente tão valioso.Entretanto...Ela abaixou a cabeça, observando essa sinceridade sem reservas, e levantou os olhos para o rosto profundamente marcante de Ricardo, sentindo-se emocionalmente instável. Os olhos novamente se encheram de lágrimas.- O que foi? - Ricardo ergueu o queixo de Viviane, com uma voz ao mesmo tempo afetuosa e um tanto resignada. - Por que você chora tanto? Você é realmente uma chorona.Dizendo isso, seus lábios tocaram suavemente o canto do olho de Viviane, como as asas de uma borboleta. Esse sentimento de ser valorizada fez florescer novos brotos no coração já antes murchado.- Eu não estou chorando. - Viviane empurrou Ricardo para longe, criando distância, tentando não se deixar encantar por ele. - Preciso voltar, se eu demorar muito, meu avô vai me procurar.Ricardo observou a jovem se afastar rapidamente, deixando para trás o certificado