Amadeu observava Ricardo, que quase parecia querer erguer as orelhas, e sentia uma vontade imensa de dizer: "Sr. Ricardo, se você realmente deseja ouvir o que a Sra. Barros tem a dizer, poderia simplesmente ir até a sala ao lado." No entanto, Amadeu não teve coragem de pronunciar essas palavras.— Nós... — Ao mencionar Ricardo, o sorriso de Viviane murchou visivelmente. — Você sabia que Ricardo era tio do Gustavo?Samuel desviou o olhar de Viviane.Viviane, surpresa, exclamou:— Você não pode estar falando sério! Você já sabia da identidade do Ricardo?Samuel respondeu em um tom baixo:— Viviane, não foi minha intenção ocultar isso de você.O peito de Viviane subiu e desceu rapidamente, mas logo ela esboçou um sorriso suave:— Entendi. Vocês já sabiam da identidade do Ricardo, não é?Samuel decidiu não continuar enganando Viviane:— Sim, nós já sabíamos. E, embora talvez cada um tenha suas próprias razões para não te contar, posso garantir que, entre nós, há uma razão que prevalece: c
— Eu ainda acho que há essa possibilidade. Pense bem, depois que os negócios do Grupo Ribeiro começaram a piorar, foi o Grupo Barros que os manteve de pé, e o motivo pelo qual o Grupo Barros quis ajudar o Grupo Ribeiro foi você. Não, para ser mais exato, foi por causa dessa suposta Viviane. Mas se o David soubesse que a suposta Viviane já estava morta, ele certamente não continuaria a apoiar o Grupo Ribeiro.Viviane estreitou os olhos:— Então, o Hugo, para poder continuar obtendo recursos do Grupo Barros, encontrou uma criança para substituir a Viviane original?! — Quanto mais falava, mais medo sentia. — Mas se eu não sou filha do Hugo, quem são meus pais?Samuel a olhou e disse:— Esse é um questionamento que você só poderá fazer aos seus pais.— Já que eles voltaram para o país, então vou perguntar a eles. — Disse Viviane.Samuel acenou com a cabeça e comentou:— Precisa de ajuda?— Não, obrigada. — Viviane sorriu. — Na verdade, já faz muito tempo que não volto para aquele lar.— Se
Não importava para qual quarto Viviane se mudasse, Ricardo poderia, a qualquer momento, estar ao lado dela novamente.— Está tudo bem, eu gosto do quarto atual. Já está tarde, vou voltar, não quero atrapalhar você, doutor. — Disse Viviane.— Tudo bem. — Respondeu o médico, observando a silhueta de Viviane se afastar.Após deixar o consultório, Viviane caminhou lentamente em direção ao seu quarto. Assim que chegou ao corredor, avistou Amadeu parado em frente à sua porta, aparentemente sem fazer nada.Viviane se aproximou, curiosa:— Amadeu, o que você está fazendo aqui?Amadeu, apressado, exclamou:— Sra. Barros, finalmente você voltou! Me ajude, por favor!Viviane ficou confusa:— O que aconteceu?Amadeu a empurrou em direção ao quarto de Ricardo, sussurrando:— Sra. Barros, não pergunte agora. Se você jantar com o Sr. Ricardo, poderá me salvar!Viviane achou aquilo muito estranho. "Como é que um jantar com Ricardo poderia salvar Amadeu?"— Amadeu, o que você está realmente tramando?
As palavras de Ricardo, inicialmente despretensiosas, foram tomadas por Viviane como uma alfinetada de ciúmes. — Ricardo, com quem eu janto não é da sua conta! Não se esqueça, se não fosse para resolver o problema com o Manuel, eu nem precisaria ver você.Em meio à discussão, a racionalidade se dissipou. Ambos desejavam ferir o outro com as palavras mais cortantes.— Então você realmente não quer me ver? — Ricardo pressionou a mão contra o peito, onde a dor ainda o incomodava.Viviane se virou, incapaz de suportar o olhar dele:— Exato, eu não quero te ver! Sempre que te vejo, me sinto como uma macaca sendo manipulada por você.— Muito bem, se você não quer me ver, então saia! Vá embora!— E se eu quiser sair? Você acha que eu estou morrendo de vontade de ficar aqui? — Viviane, cheia de raiva, saiu do quarto de Ricardo.Ao chegar à porta, ela ouviu um tosse violenta vinda de dentro do quarto. Seu passo hesitou, e ela considerou voltar, mas acabou decidindo seguir em frente.Amadeu não
Ricardo decidiu se levantar da cama e foi até a porta do quarto de Viviane. Ele encontrou a porta ainda firmemente fechada, como ela a havia batido na última vez. O silêncio no interior do quarto era profundo; não se ouvia um som.Ricardo imaginou que Viviane provavelmente já havia adormecido. — Desculpe... — Murmurou ele, em voz baixa, do lado de fora da porta. Somente nesse momento, ele conseguiu enfrentar seus próprios sentimentos.Dentro do quarto, no entanto, Viviane não estava dormindo. Ela se sentava na janela, olhando para a lua brilhante no céu. O pedido de desculpas de Ricardo foi tão suave que ela não conseguiu ouvi-lo. Todos os seus pensamentos estavam concentrados naquela lua, e ela não percebeu nada ao seu redor.Continuou a observar a lua em silêncio até que seus olhos começaram a arder. Lentamente, ela baixou a cabeça, mas uma lágrima escorreu de seu olho. Viviane enxugou o rosto com força, como se quisesse apagar qualquer vestígio de tristeza.— Ricardo! Você é um vil
A Flaviane diante de Viviane era extremamente cortês, não parecia carregar nenhuma hostilidade. Viviane respirou fundo, refletindo: "De fato, eu não descansei bem ontem, por isso pensei em algo tão absurdo. Já pedi ao departamento de pessoal para investigar a Flaviane; não deve haver problemas, caso contrário, o diretor do RH não a teria chamado para trabalhar."— Olá, sou Viviane. — Já sabia o nome da Srta. Viviane antes de chegar aqui. Que coincidência, nossos nomes são muito parecidos. — Sim, espero que você se sinta bem aqui. Se tiver qualquer dúvida, pode me procurar a qualquer momento. — Viviane entregou seu número pessoal a Flaviane. Agora, com um número de telefone particular, ficaria mais fácil para se comunicarem. Flaviane olhou para o número em suas mãos, um sorriso sutil se formando em seus lábios.— A Srta. Viviane tem mais alguma pergunta para mim? Se não, posso ir. — Pode ir, sim. Flaviane assentiu e, ao sair do escritório de Viviane e entrar no elevador, seu o
Viviane lançou um olhar para os documentos nas mãos de Flaviane. Então, Flaviane se lembrou da pergunta de Viviane e se apressou a explicar: — Não, hoje é apenas uma entrega de trabalho. Na verdade, não tenho muita coisa para fazer, mas como já estou no Grupo Ribeiro, achei que seria bom entender melhor a empresa. Então, pedi aos líderes de outros departamentos os relatórios dos últimos trimestres.— Ah, entendi. — Viviane desviou o olhar. — A empresa não incentiva horas extras; se você já terminou seu trabalho, pode ir para casa. Com o tempo, vai entender esses documentos.— Certo. — Flaviane respondeu, mantendo o olhar fixo em Viviane.Viviane se sentiu estranha sob o olhar dela. — O que foi? Tenho algo no rosto? — Não, é só que... Srta. Viviane, você é realmente uma pessoa fascinante. — Fascinante? — Sim! Desde que cheguei, todos que falam de você só fazem elogios. É a primeira vez que vejo uma presidente tão reconhecida por toda a empresa.Viviane sorriu. — Isso é só el
— É assim, tenho uma pilha de prontuários que ainda não foram inseridos no computador, você pode me ajudar? — Viviane olhou para a espessa pilha de documentos e, sem hesitar, respondeu: — Claro. — Então vou para o quarto ao lado. — Disse o médico a Viviane, pegando os prontuários e saindo da sala. Com a saída do médico, o ambiente ficou imediatamente silencioso. Viviane, resignada, encarou os papéis e começou a registrar os casos. No entanto, enquanto se concentrava na tarefa, a energia do computador cortou repentinamente. Viviane pressionou algumas teclas, mas nada aconteceu; logo percebeu que não era um problema do computador, mas uma queda de energia no hospital. Viviane ficou em silêncio. A falta de energia era uma grande questão, e o hospital deveria ter geradores; ela só precisava aguardar ali. Nesse instante, dois médicos que se escondiam na esquina do corredor trocavam olhares. — A Sra. Barros está tão calma, eu pensei que ela fosse gritar. — Comentou um médico, um po