— Embora as pessoas das famílias ricas em geral só se importem com seus próprios interesses, nem todas são assim. Além do mais, o casal Machado, eles são seus pais biológicos; é natural que eles amem a própria filha.Rosa sorriu levemente.— Talvez eu tenha a mania de imaginar sempre o pior cenário. Antes de voltar, pensava que o casal Machado sacrificaria nossa relação em nome dos interesses deles. Mas, pensando bem, se eles fossem esse tipo de pessoa, nunca teriam concordado em desistir de confrontar o Grupo Ribeiro no passado.— Exato. — Igor a envolveu suavemente em seus braços.Ele aproveitava cada segundo daquele momento, valorizando intensamente cada instante ao lado de Rosa.— Talvez seja porque os pais biológicos da Viviane deixaram uma impressão tão forte em mim que eu acabei projetando isso neles. — Confessou Rosa.Ao mencionar o casal Ribeiro, ainda havia um resquício de medo em seu olhar. "Felizmente, o Gustavo está morto e o Hugo e a esposa desapareceram. Caso contrário,
Viviane levou um susto; instintivamente, ela se virou e viu Ricardo parado na porta. Já tinha decidido que o melhor era evitar aquele encontro, mas, por mais que quisesse, seu corpo permaneceu imóvel.Ficaram os dois assim, imóveis, e nenhum deles tomou a iniciativa de falar. Depois de um momento, Viviane finalmente disse:— Eu não consegui dormir, então saí para dar uma volta.Ao ver o rosto de Ricardo, Viviane esqueceu completamente que estava irritada. Ricardo a olhava com ternura, escondendo cuidadosamente o desejo que se via em seu olhar. Temia assustá-la.— Eu também.Após a troca de palavras, um silêncio pairou novamente entre eles.— Bem, vou voltar agora. Descanse cedo. — Disse Viviane, e começou a caminhar em direção ao seu quarto.Ricardo a chamou:— Já que estamos ambos acordados, por que não damos uma volta juntos? Quem sabe, depois de uma caminhada, consigamos dormir bem.Viviane quis recusar, mas logo percebeu que não tinha resistência alguma ao rosto de Ricardo e, muito
— Se essa pergunta te deixa desconfortável, você não precisa respondê-la. — Ricardo disse, olhando para o horizonte. — Vivi, não importa se você escolha ficar comigo ou não, eu só desejo que você seja feliz.Viviane olhou para o perfil de Ricardo, contemplando ele com um misto de sentimentos. Ela acreditava na sinceridade dele. Ah, como seria maravilhoso se Ricardo não fizesse parte da família Barros...Ricardo se virou ligeiramente para encará-la:— Vivi, você mencionou que precisava falar comigo sobre algo. Qual é o assunto? Não precisa se sentir pressionada. Mesmo que não sejamos mais marido e mulher, ainda podemos ser amigos, e é natural que amigos se ajudem, não acha?Viviane o encarou, sentindo uma onda de emoções crescendo dentro de si. Ricardo era realmente uma pessoa excepcional. Às vezes, ele era tão bom que Viviane se sentia culpada. E, justamente por ser tão gentil e atencioso, ela hesitava ainda mais em pedir sua ajuda.— É algo que você não pode me contar? — Vendo o silên
Nesse instante, atrás de Amadeu, a voz de Ricardo soou:— Amadeu, volte!Ao ouvir Ricardo chamando ele, Amadeu se virou rapidamente. Assim que se virou, viu a expressão nada contente no rosto de Ricardo. Amadeu percebeu imediatamente o que se passava e voltou apressado para o lado dele. Viviane também notou o semblante de Ricardo.As palavras de aceitação rodaram em sua mente, mas, no fim, Viviane recusou:— Pelo jeito do Sr. Ricardo, não parece que ele precisa de companhia para o café da manhã. É melhor eu ir embora.Amadeu ficou em silêncio.Depois que Viviane saiu, Ricardo perguntou:— O que a Vivi disse agora?Amadeu respondeu, sem muita opção:— Eu já tinha combinado tudo com a Sra. Barros para que ela tomasse café da manhã com você."Estamos aqui desde cedo só para esperar a Sra. Barros e o Sr. Ricardo tomarem o café da manhã juntos, mas, por ciúmes do Sr. Ricardo por eu ter conversado com a Sra. Barros, tudo foi por água abaixo."Amadeu se sentia bastante frustrado. Ricardo, po
Viviane Ribeiro se casou.O noivo não era Gustavo Barros, seu namorado de oito anos de amor. Era um homem que ela conheceu por menos de cinco minutos, de quem tinha apenas informações básicas.- Ainda há tempo para se arrepender. - No saguão de espera do cartório, o homem olhou para Viviane com um ar cínico, lembrando-a.Com os dedos apertando a bainha quase desfiada de sua roupa, o rosto frio e indiferente de Gustavo preencheu sua mente...Três dias atrás, Gustavo, que normalmente evitava vê-la, a convidou para jantar. No momento em que recebeu o telefonema, ela ingenuamente pensou que oito anos de dedicação finalmente receberiam uma resposta.Ela se vestiu cuidadosamente para o encontro, porém, foi recebida não apenas por Gustavo, mas também por Débora Ribeiro, sua prima, que estava sentada em uma cadeira de rodas e segurava as mãos dele com um sorriso doce no rosto.- Doe seu rim para Débora e eu me casarei com você. - Gustavo soltou essa bomba antes que ela pudesse assimilar o rel
- Há algum problema?Ricardo levantou as pálpebras, observando-a.Viviane entreabriu os lábios vermelhos, indecisa sobre o que dizer. Preocupada que Ricardo pudesse interpretar errado, optou por falar:- Nada de errado, vamos.Mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar isso.A meio caminho, Viviane recebeu uma chamada de Gustavo.Ao ver o brilho intermitente na tela, sua expressão congelou, como se estivesse vendo a si mesma nos últimos oito anos.Sempre foi ela a tomar a iniciativa de ligar para Gustavo, perguntando como ele estava.Mas Gustavo nunca a ligou uma única vez.Mesmo quando ela esteve hospitalizada para uma cirurgia, não recebeu nenhuma palavra de preocupação.Agora, por causa de Débora, ele podia ligar repetidamente.Algumas pessoas simplesmente não eram nem comparáveis.- Você não vai atender? - Ricardo, que estava fechando os olhos no banco do passageiro, virou a cabeça para olhar pela janela.Viviane olhou para o perfil impecável do homem. Embora não pudesse ver sua
O coração de Viviane de repente se tornou muito tenso, como se alguém à deriva no oceano vasto finalmente tivesse encontrado um pedaço de madeira flutuante. Levantou o olhar e cruzou diretamente com os olhos de Ricardo. O olhar dele não era mais de descaso e escárnio; era intenso e cheio de sentimento. Por um momento, até mesmo Viviane quase foi enganada por ele.Desesperada, ela olhou para Hugo e Sofia Lopes. Ambos, chocados, se sentaram no sofá. Após um momento de silêncio, Hugo foi o primeiro a reagir. Levantou a cabeça e perguntou a Viviane:- Viviane, o que está acontecendo?Viviane estava prestes a falar, Ricardo a interrompeu e a colocou atrás dele. Este novo sentimento de ser protegida deixou sua mente em branco, enquanto a voz profunda e magnética de Ricardo ecoava em seus ouvidos.- Nós acabamos de registrar nosso casamento hoje, foi tudo muito às pressas, não tivemos tempo de avisar nossos pais.Controlando a raiva, Hugo tentou manter a compostura:- Viviane!Juntando corag
Ricardo, com um rosto sério, a empurrou para o assento do passageiro e fechou a porta. Viviane se encolheu de medo e lançou um olhar furtivo ao rosto carrancudo de Ricardo, sem entender. A pessoa que deveria estar com raiva era ela. Então, por que Ricardo parecia ainda mais irritado? No segundo seguinte, Ricardo ligou o carro abruptamente e o veículo disparou como uma flecha solta do arco. Viviane quase foi arremessada para fora; ela agarrou-se firmemente ao apoio de mão, sua voz distorcida pelo vento:- O que você está tentando fazer?Ricardo parecia não ter ouvido sua pergunta e pisou fundo no acelerador, seus olhos escuros como os de uma fera na noite, fixos à frente. Imediatamente, o Audi comum tornou-se como uma enxurrada de água que escapava, correndo desenfreadamente pelas ruas silenciosas. Viviane estava pálida e só conseguiu se segurar no apoio de mão, usando toda a sua força. Ela questionou em alto e bom som, mas era inútil; o estrondoso som do vento abriu sua enorme bo