Rosa apertou levemente os lábios.Ao perceber que Rosa não queria falar sobre Viviane, Osvaldo comentou:— Se você não quiser me contar sobre isso, não precisa. Bom, já está tarde, e nós deveríamos voltar para os quartos e descansar. Durma bem.Rosa observou as costas de Osvaldo e Beatriz enquanto se afastavam. Sem saber o motivo, ela sentiu um traço de desânimo na postura de Osvaldo.Não era que Rosa não quisesse contar ao Osvaldo sobre Viviane, mas ela realmente não sabia como dizer. Se revelasse o que sabia, causaria uma grande comoção em todo o país TZ.Afinal, o falecimento do futuro herdeiro da principal família era uma notícia extremamente chocante em qualquer lugar. Provavelmente, mesmo que Rosa dissesse a verdade, Osvaldo não acreditaria e pensaria que Viviane estava apenas inventando histórias.Já no quarto, Beatriz percebeu claramente o abatimento de Osvaldo e começou a massagear suavemente suas costas.— O que foi? Está triste porque nossa filha não quis responder à sua per
Na entrada, Rosa ouviu a conversa que vinha do quarto, e algo dentro dela parecia desmoronar.Ela já tinha decidido voltar para o seu quarto, mas, depois de hesitar por um momento, desceu as escadas.Desde pequena, a atenção dos pais adotivos sempre esteve voltada para Vicente, e raramente eles prestavam atenção em Rosa.Por isso, ainda criança, Rosa se esforçava ao máximo para sempre ficar em primeiro lugar, tirando notas perfeitas.Mas, mesmo assim, os pais adotivos continuavam a não notar Rosa.Havia até momentos em que, ao perceber que era a primeira da turma, Rosa notava que seus pais adotivos não ficavam felizes com isso.Naquela época, Rosa ainda não sabia que tudo isso acontecia porque ela não era filha biológica deles; pensava que era por causa da cultura da vila, onde as pessoas preferiam meninos e desprezavam meninas, e que, aos olhos dos pais adotivos, ser uma garota habilidosa não tinha valor algum.Rosa começou a se preocupar que talvez não pudesse continuar estudando no
— Eu não estou te perguntando isso! — Rosa olhava para Vicente com desconfiança. — Estou perguntando como você entrou aqui!A segurança da família Machado era extremamente rigorosa, e era impensável que Vicente pudesse ter entrado por conta própria.— Claro que foi alguém da família Machado que me trouxe para dentro. — Vicente se sentou em outro balanço, como se estivesse em sua própria casa, completamente à vontade. — Você vive bem, não é, irmã? Uma vida como a sua... Quantas vidas eu teria que lutar para poder desfrutar algo assim? Só quem sabe escolher onde renascer consegue isso!Rosa o encarou com frieza:— Se você não sair agora, vou chamar alguém para te expulsar!— Não faça isso! — Vicente continuava tranquilo, sem se deixar abalar pela ameaça de Rosa; ele chegou até a esboçar um sorriso para ela. — Sabe, irmã, desde que você foi embora, eu senti muito a sua falta. Queria apenas te ver mais uma vez.Rosa ficou nauseada com as palavras de Vicente e se preparava para pegar o celu
Ao ver Vicente se afastando rapidamente, Rosa não conteve um sorriso. Na calma da noite, o sorriso de Rosa brilhava como as estrelas no céu, chamando a atenção de Igor, que ficou completamente hipnotizado. Quando Rosa se virou, deu de cara com o olhar fixo de Igor, que a observava sem desviar os olhos. Ao notar isso, o rosto dela ficou vermelho, e, abaixando a cabeça, ela murmurou, envergonhada:— O que você está fazendo aqui?Somente então Igor pareceu voltar a si e respondeu:— Ouvi dizer que você foi visitar a Sra. Barros, então fui correndo para lá. Mas quando cheguei, você já tinha ido embora. Só que eu realmente...— Realmente o quê? — Rosa perguntou, seu rosto corando ainda mais.Igor abaixou a cabeça, e seu rosto também se tingiu de um vermelho intenso, sem nenhum traço da postura firme que ele havia mostrado ao enfrentar Vicente momentos antes.— Eu queria te ver...As orelhas de Rosa ficaram ainda mais ruborizadas, mas ela não conseguiu conter uma risadinha.— E depois? — E
— Embora as pessoas das famílias ricas em geral só se importem com seus próprios interesses, nem todas são assim. Além do mais, o casal Machado, eles são seus pais biológicos; é natural que eles amem a própria filha.Rosa sorriu levemente.— Talvez eu tenha a mania de imaginar sempre o pior cenário. Antes de voltar, pensava que o casal Machado sacrificaria nossa relação em nome dos interesses deles. Mas, pensando bem, se eles fossem esse tipo de pessoa, nunca teriam concordado em desistir de confrontar o Grupo Ribeiro no passado.— Exato. — Igor a envolveu suavemente em seus braços.Ele aproveitava cada segundo daquele momento, valorizando intensamente cada instante ao lado de Rosa.— Talvez seja porque os pais biológicos da Viviane deixaram uma impressão tão forte em mim que eu acabei projetando isso neles. — Confessou Rosa.Ao mencionar o casal Ribeiro, ainda havia um resquício de medo em seu olhar. "Felizmente, o Gustavo está morto e o Hugo e a esposa desapareceram. Caso contrário,
Viviane levou um susto; instintivamente, ela se virou e viu Ricardo parado na porta. Já tinha decidido que o melhor era evitar aquele encontro, mas, por mais que quisesse, seu corpo permaneceu imóvel.Ficaram os dois assim, imóveis, e nenhum deles tomou a iniciativa de falar. Depois de um momento, Viviane finalmente disse:— Eu não consegui dormir, então saí para dar uma volta.Ao ver o rosto de Ricardo, Viviane esqueceu completamente que estava irritada. Ricardo a olhava com ternura, escondendo cuidadosamente o desejo que se via em seu olhar. Temia assustá-la.— Eu também.Após a troca de palavras, um silêncio pairou novamente entre eles.— Bem, vou voltar agora. Descanse cedo. — Disse Viviane, e começou a caminhar em direção ao seu quarto.Ricardo a chamou:— Já que estamos ambos acordados, por que não damos uma volta juntos? Quem sabe, depois de uma caminhada, consigamos dormir bem.Viviane quis recusar, mas logo percebeu que não tinha resistência alguma ao rosto de Ricardo e, muito
— Se essa pergunta te deixa desconfortável, você não precisa respondê-la. — Ricardo disse, olhando para o horizonte. — Vivi, não importa se você escolha ficar comigo ou não, eu só desejo que você seja feliz.Viviane olhou para o perfil de Ricardo, contemplando ele com um misto de sentimentos. Ela acreditava na sinceridade dele. Ah, como seria maravilhoso se Ricardo não fizesse parte da família Barros...Ricardo se virou ligeiramente para encará-la:— Vivi, você mencionou que precisava falar comigo sobre algo. Qual é o assunto? Não precisa se sentir pressionada. Mesmo que não sejamos mais marido e mulher, ainda podemos ser amigos, e é natural que amigos se ajudem, não acha?Viviane o encarou, sentindo uma onda de emoções crescendo dentro de si. Ricardo era realmente uma pessoa excepcional. Às vezes, ele era tão bom que Viviane se sentia culpada. E, justamente por ser tão gentil e atencioso, ela hesitava ainda mais em pedir sua ajuda.— É algo que você não pode me contar? — Vendo o silên
Nesse instante, atrás de Amadeu, a voz de Ricardo soou:— Amadeu, volte!Ao ouvir Ricardo chamando ele, Amadeu se virou rapidamente. Assim que se virou, viu a expressão nada contente no rosto de Ricardo. Amadeu percebeu imediatamente o que se passava e voltou apressado para o lado dele. Viviane também notou o semblante de Ricardo.As palavras de aceitação rodaram em sua mente, mas, no fim, Viviane recusou:— Pelo jeito do Sr. Ricardo, não parece que ele precisa de companhia para o café da manhã. É melhor eu ir embora.Amadeu ficou em silêncio.Depois que Viviane saiu, Ricardo perguntou:— O que a Vivi disse agora?Amadeu respondeu, sem muita opção:— Eu já tinha combinado tudo com a Sra. Barros para que ela tomasse café da manhã com você."Estamos aqui desde cedo só para esperar a Sra. Barros e o Sr. Ricardo tomarem o café da manhã juntos, mas, por ciúmes do Sr. Ricardo por eu ter conversado com a Sra. Barros, tudo foi por água abaixo."Amadeu se sentia bastante frustrado. Ricardo, po