Melissa suspirou, e Giovani podia ouvir a emoção em sua voz.— Afonso, eu... eu não sei como te explicar tudo isso por telefone. Mas você precisa saber, você tem que saber a verdade. O que aconteceu naquele acidente não foi o que te contaram. Você não está sozinho, Afonso. Você nunca esteve. Eu estive esperando por você.Giovani se sentiu tonto. O nome Afonso estava começando a fazer mais sentido, e ele não sabia se estava pronto para ouvir o que Melissa tinha a dizer. Sua mente estava dividida entre o desejo de entender tudo, de finalmente descobrir quem ele realmente era, e o medo do que essa verdade poderia significar.— Eu... não posso falar mais agora, mas eu preciso te ver. Onde você está? — ele perguntou, a voz carregada de urgência.Do outro lado da linha, Melissa hesitou antes de responder, como se estivesse calculando as palavras cuidadosamente.—Afonso! Me diga onde você está? Não é seguro agora que você pode estar se lembrando do seu passado. Não diga a ninguém que nos fal
Luana estava tensa, mas sabia que precisava agir rapidamente. Seu olhar, oculto pelos óculos escuros e pela peruca loira, permanecia fixo no ponto que lhe interessava. Ela estava parada dentro do carro, estacionado em uma rua tranquila, observando cada movimento de Gerônimo com precisão. Ele estava na cafeteria, tomando o café como de costume, sem perceber que estava sendo vigiado. Para Luana, ele era mais do que um simples rival, ele era a chave para tudo o que estava prestes a desmoronar, e ela não podia deixar que ele tivesse qualquer vantagem.O tempo parecia se arrastar, mas Luana já sabia o que fazer. Ela pegou o telefone e discou rapidamente para seus homens, dando instruções claras e diretas.— Sigam-no. Não deixem que ele perceba. Peguem-no antes que ele chegue em casa, em uma rua isolada, sem levantar suspeitas. — Sua voz estava fria e calculada, como uma lâmina pronta para cortar.O carro que estava estacionado a uma distância segura logo se moveu, silencioso e ágil, enquan
Depois de dois dias dormindo sem parar Afonso acordou sem se lembrar de nada, Luana aproveitando a oportunidade para manipula-lo e faze-lo acreditar que era na verdade Giovani. novamente. Afonso foi manipulado caindo nas garras de Luana. Tudo parecia estar seguindo conforme o plano sórdido dela. Foi aí que o próximo passo foi traçado e Luana conseguiu convencer Giovani a viajar dizendo que seria melhor para sua saúdeLuana, com a vitória recente ainda fresca em sua mente, sabia que estava ganhando terreno. Afonso estava, mais uma vez, sob seu controle, com sua memória manipulada. Ela observava atentamente, com um sorriso satisfeito, como ele parecia completamente perdido, sem saber distinguir a realidade de suas próprias lembranças.Agora, com o momento ideal para dar um novo passo, ela traçou o próximo movimento em seu plano. Giovani, ainda confundido e sem respostas, não poderia perceber o quão fundo ela estava cavando para mantê-lo sob sua influência. Sabia que a viagem seria a peç
A notícia chegou de forma abrupta, como uma bomba no coração de Melissa. O mundo à sua volta parecia desmoronar quando ela soubera que Salvatore, o homem que ela considerava um amigo fiel e que tinha sido peça importante para descobrir a verdade sobre o acidente de Afonso, estava morto. O choque foi profundo, uma mistura de dor e incredulidade. Ela ficou paralisada por um momento, os olhos fixos na tela do celular, onde a mensagem de sua fonte confiável apareceu, sem nenhuma explicação detalhada, apenas a confirmação sombria da morte.Melissa não conseguia entender. Salvatore era um homem forte, com uma mente aguçada. Como ele poderia ter morrido? E, mais importante, por que agora? Ela sabia que havia algo por trás disso, algo que não estava sendo revelado.— Como ele morreu? — ela sussurrou para si mesma, o telefone quase caindo de suas mãos. Mas ninguém estava ali para responder. Nenhum detalhe, apenas um vago "falecido" nas palavras que apareciam diante de seus olhos.Ela saiu rapi
O sorriso que se formou em seus lábios era sutil, mas de uma malícia tão evidente que, se alguém olhasse diretamente para ela naquele momento, teria sentido a frieza de seu olhar. Ela sabia que estava jogando o jogo mais arriscado da sua vida, mas também sabia que, dessa vez, ninguém poderia pará-la. Ninguém tinha as peças que ela tinha. Ela tinha construído sua própria prisão para Afonso, e agora ele estava trancado, sem nem saber onde estava ou o que estava acontecendo."Cinco anos," pensava Cloé, lembrando-se de como a jornada dela começara, desde o momento em que Melissa tomou Afonso de seus braços, até a criação do acidente que forjou a morte dele. Ela se sentia vitoriosa, mas ao mesmo tempo, uma sombra de dúvida pairava em sua mente. Melissa sempre fora uma ameaça. A única coisa que poderia atrapalhar seus planos seria ela, se descobrisse a verdade.Ela olhou novamente para Afonso, observando seus traços e a expressão vazia em seu rosto. Ele estava em um estado emocional frágil,
Enquanto Cloé, Afonso e seu filho continuavam a viagem, afastando-se cada vez mais de tudo o que eles haviam conhecido, Melissa estava, literalmente, começando do zero. O peso da morte de Salvatore ainda era uma dor imensa, uma perda que ela não sabia como lidar. Mas, mais do que isso, o vazio deixado pela falta de respostas sobre o paradeiro de Afonso e o mistério envolvendo Cloé a consumiam a cada dia. Ela não sabia mais em quem confiar, nem por onde começar a busca que antes parecia tão clara.Mas algo dentro de Melissa se recusava a aceitar que havia perdido. Não, ela não poderia simplesmente se render. Mesmo sem pistas, ela sabia que a verdade estava em algum lugar, e ela estava disposta a cavar o quanto fosse necessário para encontrá-la.A morte de Salvatore não apenas a deixou com um buraco emocional, mas também a colocou em uma encruzilhada em sua vida. Ela havia perdido muito, mas ainda assim, havia algo dentro dela que insistia em lutar por Afonso. A lembrança dos momentos c
A memória de seu rosto, a expressão de tristeza e frustração quando ela negou seu pedido, ainda estava fresca em sua mente. O quanto ele deve ter se sentido rejeitado, abandonado, quando tudo o que ele queria era dar-lhe uma vida ao seu lado.Com o coração pesado, Melissa decidiu que era hora de enfrentar as consequências de suas escolhas. Ela precisava conversar com Mike. Precisava entender se ainda havia algo entre eles, ou se ele finalmente tinha seguido em frente. Ele havia prometido espera-la, mas Melissa não achou justo que ele se sacrificasse a tal ponto.Ela pegou o telefone e, com a mão trêmula, procurou pelo número de Mike. O contato estava ali, arquivado entre os nomes de sua vida anterior. Ela hesitou por um momento, mas sabia que esse passo era inevitável. Não poderia continuar vivendo no limbo, sem saber como ele estava ou o que ele pensava dela agora.Ao discar o número, seu coração disparou. Ela não sabia o que ele sentiria ao ouvir sua voz novamente, mas sabia que pre
Melissa forçou um sorriso tímido, o peso da vergonha ainda muito forte em seus ombros.— Oi, Mike. Eu... eu não sabia o que esperar, mas queria que soubesse que eu pensei muito sobre o que conversamos. Eu... não quero que fique com a sensação de que te ignorei ou que te deixei para trás sem um motivo. Foi tudo tão complicado... — ela parou, percebendo que estava se perdendo em suas palavras. Ela precisava ser mais direta, mais honesta.Mike a observou em silêncio por um momento, como se estivesse avaliando suas palavras. Ele não parecia irritado, nem tão distante quanto ela imaginava, mas o olhar dele ainda tinha uma sombra de tristeza.— Eu sei que foi complicado, Melissa — ele respondeu, o tom ainda ponderado. — Eu sei que você passou por muita coisa, e sempre entendi que a perda de Afonso foi devastadora para você. Mas o que me magoou não foi só a recusa. Foi o fato de que você não me deixou ser uma parte disso. Como se, de alguma forma, eu não fosse importante o suficiente para es