O calor do sol da tarde parecia mais forte à medida que o silêncio tomava conta da pequena casa. Melissa segurava firme seu celular, o coração batendo forte, e, com a mão trêmula, ela mostrou as fotos de Giovani e Luana para o homem idoso. O dispositivo exibia claramente a imagem dos dois — o homem que ela suspeitava ser Afonso e a mulher que se parecia tanto com Cloé.
O homem franziu a testa ao olhar para a tela, seus olhos se fixando em cada detalhe das imagens como se tentasse encaixar os pedaços daquela história confusa. O silêncio pesado parecia sufocá-lo, mas ele, finalmente, apontou para a tela e olhou diretamente para Melissa.
— "Sim... esses são eles." — Sua voz estava rouca, quase inaudível, mas firme o suficiente para Melissa entender. — "Esses dois... são os mesmos que eu cuidei."
Melissa não conseguiu esconder a surpresa. Seu
O ar pesado da tarde parecia ainda mais denso quando Melissa, Valentina e Tomasi saíram da casa do velho. A revelação sobre Giovani e Luana havia sacudido as fundações do que elas achavam que sabiam, mas ainda havia uma sensação desconfortável, como se algo estivesse prestes a acontecer. O homem, com seus avisos misteriosos, havia deixado uma impressão inquietante, e o peso de suas palavras, de que algo mais sombrio estava em jogo, estava pairando sobre elas. Mas, antes que pudessem se acomodar no carro e seguir para o próximo passo de sua investigação, algo mudou.A voz de um dos seguranças, ainda em alerta, cortou o ar:— "Tem alguém ali!" — gritou ele, apontando com uma expressão de urgência.Melissa e Valentina imediatamente se viraram, os olhos se fixando no que o segurança estava apontando. A rua tranquila, antes vazia, agora pa
A respiração do homem estava pesada, seus passos apressados ecoavam nas ruas desertas da cidade enquanto ele corria, tentando perder a distância dos perseguidores. A adrenalina pulsava nas suas veias, e o suor escorria por seu rosto, misturando-se com a poeira que ele levantava ao correr pelas vielas. Sabia que não havia muito tempo; o inimigo estava mais perto do que ele gostaria de admitir.Eles quase o pegaram. Quase. Mas, com uma dose de sorte e uma boa dose de habilidade, ele conseguiu escapar. Quando a perseguição diminuiu, ele sentiu a tensão nos ombros aliviar um pouco, mas logo foi substituída pela ansiedade. O que aconteceria agora? Precisava reportar, precisava dar notícias ao chefe.Com a respiração ainda ofegante, ele tirou o celular do bolso e discou o número. Não havia espaço para erros agora. Cada segundo que passava aumentava o peso de sua falha. Ele sabia
Gerônimo ficou em sinal de alerta até que de repente ele sentiu um braço envolver seu pescoço a arma caiu para o lado enquanto o braço o apertava fortemente o fazendo ficar sem ar. quando ele estava quase perdendo a consciência ele conseguiu alcançar a arma e atirar contra o suspeito. Apesar da idade avançada ele foi militar por muitos anos. Se tinha uma coisa que ele sabia bem era sobreviver.Gerônimo lutou para recuperar o fôlego enquanto o corpo do agressor caía inerte ao seu lado, a arma ainda em sua mão trêmula. Ele sentia os músculos do pescoço e os pulmões queimando, os efeitos do estrangulamento começando a passar, mas a adrenalina ainda pulsava forte em suas veias. Ele não podia parar agora. Não poderia baixar a guarda, nem por um instante. A sensação de que outros poderiam estar à espreita era esmagadora."Ele não estava sozinho." O pensamento se formou com clareza em sua mente. Gerônimo sabia, pela experiência, que um ataque como aquele não era um incidente isolado. Se um h
Gerônimo avançava pelas ruas desertas com os sentidos alerta, os olhos fixos no horizonte, sempre à procura de qualquer sinal de movimento. Sua mente, turbinada pela experiência, se esforçava para calcular os próximos passos. O que ele tinha vivido nos últimos minutos era uma batalha por sua vida, mas a luta estava longe de terminar. A sensação de que estava sendo observado o acompanhava como uma sombra incansável.Ele caminhou rapidamente, atento ao som dos próprios passos, mas no fundo sabia que não poderia fazer tudo sozinho. A sua situação havia se tornado crítica e a ideia de enfrentar a ameaça sem ajuda parecia suicídio. Lembrou-se de algo que, na pressão do momento, havia quase esquecido: o número de Tomasi. O nome do velho aliado surgiu em sua mente, e com ele, a promessa de ajuda.“Tomasi... ele disse que me ajudaria se necessário.”Com o peito apertado pela tensão e pela adrenalina, Gerônimo retirou o celular do bolso e, com as mãos trêmulas, digitou o número que Tomasi lhe
— “Afonso?... eles acham que você sabe demais, não é?” Tomasi disse com uma calma tensa. “Essas pessoas... elas querem silenciar você. Mas o que você sabe que pode nos colocar em perigo?”Gerônimo olhou para frente, os olhos fixos na estrada, mas sua mente estava longe, voltando àquele dia. Aquele dia que agora, à luz das revelações, parecia ser o marco do começo de tudo. A morte de Afonso não havia sido um acidente. Ele sabia disso com certeza. O que começou como um simples resgate se transformou em um pesadelo que ele ainda não conseguia desvendar completamente.— “Afonso... ele estava tentando me alertar. Eles não querem que ninguém saiba o que aconteceu naquele dia. A suposta morte dele não foi um acidente. Vi tudo. Ele estava bastante machucado e não parecia ser um acidente de avião.” Gerônimo falou, a voz tensa e cheia de pesar, como se as palavras saíssem mais pesadas do que ele esperava.Tomasi olhou para ele rapidamente, os olhos estreitos em concentração. Ele sabia que aquil
Tomasi sentia que algo muito maior estava por trás dessa história, algo que se estendia muito além da suposta morte de Afonso e dos mistérios envolvendo Giovani e Luana. Aquela mulher que ele havia ajudado. Ele tinha visto, os dois perdidos na escuridão daquela noite. A mulher assustada, desesperada parecia pedir por socorro para que não deixasse seu marido morrer. Gerônimo não hesitou. O levou para casa e cuidou dele por quase dois dias até que em uma manhã quando ele acordou, os dois não estavam mais lá. A mulher tinha deixado uma carta agradecendo e pedindo para que Gerônimo esquecesse tudo o que viu e que não contasse a ninguém sobre ela e seu marido. Agora a história parecia fazer sentido. Aquela mulher escondia a verdadeira identidade de Afonso, fazendo ser Giovani, mas e a mulher que se dizia se chamar Luana, quem poderia ser? Talvez seria verdade que ela fosse a Cloé? Tomasi se dava conta de que aquilo fazia muito mais sentido do que ele imaginava.— “Tomasi...” Gerônimo murmu
— “Senhora não sabia de nada, Tomasi. Eu a vi. Ela está tão envolvida nessa mentira quanto nós. Ela confiava em Afonso, e acreditava que ele estava morto. Mas… agora tudo faz sentido. Eles esconderam essa verdade por anos. Talvez Melissa fosse apenas uma peça na jogada deles. Mas, se isso for verdade, o que eles querem agora? Por que esconder isso de todos nós?” Gerônimo perguntou, seus olhos estreitando com a preocupação.Tomasi sentia a pressão apertando. Era difícil lidar com tantas informações, com tantas perguntas sem resposta. E a mais difícil de todas era a de quem estava por trás disso tudo, quem havia manipulado todas as peças do tabuleiro e por quê.— “E quem está tentando te silenciar, Gerônimo? O que você fez para ser o alvo dessa perseguição? Não pode ser coincidência. Eles querem apagar qualquer vestígio da verdade, antes que ela venha à tona." Tomasi falou, com a voz mais grave agora. Ele olhou para Gerônimo, tentando medir a gravidade da situação. "Se eles estão tentan
Ela parou diante do espelho, observando seu próprio reflexo. A mulher que ela via ali era diferente da que havia enterrado seu marido, diferente da jovem que um dia acreditou no amor, na lealdade. A viúva... senhora Bianchini, a mulher que se encontrava agora, estava marcada pelo sofrimento do passado que insistia em permanecer rodeando sua vida.Será que ele está realmente vivo? A pergunta ecoava na mente de Melissa, assim como o fantasma do próprio Afonso. Se ele estivesse vivo, isso significaria que ela tinha sido enganada por todos esses anos. E pior: poderia ser que ela tivesse sido cúmplice, sem saber. Ela fechou os olhos, tentando ignorar o peso da dúvida. Mas o que ela não conseguia ignorar era o fato de que o homem que cruzou seu caminho no hospital dizendo se chamar Giovani, não parecia se lembrar quem ela era. Se Giovani fosse mesmo Afonso... porque ele não se lembraria dela? Ou melhor... porque ele foi tão indiferente comigo, parecendo não me conhecer? Vivemos juntos por o