Depois de quase um dia todo, num calor infernal, o contêiner foi completamente esvaziado, e eles perceberam que faltava uma quantidade de quase um pallet da droga. Isso representava muito dinheiro envolvido e mais uma dor de cabeça para ele resolver.Matias liga diretamente para o seu distribuidor e diz que já enviou todos os cálculos por e-mail, devidamente documentados e fotografados. O distribuidor pede alguns minutos para analisar a situação.Depois de alguns minutos, conhecendo a fama de Matias, ele retorna a ligação e informa que o pallet de Matias acabou indo por engano para um dos concorrentes deles. Matias ficou extremamente irritado, pois todos sabem que, no seu meio, não se admite erro. E, caso aconteça, quem erra paga com a própria vida.Matias exige uma compensação e que uma nova carga seja enviada. Ele informa que está sendo muito benevolente desta vez, mas que não admitirá uma próxima. Seu fornecedor, temeroso de que Matias exija outro tipo de compensação — no caso, sua
No começo, sei que a situação fica um pouco tensa, mas com o tempo vocês vão se acostumar um com o outro. Tenho certeza disso, porque foi a mesma coisa comigo e minha esposa. Você não imagina o quanto ela resistiu à Susan. Até está me surpreendendo, porque ela relutou um pouco no começo, mas agora está em silêncio. — Seu sogro faz questão de lembrá-lo.— Tá certo, realmente não vou mentir para o senhor. Achei essa história um pouco absurda, mas se isso lhe fará feliz e se o senhor está dizendo que sua filha, uma hora ou outra, vai aceitar, irei acreditar em sua palavra, que para mim vale mais do que tudo. — Matias responde de forma automática e nada feliz com aquilo.Os dois conversam mais um pouco e, depois de acertados todos os detalhes que Dom Rafael estava preocupado, decidem finalizar a ligação.Ele olha para o celular e fica impaciente, xingando. Se joga no sofá e encara o teto por alguns segundos. Se pergunta por que sua vida tem que ser tão difícil! Nada para ele foi fácil des
Matias entra em uma loja de altíssimo nível e logo percebe que um senhor o está esperando. Ele observa curioso e ao mesmo tempo receoso. O homem à sua frente parece ter um metro e meio de altura, é franzino, com cabelos grisalhos e um óculos na ponta do nariz. Ele tem uma fita de medir em volta do pescoço e examina Matias de cima a baixo rapidamente, então o chama para um de seus provadores.— Olá, meu querido! Tudo bem? É você que é o noivo? Posso dizer que a noiva teve um ótimo gosto, e o senhor também, é claro. — O senhor lhe pergunta, de forma paciente.Ele olha para Cassandra, que logo responde por ele. Ao ver que Matias não se pronuncia, ela praticamente o fuzila com um olhar, tentando responder gentilmente ao nobre senhor.— Sim, é ele mesmo. Fui eu quem marquei a visita. Quero que você o deixe impecável, embora eu ache isso muito difícil, sabe? Mas vamos ver o milagre que o senhor consegue fazer. Tenho certeza de que a situação não é muito boa, mas o senhor consegue. — Ela fal
Matias começa a procurar por referências. Ele entra em contato com todas as pessoas que podem lhe garantir ótimos associados, mas, mesmo assim, prefere verificar tudo de perto. Isso acaba demorando vários dias. Os dias vão se passando e ele continua com seu trabalho. Embora esteja difícil, já conseguiu reunir bastante gente e até se surpreende com isso, pois não imaginava que conseguiria formar uma equipe tão grande.Ele chega em casa depois de um dia exaustivo. O calor infernal torna tudo ainda mais difícil, e, sem ar-condicionado, ele sente que até emagreceu alguns quilos devido ao suor. Matias segue direto para o banheiro para tomar um banho refrescante. Logo depois, volta para a sala. Hoje, decide tomar uma cerveja bem gelada para se refrescar. Assim que toma o primeiro gole, sente o alívio da bebida fria dentro de si. Ele se senta no sofá e bebe mais, tentando esquecer os problemas. Porém, acaba percebendo que exagerou.Quando Matias abre os olhos e escuta o celular tocar sem par
Susan não está com nenhum pingo de pressa. Ela se senta em sua cama e tenta, ainda, imaginar o porquê de seu pai a estar forçando a isso. Lentamente, vai para o banheiro e decide tomar um banho de banheira, optando por água quente para diminuir o nível de seu estresse naquele dia. Susan já deduz que será um dia super estressante. Ela não queria que aquele dia existisse em sua vida.Em sua mente, ela imagina que hoje começará seu martírio, seu inferno pessoal. Terá que aguentar um imbecil, arrogante e prepotente até o resto de sua vida, ou ele ser morto em algum embate, o que ela espera que aconteça o mais breve possível. E se ela pudesse escolher o dia perfeito, seria ainda hoje, antes daquela união acontecer. Ela só tem uma única certeza na vida: tornará a vida dele, de seu querido e amado marido, um inferno. Se Matias pensava que seria fácil estar com Susan, ele está muito enganado. Ele teria um dos maiores trabalhos de sua vida. Ela prometeu nunca ser dele e estava disposta a cumpr
Ela já se encontra impaciente, pois não aguenta mais ficar ali sentada. Suas costas já estão doendo, sua cabeça latejando e sua paciência acabando, mas eles não lhe dão folga. As horas se passam lentamente, parecendo uma eternidade que ela está naquele cômodo, e Susan também não vê mais a Cassandra, a única pessoa que ela mais desejava naquele momento. A única que talvez pudesse mudar um pouco seu humor.— Por gentileza, verifique para mim se a Cassandra já chegou. Estou precisando muito falar com ela. — Susan pede a uma das empregadas que entra no seu quarto e reza para que a Cassandra já tenha voltado da casa daquele infeliz.— Ainda não, senhorita, mas assim que ela chegar, eu aviso que a senhorita quer vê-la. Não se preocupe. Se me permite falar, a senhorita está ficando ainda mais bonita. — A moça fala admirada para Ema.Ema era uma moça lindíssima, mas naquele momento se sentia a pessoa mais infeliz do mundo. Bonita era o que ela menos se sentia. E aquilo era a última coisa que
Susan é despertada de seus devaneios quando leva um chacoalhão de Matias. Ele não está com muita paciência hoje, mesmo sendo seu casamento. Ela olha para ele, e ele olha para frente. Então, ela percebe que o padre está lhe perguntando algo.— Susan, você aceita Matias como seu companheiro, para amá-lo e respeitá-lo na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, até que a morte os separe? — O padre pergunta novamente, com uma cara não muito feliz por ter que se repetir.Susan fica pensativa, não responde de imediato, pensa a respeito ali, diante de todos, e percebe que todos a olham, esperando sua resposta. O padre pigarreia, para obrigá-la a responder de forma indireta. Ela olha para ele novamente e responde:— Sim! Eu aceito. — Sem um pingo de emoção em sua voz, e pensando consigo mesma que não estava fazendo aquilo por vontade própria, mas apenas porque não encontrava outra solução.Ele então faz a mesma pergunta para Matias e, para a infelicidade de Ema, ele responde rapidamente
Matias se despede de Dom Rafael e vai até a saída para esperar Susan. Ele vê que ela continua relutante, e sua paciência já está se esgotando. Percebe que ela faz de tudo para postergar, fazendo questão de falar com todos os convidados sem nenhuma necessidade. Já sem paciência, Matias vai até ela, pega-a pelo pulso e a puxa em direção ao carro, sem nem ao menos deixá-la falar com uma de suas amigas.— Me solta, seu bruto! O que você pensa que está fazendo? Você não é meu dono! Não é porque você casou comigo que pode sair me arrastando desse jeito! Tá pensando o quê da sua vida? Tá achando que vou ficar calada, apenas cumprindo suas ordens? Está muito enganado, mocinho! Eu tenho vontade própria, e não é você que vai mudar isso em mim. Então, acho bom você ficar ciente de que eu sou sua mulher e não sua escrava. — Susan diz, muito irritada.— Vamos logo, não fique aí fazendo hora. Se você ao menos estivesse falando alguma coisa que prestasse, eu ficaria calada. Mas você está falando só