Natasha acordou assustada com os lençóis da cama manchada de sangue, ficou tomada pelo pânico sem saber o que ocorreu. Estava tonta sentindo dor de cabeça, sabia que tinha ido à festa de formatura e que tinha bebido bastante, e não estava conseguindo lembrar o que aconteceu!
Porque sua cama estava suja de sangue, sua mãe bateu na porta do quarto acordando; chamando-a para levantar que seu pai queria ter uma conversa séria, a respeito do desaparecimento da festa na noite anterior, queria explicação do fato ocorrido, e para ele isso era uma desfeita das grandes. Ela simplesmente dissera:
— Mãe não vou levantar tão cedo hoje, diz pro papai que não estou me sentindo bem!
— Filha, o que foi que aconteceu? E o que você tem?
— Mãe eu sai cedo da festa e vim embora me perdoe por não ter dito que vim pra casa, não queria deixar vocês preocupados é só isso!
— Mas seu pai quer falar com você, sabe como ele é?
— Sei sim, ele quer descarregar seu veneno, mas mãe diga a ele que passei mal na festa e vim embora só isso. Faz isso por mim mamãe?
— Margarete que fazia todas as vontades da filha foi convencer Francisco que sua filha não estava passando bem. Enquanto ela ficava pensando e tentando descobrir o que aconteceu depois que saiu da festa, tinha ingerido bebida alcoólica.
E não lembrava de nada, mas alguma coisa estava fora do comum. Não sabia o certo se havia sonhado? Ou aconteceu, algo que jamais poderia imaginar que um dia pudesse acontecer.
Mas aconteceu, e precisava descobrir o que? Uma coisa tinha certeza! Não era mais virgem, mas o problema com quem ela esteve? Entrou em pânico se perguntando e tentando lembrar. Ficou deitada na cama pensando em tudo, não era mais virgem, isso era um fato. Precisava saber como isso aconteceu? Sentia uma sensação estranha sem saber se era bom ou ruim.
Voltando à festa e lembrando como tudo aconteceu, a memória foi reagindo aos poucos. Conheceu um jovem de máscara que não dava para ver bem quem era, mas era um estranho e galanteador, bom de papo, gentil e um verdadeiro cavaleiro que se chamava Felipe.
Lembrou dos (beijos) carícias e finalmente fizeram amor, tudo favorecia, estava carente e triste desanimada por falta de atenção do seu pai e de sua família. Cansada da vida rotineira que levava e acabou se entregando de corpo e alma, ou melhor, se apaixonou perdidamente por um jovem sedutor e desconhecido. E na medida em que ela se lembrava dele, constatou que encontrou o homem da sua vida, ou seja, seu príncipe encantado.
Assim como imaginou que pudesse acontecer. Embora (sendo) cética a respeito do romantismo, pouco acreditava que pudessem existir homens interessantes por quem pudesse se apaixonar, mas aquele jovem despertou algo especial. Estava difícil esquecer aquela noite que marcaria para sempre sem dúvidas, a sensação muito gostosa de sentir, embora (sendo) virgem, mas que tivera muito prazer, as carícias, os beijos molhados e quentes.
Aconteceu de forma misteriosa, era escuro, embora tendo lua, mas que seguidamente se escondia por trás das nuvens. Um pouco tonta pela embriaguez, que contribuiu bastante para aquilo acontecer. Ele se chamava Felipe que dissera ter vindo de Porto Alegre. De um estranho foi se tornando especial, e não esquecia os doces momentos que tivera, e jamais iria imaginar chegar ao ponto que chegou.
Não estava em seus planos de se entregar para qualquer homem. E embora não sendo romântica e sonhadora de acreditar em príncipe encantado, ou alma gêmea, mas que sonhava quem sabe um dia encontrar um homem especial que a amasse do jeito que ela merecia ou queria. Como era prática e objetiva andava com os pés no chão, sabia que homens especiais não existiam. Estava diante de um dilema.
Foi induzida por aquele jovem misterioso e sedutor que não sabia de onde viera. Apenas se chamava Felipe, será que era mesmo Felipe? Já que ela também inventou um nome: Alice.
— Que brincadeira foi essa que inventei, para disfarçar o que eu sentia por ele, porque fugi dos meus sentimentos, mas que boba que sou de criar uma personagem. Porque não sou assim? Nunca tive medo de nada?
Natasha falava sozinha com ela mesma, e ria da situação, mas, ao mesmo tempo, estava em pânico ao descobrir que não era mais virgem, se entregou para um jovem desconhecido correndo sérios riscos de que ela sempre temeu, ou seja, uma doença sexualmente transmissível. Ou até mesmo uma gravidez indesejável, da qual ela mais temia caso acontecesse, e isso seria um pesadelo, conhecendo bem a família que tinha. Principalmente seu pai.
Um mês depois…
Arthur estava de malas prontas para viajar a Europa Paris França. Em busca dos seus sonhos traçados. Era um momento de satisfação e apreensão ao mesmo tempo ter que deixar as pessoas que ele amava para trás.
E ir em busca daquilo que sempre buscou desde a infância, mas agora estava diante de um desafio e um dilema, desafio de recomeçar a nova vida sozinho sem sua família por perto, sabia que nada seria fácil na vida. Mas a vida que segue, embarcou no ônibus e seguiu destino a São Paulo. E depois a Paris para a tristeza de Natasha que não entendia o porquê? Quando deveria ficar feliz pela conquista do seu melhor amigo.
Era difícil se conformar em perder seu parceiro de todas as horas. E agora não sabia como seria a sua vida sem ele por perto, para ajudar nos estudos e nos momentos em que ficava triste e carente. Lá estava ele consolando e fazendo-a rir, só ele sabia como a fazer mudar de ideia ou arrancar um sorriso quando ficava triste. Tantas perguntas na mente dela, a inconformidade de perder seu melhor amigo.
Mas tinha que torcer pelo sucesso dele, sabia que cedo ou tarde ela também pensava em viajar e ganhar o mundo e quem sabe encontrar ele por aí. E viver grandes aventuras juntos como sempre sonharam.
Tinha que se conformar e aceitar e torcer pela felicidade dele, ainda mais agora que precisava desabafar seus problemas, a vida não seria mais a mesma desde que conheceu Felipe na noite de formatura. E nunca teve coragem de revelar, esse segredo tinha que ficar só entre ela e mais ninguém. Arthur chegou bem de viagem, embora estranhando a cidade grande e desconhecida sem ninguém para conversar.
A vida não seria fácil com sintomas de depressão, saudade da terra. E da família e sua amiga Natasha, ter que conviver num País estranho sem um rosto amigo para conhecer e conversar, mas era tarde para se lamentar, chegou onde queria chegar. Afinal de contas sempre sonhou por esse momento. E tinha que ir em frente e se adaptar à nova vida, e à nova realidade.
Na vida nada é fácil, e isso sempre soube, mas o que deixava perturbado era a jovem que não saia da sua cabeça (dia) e noite. Agora tinha que se concentrar nos estudos, e no novo curso prestes a fazer, ambição de ser um cientista famoso. Embora faltasse muito, por enquanto se dedicou ao projeto de arqueologia. E fazer novas descobertas pelo mundo afora. Seguir trabalhando.
Ir além do que esperava. Era ambicioso, mas honesto ganhar a vida sem precisar passar por cima de tudo e de todos. Garoto bom de boa formação e caráter acima de tudo. Preservava muito os valores e seus princípios. Todos da família estavam inconformados com a gravidez de Natasha. Ninguém mais conversava com ela. E a vida estava um verdadeiro inferno.
O pai decidiu o destino, depois que a criança nascesse para um colégio interno. E a criança seria encaminhada para um colégio de freiras, e seria adotada. Francisco não ouvia mais ninguém nem sua esposa Margarete. A única pessoa que conseguia convencer ele de alguma coisa.
Mas desta vez nem ela conseguiu. Estava decidido. Sua filha ia para um colégio interno fora do País de preferência Itália. Todos os dias fazia contatos com as pessoas de lá para ajudar a acolher sua filha caso fosse preciso, tinha amigos que moravam na Itália: principalmente Veneza. Seguidamente viajava para aquelas regiões. Não seria difícil concluir seu plano, se antes não dava atenção a sua filha, agora odiava, e desprezava veemente.
Para ele, Natasha não era mais filha, estava morta e nem olhava para ela, e isso deixava Natasha em pânico, mas estava decidida a ter o filho, ou filha. Embora muito magoada com seu pai, certamente nunca a perdoaria pelo que estava fazendo jogando na rua da amargura.
Sempre foi rejeitada e agora quando mais precisava de sua família, que estavam virando as costas, estava ciente disso, de que depois que sua ou seu filho nascesse teria que sair de casa, mas para onde pensava ela? E pelo que ficou sabendo ia para um colégio interno na Itália, até então estava aceitando, mas pensando numa possibilidade de fugir.
A família toda queria saber quem foi o homem que engravidou. Decidida a guardar aquele segredo até o fim, aconteça o que acontecer não ia revelar a identidade do pai da criança. Temia pela segurança dele caso dissesse ser Felipe seu grande amor que ela não tirava da sua cabeça, mesmo passando por aquele momento mais difícil da sua vida.
Mas era aquele amor que dava forças para ter esperança de que um dia pudesse encontrar por aí. Por esse amor que estava tendo forças para suportar a dor da rejeição de todos da família, e de seus amigos, que abandonaram. O único amigo que podia contar estava longe, no caso Arthur.
Precisava ser forte para não prejudicar seu bebê. Natasha estava vendo o mundo desmoronar na cabeça com tanta coisa ruim acontecendo. E se perguntava qual pecado cometeu por estar passando por aquilo tudo?
Que prova Deus estava impondo a ela? Grávida de um jovem rapaz sedutor por quem se apaixonou perdidamente. Natasha pensava em fugir de casa ir para um lugar bem longe, mas para onde pensava ela, se nem suas tias queriam saber de conversa com ela.
Para todos ela afrontou jogando o nome da família na lama engravidando com 17 anos de idade. Nem casada e nem solteira grávida de um desconhecido. Foi uma decepção para todos. E não aceitavam isso, que uma jovem linda cheia de talento que poderia casar com um bom partido. Agora grávida!
E de quem? Perguntavam-se. Queriam saber o nome do pai a qualquer preço, mas nem sobre tortura diria, até porque nem ela mesma sabia onde estava e nem de que cidade era. Dissera: que viera de Porto Alegre. Até pensou em fugir para a cidade dele. Mas com que dinheiro?
Se ainda dependia dos pais, não tinha emprego e nem profissão, não tinha terminado seus estudos, e naquele momento estava impedida até estudar por causa do preconceito da sociedade hipócrita que adoram julgar.
Menor de idade grávida, a ovelha negra da Família. Passou a ser vergonha dos primos. Todos viraram as costas, até aqueles que juravam que eram seus amigos. Chegou à conclusão que nunca foram amigos de verdade.
E sim amigos interesseiros que estavam afim pela beleza. E agora grávida que valor tem? Então a única saída para o futuro era aceitar seu destino, e ir para Veneza Itália num colégio interno sobre os cuidados de uma tia na Itália.
Lugar que um dia sonhou em conhecer e fazer sua vida, mas não desse jeito sendo praticamente expulsa de sua cidade e de sua família. E se perguntava: “cadê você Arthur, meu amigo e meu grande amor Felipe?” Arthur, será que também viraria as costas? E certamente que sim, ainda mais que ele tinha ciúmes dela quando se envolvia com algum rapaz, imagina estando grávida de um sujeito que nunca a conheceu, e ao conhecer se entregou de corpo e alma, certamente como melhor amigo dela. E faria alguma coisa, ia até o fim do mundo a procura desse tal Felipe e fazer assumir a besteira que fez. Parecia que via a cena dele brigando feito um doido obrigando outro a se casar com ela. Coisa que seus irmãos deveriam fazer, mas preferiram virar as costas e jogar a culpa nela. Estava muito decepcionada com todos eles, passava as noites sem dormir e nem se alimentava mais direito, mas se deu conta que precisava se controlar e enfrentar a situação de frente e aceitar seu destino.
— Se ele estivesse aqui comigo, eu não estaria passando por isso. Certamente estaria lutando do meu lado contra tudo e contra todos. Nosso amor é impossível de se viver pelas circunstâncias que aconteceu. Pelo fato de não saber de onde ele veio, mas nunca vou perder a esperança de encontrá-lo nem que o leve vida toda. "Mesmo que eu tenha que ficar sozinha o resto da minha vida. Mas nenhum outro homem vai tocar em mim se não for meu grande amor e pai da minha filha. Segundo informações eles queriam adotar por não conseguir ter filhos. Embora a freira que cuidava do caso de adoção suspeitava de que havia algo de errado nesse casal. Alertou sobre os perigos. Mas Francisco estava disposto a tudo para se livrar de sua neta bastarda. Nada que fizesse ou dissesse ia fazer mudar de ideia. Não medindo as consequências de seus atos. Não estava agindo com a razão e sim com a emoção, e revolta. Embora nunca tenha demonstrado afeto à fi
— Eu também, mãe, estou com muita saudade de vocês, não vejo a hora de voltar aí, mas estou preocupado com a minha amiga Natasha. O que aconteceu com ela? Me conta tudo, quero saber de todos os detalhes: não me conformo com o que aconteceu, preciso ouvir da senhora o que acha disso tudo? — Ah! Filho é muito complicado o que aconteceu com a Natasha, fico com pena da Margarete que saiu de casa, e foi morar com a irmã, está trabalhando na roça! Pode uma coisa dessas? — Ela respirou e prosseguiu. — Não quer saber mais do marido, ele fica bebendo por aí incomodando todo mundo. E todos viraram as costas pra ele. Isso é castigo de Deus por ter feito o que fez. Imagina arrancar a filha dos braços de Natasha foi muito perverso e cruel. E ninguém está aceitando as atitudes dele, quando deveria perdoar a filha. Isso o que aconteceu com Natasha não é a primeira a ser mãe solteira com 17 anos. Quando ela
Mas entendia muito bem o que estava se passando, chorava a noite e tinha pesadelos para preocupação de Elizabeth. Que não sabia como lidar com ela! Afinal de contas nunca foi mãe. Estava sendo pela primeira vez. Mesmo assim estava se apegando na menina e amava como se fosse filha biológica, imaginava que tivesse saído da barriga dela, mas não era. Se sentia frustrada por causa disso toda mulher sonha em ter um filho. Elizabeth tinha tudo na vida, uma mansão e jardins em frente. Não faltava nada, casal de sucesso por onde passava causando admiração nas pessoas conhecidas no mundo inteiro. Tinham cultura e conheciam várias cidades da Europa, e países da Ásia, Estados Unidos, Canadá, e por toda a África Central. Embora eles tenham viajado muito conhecido o mundo. Estavam pensando em dar um tempo para não viajar a lugar algum. Michael contratou vários representantes para cada continente. Asiático norte
Decidiu contar sua vida pessoal. A sua filha que foi arrancada de forma cruel dos seus braços! Então, resolveu abrir o jogo talvez, fizesse muito bem para ela. — Olha! Por tudo que eu já passei na minha vida a senhora não vai acreditar, mas sou tipo de pessoa que não gosto de me fazer de vítima. Já passei por poucas e boas, se contar a senhora vai pensar que é uma história de ficção, não durmo mais direito, coisas que aconteceu? Nem sei por onde começar. Até parece coisa de novela desculpa a palavra! — Entendo! Dá para ver no seu rosto e nos seus olhos tristes que você deve ter passado por maus bocados. Mas quero te ajudar, e entender. É só confiar em mim. Na verdade, também já passei por coisas piores talvez. Depois te conto a minha história! Ou prefere escutar minha? Quem sabe você poderá confiar em mim? Também preciso desabafar. Tem coisas que nunca con
— O que aconteceu com a minha filha? — E ninguém falava nada. Então pensei! Meu Deus, será que perdi minha filha? Será que ela morreu? O que aconteceu? Fiquei desesperada e gritava "Cadê minha filha?". E ninguém me respondia. Até que um dia minha mãe me contou a história do que meu pai fez, tinha dado para adoção a um casal alemão. E aí o meu mundo desmoronou na minha cabeça. Depois disso não lembro de mais nada. Só sei que vim parar aqui na sua fazenda Antes disso, a minha mãe me disse que eu ia morar com uma tia que até agora não a vi tia alguma? — Estarrecida com o que acabou de ouvir, Frantieska não estava acreditando que, aquela jovem de 18 anos apenas já tinha passado por tanta coisa na vida. Uma Lágrima desceu sobre o seu olho. Fez uma pausa para respirar fundo buscando respostas tentando dizer algo. Acreditou que ela estava sendo sincera, as duas se abraçaram forte
Logo após o desabafo, as duas se tornaram amigas e confidentes. E contando seus problemas pessoais. Colocaram para fora o que há muito tempo estava incomodando. Às duas marcadas pelas tragédias que aconteceram em suas vidas. Uma história semelhante à outra, tinham passado por sofrimentos marcantes. Uma lacuna profunda em suas almas que estava sangrando dia após dia. Cansadas daquele fardo pesado nas costas, dias melhores esperavam. Fizeram pacto de amizade, e de lealdade. Não imaginavam as suas vidas uma sem a outra. Natasha era bem-vinda na vida de Frantieska e se motivaram a recuperar aquilo que tinham pedido. Uma preenchendo um vazio. Ou algo que faltava na vida de cada uma. Não estavam mais sozinhas, tinham planos. Uma querendo ajudar a outra até que Natasha foi surpreendida com uma proposta de Frantieska que chamou o para seu escritório e trocar ideias. Queria saber m
— Bom, depois que você contou a sua história para mim, e eu para você. A minha vida mudou! Me tornei uma mulher melhor: mais disposta a viver, e acreditar nas pessoas. E que nem tudo está perdido, você me trouxe um novo sentido, uma nova razão para viver, e ser feliz. E quando você chegou aqui assustada e desconfiada, parecia uma pessoa que não sei como dizer. É normal desconfiar de pessoas que nós não conhecemos, mas a partir do momento que aconteceu aquele fato que eu não gosto lembrar, descobri que você é uma pessoa muito interessante e faz parte da minha vida. Mudou muito a maneira das pessoas da fazenda. E (nós) duas pessoas precisando uma da outra. Estou muito feliz e satisfeita com seu trabalho. Triplicando os lucros da fazenda, não sei como te agradecer, mas enquanto você tomava conta da fazenda e fazia crescer os lucros. Tomei por liberdade, e contratei dois detetives. Um para investigar o