O lounge estava vazio.Carolina ligou discretamente para Henrique e pressionou o botão de gravação.Com uma expressão de desconcerto, ela indagou:- Não era para assistir a uma entrevista interna? Por que o lounge está vazio?Diogo trancou a porta e, sem se conter, avançou em direção a Carolina:- É uma entrevista, uma entrevista interna, de um pra um.Com antecipação, Carolina desviou habilmente:- Quanto você pagou para convencer Eunice?Diogo hesitou, surpreso por ela ter adivinhado tão rápido, ele soltou uma risada fria:- Já que você percebeu, não vou mais fingir. Não foi muito dinheiro, apenas algumas dezenas de milhares. O dinheiro não é o ponto; o ponto é que eu prometi me livrar de você.Colocando as mãos nos quadris, Carolina o provocou, alternando entre inocência e sedução:- Quer se livrar de mim? O que está esperando? Vem.Mesmo para um homem como Diogo, que já tinha visto muitas mulheres, ele não conseguia resistir à tentação que ela oferecia.- Aguarde. Você
Diogo teve um momento de paralisia, seguido por uma iluminação súbita. Esquecendo a dor que sentia, ele olhou para Henrique com uma expressão de espanto, e depois para Carolina com incredulidade.O relacionamento entre os dois não era apenas profissional!Eunice, aquela idiota, arruinou tudo para ele. Não era à toa que suas tentativas anteriores de roubar dados da Brilhante Max haviam passado despercebidas. Dessa vez, Henrique havia se envolvido pessoalmente, porque ele e Carolina estavam romanticamente envolvidos!Diogo estava desesperado. A vida dele tinha mergulhado na escuridão.Graças à influência de Henrique, as práticas desprezíveis da Empresa R se tornaram conhecidas em todo o setor financeiro. Várias empresas haviam começado a rescindir contratos, e as ações da Empresa R despencaram, quase levando a empresa à falência.Eunice, provavelmente informada da situação, faltou ao trabalho por vários dias seguidos.Durante esse tempo, Iara ligou para saber o que estava acontecen
Paola mudou levemente de expressão, mas sua educação intrínseca a acalmou rapidamente. Seu olhar voltou ao normal, tingido com um senso inerente de superioridade:- Henrique tem um estômago fraco. Ele gosta da comida que você faz, o que diz muito sobre suas habilidades culinárias. Portanto, vou contar com você para cuidar mais dele no futuro.A fala dela era cortês, mas com atenção, parecia implicar que cuidar de Henrique era uma sorte que deveria ser valorizada.Carolina estava um pouco confusa sobre o que Paola queria, mas ainda assim concordou com um aceno:- Vou fazer isso, pode ficar tranquila."É apenas cuidar de um homem infiel por três anos; eu teria que fazer isso por causa do contrato de qualquer maneira."Paola deu um sorriso sutil e não falou mais nada.Ela era uma entusiasta das artes e, sem dúvida, exalava um ar de graça e elegância. Mesmo ali parada, a beleza dela fazia com que muitos homens virassem para olhá-la.Carolina estava com o estômago vazio e faminta:
O semblante de Henrique ficou sério:- Um amigo pode ser?- Melhor se fosse um parente.- Ela não tem parentes na Cidade T.- Tudo bem, me acompanhe.- Você também, aqui está a conta. - A enfermeira entregou alguns formulários para Carolina.Ela os pegou:- Certo.- O caixa está no primeiro andar. – A enfermeira indicou.O médico colocou o exame na frente de Henrique e falou com seriedade:- A paciente foi diagnosticada com leucemia e já perdeu o melhor período para o tratamento.Os olhos de Henrique se estreitaram imediatamente:- O quê?- A paciente recentemente fez quimioterapia aqui, nesse hospital. Ela não falou com vocês?- Não...- Dada a atual situação da paciente, ela é muito suscetível a infecções. É melhor que vocês a acompanhem de forma positiva, para que ela possa cooperar com o tratamento.No quarto do hospital.Paola estava deitada na cama, com o rosto pálido, mas ainda cativante.Quando ela viu Henrique entrar com o exame, ela se assustou, como uma cri
Carolina seguiu o som com os olhos e viu Paola segurando a mão de Henrique com força, lágrimas de alegria cintilando no canto dos olhos.“Henrique aceitou?” Ela ficou pasma.Ela apertou a palma da mão com força, tentando acalmar as emoções que não deveriam existir.Mas foi em vão.As mãos entrelaçadas deles pareciam como espinhos afiados perfurando o coração.A visão dela ficou embaçada, e antes que as lágrimas caíssem, ela se virou e fugiu desajeitadamente.Felipe também percebeu que sua presença ali era inadequada, e disse sorrindo ironicamente:- Estou saindo, continuem.A mão de Paola tinha se apoiado nele no momento em que a porta se abriu. Henrique, momentaneamente distraído, só percebeu depois e rapidamente retirou sua mão. Ele pareceu distante em sua fala:- Descanse. Tenho que ir.Felipe o deteve com expressões exageradas:- Não quer continuar conversando? Não estavam se dando bem até agora? Eu atrapalhei alguma coisa?Henrique apenas lançou um olhar indiferente e
- Paola quer que você a acompanhe mais durante o tratamento de quimioterapia. - Carolina disse com calma, recitando palavra por palavra do que havia ensaiado em sua mente durante toda a tarde. - Eu vou me distanciar de você daqui para frente. Na frente do meu avô, vou colaborar com você. Se necessário, podemos nos mudar de Cidade S, mas se for urgente, você terá que me ajudar a encontrar uma casa.- Então, toda vez que Paola precisar, você vai me dispensar assim? - Henrique entendeu rapidamente e franziu a testa com raiva. - Sem lutar? – Henrique só conseguia pensar que Paola, definitivamente, não o amava.Carolina suspirou e disse a verdade: - Eu quero preservar minha dignidade. - Ela não queria se rebaixar. Antes, ela havia feito para se vingar dos canalhas, mas agora não precisava mais.O carro ficou em silêncio, e um frio intenso se espalhou pelo corpo de Carolina. Henrique de repente afastou o ombro de Carolina e rosnou baixinho com raiva: - O valor do seu amor é realmente baix
A noite se aprofundava, e não havia indício de que a chuva forte diminuísse.Carolina permaneceu imóvel no vento gelado por duas horas, seu rosto delicado e magro empalidecido pelo frio. Ela sabia que não conseguiria um carro e começou a dar passos hesitantes.- Senhor Henrique, a Srta. Carolina parece estar considerando voltar a pé. – Sr. Carlos informou.A expressão sombria no rosto bonito de Henrique era horripilante. Afinal, ele preferiria que ela retornasse a pé do que implorar por sua ajuda.- Acompanhe-a. – Henrique disse.O Sr. Carlos suspirou, não conseguia entender a relação de Henrique e Carolina, ambos tinham sentimentos um pelo outro, mas nenhum deles queria ceder. Mesmo indignado com a situação, o Sr. Carlos foi de encontro a ela, porém, antes dele conseguir alcançar a jovem, um carro branco diminuiu a velocidade e se aproximou de Carolina. Carolina tremia de frio, seus lábios vermelhos começaram a ficar roxos; ela mal notou esse detalhe, só se deu conta quando o carro b
Carolina havia ficado sem beber água por um longo período, sua garganta queimava e sua voz estava rouca: - Água.Henrique, ao ouvir isso, soltou imediatamente a mão dela e trouxe um copo de água.Carolina bebeu em grandes goles, aliviando a secura em sua garganta e acalmando a sensação de ardor. Depois disso, ela caiu em silêncio novamente.Henrique segurou o queixo dela, forçando-a a olhar para ele, sua presença era imponente, exercendo uma forte pressão.- Em que está pensando? – Ele perguntou,- Estou pensando no que você está pensando. – Carolina retrucou com dificuldade.- Adivinhou? – Henrique não desistia de importunar Carolina, nem mesmo naquela situação em que ela se encontrava.- Adivinhei. Você quer ficar com a Paola e me manter também. -Carolina olhou fixamente para ele, com um olhar de desaprovação escondido em seus olhos. Ela só pensava em como todos os homens são todos iguais. Henrique, havia jogado ela para fora do carro pessoalmente, e agora estava fingindo que nada d