Cerca de vinte minutos após o início da coletiva de imprensa, Henrique foi convidado a subir ao palco e fazer um breve discurso. Após sair do palco, em vez de retornar ao seu lugar, ele se dirigiu diretamente para fora do local. Entrando em seu carro, ele verificou a hora ao olhar para o pulso. Já eram cerca de sete da noite. "Carolina deve estar voltando para casa", ele pensou. Embora ele soubesse que Carolina tinha tirado a tarde de folga, ele não tinha conhecimento do presente que ela havia comprado.- Sr. Carlos, volte para a cidade.- Certamente, Sr. Henrique.O Sr. Carlos pressionou o acelerador, mas logo pisou nos freios de maneira brusca. Patrícia estendeu os braços, bloqueando a passagem do carro. Ela olhou pela janela em direção ao homem.- Saia do carro, preciso conversar com você. – Ela gritou.O Sr. Carlos olhou para Henrique, que permanecia impassível, sem sequer levantar as pálpebras. Suspirando suavemente, ele abaixou o vidro com uma expressão de desconforto.- Srta. P
Tudo parecia perdido, e Carolina estava à beira da morte. A responsável por isso, sem dúvida, era Patrícia. Ela havia se mostrado completamente insana, disposta a matar alguém por um homem. Carolina estava imersa na água gélida, mas ainda conseguia sentir seus membros, sugerindo que não estava submersa por muito tempo. No entanto, a água estava subindo rapidamente, chegando à altura de seu tronco. Se Henrique percebesse imediatamente que algo estava errado, talvez houvesse uma pequena chance de sobrevivência. Mas, se ele não notasse, ela estaria condenada à morte.Apesar das lágrimas, Carolina se esforçou para manter a calma. Ela não podia desistir, afinal, era a sua vida em jogo, e ela não estava pronta para partir. Carolina enxugou o nariz e, com a voz trêmula pelo choro, gritou o mais alto que pôde:- Socorro! Alguém pode me ouvir? Estou na água, por favor, me ajudem!Após um silêncio angustiante, o som da água ecoando pelo vasto reservatório, misturado com o eco, aumentou o medo d
Henrique sentiu a tensão do corpo se dissolver lentamente enquanto se virava para encarar a cena diante dele. Carolina, completamente encharcada, da cabeça aos pés, sorriu suavemente. Suas sobrancelhas e olhos delicados pareciam ainda mais pálidos, mas sua beleza permanecia inegável, uma dama frágil e graciosa.Henrique a fitou intensamente, seus nervos que estavam à flor da pele finalmente relaxaram. Ao mesmo tempo, o medo e o arrependimento que dominavam seu coração começaram a se dissipar.- Você está bem... – Ele murmurou para si mesmo enquanto tirava o casaco e se aproximava dela com uma voz que nunca usara antes. - Como você conseguiu escapar?Carolina apontou para Danilo, ao seu lado:- Ele me resgatou.Patrícia arregalou os olhos, visivelmente enfurecida:- Pai, por que você arruinou meu plano?Danilo, com voz grave, repreendeu:- Você tem noção do que estava fazendo!? Se algo tivesse acontecido com ela hoje, você seria uma assassina, e sua vida estaria destruída!Na noite ante
Henrique hesitou por um momento e, com os lábios cerrados, proferiu: - Não é necessário que você faça isso por mim.- Eu sei, mas eu quero fazer.Ela tinha a oportunidade de ajudar o Grupo Mendonça, então, era claro, ela queria ajudar.Os olhos de Henrique se encheram de complexidade enquanto apertava o ombro dela.Danilo ficou pálido, mas acabou concordando.Comparado ao futuro de sua filha, o dinheiro não tinha importância.Depois de conversar com Henrique, Carolina decidiu não contar a Rodrigo sobre o que havia acontecido. Ele tinha problemas cardíacos e não podia se estressar.- Primeiro, vamos ao hospital para evitar febre.- Tudo bem, estou sentindo uns calafrios, não estou me sentindo muito bem. Carolina espirrou e sua cabeça estava um pouco pesada.Henrique a observou de lado; o rosto dela, antes pálido, agora exibia um leve rubor anormal, e a voz dela estava rouca, claramente mostrando os sintomas de um resfriado.Ele apertou os lábios finos em uma linha reta. - Você passou
Carolina acordou tarde da noite, sonolenta, e viu uma enfermeira mexendo em seu braço.- Sua febre ainda está alta, vai precisar continuar com o soro. Vamos mantê-la em observação no hospital hoje, não vai poder sair ainda. - Disse a enfermeira.- Qual é a minha temperatura agora?- Trinta e nove graus. - Fernanda a cobriu com um lençol. - Você precisa descansar nos próximos dias e parar de se preocupar.- E o meu trabalho, o aniversário do Henrique, o julgamento depois de amanhã...- Henrique é o CEO da Brilhante Max, por que você ainda se preocupa com o trabalho? Além disso, não é o último aniversário dele, você pode compensar depois. Eu já providenciei um presente para ele. Quanto ao julgamento depois de amanhã, ainda está longe, até lá você já vai estar melhor.- E o Henrique?- Parece que ele teve algum problema na empresa e acabou de sair.- Ah, ele gostou do presente que dei a ele?- Para ele, parece que não foi caro o suficiente.- Será que ele achou que foi barato...Fernanda
Carolina apertou os lábios, não conseguia negar que a caligrafia de Paola era realmente bela. Ela colocou o envelope na mesa e tirou uma foto para enviar a Henrique. À tarde, a resposta de Henrique foi um simples "entendi".Isso deixou Carolina um tanto perplexa. Por que ele parecia ter tão pouco entusiasmo com a Deusa? Não fazia sentido. No entanto, Carolina não estava tão curiosa quanto antes sobre a existência de Paola. Afinal, o contrato deles eventualmente chegaria ao fim, e a separação de Henrique era apenas questão de tempo.Com qual Deusa ele ficaria depois, não era problema dela. Mas, ainda assim, ela se sentia um pouco desconfortável. Era normal desenvolver sentimentos quando se estava junto por tanto tempo. Ela já tinha sentimentos por Luna....Henrique voltou para casa mais cedo do que o esperado por Carolina, mas, para sua surpresa, trouxe André com ele.- Henrique, que falta de consideração! Como você pôde comemorar seu aniversário em segredo? Deveria ter convidado os a
Ele vestia um simples conjunto de pijama preto, que delineava perfeitamente sua forma física. O rosto dele estava impecável, e sua postura exalava uma aura de nobreza. Henrique parecia ter percebido algo e voltou seu olhar. Os olhares se encontraram. Carolina se perdeu na profundidade insondável de seus olhos, encantada. Ela piscou e desviou o olhar involuntariamente:- Você não acha que isso pode provocar a ira de Oscar?- Se ele ficar bravo, o que ele pode fazer? Ele ousa me desafiar? - Henrique respondeu com desdém, a atitude dele era extremamente arrogante. Carolina fez um som de desprezo, mas em seu coração, ela sabia que Oscar não se atreveria a fazer nada. O medo era que ele pudesse recorrer a artimanhas pelas costas. André aconselhou:- Com este acordo e os registros de ativos e joias retirados do banco por Antônio, lembre-se de não apelar para o emocional com ele amanhã. Nós vamos ganhar com segurança. Encontrar evidências neste caso não foi o mais difícil; a parte mais
- Meritíssimo, eu não tenho isso, não ouça o que ele está dizendo! - Beatriz exclamou nervosamente.O juiz olhou com atenção e disse:- Então você está disputando com Carolina? Pelo que sei, você e Carolina são meia-irmã por parte de pai, e como essa propriedade foi deixada pela mãe biológica de Carolina, você não tem direito para competir.As palavras do juiz tinham um corte afiado em cada frase.Beatriz ficou pálida e gaguejou:- Não era isso que eu queria dizer... Minha intenção é explicar em nome do meu pai.- O réu pode falar por si próprio, por favor, mantenha-se em silêncio até a sua vez. - Disse o juiz.O juiz se voltou para Antônio e disse:- Réu, por favor, faça a sua declaração.- Eu quero reaver uma parte desses bens, porque eles são propriedade conjunta minha e da minha esposa. - Disse Antônio.Antônio viu o juiz parecer pensar profundamente e suspirou aliviado.Felizmente, ele tinha essa carta na manga.Carolina mordeu os lábios e apertou os punhos com força.- O dinheiro