Henrique sentiu a tensão do corpo se dissolver lentamente enquanto se virava para encarar a cena diante dele. Carolina, completamente encharcada, da cabeça aos pés, sorriu suavemente. Suas sobrancelhas e olhos delicados pareciam ainda mais pálidos, mas sua beleza permanecia inegável, uma dama frágil e graciosa.Henrique a fitou intensamente, seus nervos que estavam à flor da pele finalmente relaxaram. Ao mesmo tempo, o medo e o arrependimento que dominavam seu coração começaram a se dissipar.- Você está bem... – Ele murmurou para si mesmo enquanto tirava o casaco e se aproximava dela com uma voz que nunca usara antes. - Como você conseguiu escapar?Carolina apontou para Danilo, ao seu lado:- Ele me resgatou.Patrícia arregalou os olhos, visivelmente enfurecida:- Pai, por que você arruinou meu plano?Danilo, com voz grave, repreendeu:- Você tem noção do que estava fazendo!? Se algo tivesse acontecido com ela hoje, você seria uma assassina, e sua vida estaria destruída!Na noite ante
Henrique hesitou por um momento e, com os lábios cerrados, proferiu: - Não é necessário que você faça isso por mim.- Eu sei, mas eu quero fazer.Ela tinha a oportunidade de ajudar o Grupo Mendonça, então, era claro, ela queria ajudar.Os olhos de Henrique se encheram de complexidade enquanto apertava o ombro dela.Danilo ficou pálido, mas acabou concordando.Comparado ao futuro de sua filha, o dinheiro não tinha importância.Depois de conversar com Henrique, Carolina decidiu não contar a Rodrigo sobre o que havia acontecido. Ele tinha problemas cardíacos e não podia se estressar.- Primeiro, vamos ao hospital para evitar febre.- Tudo bem, estou sentindo uns calafrios, não estou me sentindo muito bem. Carolina espirrou e sua cabeça estava um pouco pesada.Henrique a observou de lado; o rosto dela, antes pálido, agora exibia um leve rubor anormal, e a voz dela estava rouca, claramente mostrando os sintomas de um resfriado.Ele apertou os lábios finos em uma linha reta. - Você passou
Carolina acordou tarde da noite, sonolenta, e viu uma enfermeira mexendo em seu braço.- Sua febre ainda está alta, vai precisar continuar com o soro. Vamos mantê-la em observação no hospital hoje, não vai poder sair ainda. - Disse a enfermeira.- Qual é a minha temperatura agora?- Trinta e nove graus. - Fernanda a cobriu com um lençol. - Você precisa descansar nos próximos dias e parar de se preocupar.- E o meu trabalho, o aniversário do Henrique, o julgamento depois de amanhã...- Henrique é o CEO da Brilhante Max, por que você ainda se preocupa com o trabalho? Além disso, não é o último aniversário dele, você pode compensar depois. Eu já providenciei um presente para ele. Quanto ao julgamento depois de amanhã, ainda está longe, até lá você já vai estar melhor.- E o Henrique?- Parece que ele teve algum problema na empresa e acabou de sair.- Ah, ele gostou do presente que dei a ele?- Para ele, parece que não foi caro o suficiente.- Será que ele achou que foi barato...Fernanda
Carolina apertou os lábios, não conseguia negar que a caligrafia de Paola era realmente bela. Ela colocou o envelope na mesa e tirou uma foto para enviar a Henrique. À tarde, a resposta de Henrique foi um simples "entendi".Isso deixou Carolina um tanto perplexa. Por que ele parecia ter tão pouco entusiasmo com a Deusa? Não fazia sentido. No entanto, Carolina não estava tão curiosa quanto antes sobre a existência de Paola. Afinal, o contrato deles eventualmente chegaria ao fim, e a separação de Henrique era apenas questão de tempo.Com qual Deusa ele ficaria depois, não era problema dela. Mas, ainda assim, ela se sentia um pouco desconfortável. Era normal desenvolver sentimentos quando se estava junto por tanto tempo. Ela já tinha sentimentos por Luna....Henrique voltou para casa mais cedo do que o esperado por Carolina, mas, para sua surpresa, trouxe André com ele.- Henrique, que falta de consideração! Como você pôde comemorar seu aniversário em segredo? Deveria ter convidado os a
Ele vestia um simples conjunto de pijama preto, que delineava perfeitamente sua forma física. O rosto dele estava impecável, e sua postura exalava uma aura de nobreza. Henrique parecia ter percebido algo e voltou seu olhar. Os olhares se encontraram. Carolina se perdeu na profundidade insondável de seus olhos, encantada. Ela piscou e desviou o olhar involuntariamente:- Você não acha que isso pode provocar a ira de Oscar?- Se ele ficar bravo, o que ele pode fazer? Ele ousa me desafiar? - Henrique respondeu com desdém, a atitude dele era extremamente arrogante. Carolina fez um som de desprezo, mas em seu coração, ela sabia que Oscar não se atreveria a fazer nada. O medo era que ele pudesse recorrer a artimanhas pelas costas. André aconselhou:- Com este acordo e os registros de ativos e joias retirados do banco por Antônio, lembre-se de não apelar para o emocional com ele amanhã. Nós vamos ganhar com segurança. Encontrar evidências neste caso não foi o mais difícil; a parte mais
- Meritíssimo, eu não tenho isso, não ouça o que ele está dizendo! - Beatriz exclamou nervosamente.O juiz olhou com atenção e disse:- Então você está disputando com Carolina? Pelo que sei, você e Carolina são meia-irmã por parte de pai, e como essa propriedade foi deixada pela mãe biológica de Carolina, você não tem direito para competir.As palavras do juiz tinham um corte afiado em cada frase.Beatriz ficou pálida e gaguejou:- Não era isso que eu queria dizer... Minha intenção é explicar em nome do meu pai.- O réu pode falar por si próprio, por favor, mantenha-se em silêncio até a sua vez. - Disse o juiz.O juiz se voltou para Antônio e disse:- Réu, por favor, faça a sua declaração.- Eu quero reaver uma parte desses bens, porque eles são propriedade conjunta minha e da minha esposa. - Disse Antônio.Antônio viu o juiz parecer pensar profundamente e suspirou aliviado.Felizmente, ele tinha essa carta na manga.Carolina mordeu os lábios e apertou os punhos com força.- O dinheiro
Quando essas palavras foram proferidas, todos ficaram em silêncio. Antônio teria que pagar uma indenização massiva por levar o caso ao tribunal?Beatriz ficou tensa, seu rosto bonito perdeu a cor, ela percebeu que o que tinha dito não soava bem e tentou se corrigir: - Inicialmente, José e eu não tínhamos afirmado isso, e nossas reivindicações eram completamente diferentes, então tenho razão para suspeitar.O juiz assentiu: - Você pode suspeitar, mas precisa apresentar evidências.- Eu... Eu não tenho evidências.Antônio bateu na mesa com força e gritou com Carolina: - Você realmente quer transformar nossa família em um espetáculo por causa de um pouco de dinheiro!Carolina o confrontou: - Não sou eu; sempre foram vocês que tentaram de todas as formas se apropriar dos bens deixados pela minha mãe!Mesmo dando um passo atrás no passado, a Família Santos enfrentou dificuldades, e ela estava disposta a ajudar. No entanto, agora eles simplesmente não queriam compartilhar. Por quê? Ela n
- Não.- Bem, vou reformular a pergunta. Você caiu na água por causa do Henrique?Carolina não sabia como responder:- Por favor, não pergunte mais, não foi intencional da parte dele, não é culpa dele.Mas essa resposta, aos ouvidos de Lucas, se tornou um escudo transparente. Ele franziu ainda mais a testa:- Carolzinha, me escuta, se afaste dele, a dívida que você tem com ele, eu pago. Não quero que sofra por minha causa.- Não, não preciso que você pague nada, afinal, vou continuar te devendo.Colocar a dívida na mão de outra pessoa não faria sentido.- Eu não vou te cobrar, só quero que você fique bem.Carolina hesitou e encontrou o olhar ardente dele, desconfortavelmente virou a cabeça:- Não perca tempo comigo, nós não fomos feitos um para o outro.Antes, ela tinha planejado se casar com Lucas como uma forma de vingança contra Diego, mas agora ela estava em paz.André estava ouvindo atentamente.“Isso foi direto demais, não foi?”“Não, ele precisava intervir.”Os honorários ainda