Precisamos denunciar

CAPÍTULO 11

Versão Maria Júlia

— Davi? — Ela pronunciou quase sem voz, e correu para trás do seu segurança.

Davi estava enfurecido, e ela viu que o nojento do MP levaria um tiro ali, e não se atreveu a sair de perto do segurança. Ela estava trêmula demais... as vozes agora se ouviam mais, e ela sabia que acontecia algo de errado ali, mas agora a sua chance de descobrir teria ido para o inferno, e Maria Júlia tinha os seus próprios problemas para enfrentar.

Os olhos do MP eram zombeteiros, mesmo com uma arma apontada para a sua cabeça, ele não tirou o sorriso do rosto, e aquilo era frio demais, pelos pesadelos ela sabia que o odiava do fundo da alma, e agora teve muito mais medo, pois o que tudo isso significava? O seu marido era o seu salvador? Seria isso que Felipe Lombardi escondia? Ele não a tirou de um convento, a tirou das mãos daquele nojento? Essa seria uma explicação plausível, ela pensava, enquanto ouvia os gritos de ambos, ao discutirem.

— Você é apenas um empregadinho inútil! O que deu tanta coragem, hein? Pelo visto chegou agora, e não conhece todas as regras aqui! — Zombou Marco Polo, de Davi Miguel.

— Estou pouco me lixando para o que diz! — Mirou melhor a arma em direção às bolas de MP. — Fui contratado apenas para uma função, que é cuidar e proteger a Maria Júlia, e se você for uma ameaça, não hesitarei em atirar, não me subestime! — Falou Davi Miguel, intimidando o abusador, que ele tanto odeia e deseja destruir em breve.

— ESSA DAÍ É UMA VADIA! MEU IRMÃO... — Marco Polo falava, quando foi cortado pelo próprio Felipe Lombardi, que ele nem viu de onde surgiu.

— CALA A BOCA, MARCO! OU QUER QUE EU MESMO ESTOURE OS SEUS MIOLOS? — Felipe Lombardi estava furioso demais, e certamente atiraria no próprio irmão naquele momento se fosse necessário.

— Ei... calma! Também não é pra tanto! — Falou Marco Polo erguendo as mãos, como se não tivesse feito nada, mas Felipe não é burro, e não seria enganado facilmente.

— Davi! Leve a minha esposa para o quarto, e não permita que saia de lá! Vou ter uma conversa com o Marco Polo agora! — Falou o Lombardi, e Maria Júlia estava muito assustada, e ficou em silêncio sem saber o que fazer, e apenas obedeceu, indo com o segurança em direção ao quarto, e não sabia mais dizer, se eram as pernas ou as mãos que tremiam mais.

Ela foi andando em direção da casa, e depois do quarto, e Davi estava em silêncio, mas na hora em que chegaram no quarto, ele não aguentou, e falou algumas coisas...

— Maria Júlia! Nunca mais volte naquele lugar! Não é seguro, aquele infeliz do Marco Polo é que comanda lá, e pelo visto você já percebeu que ele é um canalha! — Falou.

— Eu me lembrei de algumas coisas que sonhei... não é a minha memória, apenas partes de sonhos, mas agora tenho certeza que parte dele são reais! Preciso descobrir mais coisas, a outra carta não chegou? A do motorista de aplicativo? — Perguntou Maria Júlia para o segurança.

— Ainda não lembra de nada? Confia em Felipe Lombardi? — Perguntou ele, pois não entregaria a carta se não estivesse seguro de que a jovem pelo menos desconfiasse do infeliz do Lombardi.

— Não lembro! Apenas as coisas dos sonhos, mas prefiro não falar sobre isso! — Respondeu, apenas.

— Tudo bem! Só te digo que se precisar de ajuda, pode me chamar! — Ele falou, e foi saindo, pois era torturante olhar para a cama que ela dormia e era de Felipe Lombardi, mas se lembrou... — A carta ainda não chegou! — Terminou de falar, e saiu.

Maria Júlia ficou inquieta, estava muito nervosa, e não conseguia se acalmar, demorou muito tempo até que o marido entrasse pela porta do quarto.

Ele estava com o olhar enfurecido, escuro! A olhava furioso, e ela teve medo! Ela sentou na beira da cama, segurou com força o cobre leito que estava esticado na cama, e mal conseguia respirar.

— Porque desobedeceu e cruzou a linha que eu estipulei? — Perguntou com voz severa, e ela percebeu que ele havia bebido, o cheiro que sentiu foi forte, e a sua voz estava diferente também.

— Eu... eu ouvi gritos e...

— Eu já não expliquei o que acontece lá? Não falei para ficar longe? Qual o seu problema, Maria Júlia? Marco Polo cuida de lá, e ele não presta, você não lembra, mas eu lembro! — Falou furioso, e ela sentiu dor, quando ele segurou os seus braços com força.

— Eu já descobri algumas coisas! Era ele, Felipe... O MP era ele! Por que não me contou que me tirou dele, e não de um convento? Mentiu pra mim? — Perguntou ela confusa.

— Me diga o que lembrou! Anda, me diga! — Ele sacudia os braços dela, e certamente ficariam marcas depois.

— Ele me falou algumas coisas, eu associei com os pesadelos, e olhando ele de perto, eu confirmei... Era ele, Felipe! Era ele! Desgraçado, o que tanto ele fazia comigo? Porque não me lembro? Droga! Você precisa me explicar, estou ficando maluca com essas dúvidas! — Maria Júlia se desvencilhou do marido, e levantou enfurecida, cansada de tantas confusões e mentiras.

— Eu não vou contar nada! Cazzo! Isso iria confundir a sua cabeça! Só que agora não poderá mais sair dessa casa, ficará aqui dentro! Não vou correr o risco de Marco Polo te encontrar em algum corredor! Hoje você teve sorte, de o segurança que contratei ser de confiança, mas não vou mais correr esse risco! Entendeu? — Foi falando de maneira rude com ela, a fazendo ficar a cada minuto mais nervosa.

— Eu não vou mais lá, não precisa me privar de sair, aqui dentro é um tédio! E, outra... precisamos denunciar esse nojento, asqueroso... não sabe a raiva que estou sentindo dele! — Ela falou angustiada, agora lembrando melhor das imagens dos pesadelos, e teve náuseas.

— Eu farei isso! Não se preocupe! — Ele falou, e saiu encostando a porta.

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