Capítulo 4
Camila não conseguia entender. Ele havia acabado de dizer que Daniela era a pessoa mais importante para ele, mas agora estava ali, demonstrando um ciúme tão profundo. Ela estava prestes a falar algo, quando, de repente, Daniela caiu no chão.

Daniela soltou um grito de dor.

Ao ver Daniela caída, António e Pedro não se preocuparam mais com as respostas, correndo imediatamente para ajudá-la a se levantar.

Os olhos de Daniela estavam cheios de lágrimas, mas ela recusou a ajuda deles.

— Irmão, António, vocês ainda têm ferimentos. Não se preocupem comigo. — Disse, e logo olhou para Camila. — Irmã, você poderia me ajudar a ir lá para dentro descansar um pouco?

Antes que Camila pudesse responder, Daniela já se aproximou e se encostou nela, colocando todo o seu peso sobre seu corpo.

Camila, de forma instintiva, tentou empurrá-la, mas não tinha forças. Só conseguiu se render passivamente, permitindo que ela se encostasse.

Mal haviam passado por um arco quando Daniela segurou o braço de Camila. A expressão suave em seu rosto se transformou rapidamente em um olhar desafiador.

— Irmã, você realmente acha que vai chamar a atenção deles com esse tipo de truque? Eu te digo, não vai conseguir!

Camila não entendia o que ela estava tentando fazer, prestes a responder, quando viu Daniela levantar a mão e, de repente, começar a se bater com força no rosto. Enquanto batia, ela também gritava alto.

— Irmã, eu errei, me perdoe! Não me bata! Irmã, eu nunca mais vou tentar roubar o irmão e o António de você. Por favor, me perdoe!

O grito alto logo chamou a atenção de Pedro e António, que correram até lá. Ao verem Daniela com o rosto marcado por várias palmadas e chorando desesperadamente, os dois se alarmaram.

Pedro ficou furioso, e, sem pensar, correu até Camila, empurrando-a com força. Ela, sem forças, foi lançada para trás, caindo de cabeça em um canteiro de flores, e instantaneamente o sangue começou a jorrar de sua testa.

O olhar de António para ela transbordava raiva. Sem sequer buscar entender o que realmente havia acontecido, ele a repreendeu com severidade:

— Camila! Daniela viveu uma infância miserável, sem pai nem mãe por mais de dez anos! Mesmo depois de chegar à família Gomes, ela continuou sendo apenas uma filha adotiva! Você, que sempre teve uma vida feliz e cheia de privilégios, por que precisa implicar com ela? Eu já confirmei tudo: a família Azevedo está preparando o casamento, faltam poucos dias para ela se casar. Por que você insiste em disputar com ela?

Pedro não ficou atrás, e sua voz foi ainda mais dura:

— António, não perca tempo tentando aliviar para ela! Camila está cada vez mais insuportável! Camila, não é a primeira vez que você arruma confusão com a Daniela. Anos atrás, podíamos dizer que era imaturidade, mas agora ela já está prestes a se casar e você continua não deixando ela em paz! Como é possível que eu tenha uma irmã tão cruel como você?!

Camila achava que já não seria mais capaz de sentir dor... Mas ouvir aquelas palavras venenosas saindo da boca deles fez com que um amontoado de sentimentos - mágoa, tristeza, desespero e angústia - se acumulasse em seu peito, até transbordar em um sofrimento sufocante.

— Não fui eu... Agora há pouco, foi ela quem bateu no próprio rosto. Tem câmeras naquele corredor... Vocês podem verificar...

Antes que pudesse terminar, Daniela cobriu o rosto com as mãos, as lágrimas escorrendo em profusão.

— Irmão, António, meu rosto está doendo tanto... Será que vou ficar com cicatrizes? E o que foi que vocês falaram sobre casamento? Casar com quem?

Assim que ouviram aquilo, os dois homens mudaram completamente de expressão. António foi o primeiro a reagir; sem hesitar, se curvou e a tomou nos braços.

— Não é nada. Eu vou te levar ao hospital agora.

Pedro se apressou em completar:

— Daniela, você deve ter ouvido errado. Não se preocupe, vou chamar os melhores médicos para cuidar de você. Seu rosto vai ficar perfeito, sem nenhuma marca.

Enquanto os passos deles se afastavam às pressas, Camila já não conseguiu conter as lágrimas. Apertou com força o talismã que carregava na palma da mão, como se quisesse agarrar ali a última réstia de forças.

“Vocês estão errados... Pedro, António... Vocês todos estão errados... Quem vai se casar com a família Azevedo... Sou eu!”
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App