Capítulo 6
Em meio a uma grande comoção, Camila permaneceu quieta no canto da sala.

Ela se sentia como uma pessoa invisível, como se toda a agitação ao seu redor não tivesse nada a ver com ela.

Após o corte do bolo, uma melodia suave de piano preencheu o ambiente, e beldades e galãs se dirigiram para a pista de dança.

Daniela olhou ao redor, seus olhos se fixaram em Camila, e com um sorriso de desdém, ela caminhou até ela, cheia de orgulho.

— Camila, como você conseguiu ser ofuscada no próprio aniversário? Deve estar morrendo de raiva por dentro, não é? Mas não tem jeito, papai, mamãe, irmão e o António me mimam muito mais do que você. Você é filha biológica, mas o que adianta? Continua sendo pisada por mim. Olha só para essa sua cara de derrotada, que patética... Que pena...

Camila sabia que ela estava provocando de propósito, mas suas lágrimas já haviam secado nos últimos anos. Não havia mais nenhuma lágrima a ser derramada.

Por isso, ela apenas a observou com uma expressão impassível.

Daniela continuou a se vangloriar por alguns instantes, mas ao perceber que não obteve resposta, ela bufou de frustração e se afastou, batendo os pés.

Depois de tanto tempo sentada, Camila se sentia cansada e só queria voltar para descansar.

Afinal, não era ela a protagonista daquele aniversário, certo?

Quando estava prestes a sair, a voz de Daniela ecoou pelo centro da sala, rodeada por todos:

— Aquele colar de mais de um bilhão de reais que António me deu desapareceu! Tem um ladrão aqui!

Camila se virou rapidamente e, de fato, notou que o pescoço de Daniela estava vazio. Por algum motivo, ela teve uma sensação estranha e inquietante.

E logo em seguida, viu Daniela chorando, lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Eu estava conversando com minha irmã e, de repente, o colar sumiu. Irmã, se você gostava tanto desse colar, poderia ter me dito! Por que teve que roubar?

Essas palavras fizeram com que todos os olhares se voltassem para Camila.

Ela respirou fundo, encarou as intenções malignas ao seu redor com firmeza, e falou com voz tranquila:

— Não fui eu. Eu sou filha biológica da família Gomes. Um colar? Eu precisaria roubar um colar?

A atitude calma dela fez com que as desconfianças de todos se dissipassem um pouco.

António também franzia a testa, não acreditando, mas Daniela não estava disposta a desistir e insistia em apontar a culpa para ela.

— Se não foi você, então quem mais poderia ser? Para você, um simples colar não significa nada, mas foi António quem me deu. Você o adora, como poderia não querer essa peça? Se você realmente não roubou, então que tal fazer uma busca em você!

Buscar em ela na frente de tantas pessoas?

Camila apertou as mãos em punho, com um semblante frio e negou com firmeza.

— Eu já disse que não fui eu, por que deveria deixar você me revistar?

— Pai, mãe, irmão, tudo o que eu estou dizendo é verdade. Por favor, acreditem em mim! António, eu sei que sou apenas uma filha adotiva, se fosse outra coisa, tudo bem, a minha irmã pode ficar com o que ela quiser, mas aquele colar foi você quem me deu, e é o único que eu tenho. Eu não quero deixar ir.

Ao ver seu rosto molhado de lágrimas, eles começaram a ceder.

No final, foi Pedro quem assentiu, fazendo um sinal com o olhar para o segurança, que imediatamente se aproximou para segurar Camila.

Camila olhou para ele, atônita. Ela era a irmã biológica dele! Mas agora, por causa de uma filha adotiva, ele estava disposto a despojá-la na frente de todos.

Camila se debatia, gritando que não era ela, mas ninguém lhe dava ouvidos.

O vestido suntuoso foi rasgado, o cabelo cuidadosamente arrumado foi puxado e despencou, com uma grande quantidade sendo arrancada. Ela se agarrou ao peito, com os olhos cheios de dor.

Mas, não importava o quanto ela tentasse se explicar ou lutar, as pessoas ao redor ainda estavam com expressões de quem estava apenas assistindo a um espetáculo.

Ao olhar para os pais, que estavam impassíveis, e para António e Pedro, que só se importavam em consolar Daniela, Camila sentiu como se estivesse caindo em um pesadelo.

No passado, seus pais sempre a mimaram, com tanto cuidado, temendo que ela se machucasse.

O irmão a ajudava a se vingar dos que a faziam sofrer.

António sempre ficava ao seu lado, protegendo-a de todo o mal que o mundo poderia trazer.

Mas agora, tudo havia mudado!

Enquanto seu vestido estava quase completamente arrancado, as lágrimas de dor turvaram seus olhos, e, em um momento de desespero, ela de repente se lembrou de algo e levantou a mão, com os dedos quebrados e sangrando, gritando com todas as forças:

— Não fui eu! Eu tenho o vídeo de segurança!
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