Aquela semana correu sem nenhuma novidade para Alex. Todas as aulas foram sem problemas. Jenifer parecia estar feliz com a companhia de Pedro e trocava algumas palavras com Alex.
Ele, por sua vez, não queria que a menina se sentisse pressionada e não perguntou mais sobre o vestido. Por mais que tenha procurado todos os dias no abrigo, em todos os lugares. Sabia que aquele vestido poderia trazer as respostas, mas não poderia imaginar quem pegara no lixo.
O doutor conversava quase que diariamente com Alex, procurando sempre ajudar o professor a se manter firme e a exercer sua profissão com excelência, sem esquecer de observar a menina Jenifer, que ainda não entrara na lista que recebia do abrigo.
Como um dos responsáveis pela ONG, sentia-se responsável por cada criança que entrasse no abrigo. Conhecia bem a filosofia daquele lugar. Tinha um parentesco distante com o fundador do abrigo e queria manter a
Amanheceu novamente e o apartamento de Alex fora tomado por raios solares logo cedo. Passarinhos cantavam em sua janela e já se começava uma movimentação na cidade. Mesmo sendo uma cidade pequena, no interior, ela possuía um centro comercial grande perto do prédio que Alex morava. Ali, havia grande movimentação todos os dias.A estrada que levava ao abrigo se afastava da cidade e seguia em direção à estrada. Era a estrada que Alex percorria todos os dias naquele lugar. Criara uma rotina logo nos primeiros dias ali presente.Naquela manhã, sentia mais disposição. Talvez porque os dias estavam calmos no abrigo. Jenifer estava feliz e já aproveitava das amizades que ali fizera. Estela e João continuavam com seu comportamento estranho, entretanto, não faziam nada em relação a menina. As cozinheiras estavam com seu padrão comum, ignoran
Sair do abrigo perto da hora do almoço fora algo interessante para Alex e a menina Jenifer. Os dois andaram de mãos dadas até o carro do professor. Ali, ele colocou a mochila no banco de trás. A menina insistiu em sentar na frente.– Desculpe, Jenifer. Tenho que seguir a lei. Não posso arriscar perder a minha carteira novamente.Ela demonstrou irritação e sentou no banco de trás.– Para onde vamos?Alex olhou para ela, sorrindo:– Criança, temos uma tarde inteira para fazermos o que quisermos. Mas, antes, precisamos almoçar. Está na hora de você comer.Ela sacudiu a cabeça. Não comera nada naquele dia. Tivera uma manhã triste ao saber que os amigos iriam para casa de pessoas e ela ficaria ali, sozinha. Não é que não tivesse alguém, mas esperava que esse alguém não a encontrasse al
Alex e Jenifer desceram do carro com as bolsas. Entraram no elevador e chegaram no apartamento em que ele morava. Abriu a porta e entraram com tudo. A menina olhou para o apartamento. Depois, deu um sorriso para Alex, como quem gostava daquele lugar. Andou pelos cômodos e viu o quarto vazio. Estranhou que Alex, sozinho, tivesse um lugar com dois quartos. Estranhou mais ainda três caixas que estavam fechadas dentro do quarto vazio. Mas, nada disse para seu amigo. Alex entrou no quarto com as bolsas e sorriu para a menina:– Este é seu quarto. Vamos arrumá-lo?A menina ficou muito feliz. Nem mesmo no tempo anterior tivera um quarto só para ela. Sempre dividira com alguém.Levaram várias horas arrumando tudo que compraram. A cama, já com colchão, fora ar
Dias antes de Alex chegar no abrigo, tudo aconteceu. O abrigo estava calmo, as crianças encaminhadas para as matérias e não faltava nada. Sereno até demais para os padrões daquele lugar. Estela, como sempre, estava na sala dela mexendo em computador. João estava com seu charuto, sentado e resmungando. Assim, seguia a monotonia daquele lugar.Uma ligação mudou tudo.– Alô. Sim, sou eu... Como? Tem certeza?... Excelente. Estamos indo. Conforme combinamos... Sim, claro... Pode deixar. Só faça com que espere nossa chegada.Estela desligou o telefone:– João, prepare o carro. Temos uma missão.João resmungou alguma coisa.– Pare de reclamar, se é realmente o que me disse no telefone, poderemos ter uma nova candidata.João exalou fumaça:– Da última vez, perdemos o nosso tempo. Gastamos
Alex e Jenifer saíram cedo no dia seguinte. Segundo informações, conseguiriam uma praia ali perto. Ele não gostava de praias, mas Jenifer dissera que nunca visitara nenhuma e ele queria aproveitar bem os dias com a menina para que ela se divertisse bastante.Chegaram cedo. Era um lugar pouco movimentado e com a água bem limpa. Colocaram uma toalha no pé da única árvore que ali acharam. Sentaram na sombra. Olharam a imensidão do mar e sorriram.Jenifer estava feliz por estrear um biquíni que comprara na loja com Alex. Tinha ali tudo que precisava. Uma pessoa que lhe fazia feliz e paz.Naquele dia, a menininha provou o famoso camarão no espetinho, feito com tempero de limão e assado sob o sol da praia. Era uma delícia. Comeu cinco. Alex se divertia com a menina que experimentava aquelas comidas.Chegaram na beira da água e molharam os pés. Por mais que p
A quarta-feira amanheceu com chuva. Alex acordara cedo com o intuito de levar Jenifer para passear em algum lugar. Entretanto, com a chuva forte, não poderiam sair.A menina levantou, ainda com as roupas de praia.– Ei, princesa, você dormiu muito ontem. Precisa de um banho.Ela nem mesmo olhou para Alex:– Estou indo.Alex estranhou a resposta da menina. Nos dois dias anteriores, ela o tratara com muito amor e carinho, e dera uma resposta fria para Alex naquele momento.A menina demorou no banho quente, chateada ainda com a ideia de que Alex não iria ficar com ela. Ela tinha tantas esperanças, e na verdade, se sentia enganada. Naquele momento, não achava Alex melhor do Estela.Terminou o banho. Ele a esperava com um reforçado café da manhã. Comeu sem dirigir uma palavra a ele. Depois, voltou para seu quarto e deitou, se cobrindo com as cobertas coloridas.O pro
Jenifer acordara cedo. Já se passara a segunda, a terça na praia, a quarta passara deitada com pensamentos ruins. Restavam apenas três dias e não queria de forma alguma perder nenhum tempo que pudesse passar com Alex.Foi ao quarto. Ele dormia profundamente. Retornou para a cozinha. Olhou o que tinha ali e resolvera preparar o café da manhã. Pegou água, ferveu para fazer o café. Colocou leite na leiteira e esquentou. Arrumou em uma bandeja pão, queijo, presunto e geleia. Levou para a sala.Alex, escutando o barulho na cozinha, despertou. Chegou na sala na hora que ela acabava de arrumar tudo:– Acordou cedo, Jenifer.A menina se assustou. Estava distraída.– Oi, Alex. Eu preparei o café para nós.– Vejam só! Cheia de habilidades!Tomaram café juntos. Conversaram como se o dia anterior não tivesse acontecido. Riram,
Alex e Jenifer se acostumaram com a companhia um do outro. Aqueles sete dias juntos fizeram com que criassem um laço muito forte. Tão forte que não conseguiam nem mais pensar em viverem separados.Para Alex, era a renovação. Era a menina que mudara sua vida. Para Jenifer, era a chance de estar com alguém que realmente a amava.Mas o sonho estava acabando. Chegara o domingo de noite e, na segunda, Alex voltava a trabalhar e teria que levar a menina com ele. Ela deveria voltar para aquele abrigo frio, com o medo de Estela fazer alguma coisa.Aquela semana juntos passou muito rápido. O domingo despontara e nem mesmo sabiam como era possível. Jenifer pediu para não sair de casa naquele dia. Queria aproveitar a presença de Alex o dia inteiro.Quando a noite chegou, os dois se abraçaram. Ficaram abraçados, sentados na cama de Jenifer. Choravam. Choravam porque não queriam