— Casamento?Nada supera o choque estampado no rosto de Mark no instante em que Hector revela a proposta que fez para Ava. É como se, por alguns segundos, ele nem soubesse o que dizer — apenas arregala os olhos, com a boca semiaberta, tentando processar o absurdo que acabava de ouvir.Sentados em um bar discreto da cidade, longe dos olhares curiosos, Mark empurra a cerveja sem álcool para o lado e encara Hector como se ele tivesse enlouquecido de vez.— Me diz que é brincadeira, Hector — ele solta, com um fio de voz.Hector apenas dá de ombros, como se estivesse comentando algo tão banal quanto a previsão do tempo.— Foi a única coisa que pensei — responde, relaxando na cadeira e levando o copo de uísque aos lábios com calma.Apoiando os cotovelos na mesa, Mark inclina-se para frente e sussurra, sério:— Pedir a mulher em casamento? A mulher que você manteve escondida e enganada até perder a paciência?— Exagero seu — Hector rebate com um sorriso enviesado. — Eu a protegi… à minha man
Com a ponta do nariz, Hector desliza lentamente pela pele exposta da mulher, inspirando seu perfume como se estivesse provando o perigo. A moça fecha os olhos, arrepiada, enquanto ele coloca a mão firme em sua cintura, puxando-a discretamente para mais perto.Mark assiste à cena, balançando a cabeça em descrença, mesmo que não gostasse de se meter na vida do amigo, decide comentar:— Cuidado — provoca com um sorriso. — Dizem que o pecado sempre cobra seu preço.Hector apenas sorri de canto, com os olhos agora queimando como um predador que queria devorar a sua presa.— Que venha a conta… — sussurra ele, antes de deixar seus dedos deslizarem lentamente pela linha da coluna da mulher. — Qual é mesmo o seu nome?— Me chamo Kelly e a minha amiga, Dulce — ela responde.Sentindo que já tinha Hector em suas mãos, Kelly se inclina ainda mais, roçando propositalmente os seios nele. Com um sorriso malicioso, sussurra em seu ouvido:— Que tal irmos para um lugar mais… reservado? — questiona Kell
Dulce sai da mesa e caminha pelo bar como uma predadora, seu vestido curto molda cada curva de seu corpo. Ela caminha até a mesa de James e seu acompanhante com a autoconfiança de quem já sabe que vai vencer.Assim que chega, ela se inclina com um sorriso descarado e apoia as mãos na mesa, fazendo questão de exibir ainda mais o decote generoso.— Boa noite, rapazes — sua voz sai melosa, quase num sussurro. — Espero não estar interrompendo nada importante.Levantando o olhar surpreso, James deixa que seus olhos deslizem lentamente pelo corpo dela. Ao notar a sua presença, rapidamente esboça um sorriso forçado — daqueles que se dá para manter as aparências em público. Afinal, o bar estava movimentado e, mesmo em uma área reservada, havia olhares curiosos por todo canto.O acompanhante de James, no entanto, cruza os braços e a observa com desconfiança, claramente incomodado com a intromissão.— Podemos ajudar em alguma coisa? — James pergunta, num tom suave, enquanto j**a o braço despreoc
Por um instante, Hector fecha os olhos, saboreando o gosto da vitória como um bom vinho. Um sorriso de satisfação curva seus lábios, ao sentir que a sua melhor fase estava prestes a chegar.Notando o silêncio de Hector do outro lado da linha, Ava decide acrescentar:— Mas preciso deixar claro que tenho algumas condições… — acrescenta.— É claro que teria — Hector ironiza.— No entanto, te direi quais são pessoalmente — conclui, antes de desligar.Assim que a ligação se encerra, Hector permanece alguns segundos em silêncio, olhando para o visor do celular, descrente da ligação que acabou de receber.Então, com um estalo de realidade, ele volta o olhar para Kelly, que continua no veículo, esperando ansiosa para saírem dali.Sem um pingo de delicadeza, Hector diz:— Sai do carro.Kelly arregala os olhos, sem entender.— O quê? — pergunta, indignada.— É isso que você acabou de ouvir — repete com um sorriso frio. — Saia do meu carro.— Mas íamos nos divertir um pouco — ela protesta.— Voc
Mesmo que quisesse ignorar, Ava sente o olhar de Hector sobre o seu corpo, analisando cada movimento que ela faz na água… embora soubesse que não deveria, seu corpo parecia ganhar vida respondendo àquela presença.Com os pés mergulhados na piscina, Hector não parecia ter pressa de sair dali. Apenas a observa. Por mais que a água estivesse bem quente, o frio do lado de fora parecia castigar.— Está com frio? — ele pergunta, com a voz mais rouca do que deveria.— Não — responde ela num sussurro, passando uma das mãos pelo pescoço, como se tentasse afastar o calor que não vinha da água. — A água está na temperatura ideal que me faz pensar em ficar aqui por um bom tempo.Por alguns instantes, apenas o som da água se movendo entre eles preenche o espaço. Hector dobra o corpo para frente, aproximando o rosto do dela.— Quer companhia? — pergunta. Seu timbre grave e a proximidade quase tiram o fôlego de Ava.Ela engole em seco, lutando contra o impulso de dizer “sim”. Lutando contra si mesma
— Não precisa ter medo, Ava — ele murmura. — Afinal, você precisa conhecer o seu futuro marido.O coração dela martela no peito, espalhando um calor desconfortável por todo o corpo.— Você está se aproveitando — ela sussurra, com a respiração descompassada, tentando manter a cabeça erguida.Sorrindo de lado, ele toma a iniciativa e toca a sua cintura fina.— Estou apenas lembrando quem você será em breve — retruca, cravando os dedos na pele dela. — Além dos benefícios financeiros que teremos, não podemos ignorar que também podemos nos divertir. — Ele faz uma pausa, com o olhar cravado nela. — Seria impossível negar o quanto você me provoca… e o quanto desejo explorar cada detalhe seu.Ava fecha os olhos por um instante, lutando contra a vontade absurda de se inclinar para ele. Quando os abre novamente, vê que o olhar intenso de Hector continua cravado no seu, como se pudesse enxergar além de todas as suas barreiras.— Você pode me odiar, pode me desprezar… — ele continua, com a voz ro
No quarto, já seca e vestida com uma roupa confortável, Ava fica diante do espelho e usa uma toalha para secar seu cabelo molhado.Enquanto faz isso, seus olhos se desviam para a mesa de cabeceira, onde repousava um pedaço de papel meio amassado, onde havia escrito algumas condições para aquele casamento acontecer. Ela franze o cenho e, ainda esfregando a toalha nos fios úmidos, pega o papel para reler.Ela passa os olhos pela lista, mas trava na primeira linha: “Sem contato físico.”Bufando alto, revira os olhos.— Parabéns para mim — murmura, jogando o papel de volta na mesa.Havia acabado de quebrar a primeira regra, que ela mesma havia criado — e da maneira mais escandalosa possível.Frustrada consigo mesma, termina de secar o cabelo com um pouco mais de força do que o necessário e joga a toalha de lado. Depois, senta-se na beira da cama, com os cotovelos apoiados nos joelhos, enterrando o rosto nas mãos.Mesmo depois do banho, o cheiro de Hector ainda parecia grudado nela, como s
— Não acredito, eu vou ser mãe!Ava mal podia acreditar no que estava vendo. Em frente ao espelho do banheiro de seu escritório, lá estava ela, segurando um teste de gravidez com o resultado positivo que tanto sonhou.Desde que perdeu seu primeiro bebê num aborto espontâneo, o médico disse que seria bem difícil engravidar de novo. Mas agora, olhando para o resultado positivo nas suas mãos, tinha certeza de que estava vivendo um milagre.As lágrimas começaram a cair sem controle. Era um misto de alegria e alívio depois de tanto tempo tentando.— Não posso guardar essa notícia só para mim — ela murmura, já imaginando a cara de surpresa do seu noivo.Ajeitando a maquiagem borrada e a roupa elegante que usava, ela sai do escritório com a postura altiva, que sempre teve diante de seus funcionários.Quem não a conhecia pensava que ela não passava de uma herdeira poderosa que tinha o mundo inteiro em suas mãos, E, bom, ela meio que tinha.Mas… a sua vida pessoal era bem diferente do que apar