Caminho Traçado: Meu bebê é filho do CEO
Caminho Traçado: Meu bebê é filho do CEO
Por: Célia Oliveira
Capítulo 0001

Saindo de casa para iniciar mais uma semana de trabalho, Rafaela estranha quando sua gerente a chama ao escritório para uma conversa inesperada.

— Transferência? — pergunta, ainda sem entender.

— Isso mesmo. O novo diretor precisará de uma secretária, e como você já tem muitos anos de experiência no currículo, achamos que é a pessoa mais indicada para o cargo. Rafaela mal acredita na notícia que acaba de receber. Trabalhar para o filho do CEO, que acaba de ser nomeado diretor da empresa, não estava em seus planos. Apesar de não conhecer o famoso Ethan Smith, já ouviu muitas coisas estranhas sobre ele, incluindo que ele não é uma pessoa fácil de lidar.

— Tenho certeza de que você se sairá bem, ainda mais sabendo que o seu salário vai aumentar.

— Sério? — pergunta empolgada, ao ouvir falar de dinheiro, seu interesse é instantâneo. — Isso mesmo. Agora vá, seu novo chefe já a espera. Amanhã acontecerá uma recepção para apresentá-lo a todos os funcionários, então talvez ele precise de algo.

— Tudo bem.

— Boa sorte — deseja a gerente, antes de sair.

Pegando o elevador e subindo para o último andar, onde ficam os escritórios dos executivos mais importantes da empresa, Rafaela segue em direção à sala do novo diretor.

Antes de bater na porta, o telefone da mesa onde será seu novo posto toca. Sabendo que atender ao telefone é uma de suas novas funções, ela prontamente o pega.

— Pois não? — responde ao atender.

— Então já chegou — uma voz masculina diz do outro lado da linha.

— Com quem estou falando? — pergunta confusa.

— Não sabe com quem está falando? — O homem ri, mas logo adota um tom mais sério. — Vai ser demitida no primeiro dia.

— Senhor Ethan? — pergunta com a voz trêmula.

— Quem mais seria? — pergunta ele, sarcasticamente. — Está atrasada!

— Me perdoe, senhor, é que acabei de receber as instruções sobre minha nova função.

— Qual é o seu nome?

— Rafaela Souza.

— Souza? — ele pergunta, intrigado. — Não é um sobrenome comum.

— Na verdade, é muito comum no meu país.

— Você não é americana?

— Sim, mas da América do Sul — responde Rafaela, revirando os olhos ao lembrar que os estadunidenses se consideram os únicos americanos. — Sou do Brasil.

— Não serve para o cargo — Ethan diz abruptamente.

— Por ser de outro país? — pergunta ela, ainda mais confusa.

— Não, claro que não. Eu simplesmente não gostei de você. — Com isso, Ethan desliga o telefone, deixando Rafaela desconcertada.

Sem entender o que acabou de acontecer, ela volta ao escritório de sua gerente para contar o ocorrido.

— Sinto muito, Rafaela, mas você não pode voltar ao seu antigo cargo, já colocamos outra pessoa em seu lugar — a mulher diz, com um tom sério.

— Como assim? — pergunta, incrédula.

— Você tem duas opções: ou volta e tenta convencer o senhor Ethan a aceitá-la, ou será demitida.

Mesmo achando a situação injusta, Rafaela sabe que precisa do emprego.

Sem outra escolha, ela volta ao escritório do novo diretor, determinada a manter seu trabalho. B**e na porta e, ao ouvir Ethan permitir a entrada, adentra a sala.

O homem está sentado atrás de uma grande mesa, mas sua cadeira está virada de costas, impedindo que Rafaela veja seu rosto.

— Senhor, acredito que houve um mal-entendido. Posso provar que sou qualificada para essa função — começa a dizer, tentando manter a calma.

— Não disse que você não é qualificada, disse que não gostei de você — ele responde sem se virar.

O motivo parece estúpido para Rafaela, mas ela não desiste. Afinal, precisa do emprego para pagar as contas, especialmente o apartamento que divide com sua melhor amiga, Kate. Procurar outro emprego seria difícil, e voltar ao Brasil está fora de questão.

— Acho que, se me conhecer melhor, talvez mude de ideia — ela insiste.

— Não estou interessado — Ethan responde secamente.

— Mas, senhor… — ela tenta argumentar, mas é interrompida.

— Estou com sede — ele diz, mudando bruscamente de assunto.

— O quê? — Rafaela pergunta, confusa com a mudança repentina.

— Se me trouxer um Mocha gelado de chocolate em menos de 15 minutos, o emprego é seu.

O pedido parece absurdo, mas Rafaela, determinada a manter seu trabalho, aceita. Afinal, basta ir à cafeteria ao lado da empresa e tudo estará resolvido.

— Tudo bem — responde ela.

— Só uma coisa — Ethan acrescenta antes que ela saia.

— Eu só bebo o Mocha do Starbucks.

— Mas o Starbucks mais próximo fica a cinco quarteirões daqui! — fala, incrédula.

— Então, acho melhor correr.

Sem acreditar no jogo absurdo que seu novo chefe propõe, Rafaela sai desesperada para cumprir a tarefa. No meio da corrida, se odeia por escolher usar seus saltos novos naquele dia.

— Isso só pode ser uma brincadeira sem graça — murmura, enquanto digita o pedido no celular para agilizar o processo.

Após pegar o pedido e voltar correndo para a empresa, Rafaela entra rapidamente no elevador, faltando apenas um minuto para o prazo acabar. B**e na porta do escritório de Ethan, que permite sua entrada.

— Aqui está seu pedido, senhor — diz, colocando o copo na mesa.

— Minha sede passou — ele responde, despreocupado.

— Como assim? — ela pergunta, indignada.

— Mas, como conseguiu cumprir o tempo que propus, vou deixar que continue — Ethan completa, com um tom quase indiferente.

— Obrigada — agradece, embora saiba que aquilo foi pura maldade de sua parte. — Deseja mais alguma coisa, senhor?

— Sim. Há alguns documentos dentro daquelas pastas — aponta para uma prateleira cheia de pastas empilhadas. — Preciso analisá-los, mas estão todos desorganizados. Quero que organize tudo em ordem alfabética.

— Certo.

— E espero que termine hoje, pois quero começar a analisá-los amanhã cedo — ele diz, sem muita cerimônia.

— Mas são muitos… Talvez eu não consiga terminar tudo hoje.

— Compense esse tempo com horas extras — ele responde.

Rafaela poderia recusar, mas, como precisa do emprego, decide concordar com o chefe. — Claro, senhor.

— Ah, e mais uma coisa. Amanhã, quando chegar, organize aqueles livros na prateleira. Odeio desorganização, e eles estão destoando o ambiente.

— Sim — responde Rafaela, revirando os olhos discretamente, aproveitando que ele continua de costas.

— Também quero que avise à equipe de limpeza para não usar produtos perfumados no meu escritório. Odeio cheiros fortes.

— Tem mais alguma coisa que o senhor deseja? — pergunta, esperando que a resposta seja negativa.

— Na verdade, há uma lista de coisas que eu não gosto e preciso que você saiba de todas. Como minha nova secretária, é essencial que você decore tudo.

— Claro, pode me dizer do que se trata.

— Melhor eu fazer uma lista. Antes de ir embora, entrego para você. Agora, pode voltar ao trabalho.

Rafaela sai dali com os olhos revirando. “Quão fresco pode ser esse homem?” pensa ela. Além de dar ordens a torto e a direito, ele faz isso como se fosse um rei, nem ao menos se dignando a olhar para ela.

Será que conseguirá suportar o jeito dele?

Sem tempo para pensar muito, se senta à sua mesa e liga para o serviço de limpeza responsável pelo escritório de Ethan. Em seguida, começa a organizar os documentos, folha por folha.

Já passa das dezoito horas quando Ethan a liga.

— Deixei um papel na minha mesa. Leia e decore tudo.

— Tudo bem — responde, indo até a sala dele para buscar o papel. Vê que é a lista das coisas de que ele não gosta.

Ethan já saiu pela porta privada que leva ao corredor e elevador dos executivos. Como a porta fica do outro lado da sala, ela não o vê saindo. Com o papel em mãos, começa a ler a lista absurda de seu novo chefe.

Coisas que eu não suporto ou tenho alergia: café com açúcar. — “Está explicado por que ele parece tão amargo” — murmura Rafaela, sorrindo. A lista continua: Coisas fora do lugar, desorganização, mastigar com a boca aberta, falar alto, não bater antes de entrar, flores, perfumes fortes ou doces, chás, comida apimentada, conversas paralelas no horário de trabalho, cachorros e gatos, funcionários com roupas estampadas. ATRASO — que ele escreveu em letras garrafais. — Que me perguntem algo duas vezes, carpetes felpudos, frutos-do-mar e crianças.

— Meu Deus, que tipo de maluco não gosta de animais ou crianças? — se pergunta, enquanto lê aquela lista absurda. — Onde fui me meter?
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