Eu o odiava com todas as minhas forças e odiava ainda mais a mim mesma por ter me deixado levar pelos hormônios e me entregado a ele mais uma vez. Estava claro que ele estava escondendo coisas de mim, Chris obviamente mantinha em segredo toda sua aversão a relacionamentos e agora se mostrava doce e preocupado, mas existia uma barreira ali. E mesmo comigo entregando tudo, abrindo mão da minha vida, dos meus amigos e até mesmo do meu pai, para estar ao lado dele, ele não me deixava entrar em seu coração. Me tranquei no banheiro, sentindo o enjôo tomar meu corpo graças ao estresse. Aquilo acabava comigo e Chris não estava tornando mais fácil. Então me curvei no vaso, tentando respirar fundo e não colocar tudo para fora. Aparentemente nosso menino detesta passar qualquer tipo de nervoso. Por sorte as respirações profundas o acalmaram e eu consegui me levantar e tomar um long banho, antes de sair de lá. Eu não queria encarar Chris e agradeci por não o encontrar no quarto, mas havia uma b
Eu tinha corrido por cerca de vinte minutos apenas, mas a corrida subindo a pequena colina que tinha ali me ajudou a cansar o suficiente para que eu conseguisse pensar com clareza.Mas isso também fez com que as lembranças antigas voltassem a minha mente. Emma doente, o anjo da morte rondando a minha família, todos os dias vivíamos com aquele aperto no coração, aquela insegurança de não saber se teríamos mais uma semana com ela ou anos. Enquanto minha irmã não se livrou do câncer aquele medo não nos deixou, eu nem mesmo me importava em que ela tivesse mais atenção, desde que ela estivesse bem eu estava feliz.Porem quando Emma piorou ao ponto de eu não poder ficar perto dela para não comprometer sua saúde, já que a imunidade dela estava muito baixa, eu me afundei em tristeza, mas comecei a ganhar atenção diferente das meninas.Emma sempre tinha sido minha amiga, éramos nós dois contra o mundo, mas eu fiquei sozinho, isolado de todos e de alguma forma estranha a minha dor atraiu as gar
Vê-lo ali ajoelhado na minha frente finalmente abrindo o coração sobre o trauma do passado que o acompanhava até hoje e ouvi-lo confessando o que sente por mim, fez meu coração disparar no peito, quase a ponto de sair pela boca.Chris sabia mexer com meus sentimentos, mas não era aquilo que ele estava fazendo comigo, essa era a primeira vez que eu o via desarmado, sem a mascara habitual que usava, estava apenas sendo sincero.— Acho que você está começando a ser digno. — murmurei ganhando um sorriso atravessado dele. — Nós dois erramos muito no passado, fizemos coisas que não nos tornamos digno de muito, talvez toda essa situação que estamos passando seja apenas um castigo.— Não, não é. Não diga isso nunca, só de ter você perto de mim e nosso filho estar crescendo bem e saudável, já tenho a certeza que não é castigo e sim um pedaço do paraíso, independente das circunstâncias que nos trouxeram até aqui.— Chris... você acaba comigo falando coisas assim, sabia?— Só estou falando a ver
Podíamos estar confinados na propriedade de Gael há duas semanas, completamente isolados do mundo, mas eu estava adorando cada minuto que passava com Lise longe de tudo e de todos. Nós dois finalmente estávamos começando nos conhecer de verdade, tínhamos tempo de sobra para discutir e fazer as pazes.Gael tinha até mesmo conseguido todo tipo de aparelho, para que pudéssemos monitorar a gravidez de perto. Mas por sorte faltava pouco para o dia da audiência e então finalmente estaríamos livres, ou Lise enlouqueceria de passar mais uma comemoração longe dos nossos amigos e do pai dela, já bastava a virada do ano.— Acho que James é um nome apropriado para o nosso garoto. — falei circulando a barriga dela e sabendo que logo ela estaria fugindo de mim, porque era sempre assim quando começávamos a falar dos nomes para o bebê.— Chris, eu já disse que não vamos escolher um nome, não até sairmos daqui. Agora fica quieto e me deixar tomar sol direito. — ela deu um tapa retirando minha mão de s
Aquilo não podia estar acontecendo, não podia ser verdade, eu encarava as imagens no tablet sentindo meu estômago se afundar enquanto via o pai de Lise amarrado a uma cadeira, o rosto machucado e sangrando, ele estava desacordado com a cabeça pendurada e eu só me sentia ainda pior por ele.— Isso não pode ser verdade, Lise nunca vai me perdoar por isso. — murmurei ainda perdido no vídeo, onde um homem que não aparecia continuava a falar.— Entreguem esse rato mentiroso e tudo isso acaba, o velho vai ser deixado no hospital assim que nos mandarem o verme!— Tente não pensar na Lise agora, não vamos contar isso a ela. — Gael tomou o aparelho das minhas mãos o desligando. — Eles enviaram isso a sede da polícia e encaminharam para o meu e-mail.— Nós temos que fazer alguma coisa, Gael! Não podemos deixar que esse homem morra por minha causa ou Lise vai me odiar para o resto da vida e nunca vai me deixar chegar perto da nossa menina.Ele bufou mexendo freneticamente no celular e dando a vo
As coisas estavam estranhas, Chris tinha passado o último dia calado, sempre distraído e inquieto, estava claro que havia acontecido alguma coisa e os dois não queriam me contar nada. Como me arrependia de estar sem meu celular, poderia tentar falar com Emma, ou dar uma pesquisada sobre os homens que estavam atrás dele.Eu tinha acordado a alguns segundos depois de ter um pesadelo, mas não quis me virar porque sabia que ele não estava ali, do contrário seus braços estariam envolvendo meu corpo.Bufei criando coragem de me virar e encarei o outro lado da cama vazio, sentindo meu coração se afundar em apreensão, mais uma noite que ele passava longe e eu tinha a confirmação que algo de muito ruim tinha acontecido.Me levantei devagar dando passos lentos até a porta, querendo ser capaz de ouvir alguma coisa na casa, mas tudo estava silencioso de um jeito estranho.Um arrepio subiu por minhas costas, mas eu decidi ignorá-lo e me virei indo para o banheiro. Esfregando os olhos para afastar
Eu sai da casa de Gael nas montanhas sentindo meu coração se apertar a cada quilômetro que ficávamos mais longe dela. Escrever aquela carta acabou comigo, porque eu não tinha nenhuma esperança de que iria voltar vivo, por isso entreguei o anel que iria usar para pedi-la em casamento quando esse inferno acabasse, ele pertencia a Lise, assim como o meu coração.— Ela vai ficar bem, está mais protegida lá do que em qualquer outro lugar. — ele tentou me tranquilizar, mas mesmo repetindo isso eu não me sentia melhor, a sensação de sufoco não me deixava.— Não consigo parar de pensar que a estou decepcionando novamente. Jurei que nunca mais a deixaria e é exatamente isso o que estou fazendo. — murmurei ainda olhando para fora da janela, mesmo que tudo ao nosso redor fosse mata.— Nós dois sabemos que você nunca contaria a verdade a ela sobre o motivo de estar se entregando...— Jamais a faria escolher entre eu e o pai. — o interrompi falando o que vinha insistindo nos últimos dias.— E Lise
— A cavalaria chegou! — Gael gritou pulando para fora do carro com um sorriso largo no rosto. — Vamos levar seu sogro para o hospital e ir encontrar Lise antes que ela acorde.— Você ainda vai me matar de infarto, não estou mentindo seu filho da mãe. — resmunguei quando ele chegou mais perto e apoiou o outro lado do homem. — Esteve armando pelas minhas costas esse tempo todo?— Claro, você não ia concordar com nenhum plano que colocasse a vida dele no mínimo risco e eu não podia deixar você morrer. — alguns homens passaram correndo para dentro do estacionamento, me deixando confuso. — O chefe deles fugiu antes que disparássemos, parece que o infeliz notou as luzes e entendeu o que estava prestes a acontecer. Mas vão pegá-lo.Colocamos o pai de Lise dentro de um dos carros que correria com ele para o hospital, enquanto eu iria atrás da minha amada. Mas assim que atei seu cinto o pai dela me segurou pelo colarinho.— Eu achei que você era um mimado cretino... mas estou vendo que a minha