Depois do jantar todos nós ficamos reunidos na sala, conversando e rindo, todos fingindo que Chris não tinha vindo nos jogar uma bomba, todos seguindo o conselho da velhinha assustadora.Eu estava tentando entender o lado dele, a parte de voltar por nosso filho, mesmo correndo um grande perigo em acabar com a investigação e de morrer, colocando toda a sua família em risco, eu podia achar que era algo fofo.Só que eu nunca conheci esse lado fofo dele, Chris só era fofo com a irmã e família. Não estou dizendo que ele era uma má pessoa, longe disso, ele sempre foi legal comigo e me tratava como amiga. E era isso o que eu sempre pensei que seria pra ele.Isso me fez lembrar da nossa noite, aquela foi a última vez que eu o vi, Chris sumiu no meio da noite me deixando lidar com Charles e toda a confusão emocional sozinha, uma semana depois ele “morreu”.Foi só pensar naquilo que não consegui continuar ali, sorrindo e brincando, como se nada tivesse acontecido. Chris tinha feito uma bagunça
Lise estava com raiva de mim e eu compreendia, ela tinha todo direito de me odiar e querer me ver bem longe, eu tinha feito mais mal do que bem a ela.Mas falei sério quando disse que estava disposto a mostrar que mudei, eu ia fazer isso dia após dia se preciso até que ela tivesse certeza de que podia confiar em mim. Estava na hora de reparar todos os meus erros, começando por ela.Charles foi o primeiro a ir embora, o que já era esperado considerando tudo. Emma e Guilherme foram para o apartamento deles para deixar espaço para os nossas avós, e todos apenas concordaram com isso porque policiais disfarçados estariam de olho neles.Lise e eu ficaríamos na casa com os outros, teríamos que dividir o quarto, mas isso não era nenhum problema para mim, eu queria qualquer chance que pudesse de estar junto com ela.— Ai meu Deus, minha mãe não tirou nada do lugar. — murmurei expressando minha surpresa quando abri a porta do quarto deixando que ela entrasse primeiro.— Ela nunca tiraria suas c
Chris estava mesmo querendo me tirar do eixo, em um segundo ele estava sério e parecendo um homem concentrado em coisas sérias, mas bastou eu sair do banheiro que algo mudou, ele me olhou como se estivesse faminto, mesmo que eu usasse a camisa dele.Mas eu o provoquei quando subi na cama, queria fazê-lo sofrer um pouco do que eu sofri, tendo que ver o corpo lindo todos os dias e não poder tocar.Só que minha provocação deu errado quando ele resolveu tirar toda a roupa e subir na cama só de cueca. Inferno, sentir o corpo dele quente contra o meu a noite toda, era de mais pra minha sanidade, ainda mais quando eu estava com os hormônios à flor da pele.Chris ficou traçando círculos na minha barriga, me tentando ainda mais, eu precisava respirar fundo, continuar firme e não ceder a ele.— O que foi querida? — ele sussurrou a pergunta ao pé da orelha. — Não consegue dormir?— Não, porque você está me sufocando. — menti descaradamente e tentei empurrá-lo para longe.— Acho que não é esse o
Eu tinha acabado de fazer Lise gozar em meus dedos e ela correu para dentro do banheiro, eu não pude fazer muito para impedi-la, sabia que ela precisava de um tempo pra processar aquilo.Meus planos eram de mantê-la naquela cama o resto da manhã inteira, mostrando o quanto tinha sido bom a nossa primeira noite juntos.Antes que eu continuasse pensando nisso meu celular apitou e eu me estiquei para pegá-lo na mesa de cabeceira. Uma ligação perdida de Gael seguida de uma mensagem dele, aquilo não podia ser bom.Gael: O carro da sua irmã foi alvejado, eles estão vindo pra cá com a polícia, desce logo.Li e reli aquelas palavras sentindo meu coração disparar. Eles atacaram o carro da Emma, meu Deus, minha irmã poderia estar morta nesse minuto e tudo por minha causa.Vesti uma calça de moletom e dei uma olhada do lado de fora, tentando ver os policiais em guarda já que era a única coisa que me dava segurança, que me dava um pouco de certeza que tudo estaria bem.Ouvi a porta do banheiro e
O rosto de Chris estava detonado, os olhos estavam tomando um tom arroxeado e havia um corte na altura do lábio dele, e ele ainda continuava desmaiado.Aparentemente todos naquela casa concordavam com Gael, todos compartilhavam do pensamento de que se ele tivesse permanecido escondido as coisas seriam melhores.Mas era como eles pensavam, eu já tinha um pensamento totalmente oposto. Por mais que ter Chris de volta bagunçasse minha vida, meus sentimentos e planos, eu não podia negar no quanto era uma coisa boa.Ele podia ser o maior cafajeste e galinha que eu já conheci, mas nesse momento era o pai do meu filho e eu queria muito ter alguém comigo nesse momento. Claro que a família toda dele estava me dando apoio, e eu tinha me aproximado do meu pai desde que soube da gravidez, mas ter o pai do meu filho ali era um apoio diferente.Emma tinha Guilherme ao seu lado, para segurar sua mão e compartilhar cada detalhe e sonhos sobre a gravidez. Eu não tive isso nesses últimos seis meses, gua
Mesmo a contra gosto todos nos despedimos novamente, não conseguimos passar nem ao menos dois dias juntos, e no meio de todas as lagrimas Lise e eu saímos de casa, indo direto para o seu apartamento.Eu conseguia ver a sua inquietação, ela não queria perder a sua vida ali, o trabalho, os amigos, a relação que estava criando com o pai, mas não havia outra opção.Os desgraçados já tinham descoberto que eu estava vivo e tinha voltado, encontraram o apartamento de Emma rapidamente e se não fossem os policias terem trocado de carro com ela, seria ela e Guilherme mortos naquele carro. E só de imaginar que o mesmo poderia acontecer com Lise eu perdia o foco.— Lembrem-se é entrar e sair, nada de demorar e só pegue o essencial, o resto podemos comprar depois. — Gael repetiu pela milésima vez, liberando a entrada no apartamento de Lise apenas quando os policiais saíram, garantindo que estava seguro.Eu não tinha entrado ali desde aquela noite, as imagens ainda estavam gravadas em minha mente e
Eu estava fraca, sentia minhas pernas estavam fracas e minha garganta ardia por todas as vezes que vomitei hoje. Aquilo não deveria estar acontecendo, eu não ficava enjoada daquele jeito desde o começo da gravidez, mas também nunca tinha ficado enfiada em um carro por tanto tempo.O balanço do carro estava me deixando enjoada e mesmo que Chris quisesse ajudar, suas mãos passando em mim o tempo todo estavam me irritando.Entrei no pequeno banheiro e me encarei no espelho, vendo o quanto eu estava pálida, os lábios acinzentados e os olhos cansados.— Aguenta só mais um pouquinho, Lise. Logo logo vamos chegar nesse esconderijo e tudo vai ficar bem! — falei comigo mesma me encarando, antes de entrar em uma das cabines.Soltei a bolsa no chão e me sentei no vaso, sem pensar muito sobre higiene, minhas forças não estavam me dando a chance de pensar em outras coisas. Já bastava estar lidando com tudo o que aconteceu mas últimas vinte e quatro horas, Chris voltando dos mortos, os policiais se
Meus olhos se mantinham em Lise desde que deixamos a lanchonete, mesmo que ela não percebesse e eu não conseguia parar de pensar que tinha matado um homem bem na frente dela. Como se não bastasse tê-la tirado de perto de todos que ama, de ter deixado que Gael mostrasse aquelas fotos macabras para ela ou até mesmo tê-la arrastado em uma viagem de horas com ela enjoada e vomitando o tempo todo.Cada minuto que passava com ela eu pensava mais em como eu era um inútil para proteger ela e nosso filho. Eu nunca tinha protegido ninguém de nada, talvez Gael estivesse certo e eu devesse ter me mantido longe, Charles seria um homem bem melhor para cuidar deles e mantê-los seguros.Os pensamentos me sufocaram pelos minutos que seguimos comigo dirigindo e Gael em guarda olhando em volta mesmo que estivesse com dor. Lise se manteve encolhida no banco ao meu lado e eu nem conseguia imaginar o que estava passando em sua mente.Quando alcançamos a casa eu vi o quanto ela estava mais pálida e antes qu