Capítulo 28

Emma

~~••~~

Uma semana depois.

O silêncio que precede uma explosão sempre tem um gosto metálico no ar. Thomas está à minha frente, olhos faiscando, mandíbula cerrada, pronto para cuspir fogo. São exatas 09h42 de uma terça-feira chuvosa, e estamos no escritório dele, presos no olho de um furacão de vozes elevadas e farpas afiadas.

O motivo?

A maldita cerimônia de casamento.

Para mim, isso é um teatro barato, um espetáculo patético para os tolos que acreditam em finais felizes. Para ele, é uma peça essencial no grande jogo de manipulação que ele acha que controla.

— Eu só quero que você tenha o casamento dos seus sonhos, Emma. — A voz dele sai entre dentes, carregada de uma fúria contida.

— Então você vai continuar solteiro, porque eu nunca quis me casar. — Ironizo, deixando minha própria raiva se infiltrar no tom.

Os olhos dele se estreitam, escuros como tempestade. Raiva. Ódio. Ressentimento. Sei lá, talvez um misto dos três. O que importa é que ele quer me dobrar. Quer me ver ceder.
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