Capítulo 04

Bianca

Quando recebi a mensagem de Marcos para ir ao um piquenique, eu sabia ele me queria do seu lado como anfitriã , e isso era importante para ele, talvez ele quisesse só fazer ciúmes para Liz, mas pouco me importa, a verdade é que eu serei a esposa de Marcos, eu sempre soube que faria parte da família Oliveira, a família com maior poder na cidade, não por ser a mais rica, Luís tinha uma riqueza mais considerável, e logo depois vinha a minha família, mas os Oliveiras eram os populares, a família a qual todos queriam pertencer, os donos das melhores festas, e em uma cidade pequena o nome vale mais do que dinheiro. Eu sempre quis ser um deles, era como se eles fossem perfeitos, nunca vi a senhora Suzane com um fio de cabelo fora do lugar, ela sempre era perfeita, como se sua família fosse a orquestra e ela o maestro, tudo funcionava naquela casa. Eu fui algumas vezes para lá, no geral sempre muito bem aceita, claro eu não era a Liz, a filha que ela sempre sonhou, mas sempre foi gentil comigo, assim como Leila, a garota tem um temperamento do cão, mas é sempre gentil comigo. Me imagino estando lá como uma delas, às tardes de chá e os jantares requintados. Apesar de Marcos não ser o Ceo, todos sempre souberam que ele seria o anfitrião já que Luan sempre demonstrou pouco interesse em ser simpático.

— Lila!!! — Gritei, e em menos de um menino Lila apareceu.

— Senhorita Bianca, o que precisa? — Lila era a governanta da casa,ela era mais nova do que eu, tinha no máximo dezenove anos, mas por anos ela morou aqui com sua mãe e a três meses sua mãe morreu, e eu decidi deixá-la como governanta, o salário ajudaria com a faculdade, já que era sua mãe que pagava.

— Pode me chamar de Bia, como sempre. — Falei para ela, ela sempre foi adorável, não que eu dava muita atenção admito, quando mais nova eu estava em minha adolescência, lembro pouco de Lila, mas sempre foi gentil comigo, e ela me chamava de Bia, adorava me ver me maquiando e sempre que eu tinha tempo a maquiava também.

— Seu pai não gosta, além do mais agora sou governanta, tenho que demonstrar respeito para incentivar as demais. —Ela diz seria, Lila tinha se transformado em uma mulher tão severa quanto sua mãe, ela usava o mesmo coque severo e agora usava as roupas que por anos viu sua mãe usar.

— Ele nem fica por aqui. — Falo revirando os olhos, todos sabiam que meu pai tinha outra família na cidade ao lado, algo não mencionado, mas sabido por todos.

— Mesmo assim, me diga o que quer? — Ela enfim deixa cair a máscara de boa governanta.

— Marcos me chamou para se anfitriar com ele em um piquenique, acha que devo ir ousada ou como uma dama requintada e cheia de frescura?

— O dia ta quente e é um piquenique, vá confortável, não deixe de ser você, já te falei que esse Marcos não te merece né.

— Lila, uma boa governanta não se mete na vida dos patrões — Falei a frase que a mãe dela falava quando Lila decidia dar seus concelhos ácidos.

— Não sou uma boa governanta. — Ela fala indo até meu guarda-roupa.— Se quer enlouquecer Marcos e matar Liz de ciúmes, vá com um short colado, afinal vocês não são nada e para todos os efeitos é só mais uma convidada.

Lila tinha razão, eu sei como é ser uma dama,não preciso provar isso, então o melhor é provocar e se eu puder provocar a todos é isso que eu faria. Peguei um short curto e uma blusa que deixava minha pele a mostra, eu seria a pessoa mais cobiçada nesse piquinique e essa era a minha intenção,teria que puxar o saco das esposas para não me excluírem, mas nada que eu já não tenha feito antes, no geral as mulheres me odeiam, mas isso eu sei desviar.

Quando cheguei todos já estavam à espera,Marcos estava bonito como sempre, ele sorri e vem em minha direção. Ele usava camisa branca e uma bermuda clara.

— Que enlouquecer todos os homens? — Ele sussurra.

— Apenas você, mas é o único que parece não querer me carregar lá para cima. — Eu sussurro de volta, ele sorrir, Marcos não me leva a sério, algo que simplesmente não sei como mudar, claro que já transamos algumas vezes,mas não passou disso, nunca sentir o desejo nos olhos dele como nos outros, talvez porque ele abia que era fácil demais me ter, eu sempre estava ali disponível.

— Falta apenas Liz, nossas mães a forçaram a ir. — Ele fala com certo descontentamento.

— Por isso me chamou?

— Sabe que gosto da sua companhia. — Ele fala cinicamente.

— Não me importo, ela o magoou tem que pagar. — Liz o abandonou no dia do casamento, não que eu não seja grata a ela por isso, mas Marcos sempre foi um amigo acima de tudo, e eu o vim no chão chorando feito uma criança, ela merece sofrer, e se ele queria me usar para isso não me importo, mas sempre deixei claro para ele, sempre ser sincero ou eu seria seu inferno particular. — Vou beber uma água, está calor, será que ela irá demorar muito?

— Talvez ela nem apareça, e nós ficaremos aqui feito tontos. — Ele fala dando um sorriso, mas eu conseguia ver o quanto aquilo ainda o afetava.

Fui andando para a cozinha, ouvir as vozes de Suzane e de Lucrécia mãe de Liz, estavam organizando as coisas do piquenique, decidir não entrar na cozinha, Lucrécia possivelmente arrumaria um jeito de me fazer ajuda-las e me prender ali até o fim do piquenique.

— De quem está se escondendo? — Luan pergunta, ele estava entrando pela porta do fundo, parecia ter saído para cavalgar.

— Da sua tia, queria um copo d' água, mas sabemos que ela vai me fazer ficar a tarde toda ali, apenas para Marcos e Liz ficarem a sós.

— A conhece bem. — Ele sorrir, e se eu não fosse apaixonada por Marcos, Luan entraria na minha lista, mesmo Lorena me odiando depois.

— O como conheço. 

— Posso buscar para você.— Ele fala já andando em direção à cozinha, me impedindo de recusar, ele volta rápido com uma jarra e um copo.

— Obrigada! — Falei e ele me serve água e por um momento sinto seu olhar em meus seios, ele engole seco e então se afasta de súbito.

— Piquenique não é, minha mãe inventa cada coisa, ainda bem que não me envolveu nisso.

— Deveria ir, acho que nunca o vi nadando.— Falei imaginando se ele era ou não sarado como Marcos.

— Não, o melhor é eu ir e tomar um banho gelado, o calor ta demais. — Ele fala se afastando completamente, como se quisesse fugir.

— Claro, não irei perturbá-lo mais. — E talvez e só talvez eu tenha ouvido “ tarde demais” saindo do seus lábios, mas saiu tão baixo que posso ter entendido errado.

— Obrigada novamente.

— Ao seu dispor. — Ele fala se virando e indo embora.

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