Ângelo supervisionou Gisele tomar todos os remédios e depois ordenou que ela fosse se sentar na área de descanso ao lado. Gisele, sem qualquer reclamação e com o olhar vazio, voltou para a área de descanso onde estava antes e se sentou lá como uma casca vazia, sem alma, sem fazer barulho ou causar problemas. Com o rosto sério e a expressão fria, Ângelo disse: - Você ainda tem coragem de perguntar por que ela está assim? Você ainda não sabe?A raiva de Íris, que havia acabado de se acalmar, voltou a subir: - Ângelo, você pode falar direito? Se realmente acha que eu sou culpada, faça o que quiser para se vingar, mas pare com essa ironia e moralismo!Os olhos frios de Ângelo encararam os de Íris, mostrando uma tristeza profunda, enquanto ele perguntava suavemente: - Uma pequena vida foi perdida por sua causa, uma mulher foi destruída por você, você realmente não sente nenhum remorso? Realmente acha que não tem nenhuma responsabilidade?- Eu... - Íris ficou sem palavras. Como poderia
A expressão de Ângelo era de certa dor. Essas coisas, ele já tinha enterrado no passado, não queria mais mencioná-las e tinha dito a si mesmo que, pelo resto da vida, não pensaria mais nisso, apenas cumpriria sua penitência com honestidade. Mas Íris havia voltado e certas coisas não podiam mais ser ignoradas como se nunca tivessem acontecido.- Você disse que eu te odeio, e eu admito, houve um tempo em que realmente te odiava, queria te estrangular, mas o que mais odiei foi a mim mesmo. Eu não lidei bem com a relação entre vocês duas, idealizei tudo demais, reagi muito lentamente, não consegui impedir essa tragédia rapidamente...Ângelo não conseguiu continuar. Seu corpo alto se virou, e suas largas costas tremiam ligeiramente, como se estivesse forçando a si mesmo a engolir aquela tristeza.Íris raramente via aquele homem frio e arrogante em um estado tão vulnerável e desamparado, como uma criança perdida. Em sua memória, só o tinha visto assim uma vez, no funeral de seu irmão. Seu
- Eu realmente deveria dar uma olhada, de qualquer forma, a criança é inocente e a mais pobre de todas.Íris decidiu acompanhar Ângelo e Gisele ao cemitério onde a criança foi enterrada.Era na parte mais oeste da Cidade M, em um bosque de ciprestes exuberantes, com lápides espalhadas por toda parte, dando um ar um pouco sinistro.Ela estava sentada no banco traseiro do carro, olhando as árvores que passavam rapidamente, com um sentimento pesado no coração.Independentemente das rivalidades entre ela e Gisele, aquela criança era absolutamente uma vítima, um pecado do qual ela não podia fugir!O ambiente dentro do carro estava extremamente pesado, os três não falavam nada, apenas o som contínuo dos soluços de Gisele eram ouvidos.Íris, embora desprezasse Gisele, também entendia o quanto uma mãe poderia sofrer e se desesperar após passar por tais eventos!- Tome.Ela puxou um lenço e o entregou a Gisele.Gisele, com os olhos marejados, olhou para ela e depois, aterrorizada, balançou a ca
- Se sabe que é diferente, então cale a boca. Ter ou não ter filhos, com quem tê-los, isso é algo que eu vou decidir sozinho. Não preciso que você se preocupe à toa! - Ângelo disse com raiva, estacionando o carro.Íris também percebeu que estava sendo precipitada. Ângelo, esse cara, nasceu para ser dominante, acostumado a controlar tudo. O assunto de ter filhos, algo tão importante, acabou sendo tratado por uma estranha como ela. Ele definitivamente não gostou.- Bem, me desculpe, fiquei um pouco ansiosa. Não tinha outra intenção, apenas queria recomendar essa técnica, afinal você e a Srta. Gisele...- Desça do carro! - O rosto bonito de Ângelo estava extremamente sombrio, ele ordenou com um tom ameaçador.- Já chegamos?Íris olhou ao redor, obviamente ainda estavam no caminho, não tinham chegado a lugar nenhum.- Desça do carro! - Ângelo repetiu a ordem sem dizer mais nada.Era claro que ele estava mandando Íris descer do carro. Dava para ver que o Presidente Ângelo estava completam
Esta floresta de túmulos, por estar localizada em um lugar remoto, com árvores densas e muitos caminhos sinuosos de diferentes níveis, estava constantemente envolta em uma névoa espessa e tóxica, o que também interferia no campo magnético.Uma vez que se pisava no caminho errado, era como entrar em um labirinto, onde não havia sentido de direção, se tornando extremamente perigoso.Íris estava completamente imersa nos materiais que Túlio havia lhe enviado, hesitando se deveria contar a Nanda que Davi já havia tentado se suicidar por causa de Gisele, quando de repente sentiu o chão sumir sob seus pés...Ela rolou pelo penhasco, batendo a cabeça nas rochas e caindo inconsciente. Enquanto isso, Ângelo já havia chegado com Gisele ao lugar onde a criança estava enterrada.Uma pequena sepultura, com uma lápide, onde estavam gravados a data de nascimento e o sobrenome.- Querido, mamãe e tio Ângelo vieram te ver de novo. Você está bem? O tempo esfriou, mamãe comprou muitas roupas para você. Ve
Depois de tatear por um bom tempo, finalmente encontrou o celular, mas descobriu que ele também estava quebrado e não ligava.- Ângelo, você é mesmo um azarado, só de te encontrar já me traz má sorte!Íris olhou ao redor, tudo estava escuro e desolado, ela estava à beira do desespero.- Tem alguém aí, me ajude!Ela gritou com toda a força, mas a única resposta foi um eco sinistro e o som estranho de corvos.A dor na cabeça e nas pernas a deixava cada vez mais fraca, nem mesmo tinha forças para pedir ajuda.- Hoje eu não vou morrer aqui, seria muito injusto!...Mansão da família Dellamonica.Raramente a família Dellamonica se reunia para jantar, mas a atmosfera estava um pouco estranha.Francine fazia várias perguntas diretas e indiretas, perguntando se Ângelo havia entrado em contato com Íris.Assim como o Sr. Heitor, ela também soube pela internet que Íris, desaparecida há quatro anos, de repente voltou para Cidade M.Os sentimentos de Francine em relação a Íris eram complicados.Ant
Ângelo se dirigiu rapidamente para o cemitério florestal. Durante o jantar, um comentário casual de Francine o alertou. O cemitério era isolado, com um terreno complexo e cheio de névoa venenosa. Ele estava preocupado que Íris, assim como aquele grupo de aventureiros da internet, pudesse ter se perdido na floresta do cemitério.Embora a possibilidade fosse mínima, menos de um por cento, ele precisava fazer uma busca pessoal para se tranquilizar!O carro deslizava na escuridão, os faróis iluminando o caminho à frente. Ângelo controlava o volante com firmeza, os olhos atentos observando ao redor, enquanto chamava pelo nome de Íris.- Íris!À noite, o cemitério silencioso e frio era desolado, e o som inesperado tinha uma penetração especial, assustando os pássaros e ecoando ao longe.Logo, ele dirigiu até o local onde se separou de Íris durante o dia e então saiu do carro.- Íris, onde você está? Me responda!Ângelo chamou com uma voz ainda mais alta, até sua garganta ficar rouca. Infe
Ângelo cobria com a mão a perna esquerda, onde o osso já estava fora do lugar. Apesar da dor intensa que fazia suar frio, ele ainda mantinha uma postura de frieza e orgulho.- Então está bem.Íris finalmente se sentiu um pouco aliviada. Os homens realmente tinham a pele mais grossa, pensou ela. Mesmo caindo de uma cova de vários metros de altura, ele não sofreu nenhum arranhão. Realmente resistente!- Como você está?Ângelo suportava a dor enquanto tateava no escuro, tentando se aproximar de Íris.- Eu estou em apuros. Bati a cabeça, quebrei a perna, estou exausta e com frio, com fome a ponto de colar as costas no estômago. Estou quase morrendo!Íris tentou se levantar várias vezes, mas sua perna simplesmente não se movia. Ela só podia deitar desamparada no fundo da cova.Quando a fome a fez ver estrelas, ela pensou que iria morrer.- Como você pode cair assim só andando? Que falta de juízo! Você não podia ligar pedindo ajuda?Ângelo estava tão preocupado que queria bater nela. Essa mu