Depois de tatear por um bom tempo, finalmente encontrou o celular, mas descobriu que ele também estava quebrado e não ligava.- Ângelo, você é mesmo um azarado, só de te encontrar já me traz má sorte!Íris olhou ao redor, tudo estava escuro e desolado, ela estava à beira do desespero.- Tem alguém aí, me ajude!Ela gritou com toda a força, mas a única resposta foi um eco sinistro e o som estranho de corvos.A dor na cabeça e nas pernas a deixava cada vez mais fraca, nem mesmo tinha forças para pedir ajuda.- Hoje eu não vou morrer aqui, seria muito injusto!...Mansão da família Dellamonica.Raramente a família Dellamonica se reunia para jantar, mas a atmosfera estava um pouco estranha.Francine fazia várias perguntas diretas e indiretas, perguntando se Ângelo havia entrado em contato com Íris.Assim como o Sr. Heitor, ela também soube pela internet que Íris, desaparecida há quatro anos, de repente voltou para Cidade M.Os sentimentos de Francine em relação a Íris eram complicados.Ant
Ângelo se dirigiu rapidamente para o cemitério florestal. Durante o jantar, um comentário casual de Francine o alertou. O cemitério era isolado, com um terreno complexo e cheio de névoa venenosa. Ele estava preocupado que Íris, assim como aquele grupo de aventureiros da internet, pudesse ter se perdido na floresta do cemitério.Embora a possibilidade fosse mínima, menos de um por cento, ele precisava fazer uma busca pessoal para se tranquilizar!O carro deslizava na escuridão, os faróis iluminando o caminho à frente. Ângelo controlava o volante com firmeza, os olhos atentos observando ao redor, enquanto chamava pelo nome de Íris.- Íris!À noite, o cemitério silencioso e frio era desolado, e o som inesperado tinha uma penetração especial, assustando os pássaros e ecoando ao longe.Logo, ele dirigiu até o local onde se separou de Íris durante o dia e então saiu do carro.- Íris, onde você está? Me responda!Ângelo chamou com uma voz ainda mais alta, até sua garganta ficar rouca. Infe
Ângelo cobria com a mão a perna esquerda, onde o osso já estava fora do lugar. Apesar da dor intensa que fazia suar frio, ele ainda mantinha uma postura de frieza e orgulho.- Então está bem.Íris finalmente se sentiu um pouco aliviada. Os homens realmente tinham a pele mais grossa, pensou ela. Mesmo caindo de uma cova de vários metros de altura, ele não sofreu nenhum arranhão. Realmente resistente!- Como você está?Ângelo suportava a dor enquanto tateava no escuro, tentando se aproximar de Íris.- Eu estou em apuros. Bati a cabeça, quebrei a perna, estou exausta e com frio, com fome a ponto de colar as costas no estômago. Estou quase morrendo!Íris tentou se levantar várias vezes, mas sua perna simplesmente não se movia. Ela só podia deitar desamparada no fundo da cova.Quando a fome a fez ver estrelas, ela pensou que iria morrer.- Como você pode cair assim só andando? Que falta de juízo! Você não podia ligar pedindo ajuda?Ângelo estava tão preocupado que queria bater nela. Essa mu
- Não é uma boa ideia! - Íris olhava para as costas largas do homem à luz fraca da lua, com uma expressão hesitante. - Isso provavelmente não é uma boa ideia?- Pare de enrolar, se você não subir agora, eu não vou mais te ajudar. - Ângelo incitou com uma expressão fria.Na verdade, ele sabia que sua perna deslocada não aguentaria por muito tempo, e se continuassem demorando, ele não teria forças para continuar.- Tudo bem, se você não se importa, eu também não. - Íris disse e, sem hesitar, envolveu o pescoço do homem com seus braços esguios, se deitando completamente em suas costas.- Se agarre firme. - Ângelo murmurou, se esforçando para se levantar. Seu corpo alto balançava levemente sob o peso.Íris prendeu a respiração, sem se mover, e perguntou suavemente:- Você está bem? Parece que está tendo dificuldades para me carregar, como se fosse cair a qualquer momento.- Eu... Estou bem! - Ângelo respondeu com os dentes cerrados, com dificuldade.O osso da perna esquerda parecia estar q
- Certo!Íris, por um momento, não conseguiu lembrar por que aquele número era especial. Sem tempo para pensar mais, rapidamente discou uma sequência de números.O telefone foi atendido rapidamente.- Bernardo, sou eu. Você está livre agora? Venha me buscar no cemitério.Do outro lado da linha, Bernardo estava preocupado procurando por Íris e quase tinha ido até a família Dellamonica. Ao ouvir a ligação de Íris, ficou muito aliviado.Enquanto os dois conversavam animadamente ao telefone, Ângelo, não aguentando mais, tomou o celular de suas mãos e gritou:- Pare de falar! Ela está ferida. Venha logo!Só então Íris percebeu que as mãos de Ângelo estavam cobertas de sangue. Ela ficou imediatamente tensa e correu para perguntar:- Ângelo, de onde veio esse sangue? Você também está ferido?- Estou bem. - Ângelo se apressou a esconder as mãos.- Você diz que está bem, mas há tanto sangue. Onde está machucado? Me Diga!Íris ligou a lanterna do celular e inspecionou o corpo do homem, apenas pa
- É complicado, leve-nos ao hospital primeiro!Íris olhou para a perna gravemente ferida de Ângelo e não se preocupou em explicar nada para Bernardo.- Certo!Bernardo assentiu, reprimindo seu desgosto e colocou Ângelo, inconsciente, no carro.Ele pisou fundo no acelerador e logo chegou ao hospital mais próximo. Carregou Íris para fora do carro e, com uma expressão de urgência, gritou em direção ao centro de emergência:- Doutor, socorro!Íris olhou para Ângelo, que ainda estava deitado no carro, e agarrou o braço de Bernardo.- Não se preocupe comigo, a situação dele é mais grave, cuide dele primeiro!Bernardo sempre obedecia a Íris, mas desta vez não seguiu sua vontade e, quase correndo, entrou no centro de emergência.Ele abaixou a cabeça e disse à mulher em seus braços:- Íris, eu te amo e te respeito, mas não se esqueça que eu também sou um homem. Eu não sou tão magnânimo quanto você pensa. Trazer ele ao hospital já é o suficiente, não posso fazer mais do que isso!Finalmente, Íri
- Isso porque, mesmo sabendo que a perna dele estava machucada, ele suportou a dor e me carregou das encostas até a estrada. Se algo acontecer com a perna dele por causa disso, temo que nunca poderei retribuir essa dívida. Tenho medo de ficar ligada a ele para sempre, por isso quero saber como ele está agora. Entende? - Íris explicou detalhadamente a Bernardo.- O quê, ele... Ele te carregou até aqui? - Bernardo se virou, seus olhos cheios de incredulidade. - Não acredito, a perna dele está tão machucada que ele mal consegue andar, como poderia ter te carregado até aqui? Não acredito!- Eu também não acredito. Ele é uma pessoa tão fria, tão egoísta, mas é verdade. Se não fosse por ele, eu ainda estaria deitada no fundo da encosta, provavelmente teria morrido de dor ou de fome...Íris ainda achava difícil de acreditar quando se lembrava da imagem de Ângelo a carregando pela encosta na escuridão, parecia um sonho, algo muito irreal.Aquela dor, mesmo os parentes mais próximos não consegu
Bernardo não suportava ver Íris tão preocupada, então disse:- Não se preocupe, se deite e se recupere primeiro. Vou perguntar ao médico sobre a situação específica agora mesmo. Acredito que Ângelo, aquele cara durão, certamente ficará bem.- É verdade, ele tem mesmo muita sorte. Não se afogou, não se queimou, só caiu. Com certeza vai sair dessa! - Só então Íris se acalmou e apressou Bernardo. - Não fique aqui comigo, vá logo perguntar ao médico as últimas notícias. Se você não for, vou ter que ir eu mesma!- Não se mova, eu vou agora! - Bernardo se levantou para sair, mas ainda estava preocupado. Apontando para a comida que trouxe, ele disse. - Espero que você tenha comido tudo quando eu voltar. Seu corpo é seu, se você passar fome, o que será das crianças...Depois que Bernardo saiu, Íris ainda estava ansiosa e sem apetite.Ela não conseguia imaginar como seria sua vida se Ângelo morresse ou perdesse uma perna por causa disso. Ela viveria com uma culpa esmagadora para o resto da vida