- Não é uma boa ideia! - Íris olhava para as costas largas do homem à luz fraca da lua, com uma expressão hesitante. - Isso provavelmente não é uma boa ideia?- Pare de enrolar, se você não subir agora, eu não vou mais te ajudar. - Ângelo incitou com uma expressão fria.Na verdade, ele sabia que sua perna deslocada não aguentaria por muito tempo, e se continuassem demorando, ele não teria forças para continuar.- Tudo bem, se você não se importa, eu também não. - Íris disse e, sem hesitar, envolveu o pescoço do homem com seus braços esguios, se deitando completamente em suas costas.- Se agarre firme. - Ângelo murmurou, se esforçando para se levantar. Seu corpo alto balançava levemente sob o peso.Íris prendeu a respiração, sem se mover, e perguntou suavemente:- Você está bem? Parece que está tendo dificuldades para me carregar, como se fosse cair a qualquer momento.- Eu... Estou bem! - Ângelo respondeu com os dentes cerrados, com dificuldade.O osso da perna esquerda parecia estar q
- Certo!Íris, por um momento, não conseguiu lembrar por que aquele número era especial. Sem tempo para pensar mais, rapidamente discou uma sequência de números.O telefone foi atendido rapidamente.- Bernardo, sou eu. Você está livre agora? Venha me buscar no cemitério.Do outro lado da linha, Bernardo estava preocupado procurando por Íris e quase tinha ido até a família Dellamonica. Ao ouvir a ligação de Íris, ficou muito aliviado.Enquanto os dois conversavam animadamente ao telefone, Ângelo, não aguentando mais, tomou o celular de suas mãos e gritou:- Pare de falar! Ela está ferida. Venha logo!Só então Íris percebeu que as mãos de Ângelo estavam cobertas de sangue. Ela ficou imediatamente tensa e correu para perguntar:- Ângelo, de onde veio esse sangue? Você também está ferido?- Estou bem. - Ângelo se apressou a esconder as mãos.- Você diz que está bem, mas há tanto sangue. Onde está machucado? Me Diga!Íris ligou a lanterna do celular e inspecionou o corpo do homem, apenas pa
- É complicado, leve-nos ao hospital primeiro!Íris olhou para a perna gravemente ferida de Ângelo e não se preocupou em explicar nada para Bernardo.- Certo!Bernardo assentiu, reprimindo seu desgosto e colocou Ângelo, inconsciente, no carro.Ele pisou fundo no acelerador e logo chegou ao hospital mais próximo. Carregou Íris para fora do carro e, com uma expressão de urgência, gritou em direção ao centro de emergência:- Doutor, socorro!Íris olhou para Ângelo, que ainda estava deitado no carro, e agarrou o braço de Bernardo.- Não se preocupe comigo, a situação dele é mais grave, cuide dele primeiro!Bernardo sempre obedecia a Íris, mas desta vez não seguiu sua vontade e, quase correndo, entrou no centro de emergência.Ele abaixou a cabeça e disse à mulher em seus braços:- Íris, eu te amo e te respeito, mas não se esqueça que eu também sou um homem. Eu não sou tão magnânimo quanto você pensa. Trazer ele ao hospital já é o suficiente, não posso fazer mais do que isso!Finalmente, Íri
- Isso porque, mesmo sabendo que a perna dele estava machucada, ele suportou a dor e me carregou das encostas até a estrada. Se algo acontecer com a perna dele por causa disso, temo que nunca poderei retribuir essa dívida. Tenho medo de ficar ligada a ele para sempre, por isso quero saber como ele está agora. Entende? - Íris explicou detalhadamente a Bernardo.- O quê, ele... Ele te carregou até aqui? - Bernardo se virou, seus olhos cheios de incredulidade. - Não acredito, a perna dele está tão machucada que ele mal consegue andar, como poderia ter te carregado até aqui? Não acredito!- Eu também não acredito. Ele é uma pessoa tão fria, tão egoísta, mas é verdade. Se não fosse por ele, eu ainda estaria deitada no fundo da encosta, provavelmente teria morrido de dor ou de fome...Íris ainda achava difícil de acreditar quando se lembrava da imagem de Ângelo a carregando pela encosta na escuridão, parecia um sonho, algo muito irreal.Aquela dor, mesmo os parentes mais próximos não consegu
Bernardo não suportava ver Íris tão preocupada, então disse:- Não se preocupe, se deite e se recupere primeiro. Vou perguntar ao médico sobre a situação específica agora mesmo. Acredito que Ângelo, aquele cara durão, certamente ficará bem.- É verdade, ele tem mesmo muita sorte. Não se afogou, não se queimou, só caiu. Com certeza vai sair dessa! - Só então Íris se acalmou e apressou Bernardo. - Não fique aqui comigo, vá logo perguntar ao médico as últimas notícias. Se você não for, vou ter que ir eu mesma!- Não se mova, eu vou agora! - Bernardo se levantou para sair, mas ainda estava preocupado. Apontando para a comida que trouxe, ele disse. - Espero que você tenha comido tudo quando eu voltar. Seu corpo é seu, se você passar fome, o que será das crianças...Depois que Bernardo saiu, Íris ainda estava ansiosa e sem apetite.Ela não conseguia imaginar como seria sua vida se Ângelo morresse ou perdesse uma perna por causa disso. Ela viveria com uma culpa esmagadora para o resto da vida
De fato, a situação de Ângelo era mais grave do que ele havia dito. A quantidade de tecido necrosado na perna era tão grande que ele corria risco não apenas de amputação, mas até de vida!- Terminei de comer, estou tão cheia! - Íris segurou a barriga, mostrando uma expressão satisfeita. Ela perguntou a Bernardo. - O médico disse quando poderei tirar este gesso e quando poderei sair do hospital?- Isso depende da sua condição física e do quanto você colaborar. Pode ser em duas semanas ou pode levar alguns meses.- Então, eu preciso me cuidar bem. Quando eu estiver curada e sair do hospital, vou agradecer formalmente a ele.Ao ouvir isso, Bernardo ficou um pouco nervoso e respondeu rapidamente:- Agradecer não é necessário. Ele não foi bom com você antes, então desta vez ele está apenas te compensando, não há nada para agradecer!Ele temia que, se Ângelo realmente não conseguisse sobreviver, Íris não suportaria a notícia. Era melhor nunca mais vê-lo e não saber nada sobre ele!- Você é t
- Impossível, impossível, eu não acredito!Bernardo estava tão chocado que perdeu o equilíbrio e caiu no chão.Em seguida, a enfermeira saiu da sala de cirurgia empurrando uma maca. Um corpo masculino alto estava deitado ali, coberto por um lençol branco.- Os familiares gostariam de ver? - O médico, olhando para o pálido Bernardo, perguntou. - Se não quiser ver, vamos levar para o necrotério. Os familiares precisam providenciar o funeral o quanto antes.- Eu... Bernardo engoliu em seco, ele queria se levantar para dar uma olhada, mas percebeu que não estava psicologicamente preparado para aceitar essa cruel realidade. - Eu não vou ver.Ele acenou com a mão e abaixou a cabeça, desanimado. Então, a enfermeira empurrou a maca para longe dele, indo em direção ao necrotério.Ângelo morreu!Ângelo morreu!Ângelo morreu!Essa notícia, como uma maldição, continuava se repetindo na mente de Bernardo, o deixando nervoso e incapaz de dormir à noite."Uma pessoa tão incrível, uma figura tão desta
No entanto, o vigia disse.- Desculpe, o corpo do Sr. Ângelo já foi retirado.- O quê, retirado? - Bernardo ficou imediatamente nervoso e perguntou. - Quem retirou?- Foi a família do Sr. Ângelo que retirou, ontem à noite.- Isso significa que a família Dellamonica já sabe, mas... Por que estão tão calmos?Bernardo ficou pensativo. Ele pegou o celular e navegou pelas últimas notícias. Seja no mercado de ações, na mídia, ou mesmo no Grupo Dellamonica, tudo estava calmo como um lago. Era realmente muito estranho!"Não pode ser que tudo foi um mal-entendido e a pessoa que morreu não foi o Ângelo?"- Gostaria de saber, aquele corpo era do presidente do Grupo Dellamonica, Ângelo? - Bernardo perguntou ao funcionário para confirmar.- Deveria ser, porque quem veio reclamar o corpo foi o pai do Sr. Ângelo. - O funcionário respondeu honestamente.- Isso é estranho...Bernardo, cheio de dúvidas, voltou novamente ao quarto onde Íris estava. Coincidentemente, Nanda também estava lá, acompanhada po