Abigail Wilson— Quando irá me levar num desses jantares de família que sua mãe organiza? — Molly pergunta enquanto me ajuda a colocar o paletó que a pouco tempo estava em algum canto do quarto enquanto transavamos.— Como você bem disse, são jantares de família. Não há motivo para levar você comigo, e você não faz parte da família — falo mesmo sendo grosso, ela me conhece o suficiente para saber que minha resposta para sua pergunta seria tão seca quanto meu humor.— Tristan nós estamos juntos passam três anos, não entendo porquê você não me valoriza ou pelo menos me reconhece como sua parceira. Toda sociedade nova iorquina sabe que estamos juntos e depois...Bem antes que ela continue levanto minha mão direita e faço um sinal para que se cale. Respiro fundo e abotoo o último botão da minha camisa social de cor branca. Molly continua parada vestindo apenas uma camisola preta completamente transparente que deixa evidente seus mamilos.— Primeiro de tudo Molly! Nós não estamos juntos e
Abigail Wilson— Brian! Vem meu amor, vamos pra casa — mesmo resmungando por eu estar atrapalhando as brincadeiras dele com os amiguinhos ele vem em minha direção. — Se comportou direitinho?— Sim — um sorriso gigante surge em seu rosto, nem parece que antes de ontem ele estava murcho e me dando o maior susto da minha vida. Hoje é domingo então quando voltamos da igreja deixei ele brincando no pátio que fica ao lado do nosso prédio com algumas crianças, e só deixei porque estavam algumas vizinhas adolescentes de confiança também tomando conta dos filhos das outras mães então pedi para elas olharem o Brian por mim. Apesar do Queens ser conhecido como um dos bairros mais perigosos de Nova Iorque, essas meninas tem nos ajudado muito fazendo o trabalho de babá de vez em quando, sem contar que a apesar do nível de criminalidade ser maior ainda existem pessoas honestas.Antes de entrarmos aceno para as meninas, que agradecem pelo bolo que eu ofereci mais cedo antes de ir para o super merc
Abigail Wilson— Quero que você se comporte, respeite seus coleguinhas e obedeça as irmãs. Promete? — Pergunto para Brian que está parado me olhando com uma cara de quem está com pressa e eu aqui empatando ele.— Pometo mamãe — ele me dá um beijo na bochecha e sai correndo para cumprimentar os amigos que também acabam de chegar. Uma das irmãs vem ter comigo, provavelmente para saber se há alguma recomendação depois da crise que ele teve na sexta-feira.— Como ele está? — A irmã pergunta enquanto segura a mochila dele que estava nas minhas mãos a alguns instantes.— Muito melhor irmã, estou admirada com a rápida melhora que ele teve. — Retiro os remédios dele e explico como ele deve tomá-los — eu trouxe apenas a dosagem que ele deve tomar a tarde depois do almoço e também tem a bombinha.Agradeço a irmã e nos despedimos. Brian já está tão entretido brincando que apenas diz tchau e sai correndo com os outros. Saio andando em direção ao ponto de ônibus, hoje Nova Iorque acordou com um as
Abigail Wilson— Isso não é óbvio? Quero que você seja minha amante temporariamente.Será que eu ouvi direito? Por alguns segundos chego a pensar que de alguma forma meu cérebro não formulou bem as palavras ditas por meu chefe e por causa disso meus ouvidos me fizeram ouvir coisas que não existem. Aquelas batidas desenfreadas que estavam bombardeando meu coração parecem ter piorado.Busco em seu olhar alguma coisa que me diga que eu não ouvi o que ouvi, mas a cara de quem está esperando uma resposta que ele está fazendo me dá a certeza de que eu não estou delirando, eu não estou doente e me assusta saber que ele realmente falou aquilo. Mesmo começando a sentir que ele falou aquelas palavras eu concentro meus olhar em alguma coisa que não seja seu olhar que me consome até às entranhas, e pergunto:— O senhor pode repetir por favor? — É a única coisa que me saiu no momento, estou atónita demais para formular perguntas complexas que obviamente meu cérebro não está pronto para processar n
Abigail Wilson — Amiga o que aconteceu? Porquê você está assim? — não sei como responder a pergunta da minha amiga, não vou dizer para ela que o dono da DM Lancaster, um dos homens mais ricos do país me intimou para ser sua prostituta particular. Primeiro porque tenho vergonha e segundo porque me sinto tão suja e nojenta que não quero que a Susan tenha uma ideia erada de mim. Ela nunca acreditaria se eu contasse que um homem daqueles me veio com uma proposta tão indecente. — Abigail, Fala comigo por favor!— Por quê às vez a vida é tão injusta com as pessoas Susan? Por quê mesmo a gente se esforçando para fazer tudo certo, a vida dá um jeito de nos lembrar o quanto somos insignificantes?Minha cabeça dói de tanto que estou chorando, meus olhos pesam e me sinto cansada, toda essa situação está me deixando desgastada. São bastante coisas passando pela minha cabeça nesse momento, primeiro porque não sei se serei demitida por não atender os caprichos do senhor Lancaster e segundo pensa
Abigail WilsonSua voz extremamente masculina e grave faz todo meu corpo estremecer, e não sei se isso é bom ou mau. Porque uma parte de mim se alegra em vê-lo aqui e agora mas minha razão me diz que eu não deveria dar muita confiança a ele. Mas também porquê eu daria? Depois de tudo o que ele disse e a humilhação que fez eu sentir.— Já falei para entrar — isso não foi um pedido e sim uma ordem que não sei se estou disposta a acatar. A chuva não dá indícios de que irá abrandar tão já, e para além das roupas de baixo minhas roupas de cima também já estão sentindo as consequências da chuva intensa.Aperto minha bolsa que está no meu ombro direito como se minha vida dependesse disso, e praticamente gritando eu respondo a ele: — não, obrigada senhor Lancaster. O meu ônibus deve estar prestes a chegar.Daqui é possível vê-lo apertar o maxilar e cerrar os olhos após ouvir minha recusa. Por mais que eu necessite de uma carona nesse momento, naquele carro eu não entrarei, não só por causa d
Abigail WilsonO clima tenso ofuscou até os chuviscos que ainda caem em teimosia. Os dois desfazem o aperto, mas o olhar do Tristan sobre o Ethan não esconde o tamanho do seu incomodo, e eu não entendo o motivo disso.— Vamos embora Abigail — acordo da minha nuvem de pensamentos e monólogos olhando para meu chefe que continua parado encarando o Ethan com o queixo erguido em desafio. E sinceramente eu não entendo o que ele quer dizer com isso, porque quem tem que ir embora é ele e não eu, eu moro nesse bairro. — Foi um prazer conhecê-lo doutor Ethan, mas já vamos indo. Vem Abigail, vou levá-los para casa — e me surpreendo quando ele tira a mochila do Brian de minhas mãos me indicando o caminho até o carro.Não entendo o motivo desse comportamento com o Ethan, ele é uma ótima pessoa apesar de não conhecê-lo tanto. Me dou conta de que o senhor Lancaster tem intenção de me levar para casa. E não acho necessário minha casa fica a dois quarteirões daqui.— Muito obrigada senhor Lancaster —
Abigail WilsonSempre achei que apenas o toque dos homens é que desencadeariam gatilhos em mim, mas agora, sentindo as unhas da minha própria prima vincadas na pele do meu braço eu estou começando a mudar essa forma de pensar. Porque assim que meu corpo sentiu essa pressão no braço minha mente começou a trazer cenas daquela noite. É como se o simples fato de ser submetida a dor me levasse direto para aquele dia. E me pergunto até quando viverei sendo assombrada por tais memórias, eu sei que aquilo faz parte de quem sou hoje, e por mais que eu me esforce para apagar tudo aquilo, o mundo não colabora muito.A quantidade de lágrimas que derramo não faz nem por um segundo a minha prima sentir um pouco de piedade ou remorso pela dor que me aflige. Tomando a coragem que busco com todas as forças nas profundezas do meu coração eu a encaro.— Você está me machucando Elizabeth! — Forço o braço até que ela se dá conta do que estava fazendo e finalmente me liberta. A pressão foi tanta na região