Abigail Wilson— Quero que você se comporte, respeite seus coleguinhas e obedeça as irmãs. Promete? — Pergunto para Brian que está parado me olhando com uma cara de quem está com pressa e eu aqui empatando ele.— Pometo mamãe — ele me dá um beijo na bochecha e sai correndo para cumprimentar os amigos que também acabam de chegar. Uma das irmãs vem ter comigo, provavelmente para saber se há alguma recomendação depois da crise que ele teve na sexta-feira.— Como ele está? — A irmã pergunta enquanto segura a mochila dele que estava nas minhas mãos a alguns instantes.— Muito melhor irmã, estou admirada com a rápida melhora que ele teve. — Retiro os remédios dele e explico como ele deve tomá-los — eu trouxe apenas a dosagem que ele deve tomar a tarde depois do almoço e também tem a bombinha.Agradeço a irmã e nos despedimos. Brian já está tão entretido brincando que apenas diz tchau e sai correndo com os outros. Saio andando em direção ao ponto de ônibus, hoje Nova Iorque acordou com um as
Abigail Wilson— Isso não é óbvio? Quero que você seja minha amante temporariamente.Será que eu ouvi direito? Por alguns segundos chego a pensar que de alguma forma meu cérebro não formulou bem as palavras ditas por meu chefe e por causa disso meus ouvidos me fizeram ouvir coisas que não existem. Aquelas batidas desenfreadas que estavam bombardeando meu coração parecem ter piorado.Busco em seu olhar alguma coisa que me diga que eu não ouvi o que ouvi, mas a cara de quem está esperando uma resposta que ele está fazendo me dá a certeza de que eu não estou delirando, eu não estou doente e me assusta saber que ele realmente falou aquilo. Mesmo começando a sentir que ele falou aquelas palavras eu concentro meus olhar em alguma coisa que não seja seu olhar que me consome até às entranhas, e pergunto:— O senhor pode repetir por favor? — É a única coisa que me saiu no momento, estou atónita demais para formular perguntas complexas que obviamente meu cérebro não está pronto para processar n
Abigail Wilson — Amiga o que aconteceu? Porquê você está assim? — não sei como responder a pergunta da minha amiga, não vou dizer para ela que o dono da DM Lancaster, um dos homens mais ricos do país me intimou para ser sua prostituta particular. Primeiro porque tenho vergonha e segundo porque me sinto tão suja e nojenta que não quero que a Susan tenha uma ideia erada de mim. Ela nunca acreditaria se eu contasse que um homem daqueles me veio com uma proposta tão indecente. — Abigail, Fala comigo por favor!— Por quê às vez a vida é tão injusta com as pessoas Susan? Por quê mesmo a gente se esforçando para fazer tudo certo, a vida dá um jeito de nos lembrar o quanto somos insignificantes?Minha cabeça dói de tanto que estou chorando, meus olhos pesam e me sinto cansada, toda essa situação está me deixando desgastada. São bastante coisas passando pela minha cabeça nesse momento, primeiro porque não sei se serei demitida por não atender os caprichos do senhor Lancaster e segundo pensa
Abigail WilsonSua voz extremamente masculina e grave faz todo meu corpo estremecer, e não sei se isso é bom ou mau. Porque uma parte de mim se alegra em vê-lo aqui e agora mas minha razão me diz que eu não deveria dar muita confiança a ele. Mas também porquê eu daria? Depois de tudo o que ele disse e a humilhação que fez eu sentir.— Já falei para entrar — isso não foi um pedido e sim uma ordem que não sei se estou disposta a acatar. A chuva não dá indícios de que irá abrandar tão já, e para além das roupas de baixo minhas roupas de cima também já estão sentindo as consequências da chuva intensa.Aperto minha bolsa que está no meu ombro direito como se minha vida dependesse disso, e praticamente gritando eu respondo a ele: — não, obrigada senhor Lancaster. O meu ônibus deve estar prestes a chegar.Daqui é possível vê-lo apertar o maxilar e cerrar os olhos após ouvir minha recusa. Por mais que eu necessite de uma carona nesse momento, naquele carro eu não entrarei, não só por causa d
Abigail WilsonO clima tenso ofuscou até os chuviscos que ainda caem em teimosia. Os dois desfazem o aperto, mas o olhar do Tristan sobre o Ethan não esconde o tamanho do seu incomodo, e eu não entendo o motivo disso.— Vamos embora Abigail — acordo da minha nuvem de pensamentos e monólogos olhando para meu chefe que continua parado encarando o Ethan com o queixo erguido em desafio. E sinceramente eu não entendo o que ele quer dizer com isso, porque quem tem que ir embora é ele e não eu, eu moro nesse bairro. — Foi um prazer conhecê-lo doutor Ethan, mas já vamos indo. Vem Abigail, vou levá-los para casa — e me surpreendo quando ele tira a mochila do Brian de minhas mãos me indicando o caminho até o carro.Não entendo o motivo desse comportamento com o Ethan, ele é uma ótima pessoa apesar de não conhecê-lo tanto. Me dou conta de que o senhor Lancaster tem intenção de me levar para casa. E não acho necessário minha casa fica a dois quarteirões daqui.— Muito obrigada senhor Lancaster —
Abigail WilsonSempre achei que apenas o toque dos homens é que desencadeariam gatilhos em mim, mas agora, sentindo as unhas da minha própria prima vincadas na pele do meu braço eu estou começando a mudar essa forma de pensar. Porque assim que meu corpo sentiu essa pressão no braço minha mente começou a trazer cenas daquela noite. É como se o simples fato de ser submetida a dor me levasse direto para aquele dia. E me pergunto até quando viverei sendo assombrada por tais memórias, eu sei que aquilo faz parte de quem sou hoje, e por mais que eu me esforce para apagar tudo aquilo, o mundo não colabora muito.A quantidade de lágrimas que derramo não faz nem por um segundo a minha prima sentir um pouco de piedade ou remorso pela dor que me aflige. Tomando a coragem que busco com todas as forças nas profundezas do meu coração eu a encaro.— Você está me machucando Elizabeth! — Forço o braço até que ela se dá conta do que estava fazendo e finalmente me liberta. A pressão foi tanta na região
Abigail WilsonAssim como eu o senhor Sanders se admira quando me vê sentada na mesa com toda família, e eu só consigo prestar atenção na esposa tão linda que está ao lado dele e que o olha tão apaixonadamente e com admiração. E no fundo me sinto culpada por não ter esse direito de conta-la o que o marido faz no escritório quando diz para ela que está saindo para trabalhar. Desvio meu olhar depois de receber o aviso mais mortal do que aconteceria se eu por acaso abrisse a boca, e por causa disso começo a suar e uma vontade enorme de ir para casa se instala dentro de mim, mas depois olho para Susan e para o Brian que parecem estar bem mais a vontade nessa mesa, eles estão felizes e não posso estragar isso.Meu filho sempre fica empolgado de estar em meio a tantas pessoas uma vez que somos apenas nós dois, por isso ele ama conhecer pessoas novas. E como eu ultimamente me dei esse espaço de conhecer mais pessoas na minha vida, no fim isso está fazendo bem até para meu filho.Por isso con
Tristan LancasterSaio da casa da baixinha sentindo algo estranho dentro de mim, nunca tinha sentindo isso antes por alguém, uma mistura de agonia com preocupação. Ver as condições em que ela vive e mesmo assim agir como se estivesse tudo bem me deixou desnorteado. O prédio em que eles moram está praticamente caindo aos pedaços, se o exterior não é tão agradável mal tenho comentários para o interior. Há infiltrações para todos os lados, paredes com rachaduras e a pintura praticamente já inexistente. Não entendo como as pessoas conseguem viver num ambiente assim, mas por outro lado eles tem suas razões, hoje em dia o custo de vida subiu, e para quem não tem uma renda acima da média passa muita necessidade.Por isso que muitos se envolvem com tráfico de drogas, assaltos, prostituição entre outro crimes. Nunca fui esnobe mas também nunca me preocupei com o tipo de vida que as pessoas dessas classes sociais vivem.E pensar que Abigail e o filho dela passam por necessidades acordam um inst