Lá estava ela, a montanha negra. Imponente, seu pico coberto com as nevoas, rochoso e montanhoso. Seu caminho era ingrime e Moira sem seus poderes não poderia os transportar para o topo onde se encontrava a entrada para o mundo das trevas que Eveline se encontrava aprisionando Yan.
- Como vamos entrar? - Indagou Edward.
- Creio que vamos ter que escalar. - Respondeu Eliel sentindo a tensão da sua irmã. - Nós vamos ter que fazer isso irmã, sabe disso. Não há outro jeito.
- Aqui, beba. - Disse Mirabel se aproximando de Moira.
- Obrigada. - Respondeu a princesa.
- Como se sente? - Indagou a vidente.
- Cansada, tonta, nauseada. - Respondeu Moira.
- É porque estamos perto dela, quanto mais perto das trevas, mas fraca ficará, entende isso Moira? - Questionou a senhora.
- Mirabel... E se eu...
- Falhar? - Interrompeu a vidente. - Então, estaremos perdidos. - Disse fixando seus olhos no topo da montanha.
- Então, o que devo fazer? - Perguntou Moira apreensiva.
- Isso apenas seu coração dirá minha querida. - Disse a encarando. - Este foi o último frasco da porção, a partir de agora estará por conta do espírito princesa. Esteja preparada.
- Talvez se contornarmos... - Falou Edward pensativo.
- Não. Além de ser mais perigoso levaria mais tempo. - Respondeu Eliel.
- E, se formos por ali? - Apontou Edward um caminho descoberto pela nevoa que levava ao topo da montanha.
- Não poderemos ir a cavalo. - Respondeu Eliel. - Mas, é possível.
- Vamos então. - Respondeu Meliel. - Muito bem! - Disse acarinhando a mão do seu amado que retribuiu com um sorriso no olhar.
Eles começaram a subir e a cada passo o ar ficava mais pesado e o clima ficava mais frio.
- Temos que ser mais rápidos antes que escureça. - Disse Meliel tensa.
- Que barulho é esse? - Indagou Moira cansada e ofegante.
- Isso é... Terremoto. - Gritou Edward. - Se protejam.
- Aiiii... - Meliel. - Gritou Eliel segurando sua irmã com força pendurada no penhasco. - Segure forte. Edward me ajude aqui.
- Meliel. - Gritou Edward.
- Ela sabe que estamos aqui. - Falou Mirabel se protegendo das pedras que caiam em suas cabeças.
- Puxe. - Gritava Eliel.
- Vamos Meliel, força. - Pedia Edward.
- Isso irmã, você consegue. - Gritava Eliel.
- Cuidado! - Gritou Moira vendo uma pedra cair em direção a Meliel.
- Eliel. - Gritou sua irmã.
- Eu não vou te perder Meliel.
- Meliel segure forte e se prepare para voar. - Disse Edward. - Terra que tanto amo, terra que sempre respeitei, atendam meu comando e parem de cair de uma vez. - Agora. - Gritou Edward fazendo Eliel entender o que ele queria fazer.
- Ahhhhh! - Gritou Meliel sendo arremessada pelo seu irmão e o príncipe em direção ao ar caindo em uma parte mais a frente.
- Você está bem? Indagou Eliel correndo em sua direção e abraçando sua irmã.
- Sim, estou. Obrigada. - Disse sua irmã nervosa.
- Meliel...
Ela o beijou intensamente ao se livrar dos braços do seu irmão o deixando confuso.
- Eu te amo! Obrigada. - Disse a guerreira pegando todos de surpresa.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? - Questionou Eliel nervoso.
- Isso meu irmão foi um beijo. - Respondeu Meliel indo em direção a Moira e Mirabel.
- Foi por pouco essa hein?! - Mencionou Meliel a sua senhora. - Vamos continuar?
- Quando quiser. - Disse se virando em direção ao topo.
- O que está acontecendo aqui? Será que alguém pode me responder? - Indagou Eliel mais uma vez. - Você e minha irmã não estão... - Disse gesticulando para o príncipe apontando para sua irmã ao mesmo tempo.
- Eliel, será que podemos continuar? - Indagou sua irmã.
- Meliel nós dois precisamos conversar... - Falou seu irmão nervoso.
- Você é tão protetor irmão... Caçula. - Disse a guerreira revirando os olhos.
- Você só o beijou pelo calor do momento não foi? - Questionou Eliel. - E não me chame de caçula, sabe que detesto e agora estou casado...
- E ainda é meu irmão mais novo. - Interrompeu sua irmã. - Pare de me chatear com seu ciúme sim?!
- Essa discussão vai longe. Pode apostar. - Sussurrou Mirabel para Moira.
- Como vamos encontrar a entrada? - Indagou Moira curiosa.
- É magia. E só quem possue esses dons pode enxergar. - Respondeu Mirabel.
- Mas, como existe algo lá dentro se tudo é tão ...
- Morto? - Interrompeu a vidente. - As trevas tem seus esconderijos onde menos imaginamos princesa.
- Meliel... - Chamou Eliel continuava andando sem lhe receber atenção.
- Não que eu não aprecie você ter me beijado, mas não combinamos que iria conversar antes com seu irmão? - Indagou Edward se aproximando da guerreira.
- Se eu não fizesse algo você nunca tomaria uma atitude e além do mais eu quase morri, não podia perder a chance de beijá-lo. - Disse com um sorriso malicioso.
- Mas, eu queria... Mirabel. - Gritou Edward erguendo a mão e criando um muro de terra protetor contra a senhora. - Cuidado!
- O que é isso? - Indagou Moira vendo uma aranha com cabeça de cobra esmagada pelo muro
- Isso é... Magia das trevas. - Falou Eliel atirando flechas contra os bichos que voavam na direção de todos. - Ataquem e se protejam.
Todos se armaram com suas espadas e arco e flecha e começaram a lutar contra esses seres malignos que tentavam atacá-los.
- Cuidado! - Gritou Mirabel cortando a cabeça de uma aranha que quase mordeu Moira. - Aracniserpil. - Disse respondendo ao questionamento de todos. Uma mordida e você terá o mais letal dos venenos misturados das aranhas e cobras.
- Eliel! - Gritou sua irmã atirando uma adaga contra o ser que pulou em cima do seu irmão.
- Pelos deuses da floresta. - Falou Eliel olhando para o alto. - Vejam!
- Maldição, o que faremos? - Indagou Edward vendo a multidão de aracniserpil descer em suas direções.
- Mirabel - Gritou Meliel nervosa.
- Eu não sei. Se protejam. - Respondeu correndo em direção a Eliel que segurou na mão da sua irmã para levantar.
- Edward. - Gritou Meliel o chamando. - Essa é a hora de você...
- Terra. - Ele nem deixou a guerreira terminar de falar e tocou no chão fazendo criar um escudo em volta deles contra aqueles seres que caiam em cima. - Não sei quanto tempo aguentarei.
- Meliel... - Gritou Eliel segurando forte a mão da sua irmã.
- Eliel, eu ... Moira o que? - Falou Meliel vendo sua amiga começar a brilhar. - Seus olhos. Estão ficando azuis...
- Moira... - Gritou Edward vendo-a sair do escudo. - Nãooo.
A princesa caminhou em direção aos aracniserpils e levantou suas mãos em direção a eles. Numa linguagem indecifrável para todos ela começou a se comunicar fazendo todos aqueles animais recuarem em desespero e sumirem todos no ar.
- Moiraaa... - Gritou Edward a tempo de agarrar sua prima que iria caia no chão. - Moira.
- Princesa, você está bem? - Indagou Mirabel preocupada.
- O que foi aquilo? - Indagou Eliel surpreso.
- Para onde eles foram e que linguagem foi aquela que você usou? - Perguntou Meliel.
- Eu não sei, quer dizer, só obedeci ao comando do ...
- espírito. - Interrompeu Mirabel. - Como se sente?
- Cansada, mas estou bem. Podemos prosseguir agora. - Falou convicta.
- Para onde? Indagou Meliel. - Não sabemos como entrar.
- Eu sei. - Disse Moira apontando para uma grande fenda que se abria diante de todos. - Por ali, ela nos aguarda. Nimesys nos espera. - Disse vendo o sorriso da sua oponente que estava sentada a aguardando dentro da montanha.
- Isso mesmo pequena bruxinha. - Disse Nimesys sorrindo para Moira. - Venha para mim.
A montanha começou a se mover e uma fenda foi aberta dando passagem a entrada para o interior dela. E como mágica foi se revelando um grande castelo frio, fedido, negro. Seres de Sarindhia enfeitiçados por Nimesys guardavam suas portas e corredores bem como podia se ver caminhando pelas paredes escorpiões, aranhas e cobras de todos os tipos. Seu teto era uma fumaça negra que relampeava trazendo arrepio a pele e mal odor as suas narinas.- Que mal cheiro é esse? - Indagou Eliel tapando o nariz como todos os outros.- Trevas. - Respondeu Mirabel. - Tomem cuidado. Não sabemos o que Nimesys está tramando, pois a julgar o que aconteceu lá fora ela não facilitará para nenhum de nós.- Meu povo escravizado. -
- Eu não posso lhe dar isto, pois ele não está comigo. - Disse Moira.- Mas, você tem o espírito minha querida. E você pode usá-lo para descobrir como trazê-lo para mim.- Mas, eu não controlo o espírito.- Isso eu posso te ensinar. - Falou com os olhos brilhando. - Viu?! Se a a sua mãe e Bertz não tivessem sido tão protetoras você estaria preparada. - Falou não percebendo a ira de Moira crescer. - Você precisa de mim.- Eu nunca vou precisar de você. - Falou Moira exaltada.- Bom, quanto a isso, acho que posso dizer que está errada. - Disse levantando as m&at
- Meliel, você está bem? - Gritou Edward de uma das celas que os separavam.- Eu não estou conseguindo te ouvir Edward. - Gritava a guerreira desesperada, ora olhando para seu irmão ora para Mirabel.Todos tentavam falar um com o outro em vão, pois o barulho do vento frio que vinha do buraco abaixo deles era ensurdecedor. Cada um deles estava de frente para o outro em celas suspensas no ar. O ar frio e fedido pairava sobre eles os deixando sufocados por causa das trevas.- Senhora... Senhora Mirabel, consegue me ouvir? - Questionava o guerreiro em vão. Parecia que existia uma parede de vidro que os separava mesmo estando tão próximos uns dos outros.De repente, uma voz
Quando a luz se extinguiu todos estavam fora da montanha, eles puderam perceber. Com a ajuda da deusa mãe, Edward tinha conseguido tirar todos dali em segurança. Abraçado a Moira, ele analisava se a princesa estava bem.- Moira você está bem? - Indagou a soltando um pouco apenas para olhar em seus olhos.- Sim Edward, estou. - Respondeu a princesa. - Como conseguiram escapar? Eu vi todos vocês presos. - Indagou confusa.- A deusa mãe nos ajudou. - respondeu aliviado agora que estavam todos fora da montanha, longe por hora das garras da bruxa vermelha.E ao virar-se, a princesa só buscou entre todos um rosto, o do seu amado que estava abraçado a sua mãe de costas para
- Eu quero todos eles destruídos. - Gritou Nimesys em desespero. - Maldita deusa, maldito bruxo. Ah! Edward, quando eu colocar minhas mãos em você terei o maior prazer de sugar cada gota de vida que existe em em seu ser, desgraçado. - Falou fazendo a montanha estremecer.Nimesysestava possuída de ódio. Todo seu corpo emanava pura maldade. Um odor terrível subiu por toda a montanha, nas paredes podia-se vê todas as especies de bichos peçonhentos andando e rastejando. A fonte negra transbordava em negro e vermelho. A bruxa vermelha tocou nas bordas e de repente começou a sorrir. Um sorriso maléfico e cruel. Seu vestido arrastava consigo aranhas e escorpiões.- Tolos. - Falou rindo para si mesma. - Acha mesmo que pode me deter deusa? - Gritou para o ar.
- Será um prazer então, princesa. - Falou Briana esquecendo da ordem da bruxa vermelha de levar a princesa viva para a montanha. - Acho que me cansei de ouvir que dependemos de você e essa maldita profecia para viver.- Não a culpo por ser insignificante Briana. - Disse tirando sua espada avançando em direção a guerreira.- Moira, não... - gritou Yan descendo do cavalo para proteger a princesa.O falcão que pousou no chão balançou suas asas fazendo um vento gélido junto com neve pousar no lugar. As outras águias começaram a atacar os gêmeos, Mirabel e Edward.- Mãe... - Gritou Yan indo em direção a vidente com gr
Moira foi abrindo os olhos lentamente. A luz que entrava pela grande janela a sua frente e o vento trazendo um cheiro de profusões de flores a despertou. Estava deitada em uma grande cama e sentada em uma confortável cadeira estava uma linda moça de cabelos lilás brincando com flores no ar, ela podia notar. Assim que viu Moira desperta sorriu animada e sentou ao seu lado.- Você acordou. - Disse lançando com um aceno de mãos as flores em um vaso que caíram organizadamente nele.- Jasmins. - Comentou Moira. - Elas me lembram...- A pequenina guerreira que conquistou seu coração. Eu sei. - disse completando o pensamento da princesa.- Como sabe?
Ela aguardara esse momento durante muito tempo. Leíty vira o nascimento de Edward, ajudara a sua amada irmã por elemento, a bruxa Lilian a trazer seu filho ao mundo sem que seu marido soubesse que elas eram bruxas. Lembrando agora de como tudo aconteceu sorria para si mesma emocionada com aquele dia e ao mesmo tempo estava triste pelo destino que o pai do príncipe escolhera. A fraqueza humana pelo poder exacerbado a deixava desnorteada. Depois que Lilian foi morar no reino dos humanos não pôde acompanhar de perto o crescimento do garoto, mas agora que ele estava ali ansiava por ensiná-lo tudo que sabia, estava desejosa de transmitir todo seu conhecimento para que ele usasse sabiamente. Porém não sabia como ele reagiria sobre sua proposta e principalmente sobre sua opinião a respeito da guerreira. O sentiu assim que ele pôs os pés no palácio, pois a terra tre