- Meliel, você está bem? - Gritou Edward de uma das celas que os separavam.
- Eu não estou conseguindo te ouvir Edward. - Gritava a guerreira desesperada, ora olhando para seu irmão ora para Mirabel.
Todos tentavam falar um com o outro em vão, pois o barulho do vento frio que vinha do buraco abaixo deles era ensurdecedor. Cada um deles estava de frente para o outro em celas suspensas no ar. O ar frio e fedido pairava sobre eles os deixando sufocados por causa das trevas.
- Senhora... Senhora Mirabel, consegue me ouvir? - Questionava o guerreiro em vão. Parecia que existia uma parede de vidro que os separava mesmo estando tão próximos uns dos outros.
De repente, uma voz negra que causava enjoo e tontura surgiu do abismo imergindo pelos ventos começou a bradar.
- Senhora Mirabel Cael. - Disse a voz se materializando como um vulto negro diante da guerreira mãe.
- Senhor das trevas... - Respondeu a vidente se segurando nas celas e o encarando.
- Finalmente nos encontramos. - Falou pendendo para frente e para trás. - Temos assuntos inacabados, não temos? Vidente descendente do reino das bruxas. - Completou o ser maligno.
- Acha que tenho medo de você? Acha que pode me machucar? - Falou convicta.
- Tem certeza que não tem medo de mim vidente. - Falou chegando mais perto da grade. - Sei que teme pelos seus filhos. - Falou sussurrando a fazendo estremecer.
- Não ouse tocar neles. - Falou Mirabel olhando para Meliel e Eliel que tentavam de alguma forma compreender o que eles conversavam.
- Senhoraaaa... - Gritou Eliel caindo no chão tonto sem ar.
- Eliel... - Falou a vidente baixinho encarando aquele que o tinha como filho gemer.
- Elielll... Eliel, fale comigo Eu sinto sua dor, mas não lhe ouço, Elie fale.... Eliel, Edward! - Gritou quando sentiu seu peito ser pressionado por uma mão negra.
- Eles tem força e vitalidade, posso sentir. - Disse o senhor das trevas. - E veja como sentem a dor um do outro. - Se congratulava vendo os gêmeos ficarem sem ar. - Eu os quero para mim tanto a quero vidente. Sinta, veja a dor deles.
- Melielll... - Edward gritou forçando a barra para tentar sair em vão.
- Agora!- Disse o senhor das trevas.
- Eu disse... - E levantou a espada do seu marido em direção ao senhor das trevas. - Para não tocar nos meus filhos. - Enfiando a espada que brilhou assim que transpassou o ser. - A luz e o amor, a graça e o dom que um dia foram me dados pelos deuses guerreiros agora te dou deusa mãe. Que as trevas sintam essa força, que as trevas sintam esta luz. - Cantou encarando o mal. - Volte para escuridão que é o seu lugar maldito.
Pingos de luz começaram timidamente aparecer até parecerem diversos vaga lumes. O ar gélido e fedido começou a dá lugar a um aroma de jasmins, flores e rosas. Ela transbordou e inundou aquele lugar tão depressa quanto a brisa mais calma das montanhas. Abraçando a guerreira vidente jorrando luz e força contra as trevas.
- Eu vou destruir você mulher. - Gritou tentando alcançar a deusa mãe que emitiu uma luz mais forte que o sol.
- Coragem minha filha. - Sussurrou para Mirabel que fincou com mais força ainda a espada no senhor das trevas.
- Ainda vamos nos encontrar de novo mulher e eu vou ter tudo que é meu. - Gritou sendo sugado pelo escuro buraco negro.
Os gêmeos pararam pouco a pouco de se contorcer voltando a respirar e enxergando a deusa curvaram em honra a sua mãe. Edward fez o mesmo e Mirabel curvou apenas seu olhar em agradecimento.
- Você foi muito corajosa vidente. - Disse a deusa mãe. - Teremos tempo, mas não agora para conversar sobre o que acabou de dizer. Sabe o que fez não sabe? - Indagou a deusa vendo confirmação de Mirabel. - Não posso ficar muito tempo neste lugar e Moira e o guerreiro precisam de vocês, por isso... - Disse se aproximando de Edward abrindo sua cela. - Levante filho. - Receba minha força, minha coragem, use seu dom como um terremoto e leve todos daqui. Vão para o reino das bruxas. Voem tão rápido quanto o vento. Proteja-a com meu espírito. - Falou tocando na mão de Edward que ergueu sua mão em direção a cela de Meliel criando uma ponte de pedras até ela.
Seus olhos brilhavam como o mais puro azul dos céus. encarou sua amada e erguendo sua mão em direção a cela a arrancou. A guerreira o abraçou.
- Edward. - sussurrou Meliel.
- Meliel. - A abraçou retribuindo seu amor vendo a deusa mãe desaparecer.
- Depressa meus filhos, não posso segurar o senhor das trevas por mais tempo. A profecia precisa se cumprir. Levem Moira para o reino das bruxas. Agora. -Dizendo isso abriu as celas de Mirabel e Eliel.
- Edward fez mais duas pontes os fazendo ficarem juntos. Os irmãos se abraçaram por um segundo e seus olhos disseram tudo que seus corações sentiam.
- Vamos! - Disse Mirabel. - Precisamos ir.
- Mas, por onde? - Indagou Eliel se armando com seu arco e flecha e olhando para vários túneis negros.
- Por aqui. - Disse Edward convicto entrando no túnel do meio com suas mãos brilhando como uma luz.
- Como sabe disso? - Indagou Meliel pegando duas adagas das pernas já correndo com os outros para o buraco.
- O espírito de Moira me chama.
- Então, vamos. - Falou Mirabel. - Quero encontrar meu filho. - Falou empunhando a espada do seu amado.
Quando a luz se extinguiu todos estavam fora da montanha, eles puderam perceber. Com a ajuda da deusa mãe, Edward tinha conseguido tirar todos dali em segurança. Abraçado a Moira, ele analisava se a princesa estava bem.- Moira você está bem? - Indagou a soltando um pouco apenas para olhar em seus olhos.- Sim Edward, estou. - Respondeu a princesa. - Como conseguiram escapar? Eu vi todos vocês presos. - Indagou confusa.- A deusa mãe nos ajudou. - respondeu aliviado agora que estavam todos fora da montanha, longe por hora das garras da bruxa vermelha.E ao virar-se, a princesa só buscou entre todos um rosto, o do seu amado que estava abraçado a sua mãe de costas para
- Eu quero todos eles destruídos. - Gritou Nimesys em desespero. - Maldita deusa, maldito bruxo. Ah! Edward, quando eu colocar minhas mãos em você terei o maior prazer de sugar cada gota de vida que existe em em seu ser, desgraçado. - Falou fazendo a montanha estremecer.Nimesysestava possuída de ódio. Todo seu corpo emanava pura maldade. Um odor terrível subiu por toda a montanha, nas paredes podia-se vê todas as especies de bichos peçonhentos andando e rastejando. A fonte negra transbordava em negro e vermelho. A bruxa vermelha tocou nas bordas e de repente começou a sorrir. Um sorriso maléfico e cruel. Seu vestido arrastava consigo aranhas e escorpiões.- Tolos. - Falou rindo para si mesma. - Acha mesmo que pode me deter deusa? - Gritou para o ar.
- Será um prazer então, princesa. - Falou Briana esquecendo da ordem da bruxa vermelha de levar a princesa viva para a montanha. - Acho que me cansei de ouvir que dependemos de você e essa maldita profecia para viver.- Não a culpo por ser insignificante Briana. - Disse tirando sua espada avançando em direção a guerreira.- Moira, não... - gritou Yan descendo do cavalo para proteger a princesa.O falcão que pousou no chão balançou suas asas fazendo um vento gélido junto com neve pousar no lugar. As outras águias começaram a atacar os gêmeos, Mirabel e Edward.- Mãe... - Gritou Yan indo em direção a vidente com gr
Moira foi abrindo os olhos lentamente. A luz que entrava pela grande janela a sua frente e o vento trazendo um cheiro de profusões de flores a despertou. Estava deitada em uma grande cama e sentada em uma confortável cadeira estava uma linda moça de cabelos lilás brincando com flores no ar, ela podia notar. Assim que viu Moira desperta sorriu animada e sentou ao seu lado.- Você acordou. - Disse lançando com um aceno de mãos as flores em um vaso que caíram organizadamente nele.- Jasmins. - Comentou Moira. - Elas me lembram...- A pequenina guerreira que conquistou seu coração. Eu sei. - disse completando o pensamento da princesa.- Como sabe?
Ela aguardara esse momento durante muito tempo. Leíty vira o nascimento de Edward, ajudara a sua amada irmã por elemento, a bruxa Lilian a trazer seu filho ao mundo sem que seu marido soubesse que elas eram bruxas. Lembrando agora de como tudo aconteceu sorria para si mesma emocionada com aquele dia e ao mesmo tempo estava triste pelo destino que o pai do príncipe escolhera. A fraqueza humana pelo poder exacerbado a deixava desnorteada. Depois que Lilian foi morar no reino dos humanos não pôde acompanhar de perto o crescimento do garoto, mas agora que ele estava ali ansiava por ensiná-lo tudo que sabia, estava desejosa de transmitir todo seu conhecimento para que ele usasse sabiamente. Porém não sabia como ele reagiria sobre sua proposta e principalmente sobre sua opinião a respeito da guerreira. O sentiu assim que ele pôs os pés no palácio, pois a terra tre
- Aí está você. - disse Meliel se aproximando do seu amado e o abraçando forte. - Eu o procurei por toda parte. Se bem que... - Olhando admirada para o lugar. - Esse reino é enorme.- Verdade. - Respondeu Edward olhando ao redor. - Tudo aqui é lindo e creio que ainda não vimos nem metade de todo o reino.- Então, que tal darmos uma volta e explorar um pouco a região? - Disse Meliel segurando a mão do príncipe.- Meliel, eu... - Falou Edward aflito. - Eu preciso falar com você. - disse olhando para as suas mãos entrelaçadas.- O que houve? - Temos que aproveitar um pouco o tempo que temos aqui, já que logo partiremos. - Disse an
Edward estava apreensivo por não saber se Mirabel conseguira conversar com Meliel. Ele a amava, mas também estava ávido por querer aprender muito mais sobre seus poderes, sua mãe, seu reino. Leíty tinha sido muito generosa o convidando para ensiná-lo, porém será que conseguiria ficar longe da mulher que tanto sonhou encontrar? Seu coração estava aflito, precisava de paz, precisava conversar com Moira a respeito.- Edward? - Chamou Leíty se aproximando do rapaz que andava apressado.- Leíty, desculpa eu não a tinha visto.- Tudo bem. Está apressado, aonde vai? Posso ajudar? - Indagou solicita.- Preciso ir vê Moira, tenho assuntos pa
Quando Yan acordou não sentia-se apenas bem, sentia-se forte, saudável, revigorado. O que era estranho, já que tinha chegado aquele lugar sentindo-se doente, fraco e cansado.Abriu os olhos e percebeu que estava em uma sala enorme com várias camas, ao seu lado uma mesinha com um copo de água, um vaso com flores e ele podia ouvir nitidamente som de harpas vindo de algum lugar.- Acordou finalmente. - Disse uma mulher se aproximando dele.- Onde estou? - Perguntou curioso sentando na cama para enxergar melhor aquela bela mulher a sua frente.- Você está na ala da cura. - Disse vendo confusão nos olhos do guerreiro. - Tudo bem, sei que está confuso agora, mas logo