Gregorio – Aeroporto de ParisSaímos do hotel e seguimos rumo ao aeroporto. Ainda temos algum tempo antes do embarque, então deixamos nossas bagagens com os funcionários e vamos até o bar para beber algo e passar o tempo. Sentamos à mesa, fazemos os pedidos, e Brenda permanece de pé, falando ao telefone com minha sogra. Está de costas, e só agora percebo como a saia dela está justa em seu corpo. Nunca ligo pra isso, mas ultimamente fico cada vez mais ciumento. Confesso: não me sinto nada confortável com a ideia de outros homens olhando pra ela desse jeito.Brenda encerra a ligação e se senta ao meu lado. Seguro sua mão e não consigo segurar o que penso.— Amor... — digo, encarando seus olhos.— Sim? Aconteceu alguma coisa? — ela pergunta, me olhando com curiosidade.— Não acha que essa saia está justa demais no teu corpo? — pergunto, com um leve incômodo na voz.— Não, amor. Está ótima. O que houve? Você nunca reclamou das minhas roupas. Muito pelo contrário. Sempre preferiu me ver se
BrendaDesde que conheci Gregório, minha vida virou de cabeça para baixo. Eu achava que já tinha vivido intensamente, feito loucuras, experimentado paixões avassaladoras. Mas, ao lado dele, percebo que tudo o que vivi antes parece pálido, sem graça, quase sem sentido.Nosso casamento foi um furacão, e a lua de mel — essa verdadeira maratona de amor — continua a todo vapor, mesmo depois de semanas. Somos intensos, apaixonados e... viciados um no outro. E não tenho vergonha alguma de admitir isso. Gregório costuma brincar que sou sua perdição. Eu rio, mas no fundo sei que ele sente o mesmo.Agora estamos no jatinho particular, retornando ao Brasil. O céu está limpo, o sol se põe no horizonte com um tom dourado que parece abençoar nosso amor. Estou grávida de gêmeos, e mesmo com toda essa correria dos últimos dias, não sinto desconforto algum. Pelo contrário, meus meninos parecem calmos, como se estivessem em harmonia com esse momento.Conversamos baixo, sussurrando entre beijos e risada
Horas Depois...GregórioVoltar antes do previsto ao Brasil não está nos meus planos. Ainda tenho algumas surpresas para mostrar à minha Brenda e fantasias que adoraria realizar com ela. Mas, infelizmente, preciso pausar meus planos por causa daquela maldita e louca da Carmen. Essa mulher não desiste nunca e, a todo custo, tenta atrapalhar nossas vidas.Agora estamos a poucos minutos de aterrissar. Brenda adormece em meus braços durante toda a viagem. Ela está exausta, e, por causa da gravidez, precisa mesmo de descanso. Sua barriguinha já começa a aparecer, o que a deixa ainda mais linda. Vê-la feliz, saudável e satisfeita é o meu maior pagamento. Tudo o que estiver ao meu alcance, faço para vê-la sempre sorrindo. E, o quanto puder, mantenho-a longe de problemas e aborrecimentos desnecessários.Conto a ela sobre o julgamento da Carmen e sobre minha convocação como testemunha. Porém, omito que Brenda também foi intimada, já que estamos tentando impedir isso com base na gravidez dela,
Gregório Região dos Lagos/RJDepois de longas horas de viagem, enfim estamos em casa. Nosso lar. Nosso aconchego. Nosso ninho de amor e de paz. Confesso que me sinto muito melhor aqui do que em qualquer outro lugar do mundo. Aqui está a minha essência, minha família e a paz que busco desde que me conheço por gente. Não troco esse momento por absolutamente nada. Nenhuma quantia de dinheiro me faria tão feliz e realizado quanto estar ao lado de Brenda.Nossa casa é ampla e arejada, escolhida com cuidado, pensando no futuro que construiríamos. Inicialmente, imagino um bebê. Depois, ao saber que seriam gêmeos, percebo que essa foi, sem dúvidas, a decisão mais acertada da minha vida.Temos seis quartos. Quatro já têm donos: o nosso, o de Carlo, o de Ramonzinho e o de Zoe — porque, claro, ela sempre estará conosco. A trato como filha, mesmo não tendo o mesmo sangue que o meu. É parte da nossa família.Todos os cômodos são amplos, mas o nosso é o maior. É a suíte master, como gostamos de di
BrendaEu não sei exatamente o que está acontecendo, mas percebo, pelo nervosismo do Gregorio, que algo grave está prestes a abalar nossa família. Fico ainda mais atenta à ligação, observando seus gestos e palavras. Ele está agitado, claramente contrariado com o que ouve do outro lado da linha. Alguns segundos depois, escuto o nome do João e, enfim, entendo o motivo da tensão.João está prestes a ter sua liberdade concedida pela justiça, mas precisa de um empurrão para que isso se concretize. É evidente que Gregorio não quer — ou não vê motivos — para ajudá-lo. Isso não faz dele um homem ruim, apenas justo. Afinal, João se alia à Carmem para tentar me manipular, tentando me fazer acreditar que sou a culpada pelas mortes do casal Montreal.Mas eu também erro — e muito. Logo de início, desejo um dinheiro que não me pertence. Em seguida, uso minhas armas de sedução para arrancar tudo o que posso de Vincente Montreal e, depois, desejo conquistar um homem casado. A princípio, apenas para a
BrendaApós fazermos amor, Gregório e eu tomamos um banho juntos, nos arrumamos e seguimos direto para a casa do Durval. Hoje é dia de almoço em família, e todos estão nos esperando. A casa dele fica a menos de trinta minutos da nossa, então não demora até chegarmos.Separei todos os presentes que comprei durante a nossa viagem e Greg me ajuda a colocá-los na mala do carro. Fechamos a casa com cuidado e partimos rumo ao nosso reencontro familiar. As ruas estão tranquilas, mesmo sendo dia de semana, e logo chegamos. Mas, antes de nos encontrarmos com todos, faço um pedido:— Amor...— Diga, meu amor. Deseja alguma coisa? — ele pergunta enquanto estaciona o carro.— Promete que vai ligar para o advogado ainda hoje e resolver o que conversamos agora há pouco, em casa? — pergunto, retirando o cinto e tocando de leve seu antebraço.Ele desliga o motor e solta um suspiro antes de responder:— Tudo bem, amor. Dou minha palavra que vou resolver isso hoje. Mas agora, por favor, esquece esse as
BrendaEnquanto Isabel cuida da confeitaria e escolhe as tortas e sobremesas para o nosso almoço, aproveito para conhecer de perto as nossas novas lojas. Afinal, agora somos sócias nesse negócio de estética, e ainda não tive a chance de ver como tudo ficou no final.Ela me entrega as chaves e sigo em direção às lojas, que ficam ao lado da confeitaria.Estamos na área comercial de Búzios, e nada melhor do que abrir um centro de estética e uma loja de roupas com preços acessíveis em um dos lugares mais badalados e lindos da Região dos Lagos.Assim que entro nas lojas, meus olhos brilham intensamente e meu coração quase salta pela boca. A emoção e o misto de sentimentos que me invadem são indescritíveis. Não consigo parar de sorrir e chorar ao mesmo tempo, tamanha é a felicidade que sinto. Gregorio pensou em tudo — absolutamente tudo — e cuidou de cada detalhe para me agradar. Ambas as lojas estão perfeitas, muito além do que eu imaginei.Agradeço a Deus, de todo o meu coração, por tudo
BrendaChegamos em casa, e Isabel vai direto para a cozinha deixar as sobremesas. Rubens a acompanha, enquanto permaneço sentada no jardim, próxima à piscina, imersa em pensamentos. O almoço já está servido. Uma longa mesa de quase quatro metros ocupa o centro do jardim, coberta com pratos da culinária italiana e brasileira. Todos conversam animadamente enquanto almoçam.Gregório está ao telefone quando chego e me envia um beijo no ar, dizendo que fala com o advogado do João. Retribuo o gesto e permaneço sentada em uma cadeira no canto do jardim, sob a sombra agradável de uma macieira florida.— Não vai almoçar, meu amor? — minha mãe se aproxima com um copo de refrigerante e beija minha testa.— Estou sem fome, mamãe. Mas logo como alguma coisa — respondo com um sorriso fraco.— Quer uma salada caprese? Está deliciosa, e sei que você adora — ela diz, sentando-se ao meu lado.— Agora não, mamãe. Mas em breve como. Esses seus netinhos me deixam com fome de leoa — digo sorrindo, enquanto