Dois dias se passaram desde a chegada de Zara em Nova York. Ela ficara hospedada em um prédio designado pela agência fotográfica. Tudo estava incluso no pacote do estágio. O que era uma maravilha.
Tudo estava dentro dos conformes. Zara dormia junto com mais outra colega de quarto. Seu nome era Cloe Margarets e ela vinha de Nova Orleans.
Uma garota magra, de óculos de grau, cabelos enrolados e baixinha. Usava sempre o mesmo suéter e o all star rosa claro. Havia uma tatuagem de flor atrás da orelha e uma voz irritante de taquara rachada.
Seu temperamento era aceitável. Ela não era daquelas garotas insuportáveis, que não param de falar por um segundo sequer. Mas também não era daquelas quietas, que ficam encolhidas no canto do quarto. Cloe era o tipo perfeito que Zara adorava. Exceto por algo a qual a fotógrafa notou logo de cara. Cloe era fã de Atlanta Delano.
Os dias foram se passando depressa, Ruby conhecia melhor Zara a cada dia que passava e isso foi tornando tudo melhor. As duas passavam horas conversando, quando não se tinha muito trabalho e Ruby pode ver que a garota era de fato muito interessante e inteligente.Tomavam café juntas sempre que podiam e riam dos outros funcionários esquisitos que trabalhavam na empresa, era um vínculo de amizade que começava a fluir ali. Algo que quase ninguém imaginava que poderia acontecer. Nem mesmo Ruby achava possível.Ruby aos poucos enxergava as qualidades de Zara, uma garota dedicada ao seu serviço, prestativa. Pontual. E isso sempre contou muito para qualquer empresa de Nova York. Principalmente a revista a qual Ruby agora representava. Ela enxergava o que talvez tivesse prendido Atlanta, o que tivesse feito ela se apaixonar perdidamente.Agora ela entendia muito bem o motivo pela qual Atlanta se interessou tã
Os ponteiros do relógio de Dexter demarcavam quinze para as duas da tarde. Em outras palavras, Atlanta estava mais do que atrasada para ir ao studio ( de novo).A estrela não sabia o motivo pela qual ela havia acordado com uma ótima sensação. Algo muito bom parecia que estava prestes à acontecer. E então, ela sentiu que deveria estar perfeita para isso. Seja lá o que fosse.Seu assessor já estava impaciente, ele batia o pé esquerdo no chão insistentemente, afim de mandar embora toda sua carga de ansiedade. Dexter sabia como esse povo era, qualquer coisa era motivo de ligar para a mídia e soltar tudo. Como se um simples atraso fosse parar na capa de uma revista : " Atlanta Delano chega atrasada em set"Embora ele achasse uma barbaridade as pessoas sem importarem com uma coisa tão boba, ele sabia que era sim, preocupante. Sabe-se lá o que uma multidão consumida
#SaveAtlantaDelano- Ela não acorda! - disse o médico, enquanto Dexter o fitava - E creio que será assim por algum tempo ainda.- E como ela está? Quero dizer, qual é o diagnóstico?- Bom as retinas dos dois olhos estão em estado grave. Ela praticamente está cega. As duas pernas estão quebradas e há uma lesão na coluna, mas isso é corrigivel com o tempo. Fisioterapia deve ajudar.- Meu Deus... - Dexter passava a mão no rosto, tentando afastar o pânico. - Mas doutor.. Os olhos... Tem concerto?- Até onde eu pude perceber, sim. É uma questão de doa&cced
Mais de um mês se passou desde o ataque cardíaco que atingira o corpo de Atlanta. Ela ainda não havia acordado. Ainda estava em coma induzido. E isso preocupava à todos.Mas os hematomas já estavam melhores, não havia mais os roxos causados pela pancada. Os ralados estavam praticamente curados e não tinha nenhuma aparente mancha ou cicatriz no lugar.Apesar da melhora física, Dexter não se conformava pelo fato de Atlanta não reagir ou acordar. Ele estava irritado com tudo, sem esperanças e muito cansado de todo aquele papinho que os médicos empurravam para ele :- Chega! Eu vou leva-la para casa. Irei contratar uma enfermeira e um médico particular. Iremos sair desse inferno.- Senhor Jenkins, ela está estável. Só basta esperar que Atlanta acorde. - dizia o médico, tentando acalma-lo.-... (riso irônico)... E quando ela acorda
Há pessoas que pensam que não existe um mundo além do nosso. Que a inconsciencia não te leva para lugar algum. Pensam que as pessoas em coma, assim como Atlanta, somente ficam em sono profundo, descansando.Mas não era isso o que acontecia. A estrela podia ouvir. Podia sentir. E saber tudo o que estava ao seu redor. Para ela, era como um sonho. Um sonho a qual ela não conseguia acordar. Por mais que tentasse.Naquela noite, após a enfermeira ir embora, os aparelhos que mantinham o cérebro de Atlanta trabalhando, detectaram que ela estava em atividade.Ruby que estava sentada na poltrona ao lado, após horas olhando para Atlanta e vendo-a em seu "sono profundo". Desejando ardentemente que ela acorda-se, se assustou ao ouvir o
A noite sera longa e muito difícil para Atlanta. Tudo martelava em sua mente, como se fossem pregos enferrujados.Era odioso ter que pensar que ela estava naquela situação já a vários meses. E que, aparentemente, ninguém se importava com o que ela estava sentindo. Já como soubera, apenas poucas pessoas a visitou enquanto esteve em coma. E isso era mais doloroso do que uma facada em seu peito. Afinal, sua fama não servira para mais nada.Quando finalmente o sono chegou, a estrela pode sonhar novamente com Zara, o que deixou seu coração mais tranquilo e confortável.Ver o rosto daquela garota acalmava a estrela de uma forma que ela nunca imaginaria sentir por alguém.No dia seguinte, já eram oito horas quando um dos seguranças avisou Dexter da entrada de Marki.Uma garota loira, de aparecia impecável e uma simpatia aparente:- Bom dia - Dis
Por todo o dia, Marki abriu a porta do quarto de Atlanta para se certificar que estaria tudo bem. E de fato, estava. Aparentemente, pelo menos.A estrela dormira quase o dia todo, com o intervalo de alguns minutos, apenas para fazer suas necessidades, com a ajuda de seu irmão.Atlanta segurava o máximo que podia pois aquilo era humilhante demais para ela. Até porque suas pernas ainda não se mexiam, pela falta de seu esforço. Haviam talas impedindo seus movimentos, o que tornava ainda mais impossível.Fora que estava cega, e por mais que tentasse, não conseguia fazer absolutamente nada a respeito.Os dias da semana foram se passando. E cada vez menos Atlanta conversava com Marki sobre qu
- Ela está bem? - perguntou Kyle, abordando Marki no corredor. A cuidadora se assustou com aquilo, deixando cair o copo de leite ao chão.- Me desculpe! - disse ela, desajeitada. O irmão de Atlanta sorriu gentilmente enquanto abaixava para apanhar o copo e volta-lo a bandeija de Marki.- Não tem problema! - ele disse.- Obrigada! - sorriu Marki, envergonhada.- Quer tomar um café lá na cozinha?- Eu adoraria, senhor Delano. - respondeu a cuidadora.- Me chame só de Kyle, por favor - ele riu - Vamos.Os dois caminharam até a en