Barbara.
— Hum! —Solto um gemido apreciativo me esticando inteira em cima da cama e penso que pela primeira vez em um mês e meio tive uma noite de sono tranquila, porém, sem sonhos. Senti falta dessa última parte. No entanto, me viro para o outro lado da cama e encaro a porta fechada. Derin não tentou entrar aqui na noite passada e me pergunto se algo aconteceu. Enfim, isso não importa. Salto para fora da cama e enquanto tomo um banho penso na minha estratégia para entrar naquele escritório. Não tem jeito. Eu preciso que a Neir saia de casa e que Derin fique a sós comigo. Um jogo de sedução o envolveria e assim conseguiria o que preciso.
Suspiro alto.
É arriscado, mas eu preciso tentar.
— Bom dia, Senhora Malcon!
— Bom dia! E o Senhor Malcon onde está?
— Ele teve que fazer uma viagem de emergência, mas avisou que esta
RomãoMomentos antes do resgate...Você me deixou, Babi. Lamento mentalmente como uma criança birrenta, triste e abandonada. Me deixou sozinho e largado nesse mundo quando eu te disse que não saberia viver sem você e agora olhe para mim. Penso levando a garrafa de uísque a boca a esvaziando logo em seguida. Você não sabe, mas você acabou comigo, destruiu o meu coração e me matou por dentro. Por que fez isso comigo, minha dama indomável? Por que está me maltratando assim?— Eu te amo tanto! Eu te amo tanto! — confesso liberando um choro compulsivo que segurei por tantos dias, até que não me resta mais forças. — O seu sorriso... eu sinto falta do seu sorriso, meu amor — sibilo baixinho....— Barbara? Barbara onde você está, meu amor? — pergunto adentrando cada vez um pântano lamac
Romão— Os homens já estão em posição, delegado. — Escuto alguém dizer pelo rádio e aguardo a ordem em que invadiremos o perímetro da mansão. Penso que Derin Malcon foi muito esperto entrando no nosso país e se escondendo em um lugar sem qualquer registro. Por isso não o encontrávamos em nenhum lugar.— Agora! — O delegado dá a ordem e antes que os bandidos tenham qualquer chance de sacar as suas armas, eles são rendidos e algemados.— Vamos! — Athos fala saindo do carro e eu sigo logo atrás dele.— Onde está o Derin? — inquiro após observar cada homem rendido e ajoelhado no chão.— Ele não está aqui, promotor. — Ergo a cabeça para ter o vislumbre da casa com todas as suas janelas abertas e suas cortinas esvoaçantes.— Entrem
Romão— Pode me contar o que aconteceu no seu apartamento no dia do seu desaparecimento, Senhora Malcon? — O delegado pergunta, enquanto a observo sentado em uma cadeira em um canto da sala.Vou confessar, ouvi-lo chamá-la por esse sobrenome me tira do sério e para controlar os meus impulsos agressivos pressiono com força os meus dedos, fechando a minha mão em punho.— Me lembro que naquela noite eu fui até o meu apartamento sozinha. Eu precisava pegar alguns documentos para o advogado Athos Mazza. Eram documentos de suma importância e não podia deixar para o dia seguinte. Tudo parecia calmo. Então eu peguei a pasta e fui para a minha sala. Foi quando encontrei o Logan lá.— Ele apontou alguma arma para você? — Faço não com a cabeça.— Não.— Então por que o seguiu? Por que foi com ele? &mdas
Barbara....Só saia da minha vida, Barbara!Seco as minhas lágrimas, tomada por essa lembrança. Ele foi tão frio comigo, tão grosseiro. Nem parecia o meu Romão de sempre. Penso quando a campainha do meu apartamento começa a tocar e sou arrastada violentamente para fora dessa minha atmosfera dolorida. Sem animo saio da minha cama e vou atender a porta, me surpreendendo com a presença de Olívia e companhia.— Bom dia, Barbara! — Ela diz invadido o meu espaço com a sua comitiva vindo logo atrás e sem ter o que fazer, fecho a porta.— Bom dia! O que vocês estão fazendo aqui?— Viemos te fazer uma surpresa. — Kim diz o óbvio.— O que isso quer dizer?— Sabemos o que o Romão fez com você e viemos para te alegrar um pouco. — Anne explica.Me alegrar? Não sei como
Barbara— Ei, ele é o pai do seu bebê. Nada mais justo que ele te acompanhe nesse momento, certo? — Apenas respiro fundo e antes que eu chegue a dizer qualquer coisa, alguém chama o meu nome.— Vamos? — Ele pede docemente, segurando na minha mão. Contudo, sentir as mesmas faíscas que o seu toque pode me causar, me faz tirar a minha mão de perto da sua e entro no consultório o deixando para trás.— Bom dia, Barbara!— Bom dia, doutora!— Doutora! — Escuto a sua voz grossa atrás de mim e pressiono os meus lábios para reprimir a sensação que esse som me faz sentir.— Deite-se, Barbara. Vamos começar com os batimentos cardíacos do seu bebê. — A médica pede e eu faço. Ela me ajuda a afastar o cós da calça para baixo e em seguida a blusa para cima. Espalha um
Romão— Será que ela vem? — inquiro olhando para o relógio no meu pulso.— Relaxa, Nunes. Eu sei que ela vem. — Athos pede me oferecendo um copo de uísque e aponta uma cadeira para mim no seu escritório.— Só que a festa já começou tem uma hora.— Coisas de mulher. Você sabe que elas amam se atrasar. — Ele ralha se sentando em uma cadeira atrás da sua mesa e eu beberico a minha bebida na esperança de me acalmar.— Eu quero te pedir um favor.— Pode falar.— Eu vou insistir em uma conversa com ela e se por um a caso a Barbara tentar se fastar de mim, ponha essa música para tocar.— Only Love Can Hurt Like This? Está falando sério? — Ele ri, eu reviro os olhos.— Foi essa música que tocou quando revelamos o nosso relacionamento. E eu e
BarbaraAlgumas semanas depois... — Amor, está pronto! — Romão grita lá da cozinha, porém, sorrio me olhando no espelho. Temos uma viagem longa em algumas horas e com certeza ele espera que eu saia desse quarto arrumada e pronta para sair, mas não. Na verdade, estou realmente de banho tomado e propositalmente deixei os meus cabelos úmidos, e soltos. Pus uma calcinha minúscula e vesti apenas uma camisa sua, e arregacei as mangas compridas que insistiam em cobrir as minhas mãos.Eu sei, estou brincando com fogo, mas fazer o que? Eu quero mesmo é me queimar.— Babi? — Ele volta a chamar e o meu sorriso travesso se amplia assim que abro a porta do quarto para ir ao seu encontro. Como era de se esperar, o meu promotor cobiça faminto o meu corpo começando dos meus pés descalços, parando demoradamente em algumas curvas e para bem nos meus olhos. — O que está tentando fazer, advogada? — O seu tom falsamente duro me faz dar de ombros seguido de um gesto desdenhoso.— Eu não estou fazendo nada
Barbara— Espera, esse não é o caminho para a serra. Para onde está me levando, promotor? — ralho quando ele entra em uma avenida larga e movimentada, mais propriamente no lado sul da cidade.— Está com medo de ser sequestrada por mim, minha dama indomável? — Me pego sorrindo.— Na verdade, eu adoraria ser sequestrada por alguém como o Senhor, mas...— Alguém como eu? — Ele para no sinal vermelho e aproveita para me olhar nos olhos.— Você é a minha perdição, Romão Nunes. Então sim, eu gostaria de me perder com você em qualquer parte desse mundo.— Vem cá! — Sua mão se apressa em segurar na minha nuca e logo sou atraída para um beijo demorado, parando apenas quando algumas buzinas começam a reclamar atrás de nós e rindo desse alvoroço lá fora, Romão pisa no acelerador. — Está vendo o que você faz comigo?— Não vai me dizer para onde está me levando?— Olha só, nós ainda vamos para o nosso fim de semana na serra, mas antes, eu tenho uma surpresa para você.— Ah não! — resmungo. — Romão