ASHLEM EM AÇÃO

"Salvar a humanidade, o mínimo é significativo" James Ashlem.

"Seja mais algoz que os monstrengos são, matai todos sem condoimento, que o Viko esteja sempre no núcleo da sua alma e escudar os Intactos em meu nome" Skitoy - Missão.

★★★

As luzes lançaram o seu fulgor na preta indumentária que partia do chapéu até às botas. A noite havia chegado. As suas botas ao estilo cowboy, combinavam com o seu jeans negro quanto carvão. A lâmina escondida no calcanhar esquerdo, recebia a luz da cidade. O seu chapéu tinha um símbolo bronzeado, o símbolo dos caçadores.

A mão esquerda, nua e negra com uma esfera ao redor do dedo de compromisso, sentia o frio que circulava nas terras de Moamba, concretamente, cidade de Orge. As luzes com variadas cores, exibiam o seu cintilar como a cidade de Nova Iorque. James cerrou o punho e as veias apareceram pela pele. Com os pés assentes na calçada perto do Bar Michael Paradise, mascava o chiclete com charme, o chapéu caindo ao estilo Michael Jackson. A mão direita, vestida de uma luva preta, segurava um livro de capa negra (Makoy), que tinha muito conteúdo por explorar.

A sua mão livre acariciava a sua barba serenamente, enquanto o homem mergulhava nos seus pensamentos mais profundos.

Uma criança sem futuro, sem sonhos, completamente sozinha, abandonada pelos pais. E um jovem viúvo aos seus 27 anos. Culpa, exclusivamente, das guerras provocadas pelas malditas criaturas. Ashlem não gostava de pensar acerca daquilo, no entanto o seu subconsciente não o obedecia - Maldição.

O seu olhar era misterioso, o homem tornara-se amargo, forte e corajoso, resultados da difícil vida. Na maçã do rosto, lado esquerdo, era visível uma cicatriz que ele odiava. As suas botas, pretas de couro, com uma lâmina no calcanhar brilhavam a cada passo que percorria aquela calçada, em cada toque quase mudo ele via o deserto em que a cidade tinha se transformado, não havendo ninguém circulando por ali. As telas gigantes exibiam muitos conteúdos que só James Ashlem tinha o prazer de apreciar. Ashlem e o vento, eram a companhia da cidade.

Deu um passo e a entrada do Bar Michael Paradise estava bem a sua frente.

Empurrou a porta, entrou e a temperatura mudou de imediato, agora se encontrava numa temperatura favorável. Todas as mesas estavam vazias, e no balcão alguém servia uma cachaça. James olhou ao homem que ali se fazia presente, sem vacilar, com um olhar quase agressivo. Depois decidiu ir ao encontro do atendente. Com os seus passos firmes e confiantes, ele foi e sentou na alta cadeira. Tirou o seu chapéu, exibindo o seu cabelo crespo bem penteado, aprumar-se era uma das suas manias.

— E o que passou por aqui, uma assombração? - a voz grossa proveniente do Ashlem soou. Acenando com a cabeça.

— Se isso fosse, eu também teria sumido, mas com esses rumores de criaturas que circulam por aqui, ninguém quer encarar - disse empurrando um copo vazio na direção do Ashlem.

— Suponho que você não acredita nessas coisas.

— Bem, acreditar... acredito, mas algo me prende aqui sabe? É como se fosse...

— Vício — rapidamente completou Ashlem.

— O quê? Como você leu a minha mente? — espantado disse o homem.

— Digamos... adivinhação - disse colocando o seu Makoy sobre o balcão. — Não tens algo mais agressivo?

James Ashlem repeliu o recipiente, ele queria uma coisa muito forte que rasgasse a garganta quando deslizasse, líquido que ardesse mais que cachaça.

— Tenho este aqui, Orge's Root — disse o atendente segurando a garrafa.

— Exatamente.

Orge's Root, produzido na cidade de Orge, era um grande whisky dos fortes que era conhecido como inferno, pela ardência e pelo seu sabor estranhamente diferente.

O atendente despejou o líquido avermelhado no copo. Ashlem levou o recipiente e direcionou à boca, num gole rápido ele amarrou as rugas numa expressão peculiar.

— Agora estou mais vivo — disse Ashlem batendo o copo no balcão - você é Michael.

— Sim, como é que sabe?

— Está bem escrito na entrada do seu estabelecimento.

— Ah, é verdade. O meu nome é Michael sim, já Paradise é apenas uma parte que acrescentei achando que ia conquistar muitos clientes.

De repente um som estranho soou próximo ao Bar.

— Shiii — Ashlem colocou o dedo indicador nos lábios.

— Não se preocupe aqui não vão entrar. — disse o atendente.

— Eu sei, você é um deles, fato que explica a sua falta de medo, demorou fazer a sua surpresa — disse Ashlem já com uma faca cravada na mão do homem - toma — disse agredindo a mandíbula do atendente.

A mão ficou presa e os olhos do homem ficaram vermelhos. Ele oscitou a boca assim deixando os seus dentes caninos germinarem.

Ashlem abriu a sua jaqueta de couro, retirou uma corrente de prata e agilmente amarrou o pescoço do homem. Depois amarrou o indivíduo com uma das extremidades do edifício, assim estorvando os movimentos do mesmo.

— Onde está o refém? — perguntou Ashlem, o apertando aos poucos.

Tirou uma arma, apontou no rosto do indivíduo, este ainda tentava se soltar do objeto que o queimava numa morte lenta.

O homem olhava num dos cantos do interior do Bar, Ashlem de imediato leu a direção dos olhos do homem.

— Onde está o refém? — levou o seu chapéu e colocou na sua cabeça.

— NÃO, NÃO, NÃO... ELE ESTÁ ALI...

Sem pensar duas vezes James Ashlem atirou na testa do homem. Depois soprou a arma, colocou na cintura, levou o seu livro colocando no bolso da jaqueta, e seu chapéu à cabeça.

O homem nas correntes gritou, se transformando em algo idêntico ao fogo, depois em pó e desapareceu, Ashlem assistiu a cena com prazer, com um olhar de ultor.

— Por favor não me mate, não me mate! — disse um adolescente saindo do esconderijo onde fora submetido pela criatura.

As suas calças brancas, a sua camiseta vermelha e o seu cabelo estavam completamente imundos. Talvez fora espancado para depois ser recrutado para trabalhar para o grupo PHOBYLONG. As suas duas mãos brancas estavam sobre a cabeça que ostentava cabelo preto e liso.

James Ashlem mascou o chiclete olhando ao rapaz, parado e com a mão esquerda acariciando o queixo cheio de barba. Depois decidiu falar.

— Não se preocupe, não firo os intactos. E pode abaixar as suas mãos eu não sou seu inimigo. —

Aparentemente preocupado o adolescente tentava procurar por uma saída para fugir. — Nem adianta.

— Me deixa em paz, já não basta toda essa gente que tu mataste, hein? — disse o adolescente.

— Miúdo você tem Viko?

— Não — disse olhando no Makoy que Ashlem segurava.

— Então. Por que acha que eu sou um deles?

O adolescente ficou calado encarando o caçador.

— Qual é o seu nome? — o adolescente perguntou.

— Eu sou o Caçador, o único portador de Viko. Estou aqui para cumprir a minha missão e você é o escolhido.

— O quê? Eu não estou entendendo nada cara!

— Ainda vai entender, agora sai daí, nós temos que ir já. — com uma cara seria disse o caçador.

— Quem garante que você não é uma daquelas coisas? — olhou novamente no livro.

— Vamos agora ou fica aí para sempre.

Ashlem se direcionou a saída do bar passando perto do adolescente. Quando ele abria a porta o miúdo disse:

— Espera!

— Não tenho muito tempo, tenho que fazer uma viagem até o distrito de Rongon - disse olhando o adolescente por cima do ombro.

— Eu vou contigo.

Ashlem abriu a porta e saiu, o adolescente foi correndo a seguir o Caçador.

— Que horas são miúdo?

— São 10 horas da noite.

— Obrigado! — disse Ashlem em seguida cuspiu o chiclete.

Mergulhou a sua mão na jaqueta e tirou outro chiclete, colocou na boca e começou a exercitar a sua mandíbula. Em seguida pôs o seu Makoy no bolso interno da jaqueta. O adolescente olhou no objeto com curiosidade.

Os dois se entreolharam num silêncio que fez um dos dois quebrar.

— Você... é um caçador? — perguntou o adolescente e Ashlem meneiou a cabeça em sinal positivo. — Você gosta do que faz?

— Jovem, por acaso você é um jornalista?

Falar não era o forte do James Ashlem. Ele era introvertido, talvez por conta da vida amarga que teve o azar de sentir. Caçar foi uma escolha que adoptou depois de ter perdido a esposa e depois de ter descoberto que o abandono dos pais não fora algo programado, porém resultado das criaturas que também tiveram ajuda do senhor Holdon, um cientista insano.

— Não, mas...

— Mas nada. Agora é sua vez.

— Minha vez de quê?

— De responder as minhas perguntas.

— E você é jornalista?

Ashlem olhou ao adolescente com cara de poucos amigos.

— Está bem então pergunta.

— Onde estão os seus pais?

— Não sei onde é que estão, só sei que sou órfão.

— Okay. Tenho um espaço onde você pode ficar, mas resta saber se você está disposto.

— Ah... Um espaço? Eu não preciso mais, prefiro vagar por aí, sem rumo.

— A escolha é sua, não vou insistir.

Ashlem não ponderou e logo pôs-se a caminhar como se não se importasse mais com o miúdo.

Sem ter se distanciado muito parou e perguntou:

— Qual é o seu nome?

— Jack — respondeu rapidamente — o espaço que tens pra mim é um orfanato?

— Foi isso que te fez recusar, não é? Já não quer mais morar num orfanato. Então tenho uma má notícia. O espaço que tenho para si é um orfanato sim, o orfanato INTACTOS ACADEMY HUNTERS.

— O quê? Você está falando de uma academia! Tu és um formador?

— Prefiro que me chame de caçador, pois é o que eu sou e tu também serás.

— Eu aceito, eu aceito ir ao INTACTOS ACADEMY HUNTERS.

— Eu sabia que você aceitaria. Então mexa-se vamos ao local antes de sermos atacados.

— Vamos. — disse o adolescente com um sorriso esboçado no rosto.

INTACTOS ACADEMY HUNTERS era um lugar muito conhecido onde se formaram caçadores. Foi fundado por James Ashlem.

James Ashlem era um grande formador tendo formado muitos caçadores de várias regiões do mundo, como Moçambique, Brasil, Estados Unidos de América, cidade de Khedie, cidade de Orge, distrito de James North, distrito de Rongon e muitas outras. Muitos dos alunos iam à Moamba achando que aquilo fosse diversão, mas de diversão não se tinha nada. A guerra entre vampiros (Fintactos) e não contaminados (Intactos) havia iniciado, já o objetivo da INTACTOS ACADEMY HUNTERS era de travar aquela guerra.

James, acariciando o seu queixo com a mão esquerda, os dois se retiraram daquela rua. Caminharam uma considerável distância em silêncio.

A exiguidade de movimento dos carros e outros meios de transporte era notória. James Ashlem coadunava os seus pensamentos que sofriam uma discrepância. Abruptamente o rapaz questionou:

— Qual é o seu nome senhor?

— Eu já respondi essa questão.

— Respondeu, mas eu quero conhecer o seu verdadeiro nome.

— E vai ganhar o quê com isso?

— Am....

— Sou James Ashlem.

— James Ashlem? — alarmado o rapaz indagou.

O nome do Caçador era conhecido por toda parte de Orge e quase em todo país de Moamba, não só por ser o caçador que fundou a INTACTOS ACADEMY HUNTERS, porém muito mais pelo seu feito numa das zonas do país. Fora uma ação que impressionou todos os presentes e aqueles que foram contados o episódio memorável que ainda se encontrava nas mentes dos habitantes de Moamba.

— Sim, James Ashlem. J.A.M.E.S A.S.H.L.E.M. — Soletrou o Caçador.

— O fundador da INTACTOS ACADEMY HUNTERS?

— Sim, sou eu.

— Agora entendo a facilidade que teve ao lutar com aquele vampiro.

— Lutar?

— Ah... Retifico, já entendo a facilidade que teve para esmagar aquele vampiro.

— Chega disso agora — disse o homem, abrindo a sua jaqueta e depois tirando uma arma glock — toma isso miúdo.

— Mas eu não sei usar isso.

— Quando começaste a namorar sabias beijar?

Jack ficou boquiaberto, como o caçador sabia daquilo.

— Ah... Okay, deixa comigo. Agora acredito que você tem Viko.

— Não trata-se de Viko, mas sim de algos simples ou talvez inócua. Apresse-se porque daqui a pouco o sol vai se pôr e os malditos vampiros ficarão fortes.

— Sim senhor. — disse o adolescente com determinação, pronto.

— Bom começo. A sua jornada inicia aqui.

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