SELENA NARRANDO
Dois anos depois....
Eu desço do ônibus correndo para chegar a tempo de deixar Betina na creche, ela dava risada enquanto seu pequeno corpo balançava em meus braços. Sim, eu continuo em Paris. Mariana foi a chave peça que me fez continuar com os meus sonhos, um pouco mais de um ano e meio eu estaria me formando na minha faculdade e agora estava procurando um emprego na minha área, durante esses dois anos eu usei o dinheiro que aquele traste do Gabriel tinha me deixado, depois comecei a trabalhar meio período e estudar no outro turno que Betina ainda estava na creche e assim consigo me manter com ela por aqui.
Betina – A professora fala abrindo um sorriso para ela e Betina acena com a mão. – Selena, mais uma vez quase atrasada novamente.
Me perdoe professora, é que é bem corrido, o ônibus passa muito em cima do horário.
Por que não pensa em arrumar uma escola mais perto da sua casa?
Porque o meu serviço e minha faculdade são aqui do lado, eu não conseguiria chegar a tempo de pegar ela lá. Eu prometo que irei dar um jeito de chegar mais cedo.
Por favor, eu não tenho como ficar esperando apenas Betina chegar para fechar os portões.
Eu entendo.
Ela pega Betina no colo depois de me despedir dela, Betina adorava a escolinha, aliás ela estava aqui desde os seus 6 meses de vida, eu respiro fundo e vou andando para a faculdade, depois ainda teria que trabalhar a tarde na cafeteria e depois buscaria Betina para ir para casa. Eu passo na frente de onde seria o restaurante do Gabriel e vejo que está funcionando outro restaurante, eu confesso que durante esses dois anos eu procurei muito por ele no começo, atrás de qualquer notícia, eu queria entrar em contato com ele de alguma forma e entender o que tinha realmente acontecido, mas com o tempo a minha ficha foi caindo e eu fui entendendo que ele realmente me abandonou por eu está grávida, que ele me abandonou sozinha em outro Pais desconhecido sem saber o que fazer e ainda por cima grávida.
Selena – Mariana fala sorrindo – O reitor Frederico pediu para quando você chegar ir até a sala dele.
Será que aconteceu algo?
Não sei, ele não disse o que era. Você quer que eu vá junto?
Não precisa, obrigada Mari.
E cadê, a minha princesa?
Na aula, aprontando como sempre – ela sorri.
Eu vou com você depois buscar ela a noite, estou morrendo de saudade dela.
Você a viu a dois dias.
Eu amo minha afilhada – eu balanço a cabeça e ela sorri.
Eu vou lá – eu falo. Eu vou andando até a sala do Reitor Frederico e confesso que acho estranho ele querer falar comigo. – Olá, Frederico o senhor Reitor me chamou?
Selena – ele sorri – entra, por favor – ele aponta para cadeira – Eu chamei sim, preciso muito falar com você.
O que aconteceu? – eu pergunto
Eu tenho um antigo conhecido meu que está abrindo uma empresa de Marketing, uma filial aqui na França e ele me colocou para arrumar os melhores profissionais nessa área e eu pensei, você é a melhor aluna do nosso curso de Marketing, a melhor que essa faculdade já viu. Você teria interesse?
Você está me oferecendo um emprego? – eu pergunto sem acreditar.
Salário, todos os benefícios possível e principalmente a creche paga da Betina em horário acessível para você.
Meu Deus – eu coloco a mão na boca – mas será que dou conta? Eu sou uma estudante.
Quase formada e de longe a melhor que nós temos aqui – ele me encara – eu tenho certeza de que vai dar certo.
Você aceita? – ele pergunta me encarando com um sorriso em seu rosto.
É claro que aceito – eu falo sorrindo.
Pietra NARRANDO
Eu encaro Thiago descendo às suas malas e o motorista pegando-as e levando para o carro, Gabriel está tomando seu café junto do seu pai.
Não me olhe com essa cara de julgamento, mamãe.
Thiago, por que França? Você já tem tudo aqui. – Ele me olha;
Thiago está certo minha querida esposa, ele está expandindo a suas empresas. França é um dos países que mais está escaches de empresa de Marketing, pelo menos ele está fazendo algo que traga sucesso e retorno para vida dele – ele olha para Gabriel.
Restaurantes também são retorno, papai. Era da internet pode acabar um dia, agora a fome não.
Marketing é muito mais que internet meu irmão, mas não vamos começar uma discussão. As duas áreas são muito importantes e Gabriel também está indo muito bem com seus restaurantes. Eu retorno no Natal, mamãe.
No Natal, tem quase um ano até o Natal. – Ele me encara e se aproxima.
Para de ser exagerada mamãe, são apenas alguns meses – eu beijo a sua testa.
Conseguiu os funcionários? – meu pai pergunta.
Um antigo amigo meu, arrumou tudo. Assim, que eu chegar já irei conhecer todos eles.
Boa sorte meu filho – eu falo por fim e Thiago me encara – não esqueça de sua mãe.
Você é muito dramática mamãe, eu te amo – ele beija a minha mão.
João acompanha o filho até o carro e eu fico encarando Gabriel, depois me aproximo da janela e observo ele se despedindo do pai, eu suspiro e Gabriel se aproxima de mim.
Dona Pietra perdendo o controle da vida do filho mais velho.
Não fale besteira – eu me viro para ele.
Será que se ele arrumar uma namorada, você também irá ser contra?
Você sabe que o que eu fiz, eu fiz para te proteger. Eu mesmo te provei que ela nunca esteve grávida com aqueles documentos e até embora da França ela foi.
Quem te garante que tudo aquilo era verdade?
Eu garanto, o meu amigo da imobiliária garante. Aquela Brasileira voltou para o lugar dela, você jamais se casaria com uma suburbana.
Eu vou para o restaurante – ele me encara e se vira.
Gabriel – eu o chamo e ele se vira novamente para o meu lado – Você sabe que o que eu fiz, eu fiz para o seu bem. Eu amo você acima de qualquer cosia e de qualquer um.
Eu sei mamãe. Se ela não estava grávida era porque realmente queria me enganar e me dar o golpe da barriga.
Gabriel também sai de casa e eu observo os dois carros saindo pelos portões da nossa casa, agora eu só teria minha família completa no Natal, até parecia um pesadelo, eu só espero que Thiago saiba o que está fazendo, porque não quero ser manchete com um filho fracassado. Sobre a suburbana que vira e mexe Gabriel falava, essa eu tinha certeza de que não entraria mais no meu caminho, essas horas deveria estar vivendo sua vida medíocre novamente.
Thiago NARRANDOEu estaciono o carro na frente do jatinho e meu pai desce junto comigo, o piloto começa a tirar as minhas malas e subir para o compartimento de mala do jatinho, eu entrego as chaves para o meu pai.Tenha paciência com sua mãe, você sabe como ela é. – Meu pai fala.Mamãe morre de medo que um de nós fracasse ou faça algo de errado e saia nas revistas.É por isso que ela passa tanto a mão na cabeça do seu irmão e eu sou totalmente contra isso – ele fala.Gabriel parece que está bem papai, com seus restaurantes.Algo aconteceu quando ele esteve fora, a viagem repentina dele para o Brasil e depois vai saber de onde sua mãe trouxe ele.O importante é que agora ele está em casa com a gente. Qualquer coisa me avise e cuide bem do meu carro.Boa sorte meu filho, eu tenho orgulho de você – ele bate no meu ombro e a gente se abraça.Enquanto o jatinho decola, eu vou pensando na minha família, não seria fácil ficar longe deles, eu sempre fui um homem muito da minha família, com po
SELENA NARRANDOAinda sem acreditar sobre a oportunidade que eu acabei de receber, eu saio da faculdade correndo para cafeteria para informar que não trabalharia mais lá, porque tinha conseguido um novo emprego, começa cair uma chuva fina e eu apresso os meus passos.Chegou cedo hoje, por quê? Está pensando em sair mais cedo ou querendo que eu pague horas extra – Mitch que era chines e era dono da cafeteria fala.Não, senhor Mitch. Eu vim informar que não vou mais trabalhar mais aqui.Como?Isso mesmo, eu consegui uma vaga em uma área de Marketing e vou ter que começar amanhã.É isso que dar ficar empregando estrangeiro, larga a gente na mão na primeira oportunidade.O senhor nunca assinou minha carteira, não paga os meus benefíciosVocê é mãe solteira, precisa do emprego e você acha que eu estou errado?O senhor paga uma miséria e explora todos os estrangeiros que estão aqui.Essa empresa que te contratou, vai te demitir em dias e você vai voltar pedir emprego aqui.É um absurdo o qu
Capítulo 8THIAGO NARRANDOEla fica paralisada me encarando e eu tento quebrar o clima que tinha ficado, eu abro um sorriso e me aproximo dela.Ela não ficou não – ela me responde. – Apenas ficou assustada comigo, eu peço desculpa. Eu não estava no melhor dia.Ninguém quer ficar ensopado porque um estranho passa com o carro em cima de uma poça de água, ainda mais naquela chuva toda – eu falo.Serena – ela fala estendendo a sua mão.Thiago – eu falo apertando a sua mão – será um prazer trabalhar com você Serena, Frederico falou muito bem de você.Espero poder retribuir todas as expectativas de ambos.Ele disse que você é Brasileira, mora a quanto tempo na França?Um pouco mais de dois anos.Sua filha é francesa?Sim, senhor.Por favor, senhor não. Você me fez sentir um velho me chamando de senhor.Perdão, é que quando pequena se eu chamasse alguém por você, minha vó me colocava de joelhos no milho – eu abro um sorriso para ela.Sua vó parece minha mãe.Então, ela deve ser legal.É – eu
Selena NARRANDOEu desço do carro com a Betina emmeus braços, eu me abaixo quando coloco ela no chão.— Você precisa se comportarão?— Está bom – ela responde— A mamãe está a trabalho e você precisase comportar, se você se comportar a mamãe te dar aquela boneca que você tantogostou.— Oba – ela fala pulando e depoisencara Thiago – ele vai?— Eu vou sim – ele responde paraela.— Eu ainda acho que podemos desistirdesse jantar e você ir sozinho, você é o Ceo e pode apresentar sozinho.— Você que elaborou o projeto, euquero você junto comigo apresentando-o – ele fala sorrindo.— Vocês têm reserva? – Um homempergunta.— Sim, em nome de Thiago Bragança –ele fala.O metre nos acompanha até a mesa elogo pega uma cadeirinha para Betina, a mesma se senta e começa a conversar ummonte de coisa nada ver, eu entrego seu brinquedo favorito de desenhar e elacomeça a desenhar sem parar. O silêncio toma conta da mesa e confesso que nãoestava tão confort
Selena NARRANDOEu acordo cedo, para não atrasar a entrada da Betina na creche, elaacorda resmungando e depois abre um sorriso quando ver o café da manhã na cama.Eu tentava suprir todas as necessidades que a minha filha tinha, até porque eraeu e ela apenas, eu a tratava da forma que eu queria que quando ela crescesse,ela não aceitasse menos que isso, mas iria fazer ela ser inteligente para nãoacreditar em nenhum Gabriel. Hoje, eu não me arrependo da minha gravidez,Betina se tornou tudo na minha vida e eu não consigo imaginar a minha vida semela.— Bom dia, Betina – A professora fala – é uma dasprimeiras a chegar hoje.— Eu já posso receber a carteirinha da mãe do ano? –eu sorrio.— Vocês são uma graça, sabia?— Eu prometo que não atraso mais e busco ela nohorário.— Eu te entendo, sei que não é fácil. Mas, precisoseguir as regras da escola.— Eu sei, você é maravilhosa para Betina.— Tchau mamãe – ela fala sorrindo— Tchau meu amor, até a noi
Capítulo11Selena NARRANDOEle me leva até a cafeteria onde eu trabalhava e eu paraliso na frentedela e ele me encara sem entender.— Está tudo bem?— Eu não sei se eu quero entrar aqui. – Eu falo— E por que você não quer entrar aqui? – ele pergunta– o café é bom.— Eu trabalhava aqui – ele me encara – e quando vimpedir demissão, ele me humilhou me dizendo que só consegui o emprego porque erabonita.— Ele tem razão – eu arregalo os olhos – você é linda,mas não conseguiu o emprego por causa disso, até porque eu te contratei àscegas.— Você está flertando comigo? Esqueceu que você émeu chef.— Vamos tomar café em outro lugar – ele fala e eu oacompanho.A gente compra algumas coisas e nos sentamos na frente da torre paratomar o café, ficamos ali observando a torre e os casais apaixonados, famílias.— A última vez que eu estive em Paris eu deveria teruns 15 anos – ele fala.— Faz tempo? – eu pergunto— Uns 14 anos – ele fala— Você só
Thiago NARRANDO— Mamãe, fique tranquila. Estou muito bem – eu falona chamada de vídeo.— Você faz falta aqui – ela suspira no outro lado –você não quer voltar antes do Natal?— Irei para o Natal, eu prometo. As coisas aqui estãofluindo muito bem.— Fico feliz. Eu vi sua campanha para aquela empresado suco de laranja, aliás eu amo aquele suco.— Conseguimos conquistar ela e muitas outrasempresas.— Eu tenho orgulho de você – alguém chama ela – eu precisoir, tenho aula de Yoga e depois algumas fotos para fazer.— Tchau mamãe, eu te amo.— Eu também meu filho – ela desliga a chamada.Eu abro o computador vendo os números da empresa aqui na França e cadavez estava crescendo mais e mais, todos os colaboradores aqui dentro estãofazendo um papel incrível e como estamos completando, dois meses de empresaaqui na França, eu resolvi dar uma festa de boas-vindas e de parabéns pelasmetas batidas e seria essa noite. Meu pai sempre me ensinou a valorizar a
selena NARRANDO7 meses depois...Sete meses se passaram desde que eu aceitei o convitede namoro do Thiago, muita coisa aconteceu na minha vida, o trabalho estavafluindo muito bem, a faculdade também, Betina estava indo muito bem na creche eaté mesmo tinha começado o Balé, ela amava o Thiago e o Thiago tinha um carinhoenorme por ela. A gente tinha criado algumas regras para o nosso relacionamentopara que ele não ficasse cansativo porque a gente trabalha juntos, ele merespeita e eu o respeitava, dentro da empresa a gente se tratava como chef efuncionaria, fora da empresa a gente esquecia o trabalho e vivia apenas como eue ele, a gente mantinha nosso relacionamento discreto e assim quase ninguém sabeque estamos juntos, longe de qualquer holofote, mídia e comentários maldosos,eu não queria que ninguém dizer que estou na empresa por causa que estounamorando o Ceo dela.— Eu também ficaria nervosa de ter que passar o Natalcom a família dele. – Mariana fala.— Você vai e