SELENA NARRANDO
Ainda sem acreditar sobre a oportunidade que eu acabei de receber, eu saio da faculdade correndo para cafeteria para informar que não trabalharia mais lá, porque tinha conseguido um novo emprego, começa cair uma chuva fina e eu apresso os meus passos.
Chegou cedo hoje, por quê? Está pensando em sair mais cedo ou querendo que eu pague horas extra – Mitch que era chines e era dono da cafeteria fala.
Não, senhor Mitch. Eu vim informar que não vou mais trabalhar mais aqui.
Como?
Isso mesmo, eu consegui uma vaga em uma área de Marketing e vou ter que começar amanhã.
É isso que dar ficar empregando estrangeiro, larga a gente na mão na primeira oportunidade.
O senhor nunca assinou minha carteira, não paga os meus benefícios
Você é mãe solteira, precisa do emprego e você acha que eu estou errado?
O senhor paga uma miséria e explora todos os estrangeiros que estão aqui.
Essa empresa que te contratou, vai te demitir em dias e você vai voltar pedir emprego aqui.
É um absurdo o que estou escutando, eu não vou admitir ficar escutando isso – eu falo nervosa.
Te contrataram porque você é bonita, deve estar te contratando para outra coisa – ele começa a rir e eu dou um tapa em seu rosto.
Você vai pensar duas vezes antes de falar com outra mulher dessa forma, seu machista.
Você nunca mais coloque os pés aqui – ele aponta para rua – Fora, para rua.
E quem disse que eu quero? – eu o encaro – vai a merda.
Eu saio com tanta raiva da cafeteria que eu não sabia nem para onde ir, eu perco o total sentido, eu vejo que o tempo ia começar a ficar mais feio, passo em uma loja e pego um guarda-chuva, aproveito para pegar Betina antes na creche.
Chega atrasada e quer pegar ela mais cedo? – A diretora da escolinha pergunta – olha, existe horários na escola e todos os pais devem respeitar.
Eu prometo que a partir de amanhã, tudo vai ficar melhor. Os meus horários vão se encaixar com os da escola, eu prometo.
Só hoje, só mais hoje e não abro mais exceções.
Mamãe – Betina fala caminhando e eu a abraço.
Cuidado com a chuva, vai vir um temporal – A professora fala.
Por isso estou pegando-a mais cedo, boa tarde.
Até amanhã Betina – Betina dar tchau com as mãos.
Eu começo andar com Betina e ela tentava falar várias coisas enroladas, quando eu descobri a gravidez da Betina, ela já estava avançada, estava de 5 meses, por causa do nervosismo todo que eu passei, ela acabou nascendo prematura de 34 semanas, hoje ela está com 1 ano e 9 meses de vida, era uma criança muito inteligente por ter sido prematura e muito arteira e estava falando de tudo e mais um pouco.
Eu não acredito nisso! – eu dou um grito quando um carro passa quase em cima de nós e nos molha.
Água mamãe – Betina fala chorando e eu coloco ela encima de um banco embaixo de uma cobertura e começo a pegar uma toalhinha que tinha na mochila dela para secar ela e secar meu rosto. – Água mamãe – ela repetia.
Senhorita, me desculpe! Eu tentei desviar, mas é que – A voz de um homem soa atrás de mim e eu o encaro com raiva.
Desculpa? Você fez de proposito, tinha toda a rua para andar e você pega e me molha? Vocês Franceses acha que pode fazer o que quiser e a hora que quiser. – Eu fico tão puta que acabo descontando nele tudo que tinha acontecido comigo hoje.
Eu não – Eu o interrompo.
Volte para o seu carro e volte andar molhando todos na rua como você fez comigo. – Eu não falava, eu berrava e segurava as lagrimas para não chorar;
Mamãe – Betina fala assustada.
Vamos meu amor – Eu falo pegando-a no colo.
Por favor, posso dar uma carona para vocês. Está muita chuva – Ele fala e eu o encaro.
Eu não preciso da sua carona, carona de um mal-educado. Deveria se importar com os outros a sua volta.
Eu me importo, eu não vi vocês, eu não fiz de proposito, você deveria ficar mais calma você tem uma criança junto de você.
Está dizendo o que com isso? Você realmente acha que eu não estou calma? – eu falo berrando no meio da rua e ele me encara.
Não está – ele fala bem calmo me deixando ainda mais com raiva.
Eu não vou ficar aqui escutando um metido que nem você me chamar de nervosa.
A senhorita está nervosa- ele repete com a voz tranquila. – Por favor, eu posso dar uma carona para vocês, é a minha forma de se desculpar.
Volta para sua bolha, espero que o seu carro fure o pneu nessa chuva e você tenha que trocar.
Eu saio andando com a Betina e ele continua me chamando, o ônibus vem e eu consigo chegar a tempo na parada e entro com Betina, colocando-a sentada em um banco e se sentando no outro.
Betina me encarava meio assustada e deveria está pensando que a mãe dela enlouqueceu para está batendo boca com os outros na rua e nem eu acreditava que tinha xingado um homem desconhecido daquela forma, acabou que acumulou tudo que tinha passado desde a cafeteria até ali e descontei nele.
Ainda bem que eu nunca mais vou ver esse homem na minha frente – eu falo para mim mesmo.
Mamãe? – Betina pergunta sorrindo.
Já vamos chegar em casa meu amor – eu dou um beijo em sua testa.
(...)
Hoje era o primeiro dia do meu emprego novo, antes de ir até a empresa, eu ligo para minha vó.
Vó, como a senhora está? – eu falo na chamada de vídeo.
Estou bem e vocês? – ela pergunta.
Estamos bem, graças a Deus tudo indo muito bem.
Gabriel, como está com o restaurante?
Bem, está muito bem – eu sorrio fraco.
Betina, quando irei conhecer a minha bisneta?
Em breve vovó, a senhora precisa perder o medo de andar de avião e vir me visitar.
Estou muito velha para isso – ela fala.
Deveria vir, no Natal quem sabe? Paris fica linda no Natal.
Faça uma surpresa para essa velha senhora e venha me ver no Natal. – Ela sorri. – Serei a vó e bisavó mais feliz do mundo.
Quem sabe? – eu sorrio – eu preciso ir vovó.
Até mais.
Eu nunca tive coragem de contar a ela que eu não estava mais com o Gabriel, ela jamais entenderia o porquê que eu decidi continuar em Paris sozinha, eu só contei da Betina depois dela ter nascido, no começo ela ficou meio brava poque escondi, mas depois seu coração se derreteu pela bisneta. A saudade pela minha vó aumentava cada dia mais.
Eu paro na frente da empresa e sorrio, Frederico tinha me falado qual andar subir e por quem procurar, além de ter ganhado essa oportunidade, eu iria trabalhar ao lado do Ceo e isso iria me dar muita experiencia nova. Eu chego no andar e vou até a sala do escritório dele, bato na porta.
Pode entrar – A voz dele soa, eu abro a porta do escritório.
Boa tarde, eu sou a Selena – eu falo sorrindo e ele está virado para janela, quando ele se vira e a gente se encara e eu vejo quem era, ele arqueia a sobrancelha e abre um sorriso, eu arregalo os olhos e encaro ele quase sem ar.
Espero que a sua filha não tenha ficado gripada por ter ficado molhada por minha causa – ele fala e eu fico sem reação.
Capítulo 8THIAGO NARRANDOEla fica paralisada me encarando e eu tento quebrar o clima que tinha ficado, eu abro um sorriso e me aproximo dela.Ela não ficou não – ela me responde. – Apenas ficou assustada comigo, eu peço desculpa. Eu não estava no melhor dia.Ninguém quer ficar ensopado porque um estranho passa com o carro em cima de uma poça de água, ainda mais naquela chuva toda – eu falo.Serena – ela fala estendendo a sua mão.Thiago – eu falo apertando a sua mão – será um prazer trabalhar com você Serena, Frederico falou muito bem de você.Espero poder retribuir todas as expectativas de ambos.Ele disse que você é Brasileira, mora a quanto tempo na França?Um pouco mais de dois anos.Sua filha é francesa?Sim, senhor.Por favor, senhor não. Você me fez sentir um velho me chamando de senhor.Perdão, é que quando pequena se eu chamasse alguém por você, minha vó me colocava de joelhos no milho – eu abro um sorriso para ela.Sua vó parece minha mãe.Então, ela deve ser legal.É – eu
Selena NARRANDOEu desço do carro com a Betina emmeus braços, eu me abaixo quando coloco ela no chão.— Você precisa se comportarão?— Está bom – ela responde— A mamãe está a trabalho e você precisase comportar, se você se comportar a mamãe te dar aquela boneca que você tantogostou.— Oba – ela fala pulando e depoisencara Thiago – ele vai?— Eu vou sim – ele responde paraela.— Eu ainda acho que podemos desistirdesse jantar e você ir sozinho, você é o Ceo e pode apresentar sozinho.— Você que elaborou o projeto, euquero você junto comigo apresentando-o – ele fala sorrindo.— Vocês têm reserva? – Um homempergunta.— Sim, em nome de Thiago Bragança –ele fala.O metre nos acompanha até a mesa elogo pega uma cadeirinha para Betina, a mesma se senta e começa a conversar ummonte de coisa nada ver, eu entrego seu brinquedo favorito de desenhar e elacomeça a desenhar sem parar. O silêncio toma conta da mesa e confesso que nãoestava tão confort
Selena NARRANDOEu acordo cedo, para não atrasar a entrada da Betina na creche, elaacorda resmungando e depois abre um sorriso quando ver o café da manhã na cama.Eu tentava suprir todas as necessidades que a minha filha tinha, até porque eraeu e ela apenas, eu a tratava da forma que eu queria que quando ela crescesse,ela não aceitasse menos que isso, mas iria fazer ela ser inteligente para nãoacreditar em nenhum Gabriel. Hoje, eu não me arrependo da minha gravidez,Betina se tornou tudo na minha vida e eu não consigo imaginar a minha vida semela.— Bom dia, Betina – A professora fala – é uma dasprimeiras a chegar hoje.— Eu já posso receber a carteirinha da mãe do ano? –eu sorrio.— Vocês são uma graça, sabia?— Eu prometo que não atraso mais e busco ela nohorário.— Eu te entendo, sei que não é fácil. Mas, precisoseguir as regras da escola.— Eu sei, você é maravilhosa para Betina.— Tchau mamãe – ela fala sorrindo— Tchau meu amor, até a noi
Capítulo11Selena NARRANDOEle me leva até a cafeteria onde eu trabalhava e eu paraliso na frentedela e ele me encara sem entender.— Está tudo bem?— Eu não sei se eu quero entrar aqui. – Eu falo— E por que você não quer entrar aqui? – ele pergunta– o café é bom.— Eu trabalhava aqui – ele me encara – e quando vimpedir demissão, ele me humilhou me dizendo que só consegui o emprego porque erabonita.— Ele tem razão – eu arregalo os olhos – você é linda,mas não conseguiu o emprego por causa disso, até porque eu te contratei àscegas.— Você está flertando comigo? Esqueceu que você émeu chef.— Vamos tomar café em outro lugar – ele fala e eu oacompanho.A gente compra algumas coisas e nos sentamos na frente da torre paratomar o café, ficamos ali observando a torre e os casais apaixonados, famílias.— A última vez que eu estive em Paris eu deveria teruns 15 anos – ele fala.— Faz tempo? – eu pergunto— Uns 14 anos – ele fala— Você só
Thiago NARRANDO— Mamãe, fique tranquila. Estou muito bem – eu falona chamada de vídeo.— Você faz falta aqui – ela suspira no outro lado –você não quer voltar antes do Natal?— Irei para o Natal, eu prometo. As coisas aqui estãofluindo muito bem.— Fico feliz. Eu vi sua campanha para aquela empresado suco de laranja, aliás eu amo aquele suco.— Conseguimos conquistar ela e muitas outrasempresas.— Eu tenho orgulho de você – alguém chama ela – eu precisoir, tenho aula de Yoga e depois algumas fotos para fazer.— Tchau mamãe, eu te amo.— Eu também meu filho – ela desliga a chamada.Eu abro o computador vendo os números da empresa aqui na França e cadavez estava crescendo mais e mais, todos os colaboradores aqui dentro estãofazendo um papel incrível e como estamos completando, dois meses de empresaaqui na França, eu resolvi dar uma festa de boas-vindas e de parabéns pelasmetas batidas e seria essa noite. Meu pai sempre me ensinou a valorizar a
selena NARRANDO7 meses depois...Sete meses se passaram desde que eu aceitei o convitede namoro do Thiago, muita coisa aconteceu na minha vida, o trabalho estavafluindo muito bem, a faculdade também, Betina estava indo muito bem na creche eaté mesmo tinha começado o Balé, ela amava o Thiago e o Thiago tinha um carinhoenorme por ela. A gente tinha criado algumas regras para o nosso relacionamentopara que ele não ficasse cansativo porque a gente trabalha juntos, ele merespeita e eu o respeitava, dentro da empresa a gente se tratava como chef efuncionaria, fora da empresa a gente esquecia o trabalho e vivia apenas como eue ele, a gente mantinha nosso relacionamento discreto e assim quase ninguém sabeque estamos juntos, longe de qualquer holofote, mídia e comentários maldosos,eu não queria que ninguém dizer que estou na empresa por causa que estounamorando o Ceo dela.— Eu também ficaria nervosa de ter que passar o Natalcom a família dele. – Mariana fala.— Você vai e
selena NARRANDOEle vai colocar Betina para dormir e eu ficopreocupada com o que Betina falou para ele, eu encho uma taça de vinho e vouaté a janela pensar na vida, até que sinto a sua presença pela sala, ele pegauma taça e coloca vinho e se aproxima, beijando meu ombro.— Desculpa – eu falo olhando pela janela – Betina está crescendoe entendendo o papel de um pai, eu tento explicar a ela sobre isso, só que elaé uma criança e com você perto de nós, ela acaba assimilando.— Está tudo bem – sua voz tranquila soa pelos meus ouvidos- eu não menti quando eu disse a ela que eu a amo como uma filha - eu me viropara ele.— Você não precisa ter essa responsabilidade em falarisso a ela, você é apenas meu namorado – ele sorri.— Mas, eu não estou mentindo e nem ela é um fardo naminha vida – ele coloca a sua mão sobre o meu rosto – Existe uma vida antes devocês e depois de vocês.— Você pode estar exagerando Thiago, a gente nunca sabeo dia de amanhã. Betina é uma cr
Pietra NARRANDOEu fico sem entender por que aquelas duas estão comThiago por alguns segundos eu fico achando que era uma piada, mas depoisentendo que realmente era verdade, ela era namorada do meu filho e ainda porcima tinha uma filha pequena. Como eu a apresentaria as minhas amigas?— Mãe, tudo bem? – A voz de Thiago soa do meu lado e euabro um sorriso.— Seja bem-vindas, confesso que levei um susto ver umamulher tão bonita e uma menina tão sorridente na minha frente. Selena, certo? –Eu acho estranho esse nome, eu já tinha escutado ele uma vez.— Sim, Selena e Betina – ela me responde.— Seja bem-vindas – eu me aproximo dela e a cumprimentocom um beijo em seu rosto – Estou animada para te conhecer melhor.— Vamos nos acomodar – Thiago fala.— Fiquem à vontade, a casa é de vocês – eu falo paraelas e Alicia desce as escadas encontrando o irmão.— Thiago, meu irmão – ela fala abraçando – que saudadesde você.— Minha pequena, também estava – Ele