-Eu mereci tudo aquilo, na verdade, você até que foi gentil. –Ele encolhe os ombros colocando as mãos dentro do bolso da calça.
-Fui grossa, não deveria ter dito aquelas coisas. –Fixo meus olhos nos seus, mas ele evita meu olhar com um leve sorriso nos lábios.
-Como eu disse mereci suas palavras duras. –Observa a sala em silêncio.
-Vamos até a cozinha, lá você pode se sentar, estamos sem sofá por enquanto. –Faço uma careta omitindo as verdades que ele não precisa saber.
Em silêncio me segue até a cozinha com as mãos dentro do bolso da calça social.
-Quer algo para beber? –Pergunto por educação, pois tínhamos apenas água.
-Um whisky duplo, por favor. –Ele suspira cansado.
O encaro de cara feia e ele ri me fazendo franzir a sobrancelha.
-Foi você q
-Obrigada! -Me afasto passando as mãos no rosto.-Sente-se, você precisa se acalmar. –Apoia a mão em meu ombro e faço o que ele pede atordoada.Apoio as mãos no rosto tentando acalmar minha respiração e os soluços que insistem em sair de meus lábios devido o choro. Sinto um pano quente escorregar por meus ombros e vejo layonel cobrir meu corpo tremulo com seu terno, sem contar que eu estava de pijama e descalça.Layonel se senta ao meu lado e aparenta estar igualmente ansioso. Involuntariamente ele balança a perna direita sem parar enquanto remexe os próprios dedos em um tique nervo.-Você está bem? –Pergunto preocupada.-Não... sim. –Ele responde rapidamente sem me encarar.-Obrigada por me ajudar e me trazer até aqui.-Não precisa me agradecer. –Ele respira profundamente passa
Respiro e inspiro profundamente tentando manter a calma. Não quero ser grossa com ele mais uma vez quando me ajudou com Daisy, mas está difícil toda essa curiosidade desnecessária. Layonel é apenas meu chefe e não tem que se envolver em minha vida pessoal assim como eu não me envolverei mais na dele.Tento manter a calma ignorando os seus comentários antes que eu perca a paciência e minha barriga ronca ruidosamente me deixando constrangida. Somente agora me lembro de não ter comido absolutamente nada o dia todo.-A quanto tempo está sem comer? –Ele cruza os braços me observando carrancudo.-Isso com toda certeza não importa. –Me concentro em acariciar os cabelos macios de Daisy.-Importa, pois tenho notado que você não está saindo para almoçar esses dias, ou seja, está sem comer o dia todo. –Ele me acusa descaradame
LayonelPeço para Victor entregar o lanche para Hana, pois ela realmente parecia faminta. Aproveito esse tempo para ir a um supermercado que fica em uma esquina próximo a clínica. No caminho liguei para Leonardo e pedi que me enviasse a ficha completa de Hana o mais rápido possível.Ao chegar no supermercado compro alguns salgadinhos, água e um refrigerante para ela, acabei comprando um pacote de MM por não resistir à tentação de comer doces.Fico perambulando pelas gondolas mais tempo do que gostaria por estar indeciso do que levar para ela. Eu não sei as coisas que ela gosta de comer então acaba sendo difícil escolher, por fim opto por coisas do meu gosto na esperança de que ela também goste.Ela poderia facilitar as coisas para mim, mas entendo sua insegurança ao descobrir que ela foi traída. O seu ex-marido deve
-Não precisa me olhar com essa expressão de raiva, só acho que você deve parar de se oprimir... -O que acabei de falar Victor? –O observo com irritação. –Não coloque mais bobeiras na cabeça de Hana, ela já tem problemas demais e não precisa de mais um. –Falo com um tom de irritação. -Ok, se acalme. –Ele suspira. -Dei um calmante para ela e com certeza ela só acordara daqui algumas horas. –Diz em sua defesa. Volto a encostar minha cabeça na parede fechando os olhos. -Só mais uma dúvida, você anda explorando exageradamente sua secretaria Lincoln? Ela parecia realmente cansada. –Ele se aproxima para observa-la. -Já terminou? Então pode sair. –Falo rudemente. -O intruso aqui é você. -O que você quer Victor? Pergunte de uma vez você sabe que odeio essa enrolação. –O encaro. -Quero saber se pode me apresentar sua secretaria algum dia desses. –Ele sustenta um sorriso irritante. Passo a mão pela testa a coçando e depois
-Me desculpe por mais cedo. –Hana sussurra.-Acho que ultimamente estamos pedindo bastante desculpas um para o outro. –Sorrio.Ela faz uma careta desviando o olhar.-Muito obrigada por ter me ajudado, se não fosse você eu não sei o que teria feito, não sei como te agradecer.-Tudo bem, eu só queria entender um pouco mais sobre você. –Fixo meus olhos nos dela e vejo tristeza domina-los.-Bom, eu também queria te entender. –Ela ri.-Eu não sou tão interessante assim Hana. –Falo com sinceridade.-Nem eu Layonel, então porque insiste tanto em saber sobre mim? –Pergunta curiosa.Vejo que Daisy estava entretida com os doces fazendo desenhos com as pequenas bolinhas. Antes que eu possa responder sua pergunta Victor entra no quarto me observando próxima a Hana. Posso ver um vislumbre de sorriso em seu rosto o que me faz ter vo
Hana RavalloMais uma vez tive o dia de folga e aproveitei para ajudar Ellen a organizar e arrumar a casa enquanto separávamos o que poderia ser vendido. Estou pensando seriamente em colocar a casa a venda para comprar uma menor.Deixei Daisy faltar da escola hoje e estava pensando em leva-la na praia, mas como as coisas são caras e crianças quando veem brinquedos desnecessários quer, então preferi não me arriscar.Deixo que ela fique brincando dentro de casa longe do Bob, pelo menos até sua crise de asma se estabilizar. Eu sei que é errado ter um animal de estimação sabendo que ela tem asma, mas priva-la disso seria ainda pior.De todas as maneiras tento dispersar meus pensamentos de Layonel ou do nosso beijo e que beijo, suspiro ao me lembrar.Precisei tomar um demorado banho gelado depois que cheguei em casa e só de me lembrar sinto minhas pernas
Daisy não para de tagarelar do lado de fora e depois de alguns minutos que eu fico encarando a porta absorta em meus pensamentos, vejo Layonel entrando e minhas pernas ficam bambas instantaneamente ao vê-lo parado na porta segurando Daisy no colo. Seus olhos verdes intensos se fixam em mim analisando meu corpo, ele estava sem óculos o que deixa seus olhos ainda mais verdes do que o normal, intensos, quentes e ferozes.Me coração dispara em meu peito me causando uma súbita onda de claro, ele está impecável em seu terno escuro, mas suas roupas estão brancas de farinha. Faço uma careta prestando atenção na sua calça social com as marcas das mãos de Daisy.-Daisy. –A chamo brava e ela me olha assustada. –Você sujou as roupas dele. –Falo brava.-Está tudo bem. –Layonel a defende.-É claro que não está. &ndas
-Melhorou?-Sim.-Viu. –digo vitoriosa –Precisou de todo o drama?Dou risada saindo do banheiro, mas paro ao ver uma sacolinha dependurada em minha frente.-Eu trouxe os remédios da Daisy. –Balança a sacolinha no ar.Seguro a sacola me virando para ele.-Porque você comprou os remédios? –Pergunto brava.-Porque eu quis. –Diz indiferente.-Layonel você não precisa fazer isso, você não tem obrigação.-E você acha que eu não sei? Fiz porque eu quis Hana, não tem nada a ver com obrigações ou com qualquer outra coisa que sua mente orgulhosa crie. –Ele diz irritado.-Eu não sou orgulhosa. –Rio irônica. –Apenas não quero que pense coisas erradas sobre mim. –Falo constrangida.Ele fecha a porta do banheiro a trancando, pois nossas vozes