-Você poderia pelo menos me ouvir antes de me atacar? –Ele insiste. –Apenas um minuto.
-Não estou te atacando senhor, estou expondo o meu ponto de vista e admitindo os meus erros. Ouvi sua história de Douglas e acabei criando diversas situações em minha mente sem necessidade. Eu deveria imaginar que um homem como o senhor tivesse superado o relacionamento de tantos anos atrás, mas institivamente me vi agindo de forma errada para com o senhor... –Ele me corta.
-Você nem mesmo me dá a oportunidade de me desculpar. –Ele suspira visivelmente chateado.
-Eu não quero discutir sobre isso e não posso me dar o luxo de perder esse emprego ou estarei seriamente encrencada. –Acabo falando mais do que deveria e vejo suas lindas sobrancelhas acastanhadas se arquearem por baixo dos óculos pesados.
-Encrencada? –Ele parece interessado.
As veze o silê
O que está havendo com esse homem afinal?-Você volte ao seu serviço se não quer perde-lo. –Ele aponta para Renan que faz o que ele manda sem questionamentos ou discussões. –E você na minha sala agora. –Ele aponta para mim.Meu coração dispara em meu peito e sinto que a qualquer momento eu poderia entrar em um colapso nervoso com medo de perder meu emprego.Layonel caminha a passos duros e irritados para o elevador e eu o sigo em silencio me colocando no devido lugar de funcionaria. Quanto mais quero ficar longe de problemas mais eles se jogam aos meus pés. Isso só pode ser brincadeira.Entro no elevador e o clima dentro daquele espaço apertado é sufocante, sei que exagerei em ficar tanto tempo conversando com Renan, mas ele não precisa ficar tão bravo por algo tão simples.Ao sairmos ele segue a passos firmes para sua sala, mord
Chego em casa cansada e com a cabeça pesada, minha mente está a milhões e como sempre não consigo retirar os olhos magoados de Layonel da minha cabeça. Eu jamais deveria tê-lo tratado daquela maneira, não tenho esse direito e me sinto péssima por ter sido tão rude.Desvio meus pensamentos ao ver Daisy debruçada sobre a mesa da cozinha desanimada e triste enquanto Ellen lava a louça do jantar, seus olhos vermelhos e irritados me preocupam e a congestão nasal havia piorado dificultando sua respiração.Tudo indica que sua bronquite está atacada, mas o que mais me preocupa é a bombinha de asma com os broncodilatadores caso ela entre em crise.Dou um beijo em sua testa e ela se encolhe na cadeira manhosa, já estava tarde e provavelmente a escola exigiu muito dela.-Quer ir dormir menina linda da mamãe? –Sorrio a pegando no colo.
-Eu mereci tudo aquilo, na verdade, você até que foi gentil. –Ele encolhe os ombros colocando as mãos dentro do bolso da calça.-Fui grossa, não deveria ter dito aquelas coisas. –Fixo meus olhos nos seus, mas ele evita meu olhar com um leve sorriso nos lábios.-Como eu disse mereci suas palavras duras. –Observa a sala em silêncio.-Vamos até a cozinha, lá você pode se sentar, estamos sem sofá por enquanto. –Faço uma careta omitindo as verdades que ele não precisa saber.Em silêncio me segue até a cozinha com as mãos dentro do bolso da calça social.-Quer algo para beber? –Pergunto por educação, pois tínhamos apenas água.-Um whisky duplo, por favor. –Ele suspira cansado.O encaro de cara feia e ele ri me fazendo franzir a sobrancelha.-Foi você q
-Obrigada! -Me afasto passando as mãos no rosto.-Sente-se, você precisa se acalmar. –Apoia a mão em meu ombro e faço o que ele pede atordoada.Apoio as mãos no rosto tentando acalmar minha respiração e os soluços que insistem em sair de meus lábios devido o choro. Sinto um pano quente escorregar por meus ombros e vejo layonel cobrir meu corpo tremulo com seu terno, sem contar que eu estava de pijama e descalça.Layonel se senta ao meu lado e aparenta estar igualmente ansioso. Involuntariamente ele balança a perna direita sem parar enquanto remexe os próprios dedos em um tique nervo.-Você está bem? –Pergunto preocupada.-Não... sim. –Ele responde rapidamente sem me encarar.-Obrigada por me ajudar e me trazer até aqui.-Não precisa me agradecer. –Ele respira profundamente passa
Respiro e inspiro profundamente tentando manter a calma. Não quero ser grossa com ele mais uma vez quando me ajudou com Daisy, mas está difícil toda essa curiosidade desnecessária. Layonel é apenas meu chefe e não tem que se envolver em minha vida pessoal assim como eu não me envolverei mais na dele.Tento manter a calma ignorando os seus comentários antes que eu perca a paciência e minha barriga ronca ruidosamente me deixando constrangida. Somente agora me lembro de não ter comido absolutamente nada o dia todo.-A quanto tempo está sem comer? –Ele cruza os braços me observando carrancudo.-Isso com toda certeza não importa. –Me concentro em acariciar os cabelos macios de Daisy.-Importa, pois tenho notado que você não está saindo para almoçar esses dias, ou seja, está sem comer o dia todo. –Ele me acusa descaradame
LayonelPeço para Victor entregar o lanche para Hana, pois ela realmente parecia faminta. Aproveito esse tempo para ir a um supermercado que fica em uma esquina próximo a clínica. No caminho liguei para Leonardo e pedi que me enviasse a ficha completa de Hana o mais rápido possível.Ao chegar no supermercado compro alguns salgadinhos, água e um refrigerante para ela, acabei comprando um pacote de MM por não resistir à tentação de comer doces.Fico perambulando pelas gondolas mais tempo do que gostaria por estar indeciso do que levar para ela. Eu não sei as coisas que ela gosta de comer então acaba sendo difícil escolher, por fim opto por coisas do meu gosto na esperança de que ela também goste.Ela poderia facilitar as coisas para mim, mas entendo sua insegurança ao descobrir que ela foi traída. O seu ex-marido deve
-Não precisa me olhar com essa expressão de raiva, só acho que você deve parar de se oprimir... -O que acabei de falar Victor? –O observo com irritação. –Não coloque mais bobeiras na cabeça de Hana, ela já tem problemas demais e não precisa de mais um. –Falo com um tom de irritação. -Ok, se acalme. –Ele suspira. -Dei um calmante para ela e com certeza ela só acordara daqui algumas horas. –Diz em sua defesa. Volto a encostar minha cabeça na parede fechando os olhos. -Só mais uma dúvida, você anda explorando exageradamente sua secretaria Lincoln? Ela parecia realmente cansada. –Ele se aproxima para observa-la. -Já terminou? Então pode sair. –Falo rudemente. -O intruso aqui é você. -O que você quer Victor? Pergunte de uma vez você sabe que odeio essa enrolação. –O encaro. -Quero saber se pode me apresentar sua secretaria algum dia desses. –Ele sustenta um sorriso irritante. Passo a mão pela testa a coçando e depois
-Me desculpe por mais cedo. –Hana sussurra.-Acho que ultimamente estamos pedindo bastante desculpas um para o outro. –Sorrio.Ela faz uma careta desviando o olhar.-Muito obrigada por ter me ajudado, se não fosse você eu não sei o que teria feito, não sei como te agradecer.-Tudo bem, eu só queria entender um pouco mais sobre você. –Fixo meus olhos nos dela e vejo tristeza domina-los.-Bom, eu também queria te entender. –Ela ri.-Eu não sou tão interessante assim Hana. –Falo com sinceridade.-Nem eu Layonel, então porque insiste tanto em saber sobre mim? –Pergunta curiosa.Vejo que Daisy estava entretida com os doces fazendo desenhos com as pequenas bolinhas. Antes que eu possa responder sua pergunta Victor entra no quarto me observando próxima a Hana. Posso ver um vislumbre de sorriso em seu rosto o que me faz ter vo